• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO I Avaliação das contribuições da Avaliação Ambiental Estratégica no contexto de planos de

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.4. Produto parcial do processo de planejamento

Tanto a AAE como a IUCN preveem relatórios parciais sobre andamento do processo de planejamento. A IUCN destaca para este produto parcial uma síntese sobre o diagnóstico prévio da área protegida. Na AAE é previsto um relatório de scoping com a definição dos objetivos e indicadores da AAE, os aspectos relevantes sobre a situação atual com e sem a ação estratégica, a descrição dos métodos utilizados para investigar a base de dados, a articulação com outras ações estratégicas e uma breve apresentação da ação estratégica em questão com a identificação de alternativas (THERIVEL, 2004). Segundo a Diretiva Europeia (2001/42/CE), o relatório de Scoping dever passar por consulta às autoridades ambientais/sustentabilidade competentes. O Protocolo da UNECE e a autora Therivel (2004) acrescentam que além da consulta às autoridades, o público também deve ser consultado.

Neste contexto, verifica-se que a emissão de pareceres das autoridades ambientais/ sustentabilidade pode auxiliar na fase inicial de estruturação da avaliação do plano de manejo e as consultas públicas têm potencial de evitar conflitos. Com base nestas informações, o seguinte critério de avaliação é verificado nos casos: O relatório de scoping foi enviado para consulta das autoridades e consulta pública? Os resultados destas consultas contribuíram para a estruturação da avaliação do plano de manejo? (Quadro 15).

Quadro 15. Comparação das avaliações dos casos sobre o seguinte critério de avaliação: O relatório de scoping foi enviado para consulta das autoridades e consulta pública? Os resultados destas consultas contribuíram para a estruturação da avaliação do plano de manejo?9

Planos referentes ao Parque Nacional Cairngorms Planos referentes ao Parque Nacional Loch Lomond & The Trossachs

1. CNPP 2007- 2012 2. CNPP 2012- 2017 3. CNPLP 2008 4. PNCLDP 2013 5. WRSGP 2010 6. LLTNPP 2007-2012 7. LLTNPLP 2010-2015 8. LLTNPPP 2012-2017 B B B B B B B B Legenda: 1. Cairngorms National Park Plan (2007 – 2012); 2. Cairngorms National Park Plan (2012- 2017); 3. Cairngorms National Park Local Plan; 4. Cairngorms National Park Local Development Plan; 5. Water resources Supplementary Planning Guidance; 6. Loch Lomond & The Trossachs National Park Plan – (2007-2012); 7. Loch Lomond & The Trossachs National Park Local Plan (2010 - 2015); 8. Loch Lomond & The Trossachs Park Partnership Plan (2012 - 2017).

Sobre as escalas de avaliação: A - Muito bem realizado sem omissões importantes; B - Realizado de maneira satisfatória e completa com apenas algumas omissões ou inadequações; C - É considerado apenas satisfatório apesar de algumas omissões e inadequações; D - Indica que partes estão bem realizadas, mas como um todo está insatisfatório por conta de omissões e inadequações; E - Não é satisfatório, revelando omissões ou inadequações significantes; F - É muito insatisfatório com tarefas importantes realizadas de maneira pobre; G - Nenhuma tarefa realizada.

Os casos analisados enviaram para a consulta às autoridades competentes os respectivos relatórios de scoping. As autoridades consultadas em todos os casos foram Historic Scotland, Scottish Natural Heritage e Scottish Enviroment Protection Agency. O público não foi consultado neste momento da avaliação em nenhum dos casos. Os resultados encontrados estão em acordo com Chaker et al. (2006) que relatam que a prática da consulta às autoridades do relatório de scoping tem promovido melhoras nas avaliações da AAE em diversos países, como Canadá, Reino Unido, Estados Unidos, Portugal, Dinamarca entre outros e na Escócia, como ressalta o Scotland (2006), é uma prática consolidada.

Como destacado pelos autores Therivel, (2004), ODMP, (2005), Fischer, (2007) a consulta às autoridades sobre o relatório de scoping apresenta um retorno qualitativo para os futuros relatórios ambientais. Este retorno qualitativo pode ser verificado em todos os casos avaliados. A título de exemplos das contribuições das autoridades para os relatórios de scoping que contribuíram para o aprimoramento dos resultados da AAE, destaca-se o caso 8. Neste caso, algumas sugestões e orientações das autoridades melhoraram o relatório ambiental, a saber:

 As medidas mitigadoras podem ser incorporadas como uma alternativa para o próprio plano de manejo;

 Consultar a nova política de resíduos sólidos;

 Para a descrição da base de dados relacionada aos recursos hídricos indicar também o status ecológico do ambiente aquático;

 Quando realizar a avaliação dos efeitos ambientais, informações suficientes devem ser fornecidas para justificar claramente as razões de cada uma das avaliações apresentadas;

 A proposição de medidas mitigadoras deve seguir a hierarquia – evitar, reduzir, remediar e compensar – e sempre que possível buscar oportunidades de impactos positivos;

 Detalhar mais os objetivos da ação estratégica;  Explorar os impactos cumulativos.

A consulta às autoridades ambientais / sustentabilidade favorece uma avaliação mais assertiva e eficaz da ação estratégica, pois as autoridades orientam sobre o nível de detalhamento das informações relacionadas com os objetivos e base de dados da AAE, se a metodologia de avaliação é coerente com o que se pretende avaliar, entre outros direcionamentos. De maneira geral, as autoridades aconselham como a avaliação deve prosseguir, no intuito, de melhorar a qualidade dos relatórios ambientais (SCOTLAND, 2006). Para o ODMP (2005), a consulta do relatório de scoping às autoridades assessora para que o relatório ambiental seja robusto o suficiente em fornecer suporte à ação estratégica nas próximas etapas de avaliação da AAE.

Sendo assim, constata-se que o relatório de scoping é oportuno para avaliar tudo o que foi realizado até o momento com aprimoramento das questões levantadas e correções de possíveis divergências. Além das consultas às autoridades, é requerida a consulta ao público no relatório scoping para discutir ainda no início da elaboração do plano as aspirações da comunidade (GAUTHIER, SIMARD, WAAUB, 2011). Contudo, a consulta ao público neste momento da avaliação não é uma prática dos casos avaliados.