• Nenhum resultado encontrado

produzir conhecimento apropriável no âmbito das metodologias de análise espacial, no contexto do PPOGEM, reforçando assim, a pertinência do seu uso.

No documento OS VALORES DA GEOGRAFIA (páginas 96-101)

arquivos de memória ambiental

O.03 produzir conhecimento apropriável no âmbito das metodologias de análise espacial, no contexto do PPOGEM, reforçando assim, a pertinência do seu uso.

Sendo certo que não existem fórmulas universais nesta temática (Cicin-Sain & Knecht, 1998) importa desenvolver uma metodologia que considere e integre as especificidades em termos da multidimensionalidade e variabilidade espacial e temporal do Mar, dos seus recursos, actividades/agentes e da sua governança, sempre que possível, adaptando ferramentas existentes (Calado et al, 2010).

2. Material & Métodos

Sendo este estudo comparativo e tendo a necessidade de identificar o porto e a cidade que o acolhe, seleccionámos oito (8) limites administrativos de portos e consequentemente oito (8) limites administrativos de cidades, relativos ao ano de 2014 (United Nations, 2014; UNCTAD, 2014). Elegemos os três (3) primeiros exemplos para cada Grupo Geográfico Portuário (GGP), no caso de existirem.

82

Assim obtivemos os portos marítimos: asiáticos -Shangai, Singapura, Shenzhen-, europeus -Roterdão, Hamburgo, Antuérpia- e norte-americanos -Long Beach, Los Angeles.

Os oito (8) portos marítimos (casos de estudo) foram escolhidos para experimentar este modelo de análise espacial, que sustentará uma estratégia operativa, que ulteriormente se materializará em projectos prioritários e ações concretas sobre o território, em articulação com as diversas administrações.

Fazendo uso das bases de dados da Organização das Nações Unidas (ONU) produziram-se mapas gráficos e diagramas, onde exploramos cinco (5) indicadores, de carácter geral, sobre crescimento económico e carácter específico, sobre tipologias-portuárias (país, cidade, extensão, volume de comércio de mercadorias-importação/exportação-, comércio por zona geográfica) e classificação cidades-portuárias (país, cidade, população, área). Pela limitação de páginas do artigo, parte destes ficarão de fora e apenas apresentaremos descritivamente os resultados obtidos.

3. Resultados

Num total de 5335 portos, a nível mundial, estes podem ser agrupados em seis (6) GGP: América do Norte com 1705 portos, Europa com 1528 portos, Ásia com 1074 portos, América do Sul com 405 portos, África com 313 portos e Austrália com 310 portos (Figura 1).

Figura 1 – Grupos Geográficos Portuários

Com a produção de informação de carácter geral e carácter específico sobre tipologias-portuárias e classificação cidades-portuárias, analisámos criticamente o território da cidade e do porto que ulteriormente poderá ser replicada noutros casos de estudo e apoiar os PPOGEM, objectivo maior desta investigação.

No período que decorreu entre 1991-2014 o país que revelou o maior crescimento, para os vinte e quatro (24) exemplos analisados (ver Figura 2), foi a China, no continente asiático. Seguem-se a Índia, os Últimos Países Desenvolvidos (LDCs) e as Economias em Desenvolvimento, distribuídas pelos continentes asiático e africano.

83

Figura 2 – World Output Growth

Sobre as tipologias-portuárias e para o mesmo período temporal, 1991-2014, aferiu-se que:

01. o volume do comércio de mercadorias de exportação tem sido cada vez mais elevado nos países

do continente asiático (China, Índia, Ásia Ocidental) e importação na África, Ásia (China) e nas Economias de Transição;

02. as trocas comerciais marítimas sofreram um crescimento positivo nos últimos três (3) anos,

sendo que o maior aumento relativo, para os indicadores analisados (carga seca, cinco (5) maiores cargas, petróleo e gás), foi na carga contentorizada, no ano de 2013;

03. na análise do comércio por zona geográfica, verificamos que Ásia detém mais de 50% da

tonelagem carregada e descarregada, seguida das Américas, Europa, Oceânia e África;

04. dos Top 20 dos Terminais de Contentores quatorze (14) são portos asiáticos, sendo que oito (8)

ocupam os primeiros lugares na tabela.

05. dos diversos portos selecionados (Roterdão, Hamburgo, Antuérpia, Shangai, Singapura,

Shenzhen, Long Beach e Los Angeles) os asiáticos (15/20-75%) encontram-se na primeira metade dos Top 20 dos Terminais de Contentores, seguidos dos europeus (3/20–15%) e dos norte americanos (2/20–10%).

Sobre as cidades-portuárias dos oito (8) portos selecionados averiguou-se que, na generalidade, as maiores cidades correspondem aos maiores portos (Tabela I). A excepção, na nossa, amostra é Singapura. Apesar de ser o segundo maior porto, ocupa a sexagésima-quarta (64ª) posição no ranking de cidades, que pode estar associado às suas características geográficas e políticas.

84

Tabela I – Cidade-Portuária VS Tipologia-Portuária

Geographical Group Country

City Port Area Population Port Name Position Top 20 Container Terminal 2014 TEU´s percentage change 2013 2014 Rank Position 2014

Asia China Shanghai 23.000.000 3 Shanghai 1 36.617.000,00

Asia Singapore Singapore 5.500.000 64 Jurong Island 2 32.600.000,00

Asia China Shenzhen 10.700.000 26 Shekou 3 23.279.000,00

Europe Netherland Rotterdam Rotterdam 11 11.621.000,00

Europe Germany Hamburg Hamburg 15 9.258.000,00

North America United States of

America Long Beach

12.300.000,00 20

Long Beach 16 8.730.000,00

North America United States of

America Los Angeles Los Angeles 19 7.869.000,00

Europe Belgium Antwerp Antwerp 17 8.578.000,00

4. Conclusões

Pelos dados apresentados verificamos que os valores para o crescimento económico mundial reflectem a importância dos portos e das cidades-portuárias, já que evidenciam a supremacia das cidades e portos asiáticos face aos restantes casos analisados.

Identificamos uma relação directa quando confrontamos os dados sobre o crescimento económico, as cidades-portuárias e as tipologias-portuárias, corroborando a afirmação de que as maiores cidades mundiais são, na generalidade, cidades-portuárias.

5. Agradecimentos

Este artigo apresenta resultados de investigação do Plano Estratégico (PEst-UID/SOC/04647/2013), financiado pela FCT.

6. Bibliografia

Bruttomesso, R. & Alemany, J. (Coord) (2011). The port city of the XIX century. New challenges in the relationship

between Port and City. Veneza: Edição da Associação RETE (Association for the Collaboration between Ports and

Cities.

Calado, H. et al (2010). “Marine Spatial planning: lessons learned from the Portuguese debate” In Marine Policy, 34:1341-1349.

Cicin-Sain, B. & Knecht, R.W. (1998). Integrated Coastal and Ocean Management: Concepts and Practices. Washington, D.C: Island Press.

Day, J. (2008). “The need and practice of monitoring, evaluating and adapting marine planning and management – lessons from the Great Barrier Reef” in Marine Policy 31: 823-831.

Diedrich A., Tintoré J. & Navinés F. (2010). “Balancing science and society through establishing indicators for integrated coastal zone management in the Balearic Islands” in Marine Policy, 34:772-781.

Douvere, F. & Ehler, C. (2011). “The importance of monitoring and evaluation in adaptive maritime spatial planning”. In Journal of Coastal Conservation, 15:305-311.

85

Ehler, C. & Douvere, F. (2009). Marine Spatial Planning: a step-by-step approach toward ecosystem-based

management. Intergovernmental Oceanographic Commission and Man and the Biosphere Programme. IOC

Manual and Guides No. 53, ICAM Dossier No. 6. Paris: UNESCO.

Fritz, J. S. (2010). “Towards a “new form of governance” in science-policy relations in the European Marine Policy” In Marine Policy 34:1-6.

Guimarães, F. J. (2007). Cidade portuária, o porto e as suas constantes mutações. Lisboa: Collecção Expoentes. Mateus, D. (2009). Orientações das políticas europeias para o urbanismo e ordenamento do território: Atlas de

Portugal. Tese Doutoramento. Lisboa: Universidade Lusofona de Humanidades.

Marqués, M. J. A. (2012). Las transformaciones del puerto de Malaga en el debate de los waterfronts – mar a la

vista. Tese de Doutoramento. Málaga: Universidade de Málaga.

Sousa, J. F. (coord) (2003). Portos, Transportes Marítimos e Território. Lisboa: Gráfica 2000.

Van Koningsveld, M, Davidson, M.A. & Huntley, D.A. (2005). “Matching science with coastal management needs: the search for appropriate coastal state indicators” in Journal of Coastal Research 21(3): 399–411. United Nations - Department of Economic and Social Affairs. (2014). World Urbanization Prospects: The 2014

Revision. New York and Geneva: United Nations Publication.

X CONGRESSO DA GEOGRAFIA PORTUGUESA

Os Valores da Geografia

Lisboa, 9 a 12 de setembro de 2015

86

As múltiplas faces da gentrificação em diferentes contextos socioespaciais:

No documento OS VALORES DA GEOGRAFIA (páginas 96-101)

Outline

Documentos relacionados