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4 O FEITO: EM ANÁLISE O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DOS

4.1 O QUE DIZEM OS DOCUMENTOS INSTITUCIONAIS?

4.1.2 Projeto Pedagógico do Curso – PPC

Considerando que o Ensino Médio integrado anuncia a integração como estratégia necessária para formar o ser humano nas suas múltiplas potencialidades, com capacidades para pensar, planejar, dirigir e executar, ou seja, capaz de realizar seu exercício profissional com conhecimento científico-tecnológico e apropriação histórico-social (CIAVATTA, 2012), refletir sobre o que é integrar, em um curso de Ensino Médio integrado, torna-se tarefa essencial.

No caso da formação integrada ou do Ensino Médio integrado ao ensino técnico e à educação profissional, postula que a educação geral se torne parte inseparável da educação profissional em todos os campos onde se dá a preparação para o trabalho: seja nos processos produtivos, seja nos processos educativos como a formação inicial, como o ensino técnico, tecnológico ou superior. Significa que se busca enfocar o trabalho como princípio educativo, no sentido de superar a dicotomia trabalho manual/trabalho intelectual, de incorporar a dimensão intelectual ao trabalho produtivo, de formar trabalhadores capazes de atuar como dirigentes e cidadãos (FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS, 2012,p. 17).

Ressaltamos, dessa forma, que o planejamento, a organização, a estrutura do currículo de um curso, em especial, de um curso técnico ofertado na forma integrada ao Ensino Médio, necessita considerar essa integração como ponto chave.

Nesse contexto, analisamos o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) Técnico em Informática do Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim buscando identificar o conceito que se anuncia sobre o Ensino Médiointegrado como as dimensões trabalho, ciência, tecnologia, cultura e cidadania se configuram nesse documento.

O PPC, conforme destaca Bezerra (2013), constitui-se como um documento institucional de planejamento do curso, reunindo informações referentes à justificativa, objetivos, organização curricular, perfil do egresso, avaliação, instalações e equipamentos, corpo docente, certificação e acervo bibliográfico do curso. É baseado no PPC que os docentes realizam a elaboração dos seus planos de ensino que, por sua vez, subsidiam a elaboração dos seus planos de aula. Trata-se de um importante documento cujo papel fundamental é guiar o trabalho escolar e pedagógico.

O PPC analisado foi construído no ano de 2008, por uma comissão composta pela coordenação do curso, docentes, pedagoga e técnica em assuntos educacionais. O curso tem duração de 4 anos, carga horária de 3.540 horas, estágio opcional com carga horária de 400 horas. São oferecidas turmas anualmente e o turno de funcionamento é o diurno.

O documento contém capa, função e nome da equipe de diretores e gerentes da instituição, identificação da instituição, dimensionamento do curso, legislação referente à educação profissional técnica de nível médio na forma integrada, comissão responsável pelo projeto de curso e sumário seguido dos capítulos.

No primeiro capítulo, consta a justificativa e os objetivos do curso e, no primeiro parágrafo, que trata da justificativa, existe a seguinte informação: “o presente projeto visa à implantação do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio do Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo - CEFETES, em

atenção às necessidades específicas do mercado regional” (IFES, 2008, p. 8, grifo nosso).

Destaca-se que a instituição, naquele contexto, ainda era unidade descentralizada do CEFETES e havia uma ênfase dada ao atendimento às necessidades do mercado de trabalho, destacada logo no início do texto. O documento segue indicando a necessidade de profissional qualificado para área de informática, a partir de dados levantados com as empresas regionais. O quarto parágrafo destaca os pressupostos sócio-filosóficos do projeto a “formação integral do profissional-cidadão”. Sem, contudo, fornecer maiores explicações sobre essa formação (PPC, 2008, p. 9, grifo nosso).

Em seguida apresenta as exigências que o curso busca satisfazer como desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para a integração do estudante ao mundo do trabalho; capacitar os estudantes a aprender e buscar novas experiências e oportunidades de aprendizado. Conforme o documento, a formação deve atender a três premissas básicas: a formação científica–tecnológica–humanística sólida, a flexibilidade para as mudanças e a educação continuada. Não consta no projeto pedagógico informações sobre exigências e premissas apresentadas.

Conforme o documento, o mercado de trabalho atual demanda um técnico generalista, com capacidade para atuar de maneira eficaz, em diversas áreas do seu campo de atuação profissional. Sendo necessários, dessa forma, para o exercício de uma profissão técnica, sólidos conhecimentos das ciências básicas e dos aspectos relacionados ao desempenho da sua habilitação nos sistemas produtivos, criatividade, disciplina e senso de qualidade; liderança, multifuncionalidade, capacidade de trabalhar em equipe e espírito empreendedor. Importante ressaltar o compromisso do curso com as questões sociais

[...] inserindo no mercado de trabalho, mão de obra qualificada, diminuindo o desemprego e consequentemente aumento de renda, promovendo o desenvolvimento social e tecnológico de excelência do país, por meio do ensino pesquisa e extensão, com foco no desenvolvimento humano sustentável (PPC, 2008, p. 9).

O PPC destaca, como pano de fundo, a ênfase no mercado de trabalho, na formação profissional e nas qualidades que são exigidas pelo mercado, presente a todo momento em todo capítulo da justificativa. Em um único momento do capítulo se afirma sobre o pressuposto da formação integral, porém sem conceituar essa formação para o leitor.

Ainda no primeiro capítulo, mas no item que trata dos objetivos do curso, apontam-se quatro 4 objetivos, os quais destacamos, exatamente conforme descrito no PPC, seguidos de nossa análise conforme o Quadro 3 a seguir.

Quadro 3 – Objetivos do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio do Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim x Análise de conteúdo

(continua) Objetivos

Oferecer Educação Profissional Técnica de Nível Médio na forma integrada em consonância aos princípios estabelecidos na Lei n° 9394/96 de 20/12/1996 e demais legislações regulamentadoras pertinentes, atentando para as competências, habilidades e bases tecnológicas previstas nos parâmetros curriculares nacionais do Ensino Médio e dos cursos técnicos;

Possibilitar a inserção no mercado de trabalho e a continuidade dos estudos dos alunos egressos do curso técnico em informática integrado ao Ensino Médio, tendo por balizador os princípios da ética e da solidariedade e o exercício pleno da cidadania;

Formar profissionais técnicos em Informática, possibilitando-lhes a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos do processo produtivo, relacionando a teoria com a prática no ensino dos componentes curriculares do curso e em observância às demandas do mercado de trabalho;

Propiciar, além da formação técnica em informática, desenvolvimento de habilidades como a busca por oportunidades, ter iniciativa, ser persistente, ser comprometido, ser exigente quanto à qualidade e eficiência, correr riscos calculados, estabelecer metas, buscar informações, planejar e monitorar sistematicamente projetos de desenvolvimento de sistemas.

Análise

No que tange às bases legais que fundamentam o PPC em questão, menciona-se a LDB 9.394/96, o Decreto 5.154/2004, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio de 1998, as Diretrizes

(conclusão) Curriculares Nacionais para Educação Profissional Técnica de Nível Técnico de 1999, o Parecer CNE/CEB nº 39/2004 e a Resolução CNE/CEB nº 1/2005.

Baseado na LDB 9.394/96 e no Parecer CNE/CEB nº 39/2004, sobre as dimensões estruturante, o artigo 39 da LDB consta que “A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia”. Não constando a dimensão da cultura. Em relação à cidadania, esta já constava mencionada como finalidade da educação básica.

Verificamos que o PPC não utilizou o documento base elaborado por Dante Henrique Moura, Sandra Regina de Oliveira Garcia e Marise Nogueira Ramos, pulicado em 2007.

Segundo Bezerra (2013), o documento base, após a homologação do Decreto 5.154/2004, constituiu-se o primeiro documento oficial que tratou das concepções e princípios do Ensino Médio integrado, bem como esboçou alguns fundamentos para orientar o planejamento dos Planos (Projeto Político-Pedagógico) de cursos de Ensino Médio integrados. O documento base apontava para a integração das dimensões estruturantes do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura. Apontava o trabalho e a pesquisa como princípios educativos e trazia reflexão sobre a integração.

Por não utilizar o documento base (BRASIL, 2007) enfatizou habilidades e competências específicos para área profissional. Compreendemos os conhecimentos específicos da área profissional como essenciais, mas numa concepção de educação integrada, é necessário relacionar a parte à totalidade, conhecimentos gerais e específicos, saberes contemporâneos e história. Os conhecimentos específicos teriam como base a compreensão global da realidade e não somente o recorte da atividade profissional em curso.

De certa forma, o PPC é híbrido e apresenta, mesmo que vagamente, uma formação atenta aos princípios da ética, da solidariedade, da cidadania.

É necessária a reformulação do projeto, tendo em vista as diretrizes curriculares nacionais para a educação profissional técnica de nível médio aprovadas em 2012. O PPC deve dialogar com as concepções e os princípios da formação humana integral/omnilateral expressa nas legislações educacionais vigentes e também no projeto pedagógico institucional vigente. Assim como fundamentar teoricamente o conceito de Ensino Médio integrado e qual a proposta dessa modalidade de ensino.

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Fonte: Elaborado pela autora (2019)

No capítulo que trata do perfil do egresso, mais uma vez, a grande ênfase que observamos está relacionada aos aspectos profissionais de atuação do técnico de informática. O documento informa que o profissional será capaz de desenvolver

programas de computador, utilizar ambientes de desenvolvimento de sistemas, sistemas operacionais e banco de dados, realizar testes de software, manter registros que possibilitem análises e refinamento de resultados, executar manutenção de programas de computadores implantados. Destaca as possibilidades de atuação na sociedade: instituições públicas, privadas e do terceiro setor que demandem sistemas computacionais, especialmente envolvendo programação de computadores e ressalta as temáticas que serão abordadas durante a formação: lógica e linguagens de programação, sistemas operacionais, hardware, interpretação de especificações de sistemas computacionais e banco de dados, bem como os princípios da ética, da solidariedade e o exercício pleno da cidadania.

Analisamos que, por destacar os princípios éticos da solidariedade e o exercício pleno da cidadania, mesmo que sem muitos detalhes, verificamos uma sinalização para formação humana, razão pela qual não podemos dizer que o documento objetiva somente o fim profissionalizante.

Conforme destaca Bezerra (2013), se ponderarmos que o motivo da luta dos pesquisadores da área de educação e trabalho, pela integração do Ensino Médio à Educação Profissional Técnica, é a de superação da dualidade educacional, de modo a resgatar o princípio da formação humana em sua totalidade, integrando Ciência e cultura, humanismo e tecnologia, com vistas ao desenvolvimento das as potencialidades humana, concluiremos que os objetivos destacados no PPC não contemplam tal a formação proposta para o Ensino Médio Integrado.

Sobre esse debate, podemos constatar, de acordo com Bezerra (2013, p.102), que

[...] quando o Ensino Médio tem também um objetivo profissionalizante, a finalidade não deve ter um fim em si mesma e nem tampouco deve acenar para os interesses do mercado. O objetivo profissionalizante deve, no entanto, ser entendido como uma possibilidade a mais para a construção dos projetos de vida, socialmente determinados, dos estudantes, o que só é possível se a formação ampla e integral for garantida (BEZERRA, 2013, p.

102).

Como forma de garantir essa formação ampla, as dimensões estruturantes do trabalho, da ciência, da tecnologia, da cultura e da cidadania são fundamentais no currículo integrado, contudo, a articulação entre essas dimensões não é mencionada

no PPC, o qual fica devedor em virtude de o Documento Base (2007) não ter sido utilizado como fonte para sua formulação. Segundo Bezerra (2013), o documento base, após a homologação do Decreto 5.154/2004, constituiu-se no primeiro documento oficial que tratou das concepções e princípios do Ensino Médio integrado, bem como esboçou alguns fundamentos para orientar o planejamento dos Planos (Projeto Político-Pedagógico) de cursos integrados. Neste documento, já se apontava para a integração das dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura – categorias indissociáveis para concretização de uma formação omnilateral. Em relação à formação cidadã, mesmo que de forma sutil, é citada, talvez em decorrência do diálogo com as bases legais apresentadas no documento.

Nessa perspectiva, destacamos que a justificativa, os objetivos do curso e o perfil do egresso precisam ser revistos para que possam ser reelaborados de forma integrada.

No capítulo que trata da organização curricular, o PPC destaca que foram observadas as pesquisas de demanda do mercado e consulta à legislação vigente para entender o perfil profissional do egresso que melhor atendesse às necessidades da região.

Consta que o curso está organizado em 4 anos, tendo sua matriz organizada pela(o):

Base Comum Nacional - composta pelas áreas de: Linguagens, Códigos e suas tecnologias; Ciências Humanas e suas tecnologias; e Ciências da natureza, Matemática e suas tecnologias, visando a possibilitar, ao aluno, uma base consistente para que ele compreenda o mundo, a influência de suas ações e da sociedade e exercite a cidadania; Núcleo Diversificado – composto por componentes curriculares que permitem estabelecer relações entre o Ensino Médio e o mundo do trabalho, articulado com o conhecimento científico e pelo Núcleo Profissional – composto por componentes curriculares que tratam da formação profissional do técnico em Informática visando a propiciar aos alunos o desenvolvimento das competências necessárias ao exercício profissional.

Ainda nesse capítulo, abordam-se os princípios explicitados no Parecer CNE/CEB nº 16/99 (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico em vigência na época da elaboração do PPC) destacando que, para o atendimento ao princípio da estética da sensibilidade,

[...] há que se relacionar ao conceito de qualidade e respeito ao cliente, a quem se destina o trabalho realizado, que deve ser bem feito, acabado e com gosto, o que encaminha para o desenvolvimento pleno da cidadania, para a valorização da diversidade, para a anti-burocracia, consoante com o novo paradigma no mundo do trabalho. Isso implica a organização do currículo do Curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio apoiado em valores que fomentem a criatividade, a iniciativa e a liberdade de expressão, no qual a prática pedagógica não reduza a formação profissional apenas a domínio da técnica, mas que atenda a percepção de trabalho como uma forma concreta do exercício da cidadania (PPC, 2008, p. 14).

No PPC, consta também o princípio da política da igualdade, no qual é

[...] vislumbrada a construção de uma nova forma de valorização do trabalho, visando a superação de preconceitos, criticando-se permanentemente privilégios e atitudes discriminatórias, de forma a suplantá-los. No exercício do currículo isso indica a explicitação da necessidade de incentivo a situações de aprendizagem que valorizem o aluno, ao trabalho em equipe, de forma que ao oportunizar ao aluno a apropriação dos saberes, possibilite que ele reconheça que todos apresentam capacidades e necessidades diferentes e valorize o seu trabalho bem como o executado por outros. Ainda há que se atentar para a organização de estratégias que visem a contextualização dos conteúdos curriculares voltados para a formação profissional (PPC, 2008, pp.

14-15).

E por último, o princípio da ética da identidade, compreendida como uma forma citadas, “uma vez que será o coroamento de um processo de permanente prática de valores ao longo do desenvolvimento do projeto pedagógico assumidos os princípios inspirados na estética da sensibilidade e na política da igualdade” (PPC, 2008, p. 15).

Verificamos que a proposta curricular fundamentada nesses princípios tende a valorizar a formação profissional, o mercado de trabalho. Contudo, em um PPC unificado, na forma integrada, tantos os componentes curriculares da Educação Básica quanto os da formação profissional devem ser valorizados simultaneamente.

É importante valorizar não somente aspectos que irão atender ao setor produtivo, mas à sociedade de forma geral, tais como a produção de conhecimento, saberes, bens e serviços visando a melhorar as condições de vida coletiva. Bezerra (2013) explica que o simples fato de a proposta curricular se fundamentar nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e educação profissional de nível técnico, em vigência na época, já indica que a integração entre a formação humana integral com a formação profissional era uma miragem.

O capítulo segue realizando considerações sobre o mercado de trabalho e a formação profissional e trata do princípio da flexibilidade, da adoção de itinerários formativos como forma mais adequada de atender aos interesses e às necessidades do aluno, favorecendo o exercício da sua autonomia, além de possibilitar maior liberdade para a organização curricular do curso. Consta, no PPC, como ponto essencial,

[...] o não entendimento dos componentes curriculares e dos assuntos tratados no itinerário de formação como meros recortes que não atendem ao que é requisitado no cotidiano escolar, no processo de formação profissional e no próprio exercício da profissão, posteriormente. Nesse sentido, a contextualização e a interdisciplinaridade são entendidas como necessárias, devido à importância de se conferir significado ao que é discutido em sala de aula, evidenciando que o conhecimento é produzido a partir da inter-relação entre as áreas do saber, posto que isso favorece o processo de ensino-aprendizagem, conferindo dinâmica ao conhecimento e a formação do educando (PPC, 2008, p. 15).

Constatamos, nesse trecho, evidências de uma organização curricular que aponta para a integração, tendo em vista que considera os componentes curriculares não como recortes. Ao destacar a necessidade da contextualização nas abordagens e a interdisciplinaridade na formação, destacadas como importantes na construção do conhecimento, na inter-relação entre as áreas do saber, o PPC valoriza procedimentos que favoreceu a integração curricular.

Em seguida, o PPC apresenta as competências necessárias, por área de conhecimento, que deverão ser adquiridas pelo aluno no decorrer do curso. De acordo com Ciavatta e Ramos (2011, p. 30), o currículo por competências constitui “uma abordagem condutivista do comportamento humano e funcionalista de sociedade, reproduzindo-se os objetivos operacionais do ensino coerentes com os padrões taylorista-fordistas de produção”. Dessa forma, o currículo centrado nas competências impossibilita uma formação humana plena, na sua totalidade.

O capítulo que trata da matriz curricular informa o leitor sobre a garantia dos 200 dias letivos, com carga horária dimensionada para 36 semanas com duração da aula de 50 minutos, a qual pode ser conferida na Tabela 1.

Verificamos que a integração prevista para acontecer por meio da interdisciplinaridade entre a base comum e a profissional não se materializa de forma prática na matriz

curricular. Não constam na matriz curricular, por exemplo, práticas integradas ou interdisciplinares ou eixo integrador ou núcleos temáticos. Ou seja, falta, na matriz curricular os elos capazes de integrar os componentes curriculares.

Tabela 1 – Matriz curricular do Curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio do Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim

(continua)

Etica e Legislação Profissional 2 60,00 60

Segurança Meio Ambiente e Saúde 2 60,00 60

Total Núcleo Diversificado 540,0 540,0

Total aulas/semana (Base Comum + Diversificado) 27 20 18 18 2490,00 2490,0

(conclusão)

Redes de Computadores (teórica no

primeiro semestre depois divide 100%) 4 120,00 120,00 Modelagem de Dados (divide 100%) 2 60,00 60,00 Análise e Projeto de Sistemas (divide

100%) 3 90,00 90,00

Programação II (divide 100%) 3 90,00 90,00 Administração de Redes (divide 100%) 3 90,00 90,00

Banco de Dados (divide 100%) 3 90,00 90,00

Programação para WEB 3 90,00 90,00

Aplicativos gráficos para WEB 3 90,00 90,00 Projeto Integrador de Redes 2 60,00 60,00 Projeto Integrador de Desenvolvimento 3 90,00 90,00 Total aulas/semana Núcleo Profissional 3 10 12 10 1050,00 1050,00

Total Geral aulas/semana 30 30 30 28

Total da Etapa Escolar no Curso 3540,00

Estágio Opcional 400,00

Carga Horária Total do Curso) 3940,00 3940,00

Fonte: Ifes (2008)

Em Bezerra (2013), constatamos que alguns PPC’s apresentam, na matriz curricular, além de elementos integradores, oficinas de integração, definidas através do diálogo entre os diferentes saberes. Todos os professores devem participar das oficinas que tem o objetivo de integrar as diferentes unidades curriculares e estimular a pesquisa.

Não se trata de uma disciplina, mas parte indissociável de cada área do conhecimento.

Dessa forma, a matriz curricular precisa ser revista, buscando especificar, de que forma será realizada a integração dos componentes curriculares.

O capítulo seguinte traz os planos de ensino dos componentes curriculares. Sobre esse capítulo, destacamos o componente curricular Projeto Integrador de Desenvolvimento que, aparentemente, aponta para uma proposta integradora, mas, no seu planejamento, não se evidencia de que forma seria realizada essa integração.

O plano de ensino apresenta os conteúdos programáticos e anuncia o desenvolvimento de um projeto que objetiva integrar as habilidades e competências necessárias a um dos perfis do técnico de informática, dando ao aluno uma oportunidade de gerenciar e desenvolver um projeto de redes ou de um sistema em todas as suas fases. Atualmente, um grupo de professores tem gerido este projeto de

maneira interdisciplinar, o que nos propusemos investigar. Contudo, a partir do PPC, não é possível realizar análise do projeto.

De um modo geral, tendo em vista que o PPC foi formulado na implantação do curso,

De um modo geral, tendo em vista que o PPC foi formulado na implantação do curso,