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7 ANÁLISE DOS RESULTADOS

7.2 CARACTERÍSTICAS FAVORÁVEIS QUE SE APRESENTAM COMO AS MAIS

7.2.6 Projetos desenvolvidos

As duas escolas participavam de projetos comuns a toda rede pública de ensino do Distrito Federal, porém vale ressaltar um projeto de cada uma delas que diferia dos desenvolvidos pela rede e que contribuía para a formação global dos estudantes, colaborando para uma aprendizagem mais eficaz.

7.2.6.1 Escola A: Projeto revivendo êxodos - Roteiro Missão Cruls

De acordo com o PPP da escola, o Projeto Interdisciplinar Revivendo Êxodos tinha carga horária semanal de 1h/aula e estabelecia como objetivo geral:

Proporcionar aos alunos da rede pública uma formação intelectual e emocional que possibilite a transformação de todos em cidadãos críticos, participativos e sensíveis, bem como articular com diversos parceiros propostas e ações nas áreas de educação, pesquisas históricas, políticas de preservação, registro de manifestações e desenvolvimento sustentável.

(Fonte: PPP escola A)

Como objetivos específicos eram estabelecidos:

1. Dialogar com a literatura, a vida cotidiana, a abordagem histórica e os trabalhos da Missão Cruls;

2. Entender a relação homem-natureza, homem-sertão como uma das marcas principais das pesquisas realizadas pelo Projeto;

3. Estudar as regiões administrativas do DF e as cidades dos municípios de Niquelândia-GO; Santa Izabel-GO; Goianésia- GO; Pirenópolis-GO; Cocalzinho- GO; Corumbá de Goiás-GO; Alexânia-GO; região do Catetinho-DF; que compõem o roteiro da caminhada deste ano; a região noroeste/oeste do DF e a RIDE (Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno);

4. Pesquisar autores e personagens de notória importância para a cultura nacional e regional. Por exemplo: Maria Bonita; Lima Barreto; Carybé e Assis Valente; 5. Comemorar o Ano Internacional da Química, das Florestas e dos Povos Afrodescendentes.

(Fonte: PPP escola A)

O planejamento do projeto, de acordo com o PPP da escola, ocorria durante todo o ano letivo, primeiro a partir da elaboração de conceitos; depois a partir de leituras, pesquisa bibliográfica, entrevistas e visitas aos locais, com o objetivo de ligar o conceito ao contexto histórico e às características do assunto pesquisado. Os alunos estudavam a Missão Cruls e faziam o seu percurso durante o ano, que eram pesquisas de campo bem dirigidas e multidisciplinares. O projeto era desenvolvido desde 2001, portanto, começava a ser trabalhado no 6º e 7º anos e tinha sua culminância no 8º e 9º anos, com as saídas de campo.

O Projeto se articulava com diversos parceiros, propostas e ações nas áreas de educação, pesquisas históricas, políticas de preservação, registro de manifestações, desenvolvimento sustentável, entre outras. Nos últimos anos a escola pôde contar com algumas das instituições públicas mais respeitadas, como o Exército Brasileiro, o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o ICMbio - Instituto Chico Mendes, além de governos estaduais e do Distrito Federal, administrações municipais da RIDE – Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno e diversas empresas colaboradoras, além de instituições como o Clube dos Pioneiros de Brasília e o Roteiro Missão Cruls.

O projeto possuía, para sustentação e embasamento de suas pesquisas e ações, três áreas de atuação: Identidade (cidadania, ética, comportamento, relações, etc); Patrimônio (material e imaterial, construções sociais e culturais, etc) e Meio Ambiente (cerrado, fauna, flora, preservação, tecnologias e ciências, qualidade de vida etc).

Diversas ações do projeto eram realizadas em conjunto e as experiências compartilhadas. Os alunos realizavam extensa pesquisa bibliográfica e de campo, com a abordagem de temas contemporâneos e o aprofundamento experimental, ao longo do ano construíam dossiês, portfólios, vídeos, boletins informativos, cartazes, folders, encenações, desenvolviam uma monografia escolar e apresentavam seminários. Além disso, ao longo do ano os alunos visitavam as cidades estudadas, realizando entrevistas e pesquisas sobre o patrimônio imaterial dessas comunidades.

Ao final de cada edição a escola realizava uma Mostra de Resultados no Espaço Cultural Renato Russo, da 508 Sul, da Secretaria de Cultura do GDF. A Mostra era composta de uma exposição fotográfica, além de outros produtos idealizados e confeccionados pelos alunos. A exposição fotográfica era uma das ações que potencializam o objeto de investigação, a outra era a Caminhada, que já teve quatro edições: “Brazlândia-DF – Planaltina-DF” em outubro de 2004, sete dias e 110 km percorridos; “Pirenópolis (Parque dos Pirineus-GO) – Gama (Catetinho-DF)” em outubro de 2005, dezesseis dias e 340 km percorridos; “Formosa (Marco Zero da Missão Cruls-GO) – Parque Nacional de Brasília (Água Mineral-DF)” em outubro de 2006, quatorze dias e 310 km percorridos; “Chapada Gaúcha (Parque Nacional Grande Sertão Veredas-MG) – Jardim Botânico-DF” em outubro de 2008, quinze dias e 300 km percorridos a pé mais 1.200 feitos de ônibus e “A Caminhada de 2010 “Cavalcante–GO - Brasília–DF”, realizada entre os dias 04 a 18 de outubro.

Em 2011 o objetivo foi estabelecer o diálogo entre literatura, vida cotidiana, abordagem histórica e o Projeto. Os alunos pesquisaram autores e personagens de notória importância para a cultura nacional e regional. Por exemplo, Maria Bonita; Lima Barreto;

Carybé e Assis Valente, além de comemorarem o Ano Internacional da Química, das Florestas e dos Povos Afrodescendentes. A relação homem-natureza, homem-sertão era uma das marcas principais das pesquisas realizadas pelo Projeto. Outro diálogo constante continuou sendo com os trabalhos da Missão Cruls.

Um dos objetivos do Projeto alcançados nos últimos anos foi analisar criticamente a vida cotidiana nas escolas, em Brasília, no DF/RIDE, no Brasil e no mundo, levando os alunos a uma reflexão sobre os objetos de pesquisa trabalhados, desenvolvendo assim maior compreensão das questões da atualidade e das múltiplas facetas da realidade contemporânea.

O referido projeto era aguardado pelos alunos, que almejavam chegar ao 8º e 9º anos para fazerem as pesquisas de campo. Os mesmos relataram nos grupos focais que tal viagem era idealizada anos antes. Porém, durante o ano de 2011, ano da referida pesquisa, não ocorreram as saídas de campo mais esperadas, que eram as do mês de outubro, devido à falta de profissionais do Exército Brasileiro para acompanharem a comitiva.

Essas saídas de campo tinham duração de até 15 dias e eram acompanhadas por bombeiros, profissionais do Exército, professores e gestores. Todos acampavam nas fazendas que iam encontrando durante a caminhada e todo o trajeto era feito anteriormente pelos gestores para a demarcação das paradas e a operacionalização das urgências da viagem.

O gestor relatou que era uma viagem muito tranquila e que os estudantes se comportavam muito bem. É um projeto ímpar, pois retira os alunos do seu ambiente e os insere em outro completamente diferente, com uma pesquisa orientada e multidisciplinar. É importante ressaltar a coragem de gestores e professores da escola em saírem com uma média de 80 alunos para passarem até 15 dias fora do âmbito da escola e muitas vezes em locais remotos. Tal projeto é um exemplo para a rede pública do Distrito Federal, por oportunizar aos alunos terem experiências de aprendizagem tão ricas e concretas.

7.2.6.2 Escola B: Projeto Feira do conhecimento

Durante o período letivo, os alunos da escola B desenvolviam vários trabalhos e conviviam em grupo, apresentando temas inseridos nos conteúdos apresentados pelos professores. Muitos destes trabalhos, como seminários, simpósios, apresentações teatrais, etc. ricos em material de pesquisa e realizados com muito empenho e desenvoltura.

Por este motivo, professores e coordenação sentiram a necessidade de criar um momento dentro do ambiente escolar para a mostra desses trabalhos, para serem compartilhados por familiares e toda a comunidade escolar. Tal projeto teve como objetivos:

Objetivo Geral

Fortalecer a socialização e valorização dos trabalhos escolares, desenvolvidos ao longo do ano por alunos e professores, promovendo um momento de troca de experiências.

Exposição dos trabalhos, participação em oficinas e interação escola comunidade. Objetivos Específicos

Realizar amostra dos projetos relacionados com as disciplinas; Desenvolver o senso crítico e a valorização dos trabalhos dos colegas; Incentivar a convivência harmoniosa entre todos os alunos;

Promover a integração escola–família.

(Fonte: PPP Escola B)

Ao longo do ano, durante o período dedicado à coordenação pedagógica, os professores e a coordenação realizavam planejamentos dos temas que seriam apresentados durante a Feira do Conhecimento, criando um tema central e outros geradores.

Após essa primeira etapa, os professores se organizavam em subgrupos em todas as turmas para desenvolvimento dos temas geradores, com os materiais necessários para a realização das exposições, apresentações e oficinas.

A Feira do Conhecimento ocorreu no segundo semestre letivo, em data prevista em reunião de coordenação pedagógica, de acordo com o término da preparação dos projetos dos alunos.

É importante ressaltar a interdisciplinaridade e a preparação para o conhecimento científico, tendo em vista que todas as áreas de conhecimento são contempladas. O envolvimento dos estudantes e de todos os docentes também é notório e imprescindível para o sucesso da feira. Além da participação dos pais, comparecendo à feira, realizada em um sábado.