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1. INTRODUÇÃO:

1.1. PROPAGANDA ELEITORAL E PARTIDÁRIA:

Em primeiro plano não se deve confundir os conceitos de propaganda política, propaganda eleitoral e propaganda partidária. A primeira, a propaganda política, é considerada pela doutrina especializada como gênero, do qual exsurgem como espécies bem delineadas, quais sejam, (a) a propaganda eleitoral e (b) a propaganda partidária.

A propaganda eleitoral é aquela feita em época de eleições para captação de votos para nomes determinados; a propaganda partidária, ao contrário, é genérica, realiza-se sem época determinada (menos no segundo semestre do ano de eleição189), sem menção de nomes, limitando-se a divulgar idéias, doutrinas e propostas do partido político.190

Convém registrar que a propaganda partidária de rádio e de televisão é restrita aos horários disciplinados na lei (essa regulamentação se encontra na Lei 9.096/1995), sendo vedada a propaganda paga (Lei 9.096/1995, art. 45, § 6º, com redação outorgada pela Lei 12.034/2009).

Neste capítulo nos ateremos precisamente à propaganda eleitoral, segundo as previsões da Lei 9.504/1997 e às resoluções pertinentes, lembrando-se, por oportuno, que a propaganda partidária está regulamentada na Lei 9.096/1995 (“Lei dos Partidos Políticos”).

1.2. PROPAGANDA ELEITORAL:

Os princípios regentes da propaganda eleitoral são o da liberdade e o da igualdade, respeitando-se naturalmente as vedações expressamente previstas em lei, as diretrizes gerais estabelecidas no art. 243 do Código Eleitoral e a obrigatoriedade do uso da língua nacional.191

Dentro desse espírito, independerá de licença ou autorização a propaganda em bens particulares (exs.: afixação de placas, de cartazes, pinturas etc.) e aquela executada mediante distribuição de folhetos, volantes etc (Lei 9.504/1997, arts. 37, § 2º e 38), ressalvada quanto à esta última a proibição penal ao exercício da chamada “boca de urna”.192

189

Lei 9.504/1997, art. 36, § 2º. 190

Joel José Cândido, Direito eleitoral brasileiro, p. 153. 191

Resolução-TSE n. 22.261/2006, art. 4º, § 3º. 192

“Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção de 6 (seis) meses a (um) ano, com alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de 5.000 (cinco mil) a 15.000 (quinze mil) UFIR: (...) II – a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna; III – a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos” (Lei 9.504/1997, art. 39, § 5º).

É bom registrar que nas dependências do Poder Legislativo, a permissão, ou não, de veiculação de propaganda eleitoral ficará a critério da respectiva Mesa Diretora (Lei 9.504/1997, art. 37, § 3º).

Ressalte-se que a propaganda exercida nos termos da legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa nem cerceada sob alegação do exercício do poder de polícia ou de violação de postura municipal (Lei 9.504/1997, art. 41, caput, com redação da Lei 12.034/2009), casos em que se deve proceder na forma do art. 40 da Lei Eleitoral (aplicando-se multa e sanção penal mediante devido processo legal).

Aliás, o “poder de polícia” sobre a propaganda eleitoral (prerrogativa exercida pelos Juízes Eleitorais e pelos juízes designados pelos Tribunais Regionais Eleitorais) “se restringe às providências necessárias para inibir práticas ilegais, vedada a censura prévia sobre o teor dos programas a serem exibidos na televisão, no rádio ou na internet” (Lei 9.504/1997, art. 41, §§ 1º e 2º, com redação da Lei 12.034/2009).

Mesmo que o candidato que esteja com o registro sub judice, poderá ele efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão (Lei 9.504/1997, art. 16-A, caput, com redação da Lei 12.034/2009).

1.2.1. TERMO INICIAL E FINAL DA PROPAGANDA ELEITORAL:

A realização da propaganda eleitoral somente será permitida após o dia 5 de julho do ano da eleição (Lei 9.504/1997, art. 36); antes disso, a propaganda eleitoral será considerada antecipada e sujeitará o infrator às sanções eleitorais.

Nos termos da lei eleitoral, porém, não será considerada propaganda eleitoral antecipada (a) a participação de filiados a partidos políticos ou de pré- candidatos em entrevistas, programas e debates no rádio, TV ou internet, inclusive com exposição de plataformas, desde que não haja pedido de votos e haja tratamento isonômico pelas emissoras, (b) a realização de encontros, seminários e congressos, em ambiente fechado e as expensas dos partidos políticos, para organização de processos eleitorais, planos de governo ou alianças partidárias, (c) a realização de prévias partidárias ou a sua divulgação pelos instrumentos de comunicação intrapartidária e (d) a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, “desde que não se mencione a possível candidatura, ou se faça pedido de votos ou de apoio eleitoral” (Lei 9.504/1997, art. 36-A, com redação da Lei 12.034/2009).

A par disso, a “propaganda intrapartidária” será permitida na quinzena anterior à convenção,193 vedada, porém, a utilização de rádio, televisão, outdoor e internet (Lei 9.504/1997, art. 36, § 1º e Resolução-TSE n. 22.261/2006, art. 1º, § 1º).

Propaganda “intrapartidária”, para efeitos legais, é aquela feita internamente pelo postulante à candidatura, no âmbito do partido ou coligação, com vista à indicação de seu nome nas convenções, abrangendo “a afixação de faixas e cartazes em local próximo da convenção, com mensagem aos convencionais” (Resolução-TSE n. 22.261/2006, art. 1º, § 1º).

193

Recorde-se, por oportuno, que as convenções deverão se realizar “no período de 10 a 30 de junho do ano em que se realizarem as eleições” (Lei 9.504/1997, art. 8º, caput).

Até a antevéspera das eleições, será permitida “a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na internet do jornal impresso, de até 10 (dez) anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, em datas diversas, para cada candidato, no espaço máximo, por edição, de 1/8 (um oitavo) de página de jornal padrão e 1/4 (um quarto) de página de revista ou tablóide” (Lei 9.504/1997, art. 43, caput, com redação da Lei 12.034/2009).

Até as 22:00 horas do dia que antecede a eleição, “serão permitidos distribuição de material gráfico, caminhada, carreata, passeata ou carro de som que transite pela cidade divulgando jingles ou mensagens de candidatos” (Lei 9.504/1997, art. 39, § 9º, com redação da Lei 12.034/2009).

No dia do pleito, será proibida qualquer manifestação coletiva de preferência eleitoral (ex.: aglomeração de pessoas portando vestuário padronizado até o fim do horário de votação), bem como qualquer tipo de propaganda eleitoral que constitua “boca de urna” (Lei 9.504/1997, art. 39, § 5º); admite-se, entretanto, ainda que no dia das eleições, “a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos” (Lei 9.504/1997, art. 39-A, caput, com redação da Lei 12.034/2009).

E ainda: no recinto das seções eleitorais e juntas apuradoras, “é proibido aos servidores da Justiça Eleitoral, aos mesários e aos escrutinadores o uso de vestuário ou objeto que contenha qualquer propaganda de partido político, de coligação ou de candidato” (Lei 9.504/1997, art. 39-A, § 2º, com redação da Lei 12.034/2009).

1.2.2. REGIME JURÍDICO GERAL DA PROPAGANDA:

De conformidade com a nova redação do art. 37, caput, da Lei 9.504/1997 – a qual lhe foi outorgada pela Lei 11.300/2006 –, a propaganda de qualquer natureza passou a ser peremptoriamente proibida (a) nos bens cujo uso dependa de

cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum,194 inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos.

E a vedação, a partir de mencionada lei, passou a abranger, além da pichação e inscrição a tinta – quanto a estas já havia proibição expressa –, a fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados em bens públicos (art. 37, caput, in fine).

Releva notar que eventual violação das diretrizes acima indicadas sujeitará o responsável, “após notificação e comprovação, à restauração do bem e, caso não cumprida no prazo, a multa no valor de R$2.000,00 (dois mil reais) a R$8.000,00 (oito mil reais)” (art. 37, § 1º, também com redação dada pela Lei 11.300/2006).195

Nos (b) bens particulares, diversamente, independe de obtenção de licença ou de autorização da Justiça Eleitoral “a veiculação de propaganda eleitoral por

194

Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim definidos pelo Código Civil e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada (Lei 9.504/1997, art. 37, § 4º, com redação da Lei 12.034/2009). 195

Como se percebe, não “é a propaganda vedada que desafia de logo a aplicação da multa, mas sim a contumácia do responsável em cumprir a determinação de restaurar o bem ao estado anterior, no prazo assinado pelo juiz eleitoral em sua ordem, no exercício do seu poder de polícia” (Adriano Soares Costa, “Comentários à lei 11.300/2006”, Jus Navigandi, p. 13).

meio da fixação de faixas, placas cartazes, pinturas ou inscrições, desde que não excedam a 4m² (quatro metros quadrados) e que não contrariem a legislação eleitoral” (Lei 9.504/1997, art. 37, § 2º, com redação da Lei 12.034/2009).

A violação sujeitará o responsável, “após notificação e comprovação, à restauração do bem e, caso não cumprida no prazo, a multa no valor de R$2.000,00 (dois mil reais) a R$8.000,00 (oito mil reais)” (art. 37, § 1º, também com redação dada pela Lei 11.300/2006).

Mas é sempre bom lembrar que a veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares “deve ser espontânea e gratuita, sendo vedado qualquer tipo de pagamento em troca de espaço para esta finalidade” (Lei 9.504/1997, art. 37, § 8º, com redação da Lei 12.034/2009).

Em relação (c) às árvores e nos jardins localizados em áreas públicas, bem como em muros, cercas e tapumes divisórios, não será permitida a colocação de propaganda eleitoral de qualquer natureza, mesmo que não lhes cause dano (Lei 9.504/1997, art. 37, § 5º, com redação da Lei 12.034/2009).

A norma eleitoral permite ainda (d) a “colocação de cavaletes, bonecos, cartazes, mesas para distribuição de material de campanha e bandeiras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos”; e a mobilidade a que se refere o preceito somente estará caracterizada com a colocação e a retirada dos meios de propaganda entre as seis horas e as vinte e duas horas (Lei 9.504/1997, art. 37, §§ 6º e 7º, com redação da Lei 12.034/2009).

A partir da Lei 11.300/2006 passou-se a proibir também a propaganda eleitoral (e) mediante “confecção, utilização, distribuição por comitê, candidato, ou com a sua autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor” (exs.: tabela de copa do mundo, saco de lixo, calendário etc.)196 (Lei 9.504/1997, art. 39, § 6º).

A mesma lei inovou (f) ao vedar “a realização de showmício e de evento assemelhado para promoção de candidatos, bem como a apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício ou reunião eleitoral” (Lei 9.504/1997, art. 39, § 7º).

E, enfim, proibiu-se (g) a “propaganda eleitoral mediante outdoor, sujeitando a empresa responsável, os partidos, coligações e candidatos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa no valor de multa no valor de 5.000 (cinco mil) a 15.000 (quinze mil) UFIRs” (Lei 9.504/1997, art. 39, § 8º).

Convém registrar que o Superior Tribunal de Justiça pacificou que compete à Justiça Eleitoral “processar e julgar a ação para anular débito decorrente de multa eleitoral” (STJ, Súmula 374).

1.2.3. PROPAGANDA PELA IMPRENSA ESCRITA:

196

Até a antevéspera das eleições (até dois dias antes) (antes da Lei 11.300/2006 era até o dia das eleições), será permitida mediante pagamento normal197, “a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na internet do jornal impresso, de até 10 (dez) anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, em datas diversas, para cada candidato, no espaço máximo, por edição, de 1/8 (um oitavo) de página de jornal padrão e 1/4 (um quarto) de página de revista ou tablóide” (Lei 9.504/1997, art. 43, caput, com redação da Lei 12.034/2009).

A par disso, deverá constar do anúncio, “de forma visível, o valor pago pela inserção” (Lei 9.504/1997, art. 43, § 1º, com redação da Lei 12.034/2009).

A violação destas diretrizes sujeitará os infratores (responsável pelos veículos de divulgação, partidos políticos, coligações ou candidatos beneficiados) ao pagamento de multa de R$1.000,00 a 10.000,00 (ou equivalente ao da divulgação da propaganda se for maior).

1.2.4. PROPAGANDA PELA TV E PELO RÁDIO:

A propaganda partidária pela TV e pelo rádio será vedada a partir do dia 1º de julho do ano de eleição (Lei 9.504, art. 45), não sendo permitida sequer a entrevista pelo rádio na época de eleições,198 bem como imagens da realização de pesquisas, consultas populares que seja visível o entrevistado, veicular filmes, novelas ou minisséries com alusão ou crítica a candidato ou partido político (LE 45 I).

A propaganda eleitoral gratuita, porém, será exercida

normalmente nas emissoras de rádio e de televisão (inclusive TV por assinatura) nos 45 (quarenta e cinco) dias anteriores à antevéspera das eleições em horário regulamentar (Lei 9.504/1997, art. 47, caput e CE, art. 240, parágrafo único).

Além disso, a partir do resultado da convenção, programa apresentado ou comentado por candidato por internet (Lei 11.300/2006), TV ou cabo (Lei 9.504/1997, art. 45, § 1º), sob pena de multa e possibilidade de ajuizamento de ação de impugnação de pedido de registro de candidatura.199

Enfim, não será permitida qualquer tipo de propaganda política paga no rádio e na televisão no segundo semestre do ano eleitoral (Lei 9.504/1997, arts. 36, § 2º e 44), ao contrário da propaganda pelo jornal escrito (que é permitida dentro dos limites legais).

Será permitida a realização de debates, assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação na Câmara dos Deputados, facultada a participação dos demais; na majoritária será em conjunto ou dividido em grupos de, no mínimo, três candidatos; na proporcional será assegurada presença equivalente de todos os partidos e coligações podendo haver desdobramento (Lei 9.504/1997, art. 46, § 2º)

197

Michels, p. 89. 198

TRE-GO, Processo 133.030/2002, Rel. Dra. Ionilda Maria Carneiro Pires, j. 10.04.2003. 199

1.2.5. PROPAGANDA PELA INTERNET:

Resolvendo divergência anterior sobre o tema e rompendo a omissão legislativa, a lei eleitoral deliberou admitir a propaganda eleitoral na internet, desde que feita após o dia 5 de julho do ano eleitoral (Lei 9.504/1997, art. 57-A, com redação da Lei 12.034/2009).

A regulamentação da mesma passou a ser basicamente a prevista nos arts. 57-B e 57-C da Lei 9.504/1997. Vejamos:

“Art. 57-B. A propaganda eleitoral na internet poderá ser realizada nas seguintes formas:

I - em sítio do candidato, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no País;

II - em sítio do partido ou da coligação, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no País;

III - por meio de mensagem eletrônica para endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, partido ou coligação;

IV - por meio de blogs, redes sociais, sítios de mensagens instantâneas e assemelhados, cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de iniciativa de qualquer pessoa natural.”

“Art. 57-C. Na internet, é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga.

§ 1o É vedada, ainda que gratuitamente, a veiculação de propaganda eleitoral na internet, em sítios:

I - de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos;

II - oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

§ 2o A violação do disposto neste artigo sujeita o responsável pela divulgação da propaganda e, quando comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais).”

“Art. 57-D. É livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato durante a campanha eleitoral, por meio da rede mundial de computadores - internet, assegurado o direito de resposta, nos termos das alíneas a,

b e c do inciso IV do § 3o do art. 58 e do 58-A, e por outros meios de comunicação interpessoal mediante mensagem eletrônica.

§ 2o A violação do disposto neste artigo sujeitará o responsável pela divulgação da propaganda e, quando comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais).”

“Art. 57-E. São vedadas às pessoas relacionadas no art. 24 a utilização, doação ou cessão de cadastro eletrônico de seus clientes, em favor de candidatos, partidos ou coligações.

§ 1o É proibida a venda de cadastro de endereços eletrônicos.

§ 2o A violação do disposto neste artigo sujeita o responsável pela divulgação da propaganda e, quando comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais).”

“Art. 57-F. Aplicam-se ao provedor de conteúdo e de serviços multimídia que hospeda a divulgação da propaganda eleitoral de candidato, de partido ou de coligação as penalidades previstas nesta Lei, se, no prazo determinado pela Justiça Eleitoral, contado a partir da notificação de decisão sobre a existência de propaganda irregular, não tomar providências para a cessação dessa divulgação. Parágrafo único. O provedor de conteúdo ou de serviços multimídia só será considerado responsável pela divulgação da propaganda se a publicação do material for comprovadamente de seu prévio conhecimento.”

“Art. 57-G. As mensagens eletrônicas enviadas por candidato, partido ou coligação, por qualquer meio, deverão dispor de mecanismo que permita seu descadastramento pelo destinatário, obrigado o remetente a providenciá-lo no prazo de quarenta e oito horas.

Parágrafo único. Mensagens eletrônicas enviadas após o término do prazo previsto no caput sujeitam os responsáveis ao pagamento de multa no valor de R$ 100,00 (cem reais), por mensagem.”

“Art. 57-H. Sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis, será punido, com multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), quem realizar propaganda eleitoral na internet, atribuindo indevidamente sua autoria a terceiro, inclusive a candidato, partido ou coligação.”

“Art. 57-I. A requerimento de candidato, partido ou coligação, observado o rito previsto no art. 96, a Justiça Eleitoral poderá determinar a suspensão, por vinte e quatro horas, do acesso a todo conteúdo informativo dos sítios da internet que deixarem de cumprir as disposições desta Lei.

§ 1o A cada reiteração de conduta, será duplicado o período de suspensão.

§ 2o No período de suspensão a que se refere este artigo, a empresa informará, a todos os usuários que tentarem acessar seus serviços, que se encontra temporariamente inoperante por desobediência à legislação eleitoral.”

Enfim, não se aplica a vedação constante do art. 240, parágrafo único do Código Eleitoral (prevê a proibição de propaganda de 48 horas antes até 24 horas depois da eleição), à propaganda eleitoral gratuita por meio na internet, no sítio eleitoral,

blog, sítio interativo ou social, ou outros meios eletrônicos de comunicação do candidato, ou no sítio do partido ou coligação (Lei 12.034/2009, art. 7º).

1.2.6. REPRESENTAÇÕES GERAIS E DIREITO DE RESPOSTA:

O direito de resposta deverá ser postulado (a) em 24 horas no horário eleitoral gratuito, (b) em 48 horas na propaganda de programação normal de emissoras de rádio e TV e (c) em 72 horas na imprensa escrita (Lei 9.504/1997, art. 58, § 1º).

Em se tratando de propaganda eleitoral na internet, “deferido o pedido, a divulgação da resposta dar-se-á no mesmo veículo, espaço, local, horário, página eletrônica, tamanho, caracteres e outros elementos de realce usados na ofensa, em até quarenta e oito horas após a entrega da mídia física com a resposta do ofendido”, ficando disponível para acesso por tempo não inferior ao dobro em que esteve disponível a mensagem considerada ofensiva, correndo os custos por conta do responsável pela propaganda original (art. 9.504/1997, art. 58, § 3º, inciso IV, acrescentado pela Lei 12.034/2009).

De conformidade com a disciplina eleitoral, os “pedidos de direito de resposta e as representações por propaganda eleitoral irregular em rádio, televisão e internet tramitarão preferencialmente em relação aos demais processos em curso na Justiça Eleitoral” (Lei 9.504/1997, art. 58-A, com redação da Lei 12.034/2009).

Em se tratando de representação (geral) alusiva à propaganda irregular, diz a norma eleitoral que deve ela ser instruída “com prova da autoria ou do prévio conhecimento do beneficiário, caso este não seja por ela responsável” (Lei 9.504/1997, art. 40-B, acrescentado pela Lei 12.034/2009).

E de modo agressivo, a lei eleitoral estabeleceu:

“A responsabilidade do candidato estará demonstrada se este, intimado da existência da propaganda irregular, não providenciar, no prazo de quarenta e oito horas, sua retirada ou regularização e, ainda, se as circunstâncias e as peculiaridades do caso específico revelarem a impossibilidade de o beneficiário não ter tido conhecimento da propaganda”.200

1.2.7. COMÍCIOS E APARELHAGEM DE SOM:

A realização de comícios e a utilização de aparelhagem de sonorização será permitida desde que obedecido o horário das 8:00 às 24:00 horas (Lei 9.504/1997, art. 39, § 4º, com redação outorgada pela Lei 11.300/2006).

Convém lembrar, mais esta vez, que a partir do advento da Lei 11.300/2006 foi proibida para fins de propaganda eleitoral a contratação de showmício e a realização de evento assemelhado (Lei 9.504/1997, art. 39, § 7º).

Está também proibida a “utilização de trios elétricos em campanhas eleitorais, exceto para sonorização de comícios”.

200

Quanto ao funcionamento de alto-falantes ou amplificadores de som deve ser respeitada a distância mínima de 200 (duzentos) metros das escolas, dos hospitais, das igrejas, dos estabelecimentos militares e da sede dos Poderes (Lei 9.504/1997, art. 39, § 3º).201

1.2.8. INCRIMINAÇÃO:

A mesma Lei 9.504/1997, em seu art. 39, § 5º, estabelece tipificação penal para uma série de violações à propaganda eleitoral.

Já em sua nova redação, outorgada pelas Leis 11.300/2006 e 12.034/2009, passou a dispor que:

“Constituem crimes, no dia da eleição,202 puníveis com detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, com alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de 5.000 (cinco mil) a 15.000 (quinze mil) UFIR:

I – o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata;

II – a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna; III – a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos”.

É relevante, porém, registrar que o Tribunal Superior Eleitoral, no que tange ao pleito de 2006, entendeu ser perfeitamente admissível e lícito que o cidadão (a) utilize botom ou adesivo de candidato no dia da eleição, desde que a manifestação seja silenciosa e ainda (b) que utilize adesivo em veículo automotor, na data do pleito,203 tendência que deve naturalmente se repetir no pleito de 2010.

201

Relevante registrar aqui a revogação do art. 244, parágrafo único do Código Eleitoral.