• Nenhum resultado encontrado

Protestos e redes de ação sustentadas digitalmente

As ações controversas em protestos de larga escala – tais como a Primavera Árabe, os protestos na Grécia, os Indignados na Espanha, o Occupy Wall Street e os protestos de Junho de 2013 no Brasil – atraíram a participação e o engajamen- to de um grande número de pessoas, independente das distinções demográficas e socioeconômicas, e foram irrefutavelmente sustentadas por diversos tipos de tecno- logias digitais. (COSTANZA-CHOCK, 2012; DAHLGREN, 2013; LANGMAN, 2013; TEJERINA et al., 2013; SILVA, 2014) Diferentemente de protestos polí- ticos mais convencionais, o chamado networking tecnológico (LIVINGSTON; ASMOLOV, 2010) ou “ação digital em rede” (BENNET; SEGERBERG, 2012a, 2012b) se espalha sem organização centralizada, mesmo quando são desencadea- das por movimentos sociais ou grupos ativistas pré-existentes. (DAHLGREN, 2013; LANGMAN, 2013; TEJERINA et al., 2013) A ação conectiva, nesse caso, se forma através de mensagens pessoais, as quais são transmitidas horizontalmente em redes de contatos. Os participantes não precisam ser parte de um grupo ou compartilhar valores ou posicionamentos políticos para atuar como organizadores de protestos. Ademais, a copresença não é mais necessária para a emergência de um protesto. Além de demonstrações massivas em praças e espaços públicos desses protestos, outras formas de ação coordenada ocorrem nos e através dos meios digitais.

As pessoas se engajam em processos colaborativos de produção e distri- buição de materiais políticos e mensagens personalizadas, através de posts, tweets e vídeos que são replicados e disseminados em diferentes plataformas e mídias sociais. Nesses casos, parece acurado afirmar que não há esforço de criar uma identidade coletiva, um “nós”, que se relaciona a alguma comunidade particular, preocupada em afirmar um determinado modo de vida ou em defender direitos específicos e particulares, como ocorre nos movimentos sociais tradicionais. Como compreender a semântica coletiva nesses casos? Peter Dahlgren, ao examinar a variedade de de- mandas e articulações presentes no movimento Occupy Wall Street, argumenta que os participantes, a despeito da heterogeneidade genuína entre eles, foram capazes de prover uma “identidade política razoavelmente coerente de uma maioria mo- ralmente indignada, economicamente vitimizada e politicamente desprivilegiada”.5

(DAHLGREN, 2013, p. 79) Benjamin Tejerina e colegas também argumentam que os participantes do Occupy se definiram e foram retratados da forma mais genérica 5 “reasonably coherent political identity of the morally enraged, economically victimized, and politically disen-

possível, através de termos como “os 99%”, “as pessoas”, “os ativistas” e “os mili- tantes”. (TEJERINA et al., 2013, p. 385)

Esses protestos parecem assinalar uma profunda crise de legitimidade das instituições, ao invés de apresentar reivindicações particulares ligadas a grupos específicos. A demanda coletiva diz respeito à criação ou à reformulação de ins- tituições para que permitam aos indivíduos buscar livremente projetos distintos de realização pessoal. Confrontando níveis crescentes de desigualdades sociais e econômicas, aliado à negligência das elites políticas, os manifestantes de mo- vimentos como os Occupy protestam por dignidade, melhores oportunidades, estabilidade econômica e mobilidade social. (DAHLGREN, 2013; LANGMAN, 2013; TEJERINA et al., 2013) Diante de ditaduras impostas e de restrições às con- dições para a democratização, os participantes dos movimentos que constituíram a Primavera Árabe demandavam a criação de condições genuínas para a demo- cracia, além da eliminação de outras desigualdades socioeconômicas (DESRUES, 2013) e de gênero. (MOGHADAM, 2013) De forma semelhante, as grandes mo- bilizações de Junho de 2013, em diversas cidades brasileiras, foram motivadas por um sentimento coletivo de revolta em relação aos representantes políticos eleitos. Corrupção política e impunidade, serviços públicos precários, violência policial e os elevados gastos com a Copa do Mundo de 2014 foram alguns dos temas na agenda dos protestos em todo o país. (MALINE; ANTOUN, 2013; SILVA, 2014)

Se compreendermos essas lutas como demandas para a fundação ou a re- forma de instituições, é razoável argumentar que a “semântica compartilhada”, nesse caso, inclui todas as razões pessoais para contestação e demanda por mu- danças. Nesse contexto, a constelação de emoções – tais como ansiedade, raiva, indignação, humilhação e esperança – dificilmente se traduz como vocalização de causas particulares. Reivindica-se, em última instância, condições fundamentais para a liberdade individual e condições sociais para o desenvolvimento de projetos pessoais e coletivos específicos.

A partir dessa perspectiva, a ideia de “nós” em protestos de larga escala transcende as particularidades de grupos e possibilita que um amplo “público de públicos” se forme. Não é de se estranhar, portanto, que os participantes desses pro- testos não se sintam motivados a superar as diferenças entre si com vistas a construir uma agenda política unificada, para além da demanda por direitos fundamentais ou por benefícios básicos. Na formação de ações conectadas em larga-escala, coor- denadores ou ativistas convidam as pessoas para interagir e protestar. O processo é diferente dos movimentos sociais tradicionais, que requerem a definição de objeti- vos comuns que atendam a interesses específicos ou a valores conectados a grupos

e, ainda, a construção de solidariedades relativamente duradouras, a fim de intervir construtivamente nos processos de decisão política.

Em ações coletivas sustentadas digitalmente, a indicação de líderes ou de porta-vozes é frequentemente evitada. Mesmo quando há um centro de organi- zação claro, com reuniões presenciais para planejar ações ou para promover de- monstrações nas ruas, os ativistas dificilmente almejam persuadir as pessoas a compartilhar uma identidade coletiva, como nos movimentos sociais. (BENNETT; SEGERBERG, 2012b; DAHLGREN, 2013; LANGMAN, 2013; TEJERINA et al., 2013; ALLAGUI E KUEBLER, 2011) Diferentemente de organizadores de mo- vimentos sociais, que seletivamente interagem com atores externos por meio de ações específicas de mídia, os indivíduos que participam dos protestos sustentados digitalmente expressam suas próprias opiniões e demandas por meio de mensa- gens personalizadas que são compartilhadas nos ambientes de rede. (BENNETT; SEGERBERG, 2012a, 2012b)

Não estamos sugerindo que as redes de ação sustentadas digitalmente, dada a variedade de mensagens apresentadas por seus participantes e a ausên- cia de coordenação centralizada, sejam ineficazes para a transformação política. Essa é sempre uma questão contingente e complexa, que depende das interações dos ativistas com os demais atores sociais e as instituições, dentro de contextos históricos específicos. (DAHLGREN, 2013; SEFERIADES; JOHNSON, 2012; TARROW, 2011) Na Primavera Árabe, o uso das mídias sociais – em especial, Facebook e Twitter – possibilitou que os protestos transpusessem as fronteiras ter- ritoriais para chamar a atenção mundial para as práticas do regime antidemocrá- tico. Mesmo com o desligamento da internet no Egito e na Síria, serviços como Twitter e Facebook possibilitaram que os cidadãos continuassem presentes on-line ao disponibilizar números de telefone para o envio de atualizações por SMS, su- perando tanto o desligamento da rede quanto o bloqueio da imprensa internacio- nal. (HOFHEINZ, 2011; STEPANOVA, 2011) Os protestos brasileiros de 2013 utilizaram múltiplas hashtags para obter visibilidade na rede e nos media, como #VemPraRua, #OGiganteAcordou, #NãoVaiTerCopa. (MALINI; ANTOUN, 2013; SILVA, 2014) De forma similar, os protestos da Primavera Árabe usaram

hashtags para dar mais visibilidade aos eventos, como #ArabSpring, #Egypt,

#Lybia, #Jan25 (referência ao dia 25 de janeiro de 2011, data do protesto que desencadeou o movimento). (EL-NAWAWI; KHAMIS, 2012; HERMIDA et al., 2014; HOFHEINS, 2011; RUSSELL, 2011) Questionar as condições em que as mobilizações organizadas digitalmente são eficazes, se elas podem se tornar está- veis ou se podem ajudar movimentos sociais convencionais a promover mudanças

transformadoras, é um desafio para os futuros estudos nesse campo. Contudo, compreender como os participantes constroem a noção de “nós” é fundamental em tal empreitada.

Conclusão

Neste trabalho, argumentamos que o terreno de networking da sociedade civil é altamente plural e que para compreender o uso das ferramentas digitais concernentes ao ativismo é preciso investigar os relacionamentos entre atores, as práticas contestatórias e as tecnologias. A partir da tipologia de Bennet e Segerberg (2012a, 2012b) de lógicas distintas da ação coletiva em movimentos sociais e em protestos digitais em larga escala, examinamos o conceito da semântica coletiva como um problema do reconhecimento do “nós”. Argumentamos que o questio- namento das semânticas coletivas é promissor para examinar as especificidades do ativismo digital.

Defendemos o argumento que a evolução das tecnologias descortina uma série de possibilidades para remodelar o ativismo, no que tange à organização interna da coletividade e as práticas de mobilização, o provimento de informações e a ressignificação de conteúdos. Ressaltamos que o fascínio com as inovações tecnológicas não pode obscurecer a avaliação crítica das práticas de contestação imersas no conjunto de relações inerentes à sociedade. Nesse sentido, buscamos problematizar o quadro interpretativo que constitui o “nós” e dá sentido para a ação coletiva.

Sustentamos que a aplicação da noção de “semânticas coletivas”, nos mol- des da teoria de Honneth, é útil, primeiro, para capturar as dimensões cognitivas e simbólicas do “nós”, tanto em movimentos sociais tradicionais quanto em protestos sustentados pelo uso de ferramentas digitais. Em segundo lugar, examinar a per- cepção do “nós” na ação coletiva pode expor as nuances dos conflitos ancorados nas esferas íntimas, jurídicas e sociais. Finalmente, o conceito em questão pode ser valioso para desenvolver pesquisas comparativas. Interpretar e explicar a constru- ção de semânticas coletivas em diferentes contextos possibilita uma abordagem mais sofisticada do uso das ferramentas de comunicação, de maneira articulada com as motivações, as expectativas e os objetivos dos agentes em cada situação. Obter um entendimento sistemático das relações entre atores e suas práticas é fun- damental para compreender adequadamente a inovação constante dos usos das tecnologias digitais para a mobilização e o ativismo.

Referências

ADAY, S. et al. Blogs and Bullets: new media in contentious politics. Washington, DC: United States Institute of Peace, 2010. Disponível em: <http://www.usip.org/files/resources/ pw65.pdf>. Acesso: 21 out. 2014.

ALLAGUI, I.; KUEBLER, J. The Arab Spring and the role of ICTs: editorial introduction. International Journal of Communication, California, v. 5, p. 1435-1442, 2011. ATKINSON, J. D. Alternative media and politics of resistance. New York, NY: Peter Lang, 2010.

BAYM, N. Personal connections in the Digital Age. Cambridge, UK: Polity Press, 2010.

BENNETT, W. L.; SEGERBERG, A. Digital media and the personalization of collective action. In: LOADER, B. D.; MERCEA, D. M. (Eds.). Social media and democracy:

innovations in participatory politics. New York, NY: Routledge, 2012a. p. 13-38. BENNETT, W. L.; SEGERBERG, A. The logic of connective action: digital media and the personalization of contentious politics. Information, Communication & Society, London, v. 15, n. 5, p. 739-768, 2012b.

BIMBER, B., FLANAGIN, A. J.; C. STOHL, C. Collective Action in Organizations: interaction and engagement in an era of technological change. New York, NY: Cambridge University Press, 2012.

CHADWICK, A. The Hybrid Media System: politics and power. Oxford, UK: Oxford University Press, 2013.

CHAGAS, V. et al. A política dos memes e os memes da política: proposta metodológica de análise de conteúdo sobre memes dos debates nas Eleições 2014. In: CONGRESSO DA COMPOLÍTICA, 6., 2015, Rio de Janeiro. Anais… Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2015. CHRISTENSEN, H. S. Political activities on the Internet: slacktivism or political participation by other means? First Monday, Chicago, Ill., v. 16, n. 2, feb. 2011.

COSTANZA-CHOCK, S. Mic check! Media cultures and the Occupy Movement. Social Movement Studies, Cambridge, Mass., v. 11, n. 3-4, p. 375-385, aug. 2012.

DAHLBERG, L. Rethinking the fragmentation of the cyberpublic: from consensus to contestation. New Media Society, Los Angeles, London, New Delhi, Singapore, v. 9, n. 5, p. 827-847, 2007.

DAHLGREN, P. Occupy Wall Street: Discursive strategies and fields. In: DAHLGREN, P. The political Web: media, participation and alternative democracy. New York, NY: Palgrave McMillan, 2013. p. 67-87.

DELLA PORTA, D.; DIANI, M. Social movements: an introduction. Padstow, UK: Wiley- Blackwell, 2006.

DELLA PORTA, D. Communication in movement: social movements as agents of participatory democracy. In: LOADER, B. D.; MERCEA, D. M. (Eds.). Social media and democracy: innovations in participatory politics. New York, NY: Routledge, 2012. p. 39-54.

DELLA PORTA, D.; MATTONI, A. Social movements. In: MAZZOLEN, G. et al. (Eds) The international encyclopedia of political communication. Padstow, UK: Wiley-Blackwell, 2015. DESRUES, T. Mobilizations in a hybrid regime: the 20th February Movement and the Moroccan regime. Current Sociology, London, v. 61, n. 4, p. 409–423, 2013.

DOWNING, J. Radical media: rebellious communication and social movements. Thousand Oaks, CA: Sage, 2001.

EARL, J.; KIMPORT, K. Digitally enabled social change: activism in the internet age. Cambridge, MA: The MIT Press, 2011.

EL-NAWAWY, M.; KHAMIS, S. Cyberactivists paving the way for the Arab Spring: voices from Egypt, Tunisia and Libya. CyberOrient, Prague, v. 6, n. 2, 2012.

HERMIDA, A.; LEWIS, S.; ZAMITH, R. Sourcing the Arab Spring: a case study of Andy Carvin’s sources on twitter during the Tunisian and Egyptian Revolutions. Journal of Computer-Mediated Communication, Los Angeles, Calif., v. 19, n. 3, p. 479-499, 2014. GAMSON, W. A. Talking Politics. Cambridge, MA: University Press, 1992.

HAGUE, B. N.; LOADER, B. D. Digital democracy: discourse and decision making in the information age. New York, NY: Routledge, 1999.

HILL, K.; HUGHES, J. Web sites, interest groups and politics. In: HILL, K.; HUGHES, J. (Eds.). Cyberpolitics: citizen activism in the age of the internet. New York, NY: Rowman & Littlefield Publishers, 1998. p. 133-178.

HOFHEINZ, A. Nextopia? Beyond Revolution 2.0. International Journal of Communication, Los Angeles, Calif., v. 5, p. 1417-1434, 2011.

HONNETH, A. The struggle for recognition: the moral grammar of social conflicts. Cambridge, MA: The MIT Press, 1996.

JURIS, J. S. The new digital media and activist networking within anti-corporate globalization movements. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, Philadelphia, v. 597, n. 1, p. 189-208. jan. 2005

KAVADA, A. Internet cultures and protest movements: the cultural links between strategy, organizing and online communication. In: CAMMAERTS, B.; MCCURDY, P.; MATTONI, A. (Eds.). Mediation and social movements. Chicago, IL: Intellect Ltd, 2013. p. 75-94.

KECK, M. E.; SIKKINK, K. Activists beyond Borders. Ithaca, NY: Cornell University Press, 1998.

LANGMAN, L. Occupy: a new social movement. Current Sociology, London, v. 61, n. 4, p. 510-524, 2013.

LIVINGSTON, S.; ASMOLOV, G. Networks and the future of foreign affairs reporting. Journalism Studies, London, v. 11, n. 5, p. 745-760, 2010.

MAIA, R. C. M.; REZENDE, T. A. Respect and disrespect in deliberation across the networked media environment: examining multiple paths of political talk. Journal of Computer Mediated Communication, Los Angeles, Calif., v. 21, n. 2, p. 129-139, mar. 2016. MALINI, F.; ANTOUN, H. A internet e a rua: ciberativismo e mobilização nas redes sociais. Porto Alegre: Sulina, 2013.

MATTONI, A. Repertoires of communication in social movement processes. In:

CAMMAERTS, B.; MATTONI, A.; MCCURDY, P. (Eds.). Mediation and protest movements. Chicago, IL: Intellect Ltd., 2013. p. 39-56.

MCCURDY, P. Mediation, practice and lay theories of news media. In: CAMMAERTS, B. MATTONI, A.; MCCURDY, P. (Eds.). Mediation and protest movements. Chicago, IL: Intellect Ltd., 2013. p. 57-74.

MELUCCI, A. Nomads of the Present. London, UK: Hutchinson Radius, 1989.

MELUCCI, A. Challenging Codes. Cambridge, MA: Cambridge University Press, 1996. MERAZ, S.; PAPACHARISSI, Z. Networked gatekeeping and networked framing on #Egypt. International Journal of Press/Politics, Thousand Oaks, CA, v. 18, n. 2, p. 138-166, jan. 2013.

MOGHADAM, V. M. What is democracy? Promises and perils of the Arab Spring. Current Sociology, London, v. 61, n. 4, p. 393-408, apr. 2013.

PADOVANI, C. Citizens’ Communication and the 2009 G8 Summit in L’Aquila, Italy. International Journal of Communication, Los Angeles, Calif., v. 4, p. 416-439, 2010.

PAPACHARISSI, Z. (Ed.). A networked self: identity, community, and culture on social network sites. New York, NY: Routledge, 2011.

RHEINGOLD, H. The virtual community: homesteading on the electronic frontier. Reading, MA: Addison-Wesley, 1993.

ROSSINI, P. G. C. Das redes para as ruas: mídias sociais como novas armas na luta por reconhecimento? Comunicação & Sociedade, São Bernardo do Campo, SP, v. 36, p. 301-325, jul./dez. 2014.

RUCHT, D. et al. CyberProtest. London, UK: Routledge, 2004.

RUSSELL, A. Extra-national information flows, social media, and the 2011 Egyptian uprising. International Journal of Communication, Los Angeles, Calif., v. 5, 2011.

RYAN, C. et al. Walk, talk, fax or tweet: reconstructing media-movement interactions through group history telling. In: CAMMAERTS, B.; MATTONI, A.; MCCURDY, P. (Eds.). Mediation and protest movements. Chicago, IL: Intellect Ltd., 2013. p. 133-158. SEFERIADES, S.; JOHNSTON, H. Violent protest, contentious politics, and the neoliberal state. London, UK: Ashgate, 2012.

SHIFMAN, L. An anatomy of a YouTube meme. New Media & Society, Thousand Oaks, Calif., v. 14, n. 2, p. 187-203. oct. 2011

SHIRKY, C. Cognitive Surplus: creativity and generosity in a connected age. New York, NY: Penguin Books, 2010.

SILVA, R. H. A. (Ed.). Redes e ruas: dinâmicas dos protestos br. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

SMITH, A.; KOLLOCK, P. (Eds.). Communities in cyberspace. London, UK: Routledge, 1999.

STEPANOVA, E. The role of information communication technologies in the “Arab Spring”. PONARS Eurasia Policy Memo, Washington, D.C., n. 159, may 2011.

TARROW, S. Power in movement: social movements and contentious politics. New York, NY: Cambridge University Press, 2011.

TEJERINA, B. et al. From indignation to occupation: a new wave of global mobilization. Current Sociology, London, v. 61, n. 4, p. 377-392, apr. 2013.

TOURAINE, A. The voice and the eye: an analysis of social movements. Cambridge, Mass.: Cambridge University Press, 1981.

TRERÉ, T. Social movement as information ecologies: exploring the coevolution of multiple internet technologies for activism. International Journal of Communication, Los Angeles, Calif., v. 6, p. 2359-2377, 2012.

TSAGAROUSIANOU, D., TAMBINI, D.; BRYAN, C. Cyberdemocracy: technology, cities and civic networks. London, UK: Routledge University Press, 1998.

A pólis que se faz em processos midiáticos:

Documentos relacionados