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CARACTERIZAÇÃO

Objeto: conhecimentos sobre saúde e cultura corporal Metodologia: método da práxis social

Objetivo: construir possibilidades para o trato de conhecimentos sobre a saúde e cultura corporal nas aulas de

Educação Física do ensino médio da escola Professor José Quintella Cavalcanti no município de Arapiraca - AL

Crítica Marxista da Educação: é passível de ser evidenciado a aproximação a premissa da localização de tendências pedagógicas existentes na assertiva sobre as aulas de educação física serem orientadas por outro

referencial metodológico, cujo predomínio eram dos conhecimentos biológicos, o corpo era visto como um conjunto de sistemas e não como causa e consequência da cultura (p.02). Fato também evidenciado na descrição de como eram as aulas de educação física, estas pautadas na primazia da prática pela teoria, voltado para o rendimento e somente com o conteúdo esporte em detrimento aos demais conteúdos da cultura corporal (p.05). A premissa sobre

papel da educação no processo geral da produção social, é evidenciada no excerto acerca da transformação da

realidade pela ação dos indivíduos por meio de uma prática social que supere a unilateralidade da sociedade de classes vislumbrando a autonomia dos indivíduos (p.03). A totalidade histórica e social se faz presente ao correlacionar os fatos históricos e sociais com a contemporaneidade da realidade social (p.03). A visão do senso comum percebida tanto no professor quanto em seus alunos sobre a educação física, na qual a ênfase era no culto ao corpo, estética, academias de ginástica e treinamento esportivo aproxima este entendimento da premissa dos

valores educativos e as condições subjacentes (p.06).

PHC: O método da práxis social figura como possiblidade de atuar nas intervenções propostas para as aulas de

educação física a escola seguindo os passos da didática da PHC descritos por Gasparim (2003), (p.04).

ACS: Tanto o princípio da relevância social dos conteúdos, quanto o da adequação às capacidades sociocognoscitivas dos estudantes é contemplado na menção a Soares (1992) sobre a cultura corporal tratar de

conteúdos propostos historicamente para a Educação Física Escolar no Brasil, valorizando as diferenças regionais: os jogos, os esportes, as ginásticas, as danças, as lutas e a capoeira (p.04)

ELEMENTOS CONTRADITÓRIOS: Notamos disparidade com o sentido que é dado a cultura corporal pelo Coletivo

de Autores (1992) na expressão “movimento humano, produzido e reproduzido dentro de sistemas culturais” (p.02). Uma vez que, na lógica dialética defendida na ACS (COLETIVO DE AUTORES, 1992), a prática social é o critério de verdade, na qual o homem age intencionalmente na natureza para satisfazer suas necessidades, modificando-a e a ele mesmo. Portanto, o movimento com um fim em si mesmo, reproduzido se afasta da lógica descrita.

CONCLUSÕES: As intervenções foram norteadas e sempre relacionadas ao conceito de saúde em torno de uma

sociedade, que busca ao mesmo tempo a melhoria da população e de outro lado uma hegemonia dessa sociedade, que usufrui de seu individualismo competitivo em busca do lucro, lucros conseguidos através do suor dos trabalhadores que vivem infelizmente do imediatismo devido a essa sociedade desumana (p.07)

[...] foi possível a realização de uma nova prática social, ou seja, tornando-os críticos em relação ao seus direitos, deixando claro o que eles devem fazer para contribuir para uma melhoria da saúde positiva, relacionando e enfatizando a importância da prática regular de atividade física... (p.08).

O presente texto possui aproximações com o entendimento da crítica marxista da educação. Evidencia-se as premissas da totalidade histórica e social, da localização de tendências pedagógicas, da relação entre os valores educativos e as condições subjacentes e, do papel da educação no processo social da produção global. Estas foram constatadas de modo a consubstanciar a discussão acerca das problemáticas materiais e intelectuais enfrentadas no chão da escola pública em questão, permitindo enxergar as contradições e apontar possibilidades de superá-las.

À guisa de exemplo, a abordagem pedagógica que era usual nesta escola, a qual enfatiza o biológico, a competição exacerbada, e a cultura do corpo, limitando dessa forma a visão dos alunos ao nível do senso comum

sobre a educação física e seu objeto de estudo a cultura corporal. Do mesmo modo, eleva-se o caráter crítico nesta elaboração ao correlacionar os fatos históricos aos sociais, e estes às problemáticas da educação e educação física. Uma vez cientes da totalidade dos fatos que perpassam as várias dimensões da vida em sociedade, na qual educação, ensino público e educação física estão emersas, chegam à conclusão que associar a transformação social a uma formação humana que se afaste da unilateralidade se torna uma necessidade.

Para alcançar tal façanha, além de condições objetivas indispensáveis, é preciso ir além do pensamento cotidiano nas aulas de educação física, tanto dos alunos quanto dos professores, que apesar de se encontrarem em níveis diferentes de prática social, ambos acabam por sofrer as consequências de uma formação docente e um respectivo ensino de forma fragmentada, utilitária e unilateral. Tal prática os limita ambos a não enxergar os nexos e relações pertinentes ao entendimento dos conteúdos da cultura corporal como unidades indissociáveis.

Considerando a prática social como ponto de partida e chegada, mediada pela problematização, instrumentalização e catarse (SAVIANI,2003), na qual estudantes e professores estão presentes, se diferenciando nos níveis de aproximação com o conhecimento, notamos que, acertadamente, os autores se valem deste dado método pedagógico para atuar nas intervenções propostas com os conteúdos da cultura corporal pensando na superação do pensamento do senso comum e a elevação ao pensamento crítico dos estudantes. Esta é uma contribuição significativa ao desenvolvimento da PHC, uma vez que põe a prova seu método didático no chão da escola com os conteúdos específicos da Educação Física e afirma a necessidade de se valer de meios e formas mais adequadas de ensino na escola pública. Seguindo essa lógica, os autores seguiram princípios curriculares, os quais enfatizam dimensões como a relevância social dos conteúdos e a adequação as condições sociocognoscitivas. Sendo coerente com a lógica da crítica a educação e a princípios históricos críticos, logo, a abordagem da Educação Física adotada não seria outra senão uma que priorize uma reflexão pedagógica ampliada (COLETIVO DE AUTORES, 1992), uma vez que seus

pressupostos ontológicos, gnosiológicos, e teleológicos corroboram com a crítica a educação e a uma teoria pedagógica.

Finalizando, dentre as contribuições constatadas nesta elaboração destacamos a discussão trazida à tona da crítica a educação e, por fazer uso de uma sistematização para o ensino, tendo por referências uma teoria pedagógica e uma abordagem da educação física. Porém, alertamos para a presença de categorias imiscíveis, como o movimento desprovido de intencionalidade, como um fim em si mesmo. Sabemos que o sentido que é dado as abordagens balizadas pela lógica dialética é o do agir intencional humano, pela categoria da atividade humana, a principal delas, o trabalho socialmente útil (MARX, 1988).

QUADRO 20. GRAU DE DESENVOLVIMENTO DA PHC E NA ACS NOS ANAIS DO CONBRACE (2009-20013) -

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