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CARACTERIZAÇÃO

Objeto: pedagogias críticas da Educação Física Metodologia: análise de conteúdo

Objetivo: identificar e problematizar o trato do conhecimento na Educação Física Escolar de uma escola pública da

rede estadual de ensino, para que pudéssemos repensar a prática pedagógica do professor.

ELEMENTOS SUPERADORES

Crítica Marxista da Educação: A premissa da localização de tendências existentes é constatada na discussão

proposta com duas abordagens críticas da Educação Física, a crítico-superadora e a crítico-emancipatória (p.03).Outras tendências também figuram, como no excerto acerca das características da Educação Física esportivizada aproximarem esta prática à educação compensatória o que traduz proximidade com teorias não críticas como a pedagogia tradicional; O princípio da relação entre os valores educativos disseminados e as

condições materiais subjacentes é percebida ao se valer de Souza Jr (1996, p.16), quando afirma “ a evolução

histórica não é um movimento isolado em si próprio, mas... continuidade de um fenômeno maior que é a trajetória da educação escolar e, mais ainda, do próprio desenvolvimento da sociedade” (Idem). Acerca do mesmo princípio figura a necessidade dos professores voltarem suas práticas pedagógicas para um modelo de educação preocupado com questões e valores sociais no âmbito da emancipação do aluno (p.04) ; O princípio da totalidade

histórica e social é contemplado na afirmativa que enfatiza que apesar dos avanços no trato com o conteúdo e nas

discussões pedagógicas para a prática crítica do professor de educação física, o que predomina ainda são os conteúdos de natureza esportiva desconsiderando a reflexão pedagógica das práticas corporais num contexto sócio- histórico (p.04)

PHC: A noção de Projeto Histórico Socialista figura na menção às propostas curriculares pautadas na teoria

histórico-crítica surgidas no início dos anos 90 nos estados de Pernambuco, São Paulo e Paraná que reafirmaram um compromisso social da ação pedagógica com vistas à colaboração com o projeto histórico das classes populares (p.03). Ainda relacionado a esta premissa constatamos o papel atribuído ao professor de Educação Física na lógica da abordagem crítico superadora, reforçando o comprometimento político com um projeto político pedagógico que surge das necessidades de autonomia das classes subalternas (p.05). Seguindo a mesma lógica afirma ser imprescindível que o professor determine a sua proposta pedagógica tendo em vista qual o tipo de sociedade deseja ajudar a construir (p.07) ; A noção de conteúdos clássicos é percebida ao se referir aos conteúdos da Cultura Corporal o jogo, o esporte, a ginástica, as lutas e a dança (Idem); O método da práxis social figura na assertiva acerca da necessidade do professor partir da realidade do aluno buscando suprir suas necessidades sociais e ainda, possibilitar ao mesmo conhecer a sociedade na qual está inserido para que se perceba como sujeito histórico capaz de transformar sua própria realidade (p.06)

ACS: Pode-se afirmar que figura articulação entre os princípios curriculares da ACS como a relevância social, simultaneidade, a espiralidade, e totalidade histórica no excerto que discute a noção de um currículo ampliado

capaz de contemplar aos alunos uma reflexão pedagógica da realidade social complexa e contraditória, havendo interdependência entre as várias ciências que contribuam para a visão de totalidade do aluno (p.05). Uma outra

aproximação com o princípio da simultaneidade de conteúdos é notada ao mencionar que privilegiando a esportivização dos conteúdos a Educação Física perde seu caráter de componente curricular que se articular aos diferentes objetos dos outros componentes do currículo (p.08). Na afirmativa sobre os princípios curriculares contempla o princípio da contemporaneidade dos conteúdos no sentido de garantir o que se tem de mais moderno no mundo contemporâneo, no âmbito nacional e internacional de avanços da ciência e da técnica (p.10). O princípio da totalidade histórica e social é evidenciado no tocante ao trato com o voleibol a partir de sua historicidade desvelando sua evolução como fenômeno cultural (Idem). Também verifica-se acordo com a

espiralidade do conhecimento ao discorrer sobre a necessidade do trato desta temática de modo a favorecer a

compreensão dos alunos à medida em que este conhecimento vai ganhando uma forma espiralada (p.10).

ELEMENTOS CONTRADITÓRIOS: Não foram constatados.

CONCLUSÕES: elaborar uma proposta pedagógica que busque garantir a organização do planejamento coletivo e

do trato com o conhecimento no cotidiano das aulas, numa perspectiva em que os conteúdos temáticos trabalhados se contraponham ao modelo da aptidão física, possibilitando desta forma uma experiência formativa pautada na reflexão crítica (p.09). ...acreditamos que o modelo de aula proposta e executado durante o período de nossa intervenção na escola campo representou possibilidades de avanço no trato curricular dessa disciplina. Conseguimos fazer com que os alunos a percebessem como componente curricular com saber próprio a ser transmitido e apreendido. Identificando a sua função social para a escola e a comunidade num sentido mais amplo. Ao resgatar essa função social da Educação física destacando problema sócio-políticos e relacionando-os com os conteúdos, contribuímos para despertar a consciência de legitimidade desta disciplina no currículo, deixando de compreende-la como um momento a parte na escola, como um segundo recreio

Os autores propõem uma ação educativa na escola a partir das Pedagogias Críticas da Educação Física, a ACS (COLETIVO DE AUTORES, 1992) e a formulação Crítico-Emancipatória (KUNZ, 2004). No caminho percorrido para alcançar tal objetivo fundamenta sua discussão com aproximações às postulações de Enguita (1993) sobre a Crítica Marxista da Educação. Nota-se, claramente, articulação aos condicionantes sócio-históricos que transcorreram a elaboração das tendências pedagógicas existentes no percurso do desenvolvimento da Educação Física como área do conhecimento. Principalmente, relacionando a conjuntura econômica, política, histórica e social às condições materiais subjacentes determinantes aos valores educativos disseminados pelo ensino esportivizado. Da crítica a este modelo pedagógico surgem as condições para a formulação de teorias críticas da educação e educação física. Isso evidencia que os autores procuraram aproximar sua elaboração a totalidade histórica e social peculiares ao embasamento teórico de formulações críticas da educação e Educação Física.

Seguindo a lógica da criticidade (SAVIANI, 2003), a discussão se vale de uma noção de projeto histórico, em específico, as ideias de formação crítica

dos indivíduos almejando a transformação da realidade, trata-se do projeto histórico das classes laboriosas. Para tal objetivo ser alcançado no interior das escolas é preciso garantir o grau mais avançado do conhecimento humano, aquilo que se firmou como clássico (Idem, 2008) em especial, na Educação Física os conteúdos Cultura Corporal: ginástica, jogo, esporte, dança e lutas (COLETIVO DE AUTORES, 1992). E, no mesmo sentido, valer-se de formas mais adequadas para o trato com o conhecimento do esporte, forma esta que usa como ponto de partida e de chegada a prática social (SAVIANI, 2003).

Corroborando com os princípios didáticos da PHC a elaboração busca noutra proposição crítica da Educação Física os princípios curriculares norteadores ao trato com o conhecimento do esporte. Referimo-nos aos princípios curriculares da ACS.

Embasados na noção de espiralidade do conhecimento procurou abordar o conteúdo esporte como um saber que transcende sua dimensão puramente esportiva e vai se ampliando a partir da relação com os dados da realidade. Tal prática permite compreender as contradições sociais presentes da relação entre a prática esportiva e a sociedade de classes. No mesmo sentido, e concomitantemente, ao se valer dos princípios da relevância social, simultaneidade e contemporaneidade tornou possível à chegada a um nível de compreensão do conteúdo esporte que são imprescindíveis a uma reflexão pedagógica ampliada sobre este conteúdo.

Os princípios curriculares descritos denotam aproximação com uma noção de projeto histórico e formação humana, mesmo sem figurar de forma explícita. Percebe-se esta aproximação ao constatar que o texto se vale da noção de currículo ampliado adotada pela ACS (1992) que através do ensino dos conteúdos da Cultura Corporal visa uma reflexão pedagógica ampliada que, por sua vez, se inter-relaciona as noções de projeto histórico e formação humana da classe trabalhadora.

À guisa das contribuições desta elaboração para consolidação dos princípios que regem a PHC e a ACS na efetivação da função social da educação e da escola, pensamos que para além da adoção dos pressupostos curriculares das duas teorias e das aproximações com a crítica marxista da educação, ficam as reflexões sobre ser preciso explorar as várias dimensões

do Conteúdo Esporte permitindo ampliar as referências sobre o mesmo essenciais a uma reflexão crítica, se afastando da compreensão que somente contempla a dimensão da aptidão física.

Articulados a essa ideia a educação física se torna relevante aos estudantes e a comunidade, pois se insere a sua prática social e, ao mesmo tempo se legitima como área do conhecimento humano que detém saber próprio a ser assimilado e compreendido na escola, cumprindo assim sua função educativa na escola pública, laica e gratuita.

QUADRO 14. GRAU DE DESENVOLVIMENTO DA PHC E NA ACS NOS ANAIS DO CONBRACE (2009-20013) -

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