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CARACTERIZAÇÃO

Objeto: reflexão acerca da categoria Cultura Corporal Metodologia: análise de conteúdo

Objetivo: analisar criticamente limites e possibilidades teórico-metodológicas da perspectiva crítico-superadora para

a educação física escolar, fundamentada no livro de Coletivo de Autores.

ELEMENTOS SUPERADORES

Crítica Marxista da Educação: Está claro a proximidade com a premissa do papel da educação no processo geral da produção social no excerto sobre os temas da Cultura Corporal, tratados na escola expressarem um

sentido/significado onde se interpenetram, dialeticamente, a intencionalidade/objetivos do homem e as intenções/objetivos da sociedade (p.05); na reflexão de Escobar (2009), sobre o idealismo fragmentar o conhecimento e o desgarrar da realidade fazendo prevalecer o discurso sobre os fatos e a forma sobre o conteúdo, é necessário fazer da atividade prática do homem, o trabalho, e das relações objetivas materiais, reais dos homens com os outros homens e com a natureza a base da construção do conhecimento (p.07); Na menção a Taffarel (2009), quando rebate as críticas que atribuíram ao Coletivo ter uma visão culturalista afirmando que a obra não separa a base material da existências, nem tampouco o processo de desenvolvimento humano da construção da cultura. Continuando, discorre que o homem não nasceu praticando esporte, e muito menos relacionando esporte com saúde, mas adquiriu, pelo trabalho, pelas atividades, as condições de produzir e reproduzir seu modo de vida onde as relações esporte e saúde foram se consolidando (p.13). A premissa da totalidade histórica e social faz- se presente na menção a Escobar (1995), no tocante ao conceito de cultura abordado por ela, traduzindo um processo de transformação do mundo natural a partir dos modos históricos da existência real dos homens nas suas relações na sociedade e com a natureza (p.05); na discussão sobre o conceito de cultura ser necessário a “desnaturalização” do nosso objeto, refletindo a sua contextualização social e histórica e redefinindo a relação entre Educação Física, natureza e conhecimento (idem). A premissa da localização de tendências existentes é passível de verificação na assertiva sobre as perspectivas da atividade física e do movimento humano estarem levando a Educação Física a perder sua especificidade como disciplina escolar (p.05); na afirmativa acerca da diferença entre cultura do corpo criada pelo positivismo da cultura corporal enquanto carregada de sentido e significado e historicamente situada num contexto (p.08); No exceto sobre a não radicalização da categoria atividade deixando margem a interpretações biologistas, que compreendem as áreas afetiva, cognitiva como um somatório, portanto uma concepção funcionalista da (p.10). A premissa acerca de ser uma crítica materialista é evidenciada na afirmação sobre o objeto de estudo específico da Educação Física, ser fruto, numa perspectiva marxista, do trabalho humano não-material (p.06); no excerto que se apoia nas ideias de Taffarel (2009), sobre a visão idealista de mundo que desconsidera as formações econômicas, históricas, na determinação última do ser social, e ignoram que a formação das classes decorrem da forma como os homens produzem suas vidas (idem). A premissa da relação entre os valores educativos e as condições subjacentes é constatada na menção à reflexão de Escobar (2009) sobre o Esporte como uma atividade corporal historicamente criada e socialmente desenvolvida em torno de uma das expressões da subjetividade do homem, o jogo lúdico, que não pretende resultados materiais (p.07).

histórico que defende, a perspectiva crítico-superadora, um projeto histórico socialista (p.05); ainda na fala de Escobar (idem) se confirma essa ideia do projeto histórico defendido quando menciona que ao longo de todo o livro

defendiam uma visão que ligava-os aos interesses da classe trabalhadora (p.05). Com relação ao método da

práxis social, podemos aproximar o entendimento deste método, especificamente com a prática social como ponto de partida e de chegada, com a fala de Escobar (2009) sobre a visão histórica que traz a atividade prática

do homem, o trabalho e as relações objetivas materiais reais dos homens com a natureza e com os outros homens, para o centro do sistema explicativo (p.08). Do mesmo modo, verificamos acordo com o momento da

instrumentalização no excerto sobre o trato com as atividades práticas da Educação Física a partir da lógica da

prática social possibilitando aos alunos uma leitura mais concreta, mais profunda da realidade (idem).

ACS: Ao se reportar a Escobar (2009), no tocante à discussão sobre o agir e o movimentar-se, é passível de

aproximação com o princípio curricular da contraposição de saberes. Pois, o homem para resolver problemas tem de organizar todo um complexo de atividades, são ações que não podem ser reduzidas à simples repetição de movimentos de flexão, extensão, torção, adução, abdução, e outras, porque a atividade humana é um complexo de ação, pensamento e emoção desencadeado por objetivos que não se colocam de fora (p.09)

ELEMENTOS CONTRADITÓRIOS: Não foram constatados.

CONCLUSÕES: a Cultura Corporal se configura dimensão constituinte da produção cultural humana, condicionada

histórica e socialmente. De fato concordamos com certa redundância no termo, mas defendemos sua permanência como estratégia demarcatória para a confirmação da dimensão corporal humana na cultura (p.15); ... a elucidação da dimensão cultural do corpo e do corpo da cultura e mais, particularmente, no reconhecimento da atividade humana que produz tal dimensão e, ao mesmo tempo em que produz a si mesmo, é produzido por ela (idem); Com relação a expressão corporal como linguagem, continuamos a acreditar, fundamentar, argumentar e defender essas como objeto de estudo específico da Educação Física na escola. É esta que traz os sentidos e significados em tratar os diferentes temas da Cultura Corporal (idem); Educação Física Crítico-superadora prescinde, para aprofundar ainda mais sua reflexão sobre seu objeto de estudo específico, de uma discussão acerca da linguagem sob um olhar marxiano, e por que não dizer marxista? (Idem)

O texto se ocupa, pontualmente, em uma reflexão acerca da categoria Cultura Corporal no livro Metodologia do Ensino da Educação Física (COLETIVO DE AUTORES), as premissas da crítica marxista da educação (ENGUITA, 1993) se fazem presentes em todo o texto alicerçando a crítica a prática pedagógica da Educação Física. Há uma preocupação, clara e evidente em articular a conjuntura histórica, política e social que perpassa o desenvolvimento da construção cultural humana ao trabalho pedagógico com a Cultura Corporal nas aulas de educação física. Assim, podemos averiguar que esta elaboração consubstancia sua exposição a totalidade histórica e social, ao processo social de produção global, aos valores educativos e as condições materiais e intelectuais subjacentes, identifica outras tendências pedagógicas apontando suas contradições e possíveis caminhos a seguir a partir da análise elaborada. Estes aspectos se interpenetram ao conceito de Cultura Corporal explicando-o, dando-lhe sentido e significado e, se distanciando do deturpado

sentido de Cultura de Corpo próprio de uma interpretação funcionalista e biologicista.

A crítica tecida a Educação e Educação Física, junto à elucidação do conceito de Cultura Corporal carregado do sentido que é próprio ao Coletivo de Autores, nos remonta a aproximações com projeto histórico de orientação socialista, que caracteriza tanto PHC quanto ACS. Além desses aspectos relevantes, transparece nos autos desta elaboração, relação de proximidade com o método da práxis social, no que se diz dos momentos da prática social como ponto de partida e de chegada, e a instrumentalização (SAVIANI, 2003). Situação análoga ao princípio curricular para seleção dos conteúdos escolares da contraposição de saberes, oriundo da ACS (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

Diante das constatações e análises das categorias aqui verificadas voltamos as atenções para a contribuição desta elaboração para elevação do grau de desenvolvimento da PHC e ACS na efetivação da função social da educação e da escola. Pensamos que as contribuições para tal tarefa podem ser atribuídas, em primeira instância, ao deixar claro as bases teóricas que influenciam o conceito de Cultura Corporal e nesse mesmo sentido, o fim social designado a abordagem Crítico-superadora. Em segundo lugar, atentamos para a dimensão da linguagem como expressão corporal, objeto de estudo da Educação Física, necessitar de aproximação com a lógica dialética para a radicalização desta categoria e distanciamento do pensamento idealista. Por fim, emerge a necessidade da própria categoria da linguagem estar vinculada a um entendimento histórico cultural, o que preencheria as lacunas existentes na compreensão desta e distanciaria de apropriações deturpadas sobre o termo. Tais assertivas impulsiona a novas sucessivas aproximações com os conteúdos clássicos da Cultura Corporal pela via da PHC e ACS atrelado ao seus princípios curriculares norteadores e as bases cientificas que as edifica. Principalmente, trazendo para o trabalho pedagógico da educação física a explicação do real concreto pela categoria da prática social, isso certamente possibilitaria atuar nas contradições da escola capitalista, reafirmando-se contra suas ilusões no âmbito da Cultura Corporal.

QUADRO 10. GRAU DE DESENVOLVIMENTO DA PHC E NA ACS NOS ANAIS DO CONBRACE (2009-20013) -

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