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Quais as principais condicionantes/bloqueios à introdução do paradigma digital nas empresas de media?

“Falta de recursos humanos, falta trabalho de grafismo, falta de integração”

Alexandre Brito, Coordenador da Redacção Multimédia da RTP (Lisboa) - Portugal

“Principalmente, el tiempo. Se dispone de muy poco tiempo para reaccionar al mercado y realizar las acciones necesarias para seguir el ritmo. El resultado es, en demasiadas ocasiones, productos que no están suficientemente maduros.

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Agilidad. En el panorama actual, una empresa debe tener un equilibrio entre músculo (capacidad financiera y humana suficiente para realizar acciones exitosas), y tamaño, ya que el tamaño determina en gran parte la agilidad para realizar dichas acciones.

Coste. En las circunstancias actuales, la distribución masiva de contenidos de video y audio es muy cara. Casi ningún modelo de negocio será sostenible a gran escala con los costes actuales de distribución de contenidos en internet. El usuario demanda más calidad en los contenidos y las redes de comunicaciones cada vez son más capaces. El problema es, ¿será asumible a medio/largo plazo la distribución masiva de contenidos en alta definición?.

Conocimiento. El mundo tradicional de medios y el de nuevos medios requiere una experiencia y conocimiento muy distintos desde muchos puntos de vista. Existe, por ejemplo, un gran desconocimiento del “ciclo de vida de las aplicaciones web” (desde cómo se conciben hasta cómo se desarrollan, despliegan y mantienen). Este desconocimiento genera, muy a menudo, errores en la evaluación de los riesgos, en la estimación de tiempos, etc., que a la postre generan múltiples problemas que podrían evitarse”.

Andrés Pedrera, Director Técnico dos Medios Interactivos da RTVE (Madrid) - Espanha

“As empresas de media, por norma, resistem à mudança e reagem, umas mais timidamente que outras, à introdução de novas ferramentas/ideias/modelos. Esta situação pode estar relacionada com várias condicionantes: constrangimentos organizacionais e editoriais, falta de conhecimento ou simplesmente resistência à experimentação e à necessidade de alterar rotinas produtivas”.

Catarina Rodrigues, Universidade da Beira Interior (Covilhã) - Portugal

“Depende da área principal de actividade das empresas. Se o núcleo da empresa é a imprensa escrita, radiofónica, etc., a tendência é para trabalhar nesse paradigma como se fosse "o" paradigma, o que torna difícil entrosar com o modelo comunicação pelo digital. Na minha opinião a sua questão pressupõe a existência de um paradigma digital. Ora, a meu ver, o conceito paradigma implica uma aceitação e aplicação consensuais, o que não parece ser o caso. Não há, a meu ver, um paradigma

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digital no sentido em que não há media que vivam nesse paradigma. O digital originará outra forma de comunicação, entrosando o escrito e o audiovisual num modelo que não me parece ainda existir. Há aproximações”.

Eduardo Cintra Torres, Universidade Católica Portuguesa (Lisboa) – Portugal

“Deixando de parte a discussão sobre se estamos ou não perante um novo paradigma (tenho as minhas dúvidas), parece-me evidente que a generalidade das empresas de media já está no "digital", ou, se preferirmos, na fase/era digital. A transição decorreu sem grandes sobressaltos, tendo porventura sido um pouco mais complicada nas empresas de audio-visual, devido aos custos associados à substituição de equipamentos e à necessidade de formação e adaptação a novas rotinas e linguagens. Mesmo numa grande empresa como a RTP há ainda quem continue a trabalhar com equipamento analógico, o que, em meu entender, se deve fundamentalmente aos custos da sua substituição por equipamento digital, embora admita que possa haver também casos de resistência à mudança por parte de alguns profissionais”.

Fernando Zamith, Universidade Fernando Pessoa (Porto) - Portugal

“São condicionantes económicas e de gestão, de formação/concepção/criação, de largura de banda, de acesso, e de múltiplas resistências à massificação/recepção do digital”.

Francisco Rui Cádima, Universidade Nova de Lisboa (Lisboa) - Portugal

“Uma das principais é a financeira: muitas empresas não têm arcaboiço para porem em funcionamento uma produção digital integrada e, como está hoje em voga, multiplataforma. Para além do hardware necessário, a mudança implica a contratação de profissionais qualificados. Depois, há sempre resistências, sobretudo por parte daqueles que não se consideram preparados para o digital. Os empresários da área dos media sabem que nem todos os seus funcionários (jornalistas incluídos) têm a formação necessária para enfrentar os desafios do digital. No entanto, parecem não estar empenhados em apostar na sua formação. Da conjugação destes factores resulta, em muitos casos, uma fraca penetração do paradigma digital nas empresas ou em níveis baixos de aproveitamento das suas potencialidades”.

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Helder Bastos, Jornalista/Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Porto) - Portugal

“En mi opinión, dos factores: la resistencia de las empresas al cambio de modelo económico (prefieren hablar de simple crisis) y la resistencia de los profesionales a adaptarse a las nuevas tecnologías y las nuevas rutinas de producción”.

Javier Díaz Noci, Universidad del Pais Basco (Bilbau) - Espanha

“Inicialmente, a maior condicionante à introdução do paradigma digital foi a questão financeira: os equipamentos eram muito caros e as empresas não vislumbravam vantagens imediatas na reconversão tecnológica. Com a redução progressiva dos preços dos equipamentos o obstáculo foi ultrapassado e actualmente sobram dois níveis de problemas.

O primeiro está relacionado com a ausência de directrizes claras sobre os procedimentos a adoptar em consequência da digitalização. O processo de produção noticiosa, as funções dos vários intervenientes e a própria linguagem jornalística sofreram grandes alterações sem que as empresas tivessem preparado os seus recursos humanos para as mudanças. Por isso, o processo tem sido lento e recheado de equívocos, com implicações imediatas na estrutura de custos das empresas. O segundo problema é a resistência de alguns profissionais às alterações decorrentes da digitalização, nomeadamente o facto de o jornalista ser agora um profissional multitarefa e multiplataforma. É algo que não agrada aos jornalistas, sobretudo aos mais velhos.”

João Canavilhas, Universidade da Beira Interior (Covilhã) - Portugal

“El principal obstáculo que enfrentan los medios tradicionales para adoptar el nuevo paradigma digital es de tipo cultural: cambiar el modo de entenderlo todo (profesión, negocio, medio, información y la audiencia).”

José Luís Orihuela, Universidade de Navarra

“En general, hay que vencer algunas resistencias por parte de empleados que no quieren asumir más competencias (por el mismo dinero que antes). Además, a menudo esta novedad exige una reorganización de la estructura de la empresa y los flujos de trabajo”.

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Josep Lluís Micó Sanz, Blanquerna - Universidad Ramon Llull (Barcelona) - Espanha

“Como sempre sou levado a pensar que os principais bloqueios/condicionantes são de natureza cultural. Ou seja: Normalmente nestas circunstâncias vêm ao de cima múltiplos factores do chamado fenómeno de resistência cultural. É certo que, por um lado, e tendo em conta o panorama geral das nossas empresas, há factores de ordem financeira e económica. Escasseiam os estudos em ordem a um planeamento racionalizado para implementar a substituição do paradigma. Pelo lado dos actores intervenientes no processo, os profissionais, há condicionantes que correspondem aos diferentes grupos etários e aos diversos graus de formação. Há os «fidelizados» ao paradigma tradicional, renitentes à inovação. Alguns até têm a noção que o paradigma digital altera a função. Refiro-me a alguns profissionais que entendem serem mais íntegros os processos tradicionais. Parece-me, contudo, que esta posição acontece com maior predominância na imprensa.

Portanto, são razões culturais, financeiras, económicas. Estas agravam-se em períodos de crise e de forte instabilidade no sector.

José Manuel Paquete de Oliveira, Provedor do Telespectador da RTP (Lisboa) - Portugal

“Em parte, a falta de agilidade em adaptar-se a novos paradigmas inerentes à comunicação e, por outro lado, a incompreensão do significado da mudança: o poder de gerar e controlar a distribuição de conteúdos em geral e de informação em particular deixou de estar centralizado nuns poucos "nós" da rede para estar potencialmente em cada um dos seus pontos. A tecnologia, além disso, introduziu importantes mudanças a nível dos modelos de negócio que sustenta(va)m as empresas de média, que não reagiram devidamente - nem em tempo nem em forma - na adaptação e equilíbrio de ditos modelos.”

Luís Pinheiro, Coord. de Projectos dos Medios Interactivos da RTVE (Madrid) - Espanha

“Adaptação à mudança, quadro jurídico europeu e nacional, financiamento e direitos”.

Pedro Braumann, Instituto Politécnico de Lisboa (Lisboa) - Portugal

“Para responder a esta pregunta es preciso explicar en primer lugar qué se entiende por "paradigma digital". Para que no haya dudas, aclararé que por tal

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entiendo un modelo logístico, económico y de gestión que tiene en cuenta las tecnologías digitales como fundamento esencial de todas las decisiones. A partir de esta definición, pienso que hay distintas razones que dificultan la implantación del paradigma digital en las empresas periodísticas. Quizá las más importantes sean dos: una económica y otra profesional. El condicionante económico afecta al plano empresarial, y tiene que ver con la dificultad de esas compañías para alcanzar en el mundo digital los umbrales de rentabilidad a los que estaban acostumbrados en sus negocios tradicionales analógicos. El condicionante profesional, por su parte, afecta específicamente a los periodistas, y se traduce en una marcada resistencia cultural a los cambios en los procesos de producción. Por regla general, en los últimos años los periodistas han demostrado tener poca voluntad de aprendizaje de las nuevas tecnologías y una marcada aversión a la mudanza de sus rutinas profesionales”.

Ramon Salaverría, Universidade de Navarra (Pamplona) - Espanha

2.ª Questão