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Pesquisas por Continente

Foto 4 Pesquisa de campo, 2016

5.1.3 Recursos Humanos e os atendimentos ofertados

A acessibilidade não se limita apenas à questão estrutural e de materiais didáticos, refere-se também à acessibilidade relativa à aprendizagem, por meio do uso de recursos que permitam a comunicação e deem acesso às informações. Nessa questão, os professores consideraram que os recursos humanos, como a equipe pedagógica (pedagoga, psicólogo), o NAPNE, palestrantes que foram convidados para auxiliá-los no entendimento sobre as deficiências atendidas e o intérprete de LIBRAS contribuem para que os alunos PAEE tenham acesso à aprendizagem e à comunicação.

PA1: Eu penso assim, nós temos a seção pedagógica, tem o NAPNE. As meninas

trabalham muito bem nessa questão, elas fazem atendimento, elas fazem entrevistas com esses alunos, elas conversam com as famílias, elas investigam nas escolas de onde eles vieram, procuram, sempre pedem para as famílias os laudos médicos, laudos de psicopedagogo, para gente ter uma orientação de como trabalhar com eles.

E nas reuniões que a gente tem e nos conselhos de classe, elas sempre expõem isso, sempre conversam com a gente, “oh, tal aluno tem tal problema, então procurem trabalhar de forma diferente, procurem atender de forma diferente”. Então quanto a isso, o trabalho está sendo feito e é muito bom.

PU1: Então assim, é bem tranquilo, né, a gente entra em contato com a pedagoga ou

a própria intérprete entra em contato com a pedagoga e com a maior rapidez que tiver, o campus consegue solucionar o problema para gente. A gente nunca teve problema de deixar “ah, está precisando de...e eu não vou conseguir dar aula porque está faltando isso”.

PL1: Olha a SEPAE (Seção Pedagógica e de Assuntos Estudantis) ela é muito ativa

nisso, tanto que eles nos prepararam para receber esses alunos e nessa recepção...como vamos desenvolver, sempre estão falando “vamos desenvolver ações para ajudar o aluno”. A gente tem quase reunião com eles, não é reunião, mas conversa-se quase toda semana, pelo menos com a pedagoga. Então está sempre se conversando como melhorar “oh, professora, o Luan está com uma dificuldade nisso, vamos produzir aqui, vamos montar um material assim, será que montar as atividades desse jeito não ficaria mais fácil?”. Então eles estão sempre ajudando, né, o professor a poder melhorar a condição de trazer esse aluno.

PJ1: Chamamos pessoas assim, palestrantes, em uma delas eu pude ir, na outra eu

não pude. Palestrantes assim da área, né, para dar uma palavra para todo mundo, porque ia ser uma coisa diferente. Então foi tudo o Instituto, tanto a busca por material humano, né, para gente se informar.

O intérprete de LIBRAS é um recurso imprescindível na comunicação do aluno surdo com a comunidade acadêmica. Já a equipe pedagógica, o NAPNE e os palestrantes ajudam na aprendizagem dos alunos, por serem recursos humanos que visam auxiliar os alunos PAEE diante das dificuldades que surgem, como também um suporte para os professores conseguirem ensinar esses alunos da melhor forma.

Apesar dos professores citarem o auxílio dos recursos humanos (equipe pedagógica) como contribuição para promover a acessibilidade dos alunos PAEE, também consideram que são ações muito pontuais, pois a equipe pedagógica faz orientações sobre como trabalhar com os alunos de acordo com a deficiência atendida no campus, ou seja, surgiu uma dificuldade, a equipe pedagógica procura solucionar aquela situação de forma específica. Os professores sentem falta de algo maior, algo que seja institucional, que os capacite a trabalhar principalmente com as deficiências que fogem da questão de acessibilidade física.

PA1: A acessibilidade também quanto o deslocamento desses alunos com problemas

físicos, também tem o elevador, e tudo que a gente pode fazer para auxiliar eles, a gente faz, como mudar de sala, questão de carteiras, e assim, a dificuldade que a gente, que eu encontro, mais por mim, é saber como trabalhar, por exemplo, com o Thiago (Síndrome de Asperger), como trabalhar com ele? Que tipo de atividade? Será

que o que eu estou, as atividades que eu estou propondo a ele está atingindo? Será que eu estou conseguindo fazer? Será que aquilo é pouco para ele? Será que é demais? Então é difícil dosar isso, eu me sinto despreparada para trabalhar com alunos assim. Porque quando a deficiência é física é mais fácil, a deficiência física é mais estrutural, agora quando o problema é cognitivo, ou se fosse um problema tipo de visão, também audição, eu teria que me preparar, estudar, teria que pesquisar, porque hoje se eu tivesse um aluno deficiente visual, hoje eu não saberia como trabalhar com ele.

PL5: Eu acho que seria interessante que profissionais relacionados ao tema, enfim,

que eles pudessem propor, oferecer um tipo de formação a mais para não ficar essa coisa pontual para resolver um problema. Ah, você tem um problema que o aluno não consegue enxergar o conteúdo, não consegue ler, então você vai perguntar. Não é aquela coisa, não tem uma preparação. Você tem um problema e esse problema é remediado. Acho que poderia ser feito ações mais amplas no sentido de preparar o professor, de oferecer possibilidades de trabalho, até resolver alguns problemas. Eu acho que isso poderia ser melhor desenvolvido no Instituto.

PL2: Então essa adaptação e essa forma de trilhar com o aluno que tem essas

deficiências, que eu como professora percebo que a gente precisaria de uma...de mais auxílio mesmo do Instituto, de pessoas que já tenham essa experiência, já tenham essa vivência de como trilhar, de como fazer. Eu acho que o Instituto, por ser uma instituição nova, também perde. Está começando passos agora, mas a educação inclusiva assim é uma coisa que exige bastante do professor, assim, as atividades que a gente faz fora da sala de aula é diferente dos outros alunos, o tempo que a gente despende para organizar coisas específicas para esse aluno. Então, assim, eu acho que o Instituto precisaria de mais aporte, de mais auxílio para os professores que trabalham com esse tipo de....às vezes até dentro da sala de aula, uma pessoa que tenha experiência com esse tipo de....isso aí a gente sente bastante falta assim.

Já para os alunos, como João, os professores seriam os recursos humanos que ele aprecia muito, pela qualificação e forma de ensinar os alunos com dificuldades.

João: Questão de acessibilidade física muito boa, não tem do que reclamar. Em

questão de materiais didáticos também muito boa, e em recursos humanos, em todos os quesitos, mas principalmente em recursos humanos eu vejo que é “muuuuito” bem cuidado. Digamos assim, a questão dos professores e tal em cuidar e ajudar os alunos com dificuldades é excepcional, que nenhuma outra faculdade que eu já tenha visto ou estudei, eu vi algo parecido.

Para os alunos com deficiência visual, como no caso do Franklyn, a fim de fazer uso dos equipamentos e materiais adquiridos pelo IFPR que poderiam auxiliar na sua aprendizagem, os professores se organizaram e fizeram um curso sobre esses materiais para conseguirem trabalhar com o aluno. No caso dos alunos surdos, Fabio foi o único que relatou que o IFPR ofereceu curso de LIBRAS aos alunos e professores como uma forma de tornar mais acessível a sua comunicação com os demais.

Franklyn: Esses aplicativos, esses softwares, eu já conhecia bem antes de eu vir para

cá, eu já usava nos computadores, daí eu falei para o professor, para o professor Éber que é o coordenador de curso, se eu não me engano. Eu falei para ele e ele falou assim “você usa, dá pra gente tentar instalar”. Daí um dia veio um professor ali da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná), veio, deu a palestra aqui. Não uma palestra, um curso para os professores de informática, ensinando a mexer nos aplicativos, e ele instalou em um computador em cada laboratório.

Fabio: Às vezes os conteúdos que são bastante complexos, às vezes a comunicação

com outras pessoas também impede um pouco, não tem essa comunicação total.

Pesquisadora: Como que você acha que o Instituto poderia ajudar você a resolver

essas situações de dificuldade na comunicação com as outras pessoas, ou algum outro problema que você possa vir a ter aqui no campus?

Fabio: É estar fazendo outros cursos, também ajudar a intérprete na interpretação,

desenvolvendo na área.

Pesquisadora: O campus, ele já ofertou algum curso de LIBRAS para os seus

colegas?

Fabio: Várias oficinas de LIBRAS já tiveram, projetos, palestras, grupos, sempre tem.

Já para o aluno Allan, surdo, a falta de intérprete de LIBRAS representa a falta de acessibilidade. No caso, o campus em que o Allan estudava possuía um intérprete de LIBRAS, porém havia outro aluno surdo e o único intérprete não conseguia atender aos dois alunos surdos do campus.

Allan: A acessibilidade do vestibular é boa, porque tem surdos que participam do vestibular, mas dentro do IFPR não é bom. Porque eu tenho um problema aqui no IFPR, que eu não tenho intérprete. Precisava valorizar mais a acessibilidade, contratando intérpretes, eu estou quase dois meses esperando intérprete e até agora nada. Para mim a acessibilidade não é muito boa aqui no Instituto, principalmente por causa do intérprete.

A aluna Julia, surda, também coloca que sente a falta de mais intérpretes. E tanto a Julia como o Allan reclamam que alguns professores não possuem uma metodologia adequada paralhes ensinar.

Julia: Para mim, não tem. Falta mais intérpretes, falta professores que saibam como

atender, me atender no caso, porque a maioria dos professores transfere a responsabilidade para os alunos. O professor não tenta oferecer para mim um atendimento, nem tenta uma comunicação comigo.

Pesquisadora: Você acha que, para essa acessibilidade, os professores também

teriam que aprender LIBRAS?

Julia: Alguns sim, principalmente a professora de português.

Pesquisadora: E como você acha que o IFPR poderia te ajudar a resolver essa situação com essa professora que você tem dificuldade?

Allan: Boa pergunta. Eu acho que a professora poderia adotar o método de escrever e enviar para mim, eu acho que facilitaria, enquanto não tiver intérprete.

Pesquisadora: Mas essa dificuldade que você tem é de entender o que ela explica ou dificuldade de relacionamento?

Allan: Comunicação. Porque tem professor que não sabe ainda como explicar para o surdo, como explicar para mim.

Com relação aos recursos humanos, a visão de professores e alunos difere. Os professores citam como recursos humanos a equipe pedagógica e o intérprete de LIBRAS, que consideram como um recurso pontual que os auxilia, como também aos alunos, da melhor forma possível. Os próprios professores consideram-se como recursos humanos que não estão preparados para atender esses alunos por não existir por parte da instituição uma capacitação, principalmente com relação às deficiências não físicas.

Já os alunos, fora os alunos surdos, consideram que os professores são ótimos meio de acessibilidade, pois ensinam bem e se mostram preocupados com o aprendizado dos alunos, tanto que na visão dos mesmos, os docentes procuram se capacitar no manuseio das novas TAs, procuram meios de aprender a utilizar os recursos didáticos que auxiliam na aprendizagem dos alunos. Fabio, surdo, também falou do curso de LIBRAS ofertado aos professores como uma forma de capacitá-los. Porém, para os demais alunos surdos, os professores não sabem como ensiná-los, como também faltam mais intérpretes de LIBRAS.

Poderíamos entender a falta de capacitação institucional aos professores como um indicador de risco, pois os professores estariam despreparados para atender com qualidade aos alunos, porém não se configura como um fator de risco para os alunos, pois eles não sentem esse despreparo dos professores e consideram que estão muito bem assistidos (não por iniciativa institucional, mas pela vontade dos professores). Segundo Jones (2011) a atuação dos professores que buscam tornar a sala de aula um ambiente de proteção, ajudando os alunos com suas dificuldades e contribuindo para o sucesso escolar desenvolve o processo de resiliência educacional que se refere a atitudes positivas com relação às realizações acadêmicas. Apenas os alunos surdos novamente avaliam a questão de os professores não respeitarem suas diferenças, sendo que neste caso, o despreparo dos professores é sentido pelos alunos surdos como um fator de risco.

Além dos professores, os atendimentos existentes no IFPR também são considerados pelos alunos PAEE como meios que ajudam na sua aprendizagem, dentre os citados pelos alunos verificamos que existem atendimentos que não são exclusivos a eles, que podem ser usufruídos por todos os alunos do IFPR. Como exemplo, citamos o caso da Catarina que possui mielomeningocele, cujos sintomas estão ligados a problemas na coluna, bexiga

neurogênica, ausência de sacro e dores intestinais. Devido ao problema de saúde, a aluna teve que se ausentar presencialmente da escola, necessitando de atividades domiciliares, situação que foi ofertada a ela e que podem ser requisitadas por qualquer aluno. Outro tipo de atendimento que está ajudando a aluna a acompanhar as atividades após sua licença são as monitorias e os atendimentos dos professores no contraturno.

Catarina: Eu fiz atividade domiciliar, minha mãe vinha buscar as atividades das

matérias que tinham, daí eu fazia em casa. Estou até agora com atividade de filosofia para fazer que eu não estou conseguindo, que, tipo, eu fiquei um ano passado inteiro afastada, eu parei de estudar por causa da saúde e porque eu não gostava da escola, tipo, não tinha... eu não tinha acessibilidade lá, tipo no banheiro eu só podia ir no intervalo. No começo eu não falava, se eu pedisse para o professor, ele demorava para deixar e, tipo, o banheiro não tinha privacidade tinha uns que a porta não fechava e tinha uns que não tinham porta, daí bem ruim. Eu só fui 3 dias lá, daí eu saí, mas, tipo, eles também nem ligaram em casa para saber como eu estava, se eu estava viva, nem dos livros que eu tinha pego lá. Até o outro colégio que eu já tinha tirado minha matrícula de lá para ir para o outro que eu parei, eles ligaram para perguntar se eu estava bem, se eu estava estudando e tal. Daí esse ano estava sendo bem cômodo para mim porque eu fiquei um ano inteiro sem praticar, daí dificulta na hora da aprendizagem, então eu estou vindo no contraturno, monitoria e estou fazendo...

Pesquisadora: Mas você conseguiu acompanhar mesmo...

Catarina: Estou conseguindo, um pouco, só não ir faltando, estou tentando não faltar.

Os alunos João, (Síndrome de Asperger) e Fábio (surdo) também relataram que o atendimento ofertado pelos professores em outros horários, além da sala de aula, estaria os auxiliando nas suas aprendizagens. Vale ressaltarmos que faz parte da normativa do IFPR o professor reservar 4 horas da sua carga horária para dar atendimento em outros horários aos alunos, momento em que o professor pode retomar o conteúdo trabalhado em sala de aula ou tirar as dúvidas dos alunos.

João: Materiais que me ajudam? Livros, livros didáticos que são muito caros, para se

comprar eles pela internet são bem complicados. E principalmente os atendimentos, os professores estão disponíveis fora do horário de aula para tirar algumas dúvidas, alguma coisa, esse é o principal que me ajudou até agora.

Fabio: Aqui tem Datashow, tem também apoio, os professores dão em horário

diferenciado apoio também, eles ajudam nessa parte.

No caso do aluno Thiago (Síndrome de Asperger), ele menciona que devido à sua dificuldade em interagir e sua timidez, não consegue questionar os professores com relação às dúvidas sobre o conteúdo. E, apesar de o aluno considerar os atendimentos ofertados pelos

professores no contraturno como uma forma de dirimir as dúvidas, pois é um momento no qual o professor pode ter um contato mais próximo com os alunos, ainda assim o Thiago não se sentia confortável e, até o momento, o IFPR não tinha feito nenhuma ação que pudesse ajudá-lo em relação a essa dificuldade. Mas não consideramos como um fator de risco, pois apesar do aluno não se sentir confortável, partia dele a iniciativa de procurar o atendimento, os professores não o obrigavam a participar.

Pesquisadora: Mas você precisa de algo específico?

Thiago: Eu tenho a Síndrome do Asperger, que dificulta o meu contato social, por

causa disso eu não venho muito nos atendimentos. Eu fico com vergonha, falar com o professor, essas coisas.

Pesquisadora: E como você acha que o Instituto poderia estar te ajudando nessas

situações?

Thiago: Ah, eu não sei como.

Pesquisadora: O Instituto já faz alguma ação relacionada a isso? Thiago: Não.

Pesquisadora: E aí quando você precisa vir no atendimento, você já veio em algum

atendimento?

Thiago: Já, mas poucas vezes.

Pesquisadora: Mas o professor te convidou ou você sentiu necessidade e veio? Thiago: Senti a necessidade de vir.

Pesquisadora: E foi tranquilo no atendimento com o professor ou você ficou

assustado, com medo?

Thiago: Eu fiquei assim com vergonha, com o pé atrás, essas coisas.

Para os alunos Luan (SD), Zé (deficiência física - amputação do braço) e Dhiego (surdo), os professores e equipe pedagógica oferecem um atendimento específico para as suas dificuldades. No caso do Luan, que teve muitas dificuldades de conteúdo no primeiro semestre do curso, a equipe pedagógica propôs um ―reforço‖ para o aluno no contraturno, no qual ele faz atividades do curso acompanhado da pedagoga.

13

Pesquisadora: E você gosta de ficar à tarde aqui com a pedagoga?

Luan: Agora nesse segundo semestre aí, eu já estou chegando muito antes do que

aquela hora com a outra pedagoga, se muda a regra meio-dia ou meio-dia e meio.

Pesquisadora: Você está chegando até antes? Luan: É.

Pesquisadora: Você entende que isso é para o seu bem? Que esses atendimentos que a

pedagoga está fazendo com você é para o seu bem?

Luan: Eu tento fazer as coisas que ela fala, mas eu tenho muita coisa. Eu com ela é

completamente diferente.

Pesquisadora: O que é diferente?

13 Todas as transcrições da entrevista com o aluno Luan estão no formato original e devido ao aluno apresentar

Luan: Ela tem que se impor mais nas conversas comigo, eu sei que ela é muito

profissional, mas ela tem que ter uma boa segurada, tipo como ela fala também. Ela exige mais.

Para Zé também foram necessárias adaptações nas aulas práticas em laboratório, uma vez que o material que utilizariam no laboratório deveria ser preparado para o aluno por meio da ajuda dos professores e dos colegas de sala.

Zé: Eu peço para o professor na sala se eu precisar de alguma coisa. No laboratório

é difícil algumas coisas, mas me adapto com os professores mesmo. Um aluno pode me ajudar, sempre ajudando um ao outro, eles me ajudam.

Pesquisadora: O que, por exemplo, você já precisou e o que eles fizeram? Me dá um

exemplo.

Zé: A parte microscópica, a professora vai e pinça, ela deixa a lâmina pronta, ela

facilita para mim um pouco, só que eu tenho que me dedicar mais, tem que dar mais exatos as ações também.

No caso específico do aluno Dhiego, que é surdo e tem dificuldades com a língua portuguesa, o professor de português atende somente a ele em um dia da semana no contraturno.

Dhiego: Então, nas quartas-feiras....então o professor Daniel temos um combinado

que nas quartas-feiras de manhã ele me ajuda, especificamente para mim junto com o intérprete. Aí ele me ajuda a melhorar meu vocabulário, meus textos, colocar as palavras na ordem certa, mas é mais na quarta-feira mesmo. Na quinta-feira de tarde é aula, o professor dá mais atenção aos ouvintes. Aí, ensina a turma inteira na quinta- feira à tarde. Na quarta-feira, cedo no atendimento, que ele dá atenção para mim específica. E eu gosto mais da quarta-feira mesmo.

Pelas fotografias, o aluno Franklyn fotografou o seu aprendizado com o soroban que, no caso, tratava-se de um curso ofertado pelo professor de matemática do IFPR aos alunos do IFPR e à comunidade externa sobre o uso do soroban no aprendizado de matemática. Para o aluno, o registro (foto 7) representa a foto que mais gostou, pois antes do curso, como ele não sabia trabalhar com o instrumento, não gostava de utilizá-lo. Atualmente, após o curso e com a prática, está gostando. Este fato demonstra a importância dos professores não somente disponibilizarem os materiais que podem ajudar os alunos diante de suas dificuldades, mas também, e principalmente, de ensinar o uso e o manuseio desses materiais.

Foto 7 – Pesquisa de campo, 2016.

Franklyn: Antes eu não gostava de soroban, eu achava muito ruim fazer conta em