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É sabido que a humanidade vem enfrentando problemas de degradação ambiental que remontam no tempo. Entretanto, tem-se verificado a partir da década de 1960, em função dos modos de produção, de crescimento e de desenvolvimento estabelecidos, que os recursos naturais, particularmente a água, vem se tornando um fator cada vez mais crítico para o desenvolvimento econômico e social de longo prazo, bem como para a sustentabilidade ambiental. Enormes parcelas dos povos de muitos países não têm acesso à água limpa e a água contaminada tem sido a responsável por milhões de mortes que poderiam ser evitadas.

Há algumas décadas recentemente passadas, o meio ambiente era capaz de desempenhar sua função autodepuradora com eficiência. Contudo, nos dias atuais, encontra-se excessivamente sobrecarregado pelas atividades antrópicas. Percebe-se, assim, que o mundo poderá experimentar uma escassez de recursos hídricos sem precedentes em um futuro próximo, a menos que os padrões de desenvolvimento comecem a ser alterados e o ser humano modifique o seu comportamento no que se refere ao uso e ao consumo desse recurso natural.

No Brasil, as causas das altas taxas de desmatamento, fator que influenciará diretamente na redução da biodiversidade e na qualidade e quantidade dos ecossistemas aquáticos, incluem forças e processos externos, tais como a expansão das plantações comerciais e fazendas-agropecuárias. Além disso, a exploração de essências florestais de alto valor comercial para atender, principalmente, ao mercado externo, é fator agravante dos desmatamentos no Brasil.

Na área rural, a atividade agropecuária mal conduzida tem levado às situações desastrosas de erosão do solo. A sua camada superficial, que é a mais fértil, é arrastada pelas chuvas, deixando ravinas e voçorocas nas fazendas, empobrecendo o solo e assoreando mananciais, além de levar para as águas dos rios e represas resíduos de agroquímicos. Esta remoção de terra fértil representa milhões de reais

que o país perde anualmente, exigindo aplicações cada vez maiores de fertilizantes nas áreas erodidas para que se possa manter a produtividade agropecuária e florestal. O mau uso do solo agrícola inclui situações tais como: o plantio "morro abaixo", em vez do plantio em curvas de nível; a aração ou gradagem excessiva ou em condições inadequadas de umidade e tipo de solo; a alta taxa de lotação nas pastagens e falta de manutenção e, ou, renovação das mesmas; plantio em áreas declivosas sem aptidão agrícola para culturas anuais. Assim, o conhecimento de tais impactos para que se evite a sua repetição futura, bem como para a recuperação dessas áreas degradadas pelo uso inadequado, tanto na área rural como urbana, assume uma enorme importância do ponto de vista ecológico, econômico, agrícola e social.

Relacionados aos ecossistemas aquáticos e à história da água no planeta Terra, sabe-se que as visões sobre esse recurso são multifacetadas. Estão diretamente relacionadas ao crescimento da população humana e ao grau de urbanização. Em face à complexidade dos usos múltiplos da água pelo homem, têm- se verificado a perda de qualidade e disponibilidade de água, inclusive, inúmeros problemas de escassez em muitas regiões e países.

Assim, a crise de abastecimento de água pode ser considerada um fator crítico na atualidade. Essa questão sempre foi vista como um problema dos países mais pobres ou daqueles situados em regiões áridas ou semi-áridas. Contudo, começa a atingir algumas das mais ricas nações do mundo. Em recente relatório da Organização não-governamental WWF Internacional - denominado “Países Ricos, Pobre Água” - é uma das primeiras visões panorâmicas das questões de água doce no mundo desenvolvido (WWF, 2008).

O relatório mostra que a combinação de mudanças climáticas, secas e perda de áreas úmidas, ao lado de infra-estruturas inadequadas para a água e a má gestão dos recursos hídricos, estão “globalizando” a crise. O texto destaca os impactos dos problemas relacionados à água em países como Austrália, Espanha, partes do Reino Unido, Estados Unidos e Japão. Comenta que na Europa, os países do Atlântico estão sofrendo secas recorrentes, enquanto no Mediterrâneo o turismo de uso intensivo de água e a agricultura irrigada estão pondo em perigo os recursos hídricos. Na Austrália, o país mais seco do mundo, a salinidade das águas do subsolo é uma ameaça para grande parte das áreas agrícolas mais importantes do País. Apesar de ter um regime de chuvas intenso, o Japão sofre com um grave problema de contaminação dos mananciais em diversas áreas. Esta situação tende a se agravar, na medida em que o aquecimento global reduz as chuvas, aumenta a evaporação e muda os padrões de derretimento da neve.

A instabilidade climática, com conseqüências diretas na distribuição das chuvas, associada a uma constante redução dos recursos naturais, tem levado a grande maioria dos produtores, mesmo de regiões onde os níveis de precipitação são elevados e com distribuição uniforme, a adotarem a irrigação como tecnologia indispensável ao sistema produtivo das culturas. A escolha do sistema de irrigação tem sido um dos grandes problemas do produtor, dada à variedade de sistemas existentes no mercado e dado a necessidade de se maximizar a produtividade da cultura. De modo geral, sob o ponto de vista dos problemas relacionados à irrigação, trata-se da ausência de um plano de manejo, infelizmente, ainda pouco praticado pela maioria dos irrigantes.

É uma tarefa para o grupo de países em rápido desenvolvimento econômico terem a oportunidade de não repetir os erros do passado e evitar os custos de recuperação de ecossistemas degradados. Entretanto, lamentavelmente, parece que, em geral, estas nações já foram seduzidas por infra-estruturas de grande porte, tais como barragens, transposições de águas entre bacias, megaprojetos de irrigação, sem adequadamente considerar se tais projetos irão de fato suprir as necessidades ou impingir custos humanos e naturais. Os problemas de água afetando tanto países ricos como pobres são um alerta para que se volte a proteger a natureza como fonte de recursos hídricos.

Esse fato pode ser explicado pelos modelos de desenvolvimento agropecuário e urbano-industrial implementado nas últimas décadas. A provável origem desses problemas se deve ao imediatismo nas fases de elaboração e implantação dos diversos empreendimentos e atividades, com displicência, ou mesmo ausência, de planejamento ambiental, não considerando, por exemplo, as questões relativas à predição. Há também que se considerar, que apesar do ressurgimento do tema da escassez e dos limites ecológicos no final do século XX, o fato é que a maior parte do pensamento social e econômico contemporâneo, especialmente no debate sobre o desenvolvimento, continua a adotar o enfoque flutuante que dominou os séculos de exuberância da civilização urbano-industrial (séculos XVI-XX).

Os principais mapas políticos que organizam os programas partidários em todo o mundo, especialmente nas regiões de influência mais direta da cultura de origem européia, adquiriram sua forma e substância básica neste contexto histórico, tendo seus fundamentos teóricos calcados na visão do crescimento ilimitado. O novo paradigma do mundo moderno foi acompanhado de um amplo conjunto de transformações, que não se limitou ao aspecto cultural. A economia capitalista se revelou capaz de promover em alguns países um aumento crescente da produção, gerando um consumo de massas inédito na história da humanidade.

É verdade que boa parte deste consumo de massas não surgiu por meio do funcionamento espontâneo da economia capitalista. Os principais mapas políticos que organizam os programas partidários, em todo o mundo, tiveram seus fundamentos teóricos calcados na visão do crescimento ilimitado. O novo paradigma do mundo moderno foi acompanhado de um amplo conjunto de transformações, que não se limitou ao aspecto cultural. A economia capitalista se revelou capaz de promover em alguns países um aumento crescente da produção, gerando um consumo de massas inédito na história da humanidade.

A configuração deste campo de alto consumo, que está restrito, bem entendido, ao universo minoritário dos países capitalistas avançados e das elites sociais dos demais países, gerou um dilema ecológico e político fundamental. Considere a famosa frase de Keynes (criador da Macroeconomia e um dos mais influentes economistas do século XX; suas idéias intervencionistas se chocaram com as doutrinas econômicas vigentes em sua época e estimularam a adoção de políticas intervencionistas sobre o funcionamento da economia): "Em longo prazo estaremos todos mortos!”. Esta frase se tornou um mantra entre os operadores de “commodities” e derivativos nos mercados de capitais. Durante anos se foram treinados para que os negócios apresentassem resultados de curtíssimo prazo, já que, no longo prazo, estar- se-iam todos mortos. Agora se projetem esta frase no imaginário dos jovens pesquisadores, corretores e investidores para operações que envolvem 40, 60 e até mesmo 200 anos? Mitigar a poluição não acontece de imediato, posto que o meio ambiente possui uma dialética diferenciada. No entanto, esta lógica não compartilha com a matemática de um sistema que convencionou comprar e vender em uma velocidade jamais vista. O mundo das finanças gira um volume incalculável de recursos não produtivos, ou seja, recursos meramente especulativos.

No Brasil, o modelo urbano-industrial e agropecuário, infelizmente, tem adotado tal lógica e comportamento. O mesmo tem posto em risco a quantidade e a qualidade do capital natural, particularmente dos recursos edáficos e, conseqüentemente, dadas as suas inter-relações, dos ecossistemas aquáticos, nas bacias hidrográficas do

ribeirão Entre Ribeiros e do rio Preto, afluentes do rio Paracatu, que drenam uma

área de aproximadamente 14.149 km2. Nesse local, tem ocorrido a intensificação de atividades silviculturais, que substituem a vegetação nativa, como também a intensificação da agricultura irrigada, cuja participação no consumo de água se elevou de 78% para 93% do total da vazão consumida no período 1970-2000.

A partir da ECO – 92, encontro que reuniu milhares de cientistas e pesquisadores de todo o mundo no Rio de Janeiro, surge o conceito de Desenvolvimento Sustentável: modelo que sugere a consideração dos aspectos ambientais, econômicos e sociais na implantação de um determinado projeto. Pode-se

afirmar que a idéia de se buscar esse modelo, revela, inicialmente, a crescente insatisfação com a situação criada e imposta pelos atuais modelos vigentes de desenvolvimento e de produção advindos das atividades antrópicas.

Na elaboração da Agenda 21 Brasileira, foi considerada fundamental que se promovam alterações nos modos de produção, necessitando, para isso, de uma definição nas políticas públicas que considerem o planejamento de médio e longo prazo. A Organização das Nações Unidas (ONU) elegeu 2008 como "O Ano do Planeta", o que representa, mundialmente, um marco histórico importantíssimo para um direcionamento enérgico das ações humanas em favor da preservação ambiental, da conservação dos recursos naturais e da qualidade de vida.

Por este motivo, os países, as grandes organizações, as instituições financeiras mundiais, os pesquisadores, os técnicos, os produtores, enfim, todos aqueles envolvidos com os sistemas produtivos - tratar-se-á, nesse documento, dos agropecuários, defrontam-se nos dias atuais com dois dos mais importantes desafios para a humanidade: a) usar de maneira eficiente os recursos na produção de alimentos - existe uma crescente consciência que o aumento da produção de alimentos deve estar associado a uma preocupação constante com o uso racional dos recursos tais como solo, água, energia e agroquímicos; e b) atender a tal demanda de forma sustentável, ou seja, aumentar a produtividade, preocupando-se com a conservação dos recursos naturais. Portanto, os governos devem direcionar o estudo de políticas públicas no sentido de buscar soluções para ricos e pobres, que inclui, entre outros, saneamento ambiental, reparar infra-estruturas antigas, reduzir agentes contaminantes, mudar práticas de irrigação. Impõe-se a necessidade de esforço conjunto para: a) aumentar a capacidade de predição e prognóstico, por meio da integração contínua da ciência interdisciplinar; e b) praticar o planejamento e gerenciamento na área de recursos hídricos.

Assim, cabe à Pesquisa Agropecuária o papel de viabilizar e tornar factíveis soluções para este quadro. Esse tipo de pesquisa deve visualizar não apenas o aumento da produtividade ou da eficiência econômica, mas também deve dar ênfase total a sustentabilidade. Porém, considerando os atuais modelos de produção e desenvolvimento que priorizam a maximização econômica em detrimento à conservação ambiental, a solução definitiva dessas questões parece estar distante de ser encontrada.

A presente Revisão Bibliográfica será dividida em seis seções. Cada uma delas servirá para subsidiar as discussões que atendam aos objetivos específicos do presente trabalho, que se propõe a desenvolver um modelo de oferta e demanda do uso da água baseado em princípios de “Dinâmica de Sistemas”, que poderá ser

empregado para identificar as soluções mais adequadas ao Desenvolvimento Sustentável local.

A seção I faz uma análise da origem dos processos de degradação ambiental e quais os fatores de desequilíbrio que mais influenciaram para a aceleração deste quadro. Aponta a necessidade dos conhecimentos sobre Ecologia, caracteriza o capital natural e apresenta alguns conceitos sobre ecologia vegetal. Identifica, a partir daí, as funções ambientais de ordem econômica e a ruptura do equilíbrio, gerando uma série de impactos ambientais e externalidades. Também, identifica as principais atividades e os fatores de desequilíbrio que têm retroalimentado os processos de degradação ambiental.

A seção II identifica os impactos e externalidades das atividades agrícolas. Alguns serão destacados, tais como a erosão, a contaminação por agroquímicos, a invasão por espécies exóticas e os impactos da irrigação sobre a qualidade da água. Essa última questão levantada será de fundamental importância, dado o seu crescimento nas bacias em estudo, e pelo papel que desempenhada como a principal atividade injetora de recursos que vem estimulando o desenvolvimento regional.

A seção III expõe um dos temas de maior repercussão na atualidade: a origem, as causas e os prováveis impactos e externalidades negativas produzidas pelas mudanças climáticas. Considerando essa nova realidade, questiona sobre quais os novos rumos que deverão ser perseguidos pelos setores produtivos e econômicos. Discute sobre as ações antrópicas capazes de produzir gases de efeito estufa, tais como desmatamento, queimadas e atividades urbano-industriais. Arrepanha o comportamento vegetal e a produção agrícola nesse novo cenário, bem como o comportamento dos ecossistemas aquáticos e as reações da comunidade internacional às mudanças climáticas.

A seção IV relaciona os caminhos necessários para se atingir o Desenvolvimento Sustentável, bem como as políticas que vêm sendo definidas para esse fim, com sugestões para a sua implementação. Apontam perspectivas e procedimentos necessários para atingi-lo, a influência dos modelos de produção tradicional e convencional, e o modelo de administração empresarial. Discutem-se conceitos de Gestão Ambiental, que é uma política indutora de comportamento, tal como a educação e certificação ambiental - podem funcionar como ferramentas úteis à prevenção e ao policiamento da agressão e exploração de forma predatória imposta ao meio ambiente, evitando novos casos de degradação.

A seção V faz avaliações e comentários relativos à construção da área de gerenciamento de recursos hídricos no Brasil. Colocam em debate os principais avanços e retrocessos observados. Toma como ponto de partida, o marco histórico do nascimento da gestão de recursos hídricos no Brasil, além do surgimento dos primeiros passos para a construção do Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos. Apresenta os principais instrumentos de gestão e, dessa forma, procura-se despertar a atenção para o multivariado campo de ação da gestão do uso da água, estimulando a refletir sobre os principais problemas que se apresentam àqueles profissionais atuantes nesse novo, dinâmico e complexo campo das políticas públicas.

A seção VI, que finaliza a revisão bibliográfica, tem por objetivo apresentar conceitos relativos à “Dinâmica de Sistemas”. É antes de tudo uma nova linguagem que permite expressar mais adequadamente as cadeias de eventos circulares existentes na natureza, analisando-os de forma integrada. A base dessa nova ciência se assenta nos conceitos do pensamento sistêmico, onde o princípio da interdependência demanda que mudanças em qualquer um dos componentes de um determinado sistema, direta ou indiretamente, estão associadas ou afetarão os demais componentes.

Consciente da realidade atual será mostrado que o principal objetivo das pesquisas deverá estar direcionado aos princípios sugeridos e contidos na expressão “Desenvolvimento Sustentável”. Verifica-se que requererá mudanças fundamentais na percepção cultural, onde exista a consciência de que o meio ambiente não está limitado aos ecossistemas biofísicos, mas incluem uma rede de interações entre a consciência humana, os sistemas sociais e o meio natural, formando um centro integrado, sendo necessário, portanto, uma visão holística e sistêmica para compreendê-lo.

Faz-se necessário uma análise mais profunda do comportamento hidrológico decorrente de mudanças nas condições de usos do solo ou modificações destes. Será de grande importância para a gestão de recursos hídricos, sobretudo para a determinação de disponibilidades hídricas atuais e futuras.

Atualmente, os principais problemas resultantes do uso dos recursos hídricos estão relacionados: a) ao assoreamento; b) à eutrofização; c) ao aumento da toxicidade das águas superficiais e subterrâneas; e d) às alterações no ciclo hidrológico e na disponibilidade de água, agravando os problemas dos pontos de vista qualitativos e quantitativos.

3.1. OS ECOSSISTEMAS E O FATOR ANTRÓPICO

Atualmente muito se fala em Desenvolvimento Sustentável. Contudo, para alcançá-lo, faz-se necessário que sejam criadas tecnologias apropriadas e pessoas competentes para gerenciá-las: as comunidades têm cobrado, e as atividades comerciais e industriais mundiais e brasileiras estão, parcialmente, conscientes da necessidade de adotarem práticas de gestão ambiental e pretendem ampliar seus investimentos destinados à proteção do meio ambiente.

Isto de deve principalmente às profundas transformações do modelo econômico decorrentes da reestruturação produtiva, da integração mundial dos mercados financeiros, da internacionalização das economias, da desregulamentação e abertura dos mercados, com a quebra de barreiras protecionistas, em suas causas e conseqüências político-sociais. Tais mudanças vêm atingindo, de forma acelerada e diferenciada, sobretudo na última década do século passado e nos primeiros oito anos desse século XXI, amplos setores da população trabalhadora e os donos de empresas/indústrias, urbano-rural.

Essas mudanças, em grau e extensão diferentes entre países e no interior dos mesmos, geram permanentes incertezas, novas tensões, aprofundamento das desigualdades sociais e da exclusão social. Isso se deve principalmente à alta competitividade e a evolução tecnológica (nem sempre apropriadas), associadas às exigências das leis ambientais (crescentes e agindo com maior rigor), que com maciço apoio popular imprimiram uma velocidade muito mais acelerada ao mercado, afetando significativamente as empresas, em todos os setores da economia.

3.1.1. Introdução

A perturbação e a degradação do solo e da água, resultantes das atividades antrópicas, ocorrem desde tempos remotos, sendo que as causas que produziram tais distúrbios foram as mais variadas. Nos dias atuais, a demanda cada vez mais acentuada por terras férteis, planas e agricultáveis, tem reduzido de forma acentuada as formações vegetais, pressionando drasticamente os recursos naturais. A expansão demográfica atingiu grandes proporções nestas últimas décadas, preocupando em termos de produção de alimentos que garantam a segurança alimentar.

De acordo com o relatório "Previsões sobre a População Mundial 2006", do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, a população mundial aumentará 37,3% até 2050, passando dos atuais 6,7 bilhões de pessoas para 9,2 bilhões (Quadro 2). Nas regiões industrializadas, a população com idades superiores há 60 anos, deverá aumentar dos atuais 20% para 33% da população. Nos

países em desenvolvimento, a faixa etária de 60 anos ou mais deverá quase duplicar. Segundo os peritos da ONU, a previsão do aumento total da população mundial para a metade do século (2,5 bilhões) equivale à população mundial como era em 1950. Este aumento será absorvido, na sua maioria, pelos países em desenvolvimento, que devem passar de 5,4 bilhões de habitantes em 2007 para 7,9 bilhões de habitantes em 2050 (ONU, 2006).

QUADRO 2 - Crescimento da população mundial

Ano População (milhões de hab.) Taxa de crescimento anual

(%)