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5 UMA PROPOSTA DE MINICURSO PARA PROFESSORES E PLANETARISTAS

5.1 UMA EXPERIÊNCIA PILOTO

5.2.2. Implementação da Proposta

5.2.2.3 Segundo encontro e atividades – Explorando representações sobre o

O segundo encontro do Minicurso, realizado no dia 16 de junho de 2017, abordou uma sessão do planetário seguida de momentos que visavam interpretar o que se visualizou no céu simulado pela sessão, possibilitando, entre outros aspectos, uma organização, no espaço, dos diferentes astros vistos e de outros astros e estruturas não vistos ali, mas que faziam parte do entendimento dos participantes sobre o Universo.

O encontro teve início com uma explanação nossa acerca do que seria trabalhado naquele dia e prosseguiu com as orientações para a entrada e o bom uso do espaço do Planetário Barca dos Céus.

Após todos estarem sentados, enquanto acomodavam a vista à escuridão dentro da cúpula, foi reproduzida uma gravação em áudio do poema Via Láctea, de Olavo Bilac, recitado pelo ator Juca de Oliveira. A ideia com esse momento inicial era sensibilizá-los para a observação do céu que seria conduzida na sessão. A partir da observação dos primeiros pontos brilhantes dentro da cúpula, vai-se então ressaltando o papel do céu que, por meio do encantamento que gerou nas diferentes culturas, levou a observações que foram estruturantes na nossa percepção de tempo e espaço. Seguindo essa ideia, fez-se a identificação de algumas constelações já conhecidas pelos participantes, e apresentando a utilização das constelações Cruzeiro do Sul e Órion para identificação dos pontos cardeais, a observação do movimento das estrelas (constelações) ao longo da noite e dos dias, e apontamentos sobre como diferenciar planetas de estrelas na observação a olho nu, com a apresentação de imagens em zoom dos planetas visíveis naquela noite (Saturno e Júpiter), e indicações sobre em que constelações eles poderiam ser vistos. A sessão também contou com uma narrativa mitológica de origem grega sobre as constelações de Escorpião e Órion, a simulação de uma viagem para o Polo Sul e, ao final, a visualização dos desenhos imaginários das várias constelações gregas. Na viagem ao Polo Sul, procurou-se evidenciar a movimentação do céu e em particular do Polo Celeste Sul, assim como o fato de que nos polos terrestres, não se observa nascer ou ocaso das estrelas.

Durante a sessão, que foi desenvolvida com projetor ótico, utilizou-se a maior parte do tempo um cilindro com ilustração de várias estrelas, intercalado, em alguns momentos, com a projeção de imagens com fundo enegrecido, de modo que o enquadramento destas não contrastasse artificialmente com o fundo do céu noturno ali simulado. Essa projeção foi feita tanto no zoom dado aos planetas visíveis à noite, como no acompanhamento inicial das constelações que eram apresentadas, ou retomadas, a partir das estrelas do céu noturno. Isso porque, para as constelações principais, como Orion e Escorpião, foi ilustrada a construção dos asterismos das mesmas (desenho esquemático do significado da constelação, unindo as estrelas apenas por traços) por meio de animação projetada no céu, a fim de guiar a imaginação do público em torno das representações usuais delas. Ao final da sessão, a narrativa desenvolvida prepara o público para uma troca surpresa de cilindros onde os desenhos completos das constelações são apresentados num segundo cilindro, quando se tem o reconhecimento livre e trocas de conhecimentos sobre várias das

constelações não discutidas na sessão. A finalização passa por se destacar a importância e o convite a se resgatar a prática da observação do céu em nossas culturas.

Toda a sessão foi mediada por planetaristas do Planetário Barca dos Céus que atuaram como monitores do Minicurso, colaborando particularmente na preparação e no apoio à manipulação dos materiais explorados nesse dia do evento. Após a sessão, fomos para uma sala próxima, onde inicialmente os participantes ficaram livres para comentarem de forma geral sobre o que tinham achado da vivência no Planetário.

Em seguida a esse momento mais livre, comentamos que a ideia do presente encontro e do que se seguiria a ele era organizarmos espacialmente tudo que vimos no planetário e ainda os conhecimentos sobre outras coisas que sabemos, sobre o Universo, que não estavam necessariamente expostos ali. Como primeiro passo, eles foram convidados a se aproximar de uma mesa e explorar a Esfera celeste de vidro que estava sobre ela. Com a Esfera, discutimos parte do que visualizamos na sessão, como por exemplo, a razão de observarmos mudanças nas posições das constelações ao seguirmos para outras latitudes no planeta, conforme vivenciado por eles durante a simulação da viagem ao Polo Sul. Para tanto, a esfera de vidro inicialmente foi usada com uma pequena esfera de isopor representando a Terra em seu interior (conforme Figura 34, na página 110), explicando-se os elementos representados no vidro, que são elaborados a partir de uma perspectiva geocêntrica. Em seguida, foi retirada a esfera de isopor e colocada água com corante azul dentro da esfera de vidro, que passava a representar a visualização do céu a partir de uma perspectiva topocêntrica, tal como no objeto original criado por Caniato (2011), conhecido como Planetário de Pobre (conforme Figura 35 na página 111).

Na mediação da Esfera celeste de vidro foi possível discutir a partir das perspectivas geocêntrica e topocêntrica: o comportamento do céu visível ao longo do dia; o comportamento do Polo Celeste Sul, na medida em que reproduzíamos viagens para latitudes mais elevadas; o comportamento do céu visível ao longo do dia no Polo Sul comparado com o que se observa de outras latitudes. Não tratamos, nessa edição do Minicurso, sobre o movimento do Sol na eclíptica, em função do tempo que levamos na discussão dessas observações e pelo fato de não ser um aspecto conceitual central para esse Minicurso. Também sentimos que seria necessário um tempo maior do que aquele que dispúnhamos, para uma percepção adequada dos conceitos a serem explorados com aquele recurso. Enquanto a manuseávamos,

pudemos perceber um interesse crescente nele, em especial do participante P5 que ia manifestando suas descobertas com bastante ênfase, quase que antecipando o que estávamos discutindo com o grande grupo. Por exemplo, enquanto girava a esfera ele mencionava que acreditava que daria para identificar o lugar em que se estivesse na Terra com a observação do céu. Isso foi confirmado com o que apresentamos sobre a latitude estar relacionada com a elevação do Polo elevado, e mencionamos que no caso da longitude, o processo era um pouco mais complexo, e não era foco nosso, no Minicurso, mas poderíamos discutir mais sobre o assunto depois, se ele tivesse interesse. Finalizadas as interações desse momento, foi feito um intervalo.

Na volta do intervalo, os participantes foram divididos em pequenos grupos a fim de discutirem e sistematizarem uma posição sobre as seguintes questões que projetamos na parede da sala através de slides (APÊNDICE J), retomando também suas concepções sobre o Universo expressas no questionário do primeiro encontro:

1. O que a gente entende que tem no Universo e que a gente vê no céu (como simulado no planetário, por exemplo), a olho nu?

2. Como todas essas “coisas” estão organizadas espacialmente no Universo? 3. Que dificuldades e alterações vivenciaram nas suas próprias concepções desde que responderam o questionário até o presente momento do curso, que acham importante destacarem?

4. Que pontos não são consensuais para o grupo?

Nessa primeira questão, enfatizamos que nas discussões e reflexões em grupo considerassem tanto os componentes do Universo que conseguem observar a olho nu quanto aqueles que não conseguem e sabem fazerem parte do Universo. Logo após esse momento de discussão, houve a apresentação de cada grupo sobre o consenso a que chegaram nas perguntas propostas e também para os pontos que permaneceram problemáticos para o grupo.

De modo geral, as respostas dos grupos à primeira questão foram muito semelhantes entre si e estavam associadas aos componentes do Universo citados por eles no referido questionário, sendo ressaltados planetas, estrelas, satélites, cometas, asteroides, buracos negros e galáxias outros.

Nas respostas à segunda questão, observamos uma predominância, entre os grupos, de representação do tipo Universo Acêntrico, relacionada às teorias cosmológicas atuais, inclusive sendo enfatizado por eles a constituição de galáxias por sistemas planetários. Mas, houve ainda dúvidas a respeito da localização das

estrelas no espaço, destacadas com maior ênfase pelo grupo formado por P1, P2 e P3, as professoras de ciências.

Um resultado semelhante foi obtido a partir da análise que fizemos depois, das representações que os participantes haviam explicitado sobre o Universo, ao responderem o questionário individualmente após o primeiro encontro. Quando lhes foi solicitado desenhos que representassem como os componentes do Universo estão distribuídos e organizados no espaço, sete deles (P1, P2, P5, P6, P10, P11 e P12) apresentaram desenhos de galáxias e aglomerados de galáxias (Representação de Universo Acêntrico associado às teorias cosmológicas), dois (P3 e P4) apresentaram desenhos somente do Sistema Solar repleto de estrelas entre os planetas (Representação de Universo com ênfase no Sistema Solar) e um (P9) desenhou somente a Terra, com maior tamanho, o Sol, um cometa e vários pontos representando as estrelas. Sobre este último participante P9, seu desenho não permite que possamos afirmar com certeza qual sua representação de Universo, ainda que apresente algumas características da representação de Universo Geocêntrico de Rodriguez e Sahelices (2005) ao colocar o desenho da Terra com tamanho muito maior que os demais astros desenhados Além disso, na questão seguinte do questionário, a qual se solicitava o desenho de um suposto mapa do Sistema Solar, o mesmo faz uma representação heliocêntrica, colocando o Sol no centro do sistema com os planetas girando ao seu redor. Desse modo, analisando as duas respostas ilustradas na Figura 42 e levando em consideração as categorias criadas no nosso estudo descrito no capítulo 4, ele se caracterizaria como representação não conclusiva.

Figura 42: Respostas de P9 a pergunta 2 (a) e a pergunta 3 (b) do questionário sobre

representações do Universo.

(b)

Os outros dois participantes (P7 e P8) não devolveram seus questionários e por isso não foi possível analisar suas representações. Alguns deles se desculparam sobre isso e se justificaram em função de falta de tempo livre para desenvolvê-lo, durante a semana.

Particularmente, algumas respostas a esse questionário nos chamaram a atenção durante nossa análise. Apesar de P2 não ter tido formação anterior na área, na sua representação do Universo foram desenhados um sistema planetário, galáxias, buraco negro e estrelas, além de uma legenda com a indicação da expansão do Universo para o “desconhecido”, como pode ser visto na Figura 43.

Figura 43: Representação de Universo desenhado por P2 em seu questionário

Acreditamos que a diversidade de elementos e estruturas de sua representação advenham do acesso às informações através da mídia e de estudos por iniciativa própria necessários à sua prática docente, já que ministra tais temas em sala de aula. Contudo, ao longo deste segundo encontro, percebemos que ainda existiam dúvidas sobre tais elementos e estruturas, visto que foi a participante que mais manifestou

surpresa quando situamos onde se localizaria a próxima estrela de nós e discutimos informações sobre a Via Láctea e aglomerados de galáxias de forma geral. E, a resposta de P4, na qual ela justifica ter restringido o Universo a representação do Sistema Solar por ser mais fácil, mas não explica se essa facilidade se refere ao ato de desenhar ou porque lhe falta uma melhor compreensão acerca dos demais astros e estruturas que compõem o Universo. A legenda de P4 para seu desenho foi a seguinte: “Acho que é a 1ª vez na vida que faço a representação do universo, restringi ao sistema solar porque era o mais fácil para mim. Desenhei a nossa estrela principal, os 8 planetas que a rodeiam e muitas outras estrelas”.

Na questão relacionada às dificuldades e alterações que vivenciaram nas suas próprias concepções até aquele momento do Minicurso, foram destacadas por vários participantes, especialmente P1, P2 e P3, novas visões, novas formas de se situarem e de se perceberem no Universo proporcionadas pelas atividades e discussões relativa ao Registro coletivo do horizonte local e do Globo paralelo. Além disso, o participante P10 destacou, como conhecimento novo, afirmação de que todas as estrelas observadas a olho nu no céu noturno estão em nossa própria galáxia, à exceção de três galáxias, que parecem pequenas nuvens distantes quando vistas de locais muito favoráveis em termos de escuridão.

Quanto aos pontos que não foram consensuais entre eles, foram destacadas: a localização das estrelas pelo grupo formado por P1, P2 e P3 e questões de ordem axiológica que surgiram em relação ao uso do termo “tudo” para expressar o que há no Universo pelo grupo formado por P5, P9 e P11. Com relação a essa última, houve uma discussão sobre se a pessoa respondia isso por desinteresse, ou se por desejar incluir naquela palavra realmente muito mais elementos do que se costuma identificar no contexto das Ciências Naturais, em que nos inserimos. Levantaram-se questionamentos entre os participantes, nesse momento, sobre se a ideia de Universo não poderia encerrar também coisas não materiais, ideias, pensamentos, ...? Percebemos já ali, e isso se repetiria no dia seguinte do Minicurso, a riqueza de discussões que o termo Universo estava suscitando nos participantes. Esse momento nos reforçou a possibilidade de, em outro formato de Minicurso, se considerar a inclusão dessa discussão em perspectivas mais livres, tendo em mente o quanto de fato a Astronomia suscita questões humanas profundas que podem e devem ser realimentadas, como já ressaltado por Jafelice (2010) e Camino (1998 e 2011). Levantamos esse aspecto também para os participantes, esclarecendo, ainda, que no

questionário tínhamos em mente que a primeira pergunta poderia sim sugerir respostas mais filosóficas sobre o que tratamos como Universo, e que tomamos a decisão consciente de fazer a pergunta nessa forma para realmente ver o que seria trazido pelas pessoas, embora não fôssemos dar uma continuidade, naquela hora, aos pontos levantados.

A fim de sistematizar as ideias discutidas, e de esclarecer algumas dúvidas levantadas pelos grupos durante as discussões sobre a segunda questão, convidamos os participantes a fazerem uma organização coletiva da representação do Sistema Solar, por meio da manipulação das peças móveis ilustrativas de alguns corpos desse Sistema. Conforme descrito anteriormente na caracterização da nossa proposta, essas peças ilustram os oito planetas do Sistema Solar em escala de tamanho, cada uma delas suspensas por uma haste presa a uma base de suporte, que dá a possibilidade de elas serem movidas independentemente e posicionadas no lugar em que se deseje.

Inicialmente, as peças foram trazidas para um espaço central que abrimos em círculo, na sala, a fim de que os participantes as manuseassem livremente e todos pudessem opinar sobre a organização a ser desenvolvida. Em conjunto com três participantes (P3, P4 e P5), que aos poucos foram assumindo a posição de representantes do grande grupo na tarefa, mediamos a sistematização da identificação dos planetas com a explanação de algumas de suas características e a distribuição deles respeitando a ordem de distância a que estão do Sol. Essa distribuição foi feita inicialmente dispondo-os numa mesma linha, para que ficasse explícito o maior ou menor distanciamento de cada um em relação ao Sol, mas logo em seguida o grupo ilustrou coletivamente que cada planeta estava a realizar uma órbita quase circular, ao redor do Sol e, cada qual em sua órbita, não tinham nenhuma obrigação física de se alinharem com os outros. Feita essa passagem para as órbitas circulares, prosseguimos com uma discussão sobre quais outros astros ou corpos compõem o Sistema Solar, mas não estavam ali representados, e foram abordados as luas, os anéis dos outros planetas gasosos além dos de Saturno, os planetas anões, e o cinturão principal de asteroides, indicando-se ainda em que região deveriam estar representados, ali, aqueles corpos.

A classificação dos planetas em gasosos e rochosos foi retomada como parte do conhecimento da grande maioria dos presentes, e foram introduzidas, também,

informações sobre o sentido dos movimentos que os planetas desenvolvem, tanto em suas rotações em torno de si mesmos, como em suas translações ao redor do Sol.

Figura 44: Manipulação das peças que representavam os planetas pelos participantes

Algumas surpresas se destacaram nesse processo. Uma delas foi o tamanho de Marte, um tanto menor que Terra ou Vênus, o que intrigou bastante P5. Ele se expressou bastante chocado, pois nunca atentara para esse dado e para ele Marte deveria ter um tamanho próximo ao da Terra e Vênus, do que descobrira ali. P3 surpreendeu-se com o número de luas de Saturno, que julgava ser bem menor do que a quantidade das luas de Júpiter. P5 levantou a questão sobre por que estávamos então organizando viagens para Marte e não para Vênus, questão que lançamos de volta para a reflexão deles, e aos poucos foi ficando mais claro, diante das informações que trocamos, a influência de aspectos como o efeito estufa de Vênus, e a necessidade de caminharmos no sentido de nos afastarmos do Sol, e não de nos aproximarmos dele, como fatores que contavam mais a favor de Marte. Essa discussão ilustra bem os questionamentos que surgiram, relacionados à possibilidade de vida em outros planetas, e de habitarmos outro astro no futuro, que permearam um pouco esse momento da atividade.

Um questionamento também bastante enriquecedor foi levantado por P6, que indagou sobre o que explicaria a ausência de luas nos planetas mais próximos do Sol,

e algumas hipóteses foram levantadas no grupo para que depois continuassem desenvolvendo o questionamento, a partir de mais informações. Entre as hipóteses estavam: o próprio tamanho (associado à massa) dos planetas, que era bem menor, e eles competiriam com influências gravitacionais do Sol; e a ideia de que alguma radiação do Sol poderia impedir de algum modo a formação das luas. Mesmo sem fecharmos uma hipótese como vencedora, foi uma oportunidade de discutirmos em um nível simples, mas rigoroso, aspectos físicos que estão por trás da ordem no Sistema Solar.

O encerramento dessa atividade se deu com a inclusão do Sol no Sistema Solar, com diâmetro representado na mesma escala dos diâmetros dos planetas. Essa representação no caso é feita com uma pintura do Sol em tecido, na qual o Sol apresenta diâmetro de 2,20m. A fim de promover maior interação para essa situação, apresentamos essa representação do Sol após questionarmos os participantes sobre que tamanho acreditam ser o Sol naquela escala dos planetas representados pelas peças móveis e pedirmos para que eles pudessem representar esse tamanho com os braços.

Na sequência, duas outras atividades envolvendo escalas também fizeram parte das mediações. Numa delas temos a representação das distâncias dos planetas e do cinturão de asteroides até o Sol, em escala. Utilizamos para isso uma fita de 10m de comprimento com marcações que indicam a posição dos astros citados, sendo uma das pontas a posição do centro do Sol. e a outra ponta, a posição de Netuno; ou seja, nessa escala, a distância Netuno-Sol é de 10m.

Figura 45: Atividade da fita com escala de distância entre os astros

Conforme foi destacado aos participantes, as distâncias, no caso, não estavam representadas na mesma escala em que os tamanhos dos planetas, devendo estes e o Sol ser idealizados como pontos, naquele modelo.

Para dar uma ideia das distâncias do Sistema Solar considerando conjuntamente, numa mesma proporção, os tamanhos dos astros, intercalamos a atividade da fita com a dinâmica de simulação de eclipse solar. Nesta, usamos novamente o tecido com o Sol (diâmetro de 2,20m) e um alfinete de cabeça colorida, de 5mm de diâmetro aproximadamente, fixado num palito de churrasco, para representar a Lua. Desse modo os diâmetros dos dois astros estão na mesma escala dos diâmetros dos planetas nas peças do Sistema Solar. Nessa mesma escala a distância entre Terra e Lua é da mesma ordem que o tamanho de um braço humano. Alguém com o braço esticado pode, então, adotando o próprio olho como a Terra, buscar a distância Terra-Sol nessa escala tentando reproduzir um eclipse solar, ou seja, buscando a distância em que o Sol teria que ficar, em relação à Terra, para que a pequenina Lua do nosso modelo, sustentada pelo braço estendido, conseguisse cobrir completamente o disco solar. Essa distância é muito maior do que o tamanho da sala onde estávamos, e seria necessário sair ao ar livre a fim de encontrá-la na