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Segundo grupo: Avaliação na Educação Infantil/Práticas avaliativas

SEÇÃO 3. A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL: O QUE NOS

3.2 Segundo grupo: Avaliação na Educação Infantil/Práticas avaliativas

Esse grupo é composto por 11 pesquisas, as quais trazem, em suas temáticas, diversos enfoques relacionados às práticas avaliativas.

A Dissertação intitulada Avaliação e a qualidade da Educação Infantil: Uma

análise dos processos avaliativos desenvolvidos na creche e na pré-escola, escrita por

Corrêa (2007), assim como Louveira, supracitado, examinou a avaliação e a qualidade da Educação Infantil por meio de uma abordagem qualitativa dos processos avaliativos desenvolvidos na creche e na pré-escola.

Corrêa (2007) relata que o desenvolvimento da avaliação na Educação Infantil ainda não se aproxima da abordagem formativa, pois se constitui como meio de controle e disciplinamento das crianças. Esse contexto não oportuniza as condições necessárias para a promoção do desenvolvimento integral da criança.

Nesse mesmo sentido, Godoi (2000), ao escrever a dissertação Educação

infantil: avaliação escolar antecipada?, teve o propósito de verificar como ocorre a

avaliação na educação infantil e compreender quais os instrumentos são utilizados pelos professores para avaliar crianças pequenas. A partir dos resultados, verificou que a avaliação era usada como instrumento disciplinador e de controle em relação ao comportamento frente às atitudes e posturas das crianças.

Em (2006), a mesma autora, ao produzir a Tese Avaliação na creche: o caso

dos espaços não-escolares, destacou a creche como espaço de observação, verificando

informal que se manifesta de modo frequente nesse percurso, controlando o comportamento e a postura das crianças. Para isso, o poder do adulto (professoras e monitoras) sobre a criança era permeado por ameaças, recompensas e punições.

Novamente, a avaliação foi vista como controle. Nessa perspectiva, Luckesi (2011) enfatiza que não é possível haver uma avaliação usada para o controle, como recurso de disciplinamento externo e aversivo, através da ameaça da reprovação, da geração do estado de medo, da submissão, entre outros aspectos. A avaliação deve ser formativa, situando-se no centro da ação de formação. Nessa ótica, a avaliação proporciona o levantamento de informações úteis à regulação do processo de ensino (HADJI, 2001).

A dissertação A avaliação na Educação Infantil e sua relação com o processo

de aprendizagem, escrita por Moura (2007), teve por objetivo investigar, explicitar e

analisar os sentidos de avaliação presentes nas concepções de professoras e alunos da Educação Infantil e suas repercussões no processo de aprendizagem, visando à construção de conhecimentos que permitissem repensar a prática educativa.

Para ela, os sentidos atribuídos à avaliação terão repercussão direta no processo de aprendizagem, porque a avaliação é vista muito mais como um produto do que um processo, o que enfraquece seu elo com a aprendizagem.

A Dissertação Avaliação e diálogo: percurso e prática na escola infantil, elaborada por Diniz (2002), examina o papel da avaliação na prática pedagógica da Educação Infantil. A autora aponta caminhos na prática avaliativa, sublinhando a necessidade da articulação entre os processos pedagógicos e a avaliação.

Diante dos resultados dessas produções, nota-se novamente que a avaliação nem sempre se revela como mediadora e formativa. De acordo com Hoffmann (2000), a avaliação mediadora é realizada em benefício do educando e dá-se fundamentalmente pela proximidade entre quem educa e quem é educado.

A avaliação formativa é orientadora, parte do princípio de orientar não apenas o estudo do aluno, quanto o trabalho do professor, devendo ser adotada como um recurso de motivação que causa efeitos positivos, evitando as tensões que a avaliação tradicional provoca (HAYDT, 2004).

Alves (2011), em sua Dissertação O processo de avaliação das crianças no

contexto da Educação Infantil, reflete acerca dos processos de construção da avaliação

de Florianópolis, buscando identificar as concepções e os referenciais teóricos que têm orientado a ação das professoras, nesses espaços educativos.

Salienta que os processos que envolvem a avaliação das crianças as quais frequentam as instituições de Educação Infantil estão em constante movimento, como se fossem um catavento, destacando, como elementos estruturais: a observação, o planejamento, o registro, a análise avaliativa, a socialização da análise e o replanejamento das ações educativas.

Pinho (2008), em sua Dissertação Avaliação do desenvolvimento pessoal e

social dos 0 aos 3 anos, ressalta igualmente a importância dos instrumentos,

assinalando que as grelhas de observação constituem instrumentos de avaliação que possibilitam ao educador de infância realizar um acompanhamento mais próximo, registrar a informação recolhida, organizá-la e, desse modo, adequar o processo educativo.

Coelho (2009), através de sua Dissertação O acompanhamento da

aprendizagem na Educação Infantil: uma questão de avaliação?, explicita os

resultados da pesquisa sobre o processo de construção da avaliação da aprendizagem de crianças de 4 a 16 meses de idade de um Centro de Educação Infantil da Rede Pública de Ensino do Município de Itajaí e suas relações na aprendizagem das crianças, analisando a importância da ação do professor da Educação Infantil nesse processo.

Seus resultados indicam a importância da organização do espaço e tempo, o planejamento das atividades, os registros das manifestações das crianças, as relações mediadas pelos professores, como aspectos importantes para o processo de avaliação da aprendizagem, no sentido de contribuir para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças e para o aprimoramento da prática docente.

A Tese de Doutorado Avaliação institucional na Educação Infantil de

Campinas/SP: a experiência de três instituições públicas, escrita por Moraes (2014),

objetivou investigar a construção e a implementação de avaliação institucional em três instituições públicas de Educação Infantil de Campinas/ SP, em possível atendimento à política de avaliação do município.

Os estudos demonstraram que a avaliação institucional não pode ser tomada como a grande redentora da escola de Educação Infantil, devido a seus limites. Entretanto, constitui-se instrumento potente para a melhoria da instituição, da atuação de seu coletivo de atores e para o alcance da qualidade desejada. Nas três unidades pesquisadas, ela é tomada como instrumento de planejamento, com foco no futuro,

evidenciando a confiança dos sujeitos em sua realização: a prática não lhes concede poder, mas lhes proporciona a possibilidade de construir relações em que a titularidade de cada um começa a despontar.

Tuschi (2014), ao elaborar sua Dissertação A participação das famílias no

processo de avaliação institucional participativa na Educação Infantil, procurou

entender a participação das famílias no processo de construção da Avaliação Institucional Participativa (AIP), em um Centro de Educação Infantil (CEI) de Campinas-SP.

Conclui, a partir dos dados coletados, que existe uma distância entre as formas de participação que a instituição escolar propõe e o que realmente a família pode cumprir; pelas entrevistas, também constatou que as famílias foram chamadas a participar depois que os profissionais decidiram o dia, horário e assuntos a serem trabalhados nas reuniões, o que pode ter reflexo na ausência desse segmento.

Rampazzo (2009), em sua Dissertação Avaliação Institucional na Educação

Infantil: limites e possibilidades, teve como objetivo analisar o processo de

implantação de uma experiência de Avaliação Institucional vivenciada por uma Escola Municipal de Educação Infantil no município de Campinas, São Paulo.

A relevância dessa pesquisa situa-se na possibilidade de contribuir com as discussões sobre a Avaliação Institucional, no nível da Educação Infantil, na perspectiva de melhor compreensão desse processo.

Em suma, destacamos a importância de diversos instrumentos avaliativos para que a avaliação se concretize, tendo em vista o desenvolvimento e a aprendizagem da criança, sublinhando novamente que, para avaliar, é necessário conhecer a criança, a instituição e valorizar suas experiências.

A avaliação na Educação Infantil é definida com a concepção de desenvolvimento integrado e, assim, deve ser processual, acontecendo de forma sistemática e contínua. Seu acompanhamento e registro têm objetivos de diagnóstico e não de promoção ou retenção, exigindo a redefinição das estratégias metodológicas utilizadas com as crianças (BRASIL, 2006, v.1).