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2 CENÁRIOS PROSPECTIVOS NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

2.2 A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: PRINCÍPIOS E DESAFIOS

2.2.2 Sistemas de EaD e seus modelos

Um sistema de educação a distância é constituído por diversos elementos que se inter-relacionam quando ocorre processo de ensino- aprendizagem. Esse sistema, formado por diversos subsistemas, “inclui

aprendizado, ensino, comunicação, criação e gerenciamento” (MOORE e KEARSLEY, 2007, p. 9).

Moore e Kearsley (2007) ainda destacam que as instituições que ofertam a modalidade de educação a distância devem ser estudadas e avaliadas como sistemas. Quanto mais integrados os subsistemas estiverem, maior será a eficácia da organização de educação a distância. Reforçam a necessidade de gerenciar a avaliação das necessidades e prioridades, a alocação e administração de recursos, o recrutamento e treinamento de pessoal, o monitoramento e a avaliação dos controles e das políticas da organização. E complementam sentenciando que “uma visão sistêmica é muito útil para a compreensão da educação a distância como um campo de estudo e que adotar a abordagem sistêmica é o segredo da prática bem-sucedida” (MOORE e KEARSLEY, 2007, p. 9). Bof (2005), Frantz e King (2000), Rumble (2002) e Erdos (1976) também enaltecem a abordagem sistêmica na educação a distância como estratégia para melhor compreender e gerir os diversos componentes de um sistema de EaD.

De maneira geral esses componentes de um sistema são constituídos por elementos menores denominados subsistemas: financeiro, administrativo, pedagógico e de pessoal. Cada subsistema é dotado, normalmente, de outros componentes que suportam as atividades, tais como: suporte tecnológico, logística, pesquisa, avaliação, entre outros.

Schuelter (2010) destaca a importância do objetivo central dos cursos e sistemas de EaD, ter como foco o aprendizado do aluno e, para tanto, faz-se mister organizar e utilizar os recursos eficientemente objetivando tornar o processo de ensino-aprendizagem efetivo. Chute (2003) reafirma a importância de um ambiente de aprendizagem contínuo que integre em rede as conexões de voz, vídeo e dados entre os alunos, professores, especialistas, bibliotecas virtuais, a Internet e serviços de apoio. No centro está o aluno a distância, conectado em tempo real e não real a esses recursos. A figura 14 ilustra o ambiente de aprendizagem tendo o aluno a distância como foco central e os recursos disponibilizados.

Ao considerar os diferentes elementos que podem compor um sistema de EaD, tendo o aluno a distância como foco, Alonso (2005) sintetiza que o mesmo implica em dois subsistemas interdependentes: o comunicacional, que permite interação entre os diversos atores; e o de acompanhamento e avaliação, que promove a validação do processo ensino-aprendizagem. E assevera que “esse sistema deveria considerar as possibilidades de construção de saberes orientados e pertinentes às

diferentes situações dos sujeitos da aprendizagem” ALONSO (2005, p. 25).

Figura 14 - Aluno a distância como foco central do sistema de EaD

Fonte: Adaptado de Chute (2003, p. 311)

Pelo exposto, conclui-se que um grande avanço na área de educação a distância reside na adoção de uma visão sistêmica de seus processos que se inter-relacionam. Sistemas de EaD são complexos e necessitam de uma gestão efetiva para que se possa colher bons frutos. A arte consiste em planejar e gerir de forma eficiente os diversos componenentes desse sistema, independente do modelo a ser adotado.

Um modelo sistêmico provê componentes que possibilitam gerenciar as questões específicas de EAD de forma mais ampla, as quais são diferentes da educação presencial. Sem uma visão sistêmica um único profissional realiza todas as tarefas educacionais, no planejamento do curso, preparação do conteúdo, interação com os alunos, uso de recursos tecnológicos. Uma visão sistêmica é composta por um conjunto de especializações independentes que interagem e pode ser aplicada em qualquer organização educacional (CORDEIRO, 2006, p. 1).

Sem pretender esgotar os inúmeros modelos existentes na literatura, aborda-se sucintamente alguns deles que apresentam convergência com a visão sistêmica da EaD e os principais modelos em operação, no Brasil.

2.2.2.1 Modelo de Bof

Bof (2005) afirma que os bons sistemas de EAD são compostos por uma série de componentes que devem funcionar integrados. Segundo a autora, trata-se de formalizar uma estrutura operacional que abarca distintos elementos: o desenvolvimento da concepção do curso, a produção dos materiais didáticos ou fontes de informação e a definição do sistema de avaliação até o estabelecimento dos mecanismos operacionais de distribuição de materiais, a disponibilização de serviços de apoio à aprendizagem e o estabelecimento de procedimentos acadêmicos.

Sinteticamente, pode-se dizer que sistemas de EaD são constituídos por:

 Estrutura/mecanismos de planejamento e

preparação/disponibilização de materiais instrucionais (impressos ou em mídia);

 Estrutura/mecanismos para a provisão de serviços de apoio à

aprendizagem aos alunos (tutoria, serviços de comunicação,

momentos presencias);

 Serviços de comunicação que possibilitam o acesso do aluno às informações necessárias ao desenvolvimento de suas atividades no curso;

 Sistemática de avaliação definida e operacional;

 Estrutura física, tecnológica e de pessoal compatível com a abrangência da atuação da instituição e o tipo de desenho instrucional dos cursos oferecidos;

A figura 15 ilustra o modelo descrito por Bof (2005).

Figura 15 - Modelo de sistema de EaD proposto por Bof (2005)

Fonte: Adaptado de Bof (2005, p. 151)

2.2.2.2 Modelo de Renée Erdos

O modelo apresentado por Renée Erdos ainda tem o seu valor e importância, atualmente. A proposta se fundamenta em seis subsistemas de educação a distância, nos quais estes possuem uma estreita relação, de maneira que, o funcionamento eficiente do sistema depende do adequado funcionamento dos subsistemas e de cada atividade. Resumidamente o sistema descrito por Erdos é assim constituído:  Programa educacional - estabelece as metas da instituição e define

os objetivos específicos de cada disciplina;

 Avaliação – trata da verificação da eficiência do gerenciamento, do uso eficiente da receita; da avaliação da instrução em relação aos objetivos, melhoria, desenvolvimento e pesquisa;

 Atendimento estudantil - gerencia a divulgação de informações, admissões, ensino, aconselhamento e testes;

 Finanças – este subsistema é responsável pelo planejamento orçamentário, pela previsão de custos e pela contabilidade referente à receita e à despesa;

 Administração - subsistema que é responsável pelas acomodações, pelo pessoal, pelos arquivos, compras, depósitos, pela comunicação e pelas estratégias;

 Materiais didáticos – este subsistema desenvolve e prepara os materiais impressos de ensino, o conteúdo de cada meio a ser usado e assume a produção técnica de cada componente do curso.

A figura 16 ilustra o modelo proposto por Erdos (1976).

Figura 16 - Modelo de sistema de EaD proposto por Renée Erdos

Fonte: Adaptado de Erdos (1976, p. 12)

2.2.2.3 Modelo de Frantz e King

Após diversos estudos, Frantz e King (2000) propuseram um modelo baseado em que este é parte de uma sociedade, seu supra- sistema. A educação é um subsistema direcionado por resultados e objetivos de setores dessa sociedade. Assim, para os autores, um bom programa de EaD deve ter articulação com os setores da sociedade.

A figura 17 ilustra o modelo sistêmico descrito por Frantz e King (2000).

Analisando a figura representativa do modelo proposto pelos autores é possível observar que dito modelo sistêmico de EaD é constituído de entradas, controle, saída e feedback. O núcleo do modelo possui diversos elementos caracterizando transformações pelas interações de agentes internos ou externos na medida em que o curso está sendo desenvolvido.

Figura 17 - Modelo sistêmico de educação a distância

Fonte: Adaptado de Frantz e King (2000, p. 36)

2.2.2.4 Modelo de Moore e Kearsley

O modelo apresentado por Moore & Kearsley (2007) possui um conjunto de processos componentes de um sistema de educação a distância. Segundo os autores, independente do porte da instituição de EaD, sempre há um sistema que abarque todos ou a maior parte dos elementos elencados, conforme segue:

 Uma fonte de conhecimento (conteúdo) que deve ser ensinada e aprendida. A principal fonte de conhecimento, geralmente, é o docente. Consultores externos, colaboradores e alunos também são fontes de conhecimento;

 Um subsistema denominado cursos (criação do programa/cursos) para estruturar esses conhecimentos em materiais e atividades para os alunos;

 Um subsistema, chamado de mídias, que transmita os cursos para os alunos;

 Interação entre professores e alunos à medida que utilizam esses materiais para transmitir os conhecimentos;

 Alunos em seus ambientes de aprendizado distintos;

 Subsistema para controle e avaliação dos resultados objetivando intervenções pontuais quando falhas são detectadas;

 Uma organização com uma política e estrutura administrativa para conectar os diferentes componentes.

A figura 18 representa o modelo proposto por Moore e Kearsley (2007).

Figura 18 - Modelo sistêmico de Moore e Kearsley

Fonte: Moore e Kearsley (2007, p. 14)

2.2.2.5 Modelos de Rumble

Rumble (2002) representa seus modelos baseados em três representações, onde em cada uma delas o foco é dirigido e centralizado, todos voltados para a organização da EaD, conforme descrição a seguir:  EaD centrada na instituição: Também conhecido como modelo industrial, é baseado na transferência de informações da instituição para um grande número de clientes a baixo custo. É objetivo fornecer instrução básica a um grande número de alunos, sendo que a interação entre alunos é praticamente inexistente;

 EaD centrada no aluno: É um modelo que permite maior individualização das experiências durante o percurso formativo. Nesse modelo o aluno escolhe as formas de monitoria (tutoria) contratadas. Os alunos podem escolher os materiais e a forma de suporte. Considerando a modalidade escolhida com suas sistemáticas

de avaliação e tutoria, o aluno obterá a diplomação desejada ou uma certificação. Constitui-se em uma desvantagem, em termos de custo, a possibilidade de os alunos individualizarem os materiais e suporte, já que a produção, de certa forma, é personalizada.

 EaD centrada na sociedade: É tido como um modelo de educação comunitária, com foco na identificação do problema e aprendizagem em grupo, sob a supervisão de um educador. Como vantagem, destaca-se a centralidade no atendimento aos problemas sociais de interesse comunitário. A desvantagem está no alto custo no desenvolvimento dos materiais necessários e a diversidade e o número de educadores/monitores a serem envolvidos. Nesse modelo o número de encontros em grupo e presenciais é o ponto forte.

Ribeiro (2008) esclarece que, em algumas instituições, foram implementados modelos com características distintas, mas que prevalece em sua maioria o modelo de EaD centrada na instituição ou no aluno. Ribeiro ainda chama a atenção para o surgimento de um modelo de EaD com foco na negociação. Nesse modelo as organizações têm por objetivo “mudar as atitudes do consumidor em relação ao seu produto ou serviço, em vez de simplesmente atender a demanda requisitada pelo aluno”. RIBEIRO (2008, p. 59)

A figura 19 ilustra os modelos de Rumble.

Figura 19 - Os modelos de Rumble

Fonte: Adaptado de Rumble (2002, p. 48-52)

Conclui-se, de acordo com os especialistas em EaD e autores dos modelos abordados, que a questão crucial é planejar e elaborar cada uma das etapas previstas no modelo adotado, mantendo-se o foco nas

necessidades definidas nos programas, nos docentes e alunos, privilegiando fundamentalmente o processo de ensino-aprendizagem.

Corroborando com a assertiva acima, Retamal, Behar e Maçada (2009) afirmam que para promover a educação a distância faz-se mister planejar e definir estratégias pedagógicas, capacitar os atores envolvidos no processo e por fim investigar e desenvolver mecanismos que assegurem a qualidade. A estrutura organizacional e a gestão são essenciais para que seja possível cobrir a todos esses aspectos, indo assim ao encontro do que preconiza o Decreto 5.622 de 2005 quando afirma que “a educação a distância organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares” (BRASIL, 2005, p. 1) que devem ser previstas nas instituições que ofertam cursos nessa modalidade.

2.2.2.6 Modelos de EaD em funcionamento no Brasil

Vianney (2008) apresenta um conjunto de modelos estruturados e em funcionamento no Brasil, a partir da compilação de estudos realizados pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) e de relatório produzido pelo Ministério da Educação desde o ano de 1998, que registraram um amplo e variado leque de modelos de educação a distância, no ensino superior, tanto na esfera pública como na privada.

Desta forma, no Brasil, consolidaram-se cinco modelos que podem ser visualizados no quadro 9.

Modelo Descrição

Tele-educação via satélite Geração e transmissão de teleaulas com recepção em franquias ou telesalas. Suporte de tutoria presencial e on-line aos alunos, com entrega de material didático impresso ou em meio digital ou on-line, via internet.

Polos de apoio presencial

(semipresencial) Atendimento aos alunos em locais com infraestrutura de apoio para aulas e tutoria presencial e serviços de suporte como biblioteca e laboratório de informática. Uso de material impresso de apoio ou de conteúdo em mídia digital ou on-line.

Universidade virtual Uso intensivo de tecnologia de

dos tutores com os alunos e destes entre si, com bibliotecas digitais e envio aos

alunos de material impresso e

digitalizado. Os tutores atendem

remotamente os alunos a partir da unidade central da instituição. Os locais de apoio aos alunos são utilizados apenas para realização de provas.

Vídeo-educação Atendimento aos alunos em vídeosalas

com equipamento para reprodução de aulas pré-gravadas, material didático impresso como apoio às aulas em vídeo. A tutoria é presencial e on-line.

Unidade central Sistema no qual a unidade central da

instituição recebe regularmente a visita dos alunos para atividades presenciais de prática de laboratório. A tutoria é realizada de forma remota durante o período de oferta das disciplinas de base conceitual.

Quadro 7- Modelos de EaD estruturados e em funcionamento no Brasil (1994-2008)

Fonte: Adaptado de Vianney (2008) 2.2.3 Planejamento na EaD

A globalização é herança da experiência humana. O mundo globalizado tem imposto novas posturas frente aos desafios que se apresentam no dia a dia implicando em um diferente modo de viver da sociedade contemporânea. As sociedades contemporâneas estão enfrentando crises nas mais diversas áreas, tais como na política, economia, ambiental e social e prestes a entrar em colapso. Para Dowbor apud Guevara e Rosini (2008, p. 8), são cinco as tendências estruturadoras do futuro: a tecnologia, a globalização, a polarização econômica, a urbanização e a transformação do trabalho. Essas tendências carregam consigo uma defasagem que traz descompasso estrutural no processo de desenvolvimento, já que as tecnologias avançam rapidamente enquanto as instituições avançam lentamente.

Orestes Preti (2009) resume essa nova ordem mundial destacando que o importante nesse novo contexto

é o processo de formação de nova ordem global tendo por base o poder econômico, em vez do poder político, deslocando a discussão sobre as relações de poder para questões técnicas, de gerenciamento eficaz e eficiente dos recursos (PRETI, 2009, p. 19).

Autores como Ribas et. al. (2010a; 2010b), Spanhol (2009), Polak, Duarte e Assis (2008), Ribeiro, Tim e Zaro (2007), Cornélio e Ribas (2010), Garbin e Daianese (2010), Mill et. al. (2010), Perry et. al. (2006), Hermenegildo, Ribas e Oliveira (2008), Ribas e Hermenegildo (2008; 2009a; 2009b) entre outros, enaltecem a importância do papel da evolução das tecnologias de informação e comunicação (TIC´s) aliadas ao crescimento da educação a distância e a consequente necessidade de planejamento.

Para Ribas et. al.

A evolução das tecnologias de informação e comunicação e o crescimento vertiginoso da educação a distância, seja no cenário mundial ou nacional, aliado ao surgimento das novas mídias promovem mudanças profundas no panorama do ensino-aprendizagem. Devido à grande diversidade e a subjetividade inerente ao seu público-alvo, as escolhas adequadas da tecnologia e de mídias assim como o planejamento dos cursos passaram a ser fundamentais para a consolidação do sistema de educação a distância (RIBAS et al., 2010, p. 2).

Corroborando coma assertiva acima, Polak, Duarte e Assis (2008) afirmam que o avanço da educação a distância no cenário mundial e nacional acompanha o avanço das tecnologias de comunicação digitais. Ainda que os avanços sejam significativos, não são suficientes para atenuar os problemas da exclusão digital, mas suficiente para perceber as diferenças entre a gestão da EaD e os sistemas presenciais de ensino. Os autores destacam que “como avanço pode-se registrar: o trabalho colaborativo, a multiculturalidade, a desterritorialização e a diversidade, entre outros” (POLAK; DUARTE; ASSIS, 2008, p. 3).

Segundo Oliveira (2006), a lentidão de algumas instituições no seu processo decisório, a burocracia interna, a qualidade docente e discente, aliada ao amadorismo de aspectos relacionados à gestão contribuem para um desempenho pouco eficiente e eficaz. No entanto,

algumas instituições já despertaram para essa realidade e vem incorporando uma nova postura estratégica em busca de melhorias em sua gestão.

Mas por que planejar? Chiavenato (2004) afirma que o planejamento estratégico abarca a empresa como um todo; envolve todos os recursos e áreas de atividade; preocupa-se em atingir objetivos em nível organizacional; é definido pela cúpula da organização e corresponde ao plano maior. Oliveira (2007) reforça asseverando que o planejamento estratégico proporciona “sustentação metodológica para estabelecer-se a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com os fatores externos – não controláveis – e atuando de forma inovadora e diferenciada” (OLIVEIRA, 2007, p. 17).

Na educação a distância não é diferente. O planejamento é fundamental se tomarmos por pressuposto que ele garante sustentação para o melhor caminho a ser vislumbrado pela organização, e, por consequência, na busca pela qualidade, eficiência e eficácia.

Spanhol complementa ao enfatizar a necessidade de planejamento em EaD:

O Planejamento é o fio condutor da EAD, pois, nessa modalidade de ensino-aprendizagem, o estudante é o centro do processo, obrigando a um planejamento detalhado das etapas de pré- produção, produção e pós-produção do curso. Considerando a EAD como uma modalidade de ensino-aprendizagem mediada por tecnologias, na qual os alunos e professores estão, muitas vezes, em espaço e tempos distintos, deve haver uma organização detalhada, incluindo testes de carga de equipamentos, ambiente virtual de aprendizagem e demais estruturas disponíveis no desenho educacional pretendido (SPANHOL, 2009, p. 412).

Ribeiro, Timm e Zaro (2007, p. 5) salientam que para planejar e executar projetos de EaD é necessário “um trabalho de organização detalhado, que se desdobra em inúmeras tarefas, com suas particularidades”, o que sugere uma gestão aprimorada desde a gênese até o fim de um projeto nesta modalidade de ensino.

Moore e Kearsley (2007, p. 19) enaltecem que fazer com “que todas as peças da engrenagem operem em um sistema de educação a

distância exige um grau considerável de sofisticação gerencial, quase certamente mais do que em qualquer outro campo educacional”.

Considerando o exposto, em uma modalidade de ensino como a EaD, na qual inúmeros relacionamentos se estabelecem nas instituições e nas interações necessárias em qualquer projeto, conhecer as necessidades e estabelecer as bases para um planejamento sólido e vislumbrar qual o alcance para a instituição e em maior análise para a sociedade, são aspectos que não podem ser ignorados.

Em suma, o emprego de técnicas e ferramentas para antever e projetar a realidade a longo prazo podem contribuir para a superação das dificuldades de planejamento da educação. Estudos prospectivos ou estudos do futuro e a construção de cenários são mecanismos eficientes de planejamento, identificação de oportunidades e definição de ações, e que se tornam relevantes quando o foco é uma modalidade de ensino em franca expansão no país, a educação a distância, uma modalidade com enorme potencial de democratização e expansão do ensino, e, por conseguinte, a redução das desigualdades sociais.