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Subsetor de obras Gerais:

No documento UNIVERSIDADE PAULISTA (páginas 72-76)

Segmento Percentuais de remuneração

5. Segundo elo: edição

5.1 Subsetor de obras Gerais:

Tabela 06: Obras gerais: exemplares vendidos , títulos, tiragens, preços médios (1990-2003) Geral

Ano Exemplares Faturamento Títulos Valor dólar Tiragens

Pç. médio

unid. Pç. Méd. dólar

1990 60.848.545 152.489.414 2,51 $2,51

1991 73.315.036 141.567.932 1,93 $1,93

1992 49.685.684 173.030.213 10.752 4.621 3,48 $3,48

1993 33.372.093 135.527.139 12.181 2.740 4,06 $4,06

1994 60.053.195 262.858.997 14.240 4.217 4,38 $4,38

1995 61.358.728 301.367.879 11.650 5.267 4,91 $4,91

1996 62.007.210 342.701.980 12.010 5.163 5,53 $5,53

1997 61.424.621 352.513.135 15.012 4.092 5,74 $5,74

1998 71.317.369 404.344.561 14.266 R$ 1,10 4.999 5,67 $5,15 1999 66.733.932 200.270.270 11.737 R$ 2,00 5.686 3,00 $1,50 2000 68.120.441 214.484.960 14.874 R$ 2,00 4.580 3,15 $1,57 2001 66.200.000 210.833.333 12.500 R$ 2,40 5.296 3,18 $1,33 2002 108.700.000 202.692.310 10.750 R$ 2,60 10.112 1,86 $0,72

2003 52.830.000 159.984.380 9.650 R$ 3,20 5.475 3,03 $0,95

Exemplares vendidos : A média anual da comercialização nos 14 anos da pesquisa é de aproximadamente 64 milhões de exemplares. Dois anos se destacam na amostra variando de forma acentuada da média, no ano de 1993 a comercialização foi de cerca de 33 milhões de exemplares, em 2002 foram vendidos cerca de 109 milhões de livros. Caso eliminemos da amostra estes extremos chegamos a uma média de 63 milhões de exemplares vendidos. Esta média é superada em cinco anos e não é atingida em outros sete anos. Merece atenção o último ano da pesquisa que informa uma queda de aproximadamente 16% em relação a média histórica. Os números expressivos de 2002 se devem às compras governamentais para bibliotecas escolares.

Títulos produzidos: A média de produção de títulos na série histórica é de 12.500 por ano. O pico da diversificação é o ano de 1997 com mais de 15.000 títulos. Os últimos cinco anos apresentam uma constante e consistente queda no número de títulos produzidos com destaque para 2003, quando o número de títulos baixou da casa dos 10.000 pela primeira vez em 12 anos.

Tiragens: As tiragens são o resultado dos títulos produzidos divididos pelos exemplares produzidos, neste caso obtivemos uma média histórica de cerca de 5000 exemplares por tiragem. Caso negligenciarmos o ano de 2002 fortemente influenciado pelas compras governamentais, então chegamos a uma média de 4,7 mil exemplares por tiragem.

Novamente as distorções cabem aos anos de 2002 e 1993. Os números dos últimos cinco anos se ela mantém estáveis com uma tendência ao aumento das tiragens, fruto das recentes diminuições do número de títulos.

Preço por exemplar: Os números da série histórica se encontram em dólares até 1997, passando em 1998 a serem cotados em reais. Isto representa um imenso problema para nossa análise, pois a queda do preço médio e de faturamento é gritante com as mudanças ocorridas após a desvalorização cambial ocorrida em 1999. O preço médio do exemplar cairia mais de três vezes imediatamente e cerca de seis vezes se levarmos em consideração os números de 2003. Nenhuma indústria resistiria à mudança tão abrupta, o que pode indicar que os números talvez apresentem sutilezas que não conseguimos detectar. Por isso, no que tange a faturamento e preço restringiremos a nossa análise a série de valores em real que corresponde aos últimos seis anos da amostra. Neste caso o preço médio em reais é de 3, 3 reais por exemplar ou 3,6 caso excluamos o ano de 2002, cujas compras governamentais promovem uma significativa redução no preço médio.

Observamos que o preço mantém-se constante, próximo da média, embora a inflação acumulada do período chegue a 44,59%.34

Faturamento: Neste caso vivemos o mesmo dilema do preço, por isso adotamos a mesma sistemática, nos restringimos à série reduzida cotada em reais (1998 a 2003). Observamos dois extremos, em 1998 temos um pico de faturamento que é 150% maior que o de 2003, o outro extremo da amostragem. Caso utilizás semos os números em dólares teríamos então uma queda ainda mais significativa no faturamento do setor.

34 Segundo dados do IPCA (1998-2003) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (IBGE/SNIPC) medido pelo IBGE.

Conclusões parciais diante dos referenciais econômicos: A economia de escala estática, motivada pelo aumento de tiragens, vem ocorrendo nesse subsetor, pois as editoras têm diminuído o número de títulos produzidos com um respectivo aumento de tiragens. O fato não pode ser creditado apenas na conta da busca de economia de escala e pode ser explicado também pela saturação que vivem os espaços de venda de livros no varejo (com forte presença nas livrarias, esse é certamente o subsetor mais importante para o varejo, é dele que brotam os bestsellers). Através da evolução do número de títulos perceberemos as questões relacionadas à diversificação e à economia de escopo. De uma análise do volume de vendas e tiragens chegaremos à economia de escala. E dos números da distribuição e canais de vendas obteremos informações sobre rentabilidade, formação de preços e tendências do mercado. Quanto à economia de escopo, notamos uma contradição entre esta e a economia de escala. Pois como o número de exemplares mantém-se relativamente constante, fica muito difícil obter este tipo de diversificação, pois cada novo título em menor tiragem representa um impacto na economia de escala. Apenas com o aumento considerável da produção de exemplares para atender ao governo é possível perceber este tipo de economia, o que por outro lado não significou uma elevação significativa no faturamento, mas certamente pode ter impactado positivamente na rentabilidade35 das editoras.

O aspecto faturamento é muito preocupante, pois existe claramente uma depressão no mercado de livros. Os números mostram uma desaceleração significativa em 2003, que teria também acontecido em 2002, caso não ocorresse à compra maciça do governo. A análise da série completa ressalta que desde 1999 o mercado entrou em um novo patamar

35 A rentabilidade é obtida quando subtraímos dos valores alcançados com a venda dos produtos, os valores referentes aos custos fixos e variáveis que incidem sobre a produção, distribuição, divulgação e venda destes.

de faturamento, significativamente inferior ao do período anterior. O quanto este patamar é inferior dependerá das explicações que tivermos sobre a relação dos números relativos à mudança cambial, fenômeno que não será estudado nessa dissertação. Nos contentamos em assinalar o decrescente faturamento e a manutenção estagnada do preço dos exemplares em reais, quando confrontados com a inflação do período.

O conjunto de aspectos apresentados nos permitem afirmar que estamos diante de uma crise no segmento de livros gerais, com queda de rentabilidade e pequena margem de manobra econômica dos agentes em questão, pois para que se obtenha economia de escala depende-se do governo e o recurso à economia de escopo encontra-se esgotado devido ao reduzido espaço nas pratleiras.

No documento UNIVERSIDADE PAULISTA (páginas 72-76)