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Texto 2 (2, F, 5º ano) com a participação no Júri-Simulado

4.2 ANÁLISE DOS TEXTOS

4.2.2 Texto 2 (2, F, 5º ano) com a participação no Júri-Simulado

TEMA: O Brasil vai ou não conquistar o pentacampeonato? A conquista do penta

Todos sabem que vai ser realizada a Copa do Mundo, o maior evento do futebol. E que o Brasil vai participar, afinal é um bom time, muito bom, o melhor para a maioria dos brasileiros e também um forte concorrente contra as outras seleções. Se você for um daqueles que acha que o Brasil vai perder, presta atenção.

O Zagalo é o técnico, mas dizem que ele é teimoso e exigente, o que não é verdade pelo jeito dele falar nas entrevistas e isso contagia os jogadores. Além de sua experiência, ele acredita muito no time montado e tem que ser exigente mesmo, porque não dá para arriscar numa competição dessa com afirma outros especialistas.

Apesar de dizerem que a Itália é perigosa, que a França tem o Zidane e outras coisas, os outros países tem medo do time brasileiro, das jogadas e dos jogadores.

Todos nós sabemos, que com a nossa forte torcida, o apoio do Zagalo e do resto dos países terem medo do Brasil, a seleção brasileira pode trazer a quinta estrela para casa.

A meu ver, esse texto apresenta-se bem estruturado por apresentar todos os elementos necessários à construção de sua coerência pelo leitor e obedecer às condições

de manter a progressão temática. A rede de relações entre parte e todo revela a conexão entre as intenções do produtor, as ideias e as unidades linguísticas que o compõem. A estrutura organizacional desse texto, em que o produtor, pelo próprio título A conquista do penta , apresenta o tema do Debate O Brasil vai ou não conseguir o pentacampeonato?. A partir daí, ele constrói a defesa de sua tese utilizando-se de variadas estratégias argumentativas, de acordo com a sua intencionalidade.

As relações argumentativas utilizadas pelo aluno implicam a apresentação de explicações, justificativas, razões, entre outros. Observe-se o trecho a seguir: E que o Brasil vai participar, afinal é um bom time, muito bom, o melhor para a maioria dos brasileiros e também um forte concorrente contra as outras seleções. Se você for um daqueles que acha que o Brasil vai perder, presta atenção. . Nessa porção textual, é nítido o fenômeno da explicitude pela reiteração qualitativa (uso de adjetivos) dada ao time brasileiro: bom time , muito bom , o melhor .

Na frase Se você for um daqueles que acha que o Brasil vai perder, presta atenção. , o aluno usa de uma relação retórica condicional, explicitada através do operador argumentativo se , antecipando-se a um possível leitor que não acredite no ponto de vista defendido por ele, de que o Brasil vai conquistar o pentacampeonato. O uso que ele faz da expressão presta atenção abre um espaço de negociação com o leitor, apresentando todos os seus argumentos: O Zagalo é o técnico [...] , outros países tem medo do time brasileiro, das jogadas e dos jogadores.

O início de alguns parágrafos instiga o leitor a concordar com ele pela escolha das expressões argumentativas todos sabemos ou todos nós sabemos ; dessa forma, as relações que se estabelecem possuem caráter pragmático por ser uma representação de si mesmas, de certa forma, com uma lógica própria e, acima de tudo, pela argumentatividade. O uso de tais expressões mostra como o produtor quer determinar a verdade dele, como se todos nós concordássemos com ele.

Outra observação é o uso do tempo verbal predominantemente no presente, que nada tem a ver com o tempo real, pois constitui, justamente, o tempo principal do mundo comentado, o que designa uma atitude comunicativa de engajamento, de compromisso com o que é dito.

Outro aspecto importante a ser destacado no Texto 2 é a estratégia de convencimento, através do uso de expressões marcantes como a maioria dos brasileiros , a experiência do Zagalo , do medo que os outros países tem do Brasil . A voz

da autoridade, que é considerado o mais característico dos argumentos de prestígio – pois utiliza os atos ou julgamentos de uma pessoa ou de um grupo de pessoas como meio de prova em favor de uma tese –, ocorre no texto do aluno quando afirma outros especialistas , apesar do referente outros não ser apropriado, porque o aluno não fez referência anterior a nenhum especialista.

O operador argumentativo mas foi também utilizado com muita habilidade pelo aluno, numa frase que aparece como um contra-argumento ao que ele defende: mas dizem que... até o que não é verdade... . Com o uso do operador mas ele somou argumentos a favor de uma mesma conclusão. Esse trecho com o argumento e o contra- argumento exibe uma relação retórica multinuclear de contraste, nos termos da RST. Ainda dentro de uma leitura contrastiva, o texto do aluno exibe uma relação retórica de concessão no trecho Apesar de dizerem que a Itália é perigosa, que a França tem o Zidane e outras coisas, os outros países tem medo do time brasileiro, das jogadas e dos jogadores. A porção textual Apesar de [...] outras coisas é o satélite concessivo do núcleo os outros países [...] dos jogadores , numa relação núcleo-satélite.

Na frase Além de ser ótimo, [...] ; o uso da expressão além de introduz um argumento que pode ser decisivo ou bem forte. Segundo Koch (1984) ele é usado como se fosse um acréscimo lambuja , como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final ou retórica do camelô . O operador além de soma argumentos a favor de uma mesma conclusão, servindo, assim, para explicitar a relação retórica que aí emerge, qual seja a de adição.

Enfim, o texto A conquista do penta possui uma apresentação limpa, boa letra, paragrafação adequada. O tom informal escolhido pelo autor combina perfeitamente com o ponto de vista defendido pelo aluno que está a favor de o Brasil conseguir ganhar o título de pentacampeão.