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CIÊNCIA CONHECIMENTO

6.1 Tipo de Estudo e Método

As opções metodológicas são determinadas em função dos objetivos do estudo, das questões para as quais se buscam respostas, da natureza dos fenômenos a serem investigados, bem como do contexto em que os sujeitos estão inseridos (2009).

Compreende-se por natureza da pesquisa predominantemente:

Descrições detalhadas de situações, eventos, pessoas, interações e comportamentos observados; citações literais do que as pessoas falam sobre suas experiências,

atitudes, crenças e pensamentos; trechos ou íntegras de documentos, correspondências, atas ou relatórios de casos (PATTON, 2002, p.22 apud ALVES, 2013, p. 50).

É possível classificar uma pesquisa como de natureza exploratória sem relação causal entre as variáveis e, portanto, descritiva, utilizando estudo de caso com base de dados e método de natureza qualitativa.

Cervo e Bervian (2014, p. 49) afirmam que:

O estudo exploratório [...] é normalmente o passo inicial no processo de pesquisa pela experiência e auxílio que traz na formulação de hipóteses significativas para posteriores pesquisas. Os estudos exploratórios não elaboram hipóteses a serem testadas no trabalho, restringindo-se definir objetivos e buscar maiores informações sobre determinado assunto de estudo.

Segundo os autores a pesquisa exploratória é uma forma de pesquisa descritiva e Vergara (2000, p. 46), por sua vez, afirma que esse modelo não comporta a formulação inicial de hipóteses, mas não exclui a sua construção, uma vez que afirma que "[...] poderão surgir durante ou ao final da pesquisa”.

Após uma reflexão sobre todas estas temáticas, optou-se pela pesquisa de caráter

descritivo e exploratório, com uso de grupos focais e entrevistas como principais processos

de recolha de dados, tendo sido estes analisados visando a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados dentro de uma abordagem qualitativa.

A pesquisa qualitativa é essencialmente descritiva., “[...] e como as descrições dos fenômenos estão impregnadas dos significados que o ambiente lhes outorga, e como aquelas são produto de uma visão subjetiva, rejeita toda expressão quantitativa, numérica, toda medida” (TRIVINOS, 2011, p. 128).

Desta forma, a interpretação dos resultados surge como a totalidade de uma análise complexa que tem como base a percepção de um fenômeno num contexto.

O campo da saúde, de acordo com Turato (2005) tem se deparado com um grande aumento do interesse por pesquisas qualitativas, pois na última década, tais pesquisas tornaram- se bem aceites de modo que muitas revistas científicas divulgam estas pesquisas frequentemente, como é o caso da Revista de Saúde Pública.

O método qualitativo tem suas raízes na fenomenologia, pois busca a compreensão da dinâmica do Ser Humano, partindo dos significados dos fenômenos vivenciados pelas pessoas (TURATO, 2005; FONTANELLA et. al., 2006).

175 Para Minayo (2007) as metodologias qualitativas são capazes de incorporar a questão do significado e da intencionalidade como inerentes aos atos, relações, estruturas sociais, sendo estas compreendidas como construções humanas significativas.

A pesquisa qualitativa parte da ideia de que os métodos e a teoria não se ajustam a uma determinada questão ou a um campo concreto, eles são adaptados a novos métodos e novas abordagens poderão ser desenvolvidas.

Caracterizar a pesquisa qualitativa não é fácil devido à grande variedade de denominações que compõe essa vertente, como podemos ver a seguir:

a) Pesquisa Qualitativa Naturalista: é aquela que o pesquisador parte de

observações mais livres deixando que as dimensões e categorias surjam progressivamente durante o processo de coleta e análise dos dados. A intervenção do pesquisador é mínima (ALVES, 2013).

b) Pesquisa Qualitativa Pós-positivista: os fatos ou fenômenos verificáveis

podem ser refutáveis por novos fatos (POPPER, 1984), ou ainda os critérios de validade interna ou externa da pesquisa pode se recorrer de outros critérios captando parcialmente a realidade e produzindo uma descrição somente provisória (CAMPBELL e STANLEY, 2001

apud CHIZZOTTI, 2015).

c) Pesquisa Qualitativa Antropológica: Para a Antropologia, a ideia de

significado não pode estar dissociada do conceito de cultura. Para Geertz (1989) a cultura deve ser compreendida no seu aspecto simbólico, como uma característica inerente do ser humano. A cultura é “[...] a teia de significados que o homem teceu, a partir da qual ele olha o mundo e onde se encontra preso”. A realidade observada ou tratada teoricamente é devidamente iluminada pelo itinerário acadêmico do pesquisador. Portanto, no trabalho do pesquisador baseado na antropologia, a pesquisa e a análise não se restringem à simples interpretação dos relatos das pessoas (OLIVEIRA, 1996 apud CHIZZOTTI, 2015).

d) Pesquisa Qualitativa Etnográfica: busca fundamentar a descrição científica

das observações sobre a vida do “outro” procurando colocar o seu relato nos critérios científicos de validade, confiabilidade e objetividade. O pesquisador descreve os fatos observados, estabelece os fundamentos de análise, os critérios de comprovação para interpretações fidedignas (CHIZZOTTI, 2015). O que importa nesse estudo não é a forma como os fatos se revestem, mas o seu sentido. A Etnografia é uma pesquisa holística ligada à Antropologia.

e) Pesquisa Qualitativa Estudo de Caso: é a análise profunda de uma unidade

um sujeito ou de uma situação em particular. Tem se tornado a modalidade preferida daqueles que procuram saber como e por que certos fenômenos ocorrem dentro de um contexto específico.

f) Pesquisa Qualitativa Humanista: Na pesquisa qualitativa humanista, ao invés

de simplesmente se afastar do sistema em estudo, o pesquisador fica imerso no mesmo. As principais crenças da pesquisa humanistas são: Os homens constroem diferentes realidades. Essas realidades só podem ser compreendidas no todo, de modo holístico; O pesquisador e o fenômeno estudado interagem mutuamente; O intuito é desenvolver um corpo de conhecimento do fenômeno em estudo; Não se pensa no fenômeno em termos de causa e efeito, pois o mesmo está em constante evolução; A pesquisa é baseada nos valores do pesquisador, que influenciam a escolha do fenômeno, do método, dados e dos achados; O conhecimento é construído e não achado. A pesquisa é resultado de interações subjetivas entre o pesquisador e o fenômeno (HIRSCHMAN, 1986, p. 238 apud FARIAS,). O pesquisador humanista entra no processo, interage, apresenta suas crenças e valores.

g) Pesquisa Qualitativa Fenomenológica:Triviños (1987) considera a

fenomenologia uma tendência dentro do idealismo filosófico. O idealismo implica a redução do objeto do conhecimento ao sujeito conhecedor (JAPIASSU & MARCONDES, 1996, p. 134). Para Triviños (1987), a ideia fundamental da fenomenologia é a noção de intencionalidade. A fenomenologia, então, reduz a distância entre o idealismo e o realismo (JAPIASSU & MARCONDES, 1996, p. 144). Bruyne & Herman & Schoutheete (1977) defendem que a fenomenologia pode ser vista: a) como uma prática científica; b) como uma metodologia da compreensão; c) como uma filosofia das ciências; d) como uma estética da existência. Em comum, opera-se uma ruptura radical com as certezas positivistas. Para os mesmos autores, proceder a uma análise fenomenológica é substituir as construções explicativas pela descrição do que se passam efetivamente do ponto de vista daquele que vive tal e qual situação concreta. Para Masini (1989), no artigo Enfoque fenomenológico de pesquisa em educação, a fenomenologia dá ênfase à vida cotidiana, pelo retorno àquilo que ficou esquecido, encoberto, pela familiaridade (pelos usos, hábitos e linguagem do uso comum). Diz que se amplia o cogito, ergo sum (Penso, logo existo) de Descartes. Este passa a ser uma volta ao mundo da vida, no confronto com o mundo dos valores, crenças, ações conjuntas, pelo qual o ser humano se reconhece como aquele que pensa a partir desse fundo cotidiano anônimo que aí está e aí se visualiza como protagonista, nesse mundo da vida. Para esta autora, não há um método fenomenológico; há uma atitude. A defesa da autora faz

177 implicam tomadas de decisão permanentes para se souber. Masini (1989) busca em Heidegger fundamentos para a fenomenologia. Heidegger (2012) afirma que compreender deixa de ser visto como um modo de conhecer, para ser uma visão de um modo de ser. A apropriação dos conhecimentos se dá pelo círculo hermenêutico: compreensão, interpretação nova, compreensão. A fenomenologia ligada à Filosofia segundo Lazaraton (1995).

h) Pesquisa Qualitativa Hermenêutica: Na busca de cientificidade para as

ciências interpretativas o filósofo Wilhelm Dilthey publica no ano de 1900 um texto sobre o “Surgimento da Hermenêutica” (DILTHEY, 2004) e no qual o autor estabelece uma distinção entre “explicar” (Erklären) e “compreender” (Verstehen) para as Ciências Humanas. Dilthey (2004) defende a necessidade de um método distinto àqueles utilizados nas Ciências Naturais, ou seja, “as ciências sociais e a história não poderiam ser adaptadas à lógica das ciências naturais porque a compreensão interpretativa tem um papel diferente nas ciências” (SCOCUGLIA, 2002, p. 251). Essa distinção realizada por Dilthey (2004) é retomada e aprimorada por Mannheim (1964 e 1980) na elaboração de seu método documentário de interpretação como uma forma de análise das visões de mundo de uma determinada época e como uma metodologia centrada na análise dos fenômenos “culturais” e não dos fenômenos “naturais”. Na acepção da hermenêutica como “ciência da cultura” (Kunstlehre) ou como teoria do conhecimento das “ciências do espírito” (Geisteswissenschaften) Dilthey (2004) e posteriormente Mannheim (1964 e 1980) estão preocupados em fazer da “compreensão”, que não deixa de ser um processo cotidiano que acompanha toda ação social, um método científico de construção de conhecimento ou – nas palavras de Mannheim (1964 e 1980) – de transformação do conhecimento pré-reflexivo ou ateórico em conhecimento teórico (MANNHEIM 1964 e 1980).

i) Pesquisa Qualitativa Ideográfica: Parte da pesquisa fenomenológica é análise

Ideográfica (assim chamada porque busca tornar visível a ideologia presente na descrição ingênua dos sujeitos, podendo para isso lançar mão de ideogramas ou símbolos expressando ideias). O pesquisador procura por unidades de significado, o que faz após várias leituras de cada uma das descrições. As leituras prévias fazem parte de uma primeira aproximação do pesquisador em relação ao fenômeno, numa atitude de familiarização com o que a descrição coloca. As unidades de significado, por sua vez, são recortes julgados significativos pelo pesquisador, dentre os vários pontos aos quais à descrição pode levá-lo. Para que as unidades significativas possam ser recortadas, o pesquisador lê os depoimentos à luz de sua interrogação, por meio da qual pretende ver o fenômeno, que é olhado de uma dentre as várias perspectivas possíveis. Articulando as compreensões que resultaram dessa seleção das

unidades de significado e das próprias unidades, o pesquisador trata de agrupá-las em categorias. Esses agrupamentos formam uma síntese dos julgamentos consistentes dados nas descrições dos sujeitos. É a partir desses agrupamentos que o pesquisador passa à sua segunda fase de análise, a “nomotética”, quando a investigação é realizada individualmente, feita pelo estudo e seleção das unidades de significado e posterior formação das categorias abertas, ultrapassando a esfera geral. Segundo Martins e Bicudo (1994), "A ciência empírica despreza a análise ideográfica, dando preferência, indiscutivelmente, à análise nomotética” mais conhecida segundo Bardin (2009) como Análise do Conteúdo.

j) Pesquisa Qualitativa Ecológica: A Teoria dos Sistemas Ecológicos de (1999)

pesquisador atuante no campo da Psicologia do Desenvolvimento atribui ênfase ao papel do ambiente durante o desenvolvimento, conferindo menor atenção aos processos individuais. Atualmente, o autor vem reformulando o modelo original, atribuindo ao processo ecológico uma posição central, de maior destaque. Em sua, atual reflexão, leva em consideração as diferentes formas de interação das pessoas, onde não é mais tratada simplesmente como uma função do ambiente, mas como uma função do processo, que é definido em termos da relação entre o ambiente e as características da pessoa em desenvolvimento (BRONFENBRENNER, 2011). Neste novo modelo, ainda em evolução, Bronfenbrenner (2011) propõe uma recombinação dos principais componentes do modelo ecológico com novos elementos em relações mais dinâmicas e interativas, passando a ser denominado como Modelo Bioecológico (BRONFENBRENNER e CECI, 2011; BRONFENBRENNER e MORRIS, 2011). O Modelo Bioecológico propõe que o desenvolvimento humano seja estudado através da interação de quatro núcleos interrelacionados: o processo, a pessoa, o contexto e o tempo (BRONFENBRENNER & MORRIS, 2011). Neste modelo, o processo é destacado como o principal mecanismo responsável pelo desenvolvimento, que é considerado por meio de interação recíproca progressivamente mais complexa de um ser humano ativo, biopsicologicamente em evolução, com as pessoas, objetos e símbolos presentes no seu ambiente imediato (BRONFENBRENNER e CECI, 2011).

k) Pesquisa Qualitativa Construtivista: O paradigma construtivista contrasta

com o positivista quando se consideram a ontologia (a teoria de mundo), a epistemologia (a teoria de conhecimento) e a metodologia. Considerando a ontologia, nos dois paradigmas há um entendimento diferente sobre o que pode ser conhecido. Para o construtivista, a realidade é construída, dinâmica e contextualizada. Ao pesquisá-la, ela é observada sem intervenções experimentais e sem tentativas de controlar as variáveis. Para o paradigma construtivista, a

179 contextualizada. No construtivismo, como a metodologia é interpretativa, o pesquisador procura entender o comportamento humano do ponto de vista do sujeito, sendo o estudo feito através da observação (LARSEN-FREEMAN e LONG, 1991, p. 12).

O desenvolvimento da pesquisa qualitativa supõe um corte têmpora - espacial de determinado fenômeno elencado pelo pesquisador. Recorte define o campo e a dimensão em que o trabalho se desenvolveu, ou seja, o lócus da pesquisa mapeada. O trabalho de descrição tem caráter fundamental em um estudo qualitativo, pois é por meio dele que os dados são coletados (MANNING, 1979, apud NEVES, 2002).

O vínculo entre signo e significado, conhecimento e fenômeno, sempre depende do arcabouço de interpretação empregada pelo pesquisador que lhe serve de visão de mundo e referencial.

Na pesquisa qualitativa busca-se visualizar o contexto, ter uma integração empática com o processo objeto de estudo que implique na melhor compreensão do fenômeno. Apresenta também dificuldades em sua realização e a mais significativa é não se conseguir total objetividade nos dados conforme Mellon (1990), apud Neves (1996), pois tanto o pesquisador quanto os pesquisados são seres humanos dotados de valores e significações dos quais eles dependem.

A pesquisa qualitativa assume diferentes significados compreendendo um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam descrever os componentes de um sistema complexo de significados (NEVES, 2002).

Na pesquisa qualitativa busca-se visualizar o contexto, ter uma integração empática com o processo objeto de estudo que resulte na melhor compreensão do fenômeno.

Kirk e Miller (1986), apud Neves (1996) asseguram que a confiabilidade dos dados de uma pesquisa qualitativa está em cumprir a sequência integral de suas fases, ou seja, a coleta de dados, a análise e apresentação da documentação analisada tornando desta forma, mais confiáveis os resultados do estudo científico.

Segundo Minayo (2009, p.21), esse tipo de pesquisa responde “[...] a questões muito particulares trabalhando com um universo de significados, crenças, valores e atitudes”. Portanto, é uma pesquisa interpretativa envolvendo uma experiência sustentada e intensiva com os participantes.

A pesquisa qualitativa tem como característica fundamental a função do pesquisador procurar entender os fenômenos pela ótica dos participantes na temática estudada e partindo desse estudo, observar, estudar e interpretar os fenômenos. Assume diferentes significados, conforme vimos, e técnicas interpretativas que visam descrever os componentes

de um sistema complexo de significados. Trata de reduzir a distância entre indicador e indicado; entre teoria e dados e contexto e ação (MANNEN, 1979a).

A pesquisa qualitativa, segundo Flick (2009, p. 12) visa explicar os fenômenos sociais “de dentro” analisando as experiências de pessoas ou grupos relacionados, neste caso específico, as práticas profissionais, que podem ser tratadas analisando-se conhecimento, relatos e histórias do dia-a-dia; examinando interações e comunicações que estejam se desenvolvendo baseadas na observação e no registro de práticas realizadas, bem como na análise desse material; investigando documentos: planos de disciplina; resultados das avaliações internas (CPA) e assim estabelecendo semelhanças entre as experiências ou interações.

O enfoque qualitativo presta-se para questões em que o viés do observador seja fundamental para análise do fenômeno. Esta modalidade procura saber como e porque certos fenômenos acontecem dentro de um contexto específico.

Na pesquisa qualitativa o pesquisador torna-se o principal instrumento de investigação e a necessidade de contato direto e prolongado com o campo de pesquisa (PATTON, 2002, apud ALVES, 2013). Portanto, os fenômenos somente podem ser compreendidos por meio de uma perspectiva holística levando em consideração as interações e influências recíprocas excluindo a possibilidade de relações de causa e efeito e de se fazer generalizações estatísticas. O pesquisador precisa apreender os significados atribuídos aos fenômenos estudados sendo os dados predominantemente descritivos e expresso por palavras.

O método de investigação utilizado nesta pesquisa foi o estudo de caso. Este possibilitou a análise da realidade dos professores participantes do grupo focal e das entrevistas, envolvendo o “[...] processo de indagação, detalhada, abrangente, sistemática e em profundidade” (STAKE, 1998, apud ESTEBAN, 2014, p. 181).

Como a pesquisa se reportou aos professores selecionados da Área de Saúde que possuem interesse em comum, formação continuada, o estudo de caso foi interessante pela sua especificidade e pelas características que o compõem: particularidade; descrição; heurística e indução.

a) Particularidade: pois, o estudo de caso se centra em uma situação, ou seja, formação continuada, um programa ou um fenômeno em particular. O próprio caso em si foi importante pelo que revelou sobre o fenômeno e pelo que possa representar.

b) Descrição: o resultado final do estudo de caso culminou na descrição rica e minuciosa do fenômeno estudado. A descrição, portanto, é qualitativa.

181 c) Heurística: o estudo de caso permite a descoberta de novos significados que ampliaram a pesquisa e provocaram o replanejamento de ações que produziram novos “insights”.

d) Indutivo: as “generalizações”, os conceitos surgiram da reflexão minuciosa dos dados fundamentados no próprio contexto. Em sua maioria, os estudos de caso têm como base o raciocínio indutivo.

De acordo com Schramm (1971), apud Yin (2005, p.5), “A essência de um estudo de caso é tentar esclarecer uma decisão ou um conjunto de decisões: o motivo pelo qual foram tomadas, como foram implementadas e com quais resultados”.

Em uma vivência de aproximação, permite-se que o processo de interação grupal se desenvolva, favorecendo trocas, descobertas e participações comprometidas. Também proporciona descontração para os participantes responderem as questões em grupo, em vez de individualmente (DEBUS, 1997; DALL’AGNOL; TRENCH, 1999).

O estudo de caso como estratégia de pesquisa compreendeu um método que abrangeu com a lógica de planejamento incorporando abordagens específicas à coleta e

análise de dados. Nesse sentido, o estudo de caso não foi somente uma tática para a coleta de

dados, nem apenas uma característica do planejamento em si, mas uma estratégia de pesquisa abrangente (YIN, 2005). O estudo de caso permitiu uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas dos eventos da vida real.

A coleta de dados fez-se essencialmente através do Grupo Focal, a que se seguiram as entrevistas semiestruturais realizadas aos participantes na pesquisa. Os dados daí resultantes foram tratados através da análise de conteúdo. Damos conta de este processo a seguir.