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OS JOVENS E SUAS TRAJETÓRIAS DE VIDA

2.6 A Trajetória Infracional

Eu tinha... tinha 12... 13 anos quando eu comecei a praticar roubo, ai com quase 14 fui preso, já fui lá pra FEBEM, ai sai quando tinha 16 anos, ai já tava meio que brabo né, revoltado com tudo, lá dentro eu apanhava que nem um cachorro, apanhava dos funcionários, tinha hora pra tudo, você não podia fazer nada sem a autorização de ninguém. [...] Mas eu posso dizer com toda certeza que a grande maioria dos meninos, dos jovens que estão no crime, a grande maioria é devido à droga, devido à droga, devido à droga. Se ele tá são ele tá careta ele não vai roubar. Agora se ele tá doidão, vixi, ele rouba até a Rota, ele quer roubar até a polícia, se ele tiver armado ele rouba até da policia, porque ele tá mais corajoso. (L.S.)

Inúmeros são os impactos da privação da liberdade na vida do jovem autor de atos infracionais. Mesmo que a passagem do jovem pelo sistema formal de justiça – Delegacia, Promotoria e Poder Judiciário – não venha a resultar em uma medida socioeducativa é, em si mesma, estigmatizante, pois traz conseqüências sobre suas vidas, pois se trabalha sempre com a noção de que o jovem que infracionou precisa entrar em contato com o sofrimento provocado por seu ato para ter a oportunidade de poder “cicatrizar”, compensar as feridas que causou. O jovem acusado da prática de ato infracional tem, então, junto aos órgãos competentes do sistema sócio-jurídico, a oportunidade para dar sua versão do episódio e relatar sobre as circunstâncias que o levaram a praticar a infração.

Para efeito da legislação, o ato infracional é considerado pelo ECA da seguinte forma: Art. 103: “Considera-se ato infracional a conduta, descrita como crime ou contravenção penal”. Neste sentido, toda infração prevista no Código Penal Brasileiro (CPB), na Lei de Contravenção Penal (LCP) e Leis Penais (LP) esparsas (exemplos: Lei de tóxico, porte de arma), quando praticado por uma criança ou adolescente, corresponde

a um ato infracional. O ato infracional em consonância com o princípio da legalidade, somente se verifica quando a conduta do agente é tipificada como crime ou contravenção previsto na referida legislação.

Em contrapartida aos conceitos, os sujeitos da pesquisa narram as representações e/ou significados em relação aos atos infracionais praticados, a saber:

Não quero saber de nada não! Vender droga, roubar eu gostava mesmo era de vender droga e roubar, era o maior apetitoso senhora! Pra mim era um trabalho, é como se eu fosse trabaiar. Ia catava um carro, ia vendia, depois ia traficar, usava droga, ficava loucão, dava tiro pro alto! Agora tô sossegado. Esse trabaio pra mim era tudo, era um conceito (ter reconhecimento público; ter mérito) e pá... Zé Povinho (Pessoas não envolvidas com questões ilegais e que são delatores) fica com medo dessas fitas aí, agora xí, é só depressão... Zé Povinho que te cagüeta (sujeito que é delator), cagüeta. (L.A.S.)

[...] eu curioso fui na primeira vez num 157139, e acabei ficando preso na primeira vez eu falei isso pra senhora. Antes disso é o tempo que nos batia tava numa fase... Os moleques não tinha dinheiro. Ai os moleque queriam arrumar um dinheiro para comprar uns bagulhos (alguma coisa, pode ser também maconha). (R.S.M.)

Cometer crime é o maior apavoro (sentir pavor). É um apavoro! Tipo um choque, você fica ali, mas depois que faz também fica tranqüilo. É a mesma coisa que você ir trabaiar. Depois que você chegou você tá normal. Mas é embaçada (complicada, difícil) essa vida ai. Na hora você se sente a milhão, você tá ali, tá ligado, tá ligeiro, você tá pensando que o cara é polícia, se o cara vai te matar, ou é ele que vai morrer ou é eu. Se ele tentar me matar, eu vou tentar matar ele, é assim que funciona senhora! Quem rouba e assalta é desse jeito que funciona. Na hora que você vai assaltar o cara você já fala: Pô! Qual é a desse cara aí. Às vezes é até um polícia. Tive muitos casos de colegas meu que morreu aí na mão... Indo roubar e na hora de roubar o cara era polícia. O cara saca e mata o moleque, tem uma pá de polícia safado, uma pá de polícia safado! (R.F.N.)

Não compensa. O crime não compensa é que nem uma bola de sabão que você enche ela, ela começa a brilhar e tudo, daqui a pouco ela estoura e quando estoura é doloroso... Você perde até o que você não tem: dinheiro, você, tem um dinheiro, você tem no que gastar o monte de dinheiro, ai perde a liberdade, fica lá dentro que nem um cachorro... [...] O mundo do crime hoje pra mim não compensa, não vale nada, entra quem quer, mais pra sair é difícil. O crime ele eu falo da seguinte forma: o crime foi feito para todos, mas nem todos foram feitos para o crime. Eu penso dessa forma, é um mundo que é assustador, no começo é tudo legal! Da hora! Só adrenalina e tal, ai a situação vai se agravando. O crime, por incrível que pareça, ele tem fases né? Tem a fase da droga, muitos começam pela droga, não foi esse o meu caso. [...] Sair do crime... Tudo é maquiado no começo, tudo é maquiado de bonzinho, depois ele tira a máscara, é o bicho! Só maldade! No começo você pensa que ele (referindo-se ao crime) vai te ajudar, que ele é a solução dos teus problemas. Ah! Não tá faltando dinheiro? [...] É como eu falei: “o crime foi feito para todos, mas nem todos foram feitos para o

139 157 – Artigo do Código Penal Brasileiro que tipifica o ato infracional de roubo com arma, também usado sob a forma de gíria.

crime”, eu não fui feito para o crime, eu não fui. [...] Porque o crime ele é podre, ele é podre, mas também tem um porém: Ele não admite falha. É que nem matar um bicho; é um submundo, é um mundo que só tem maldade. De menor é o que carrega né? Os revolveres, maior não carrega nada, só entra, olha, fala tá limpo vai lá entra e pega, ali eu já tava envolvido não podia mais dizer não, até podia trocar uma idéia diferente, mas podia até ser zoado às vezes. (L.S.) – (grifo nosso)

Hoje depois do que eu passei acho que não é normal não. Você vai fazer alguma coisa assim... Com outra pessoa que tá noutro cotidiano diferente ela vai achar que isso ai é normal, mas depois eu vi. Se eu for ali pegar alguma coisa de uma pessoa, vou tá dando o direito pra outra pessoa vir tirar a minha liberdade, me jogar preso de novo, ficar sofrendo, jogado lá no esquecimento. [...] Quando eu cometia ato infracional na hora de dormir eu ficava meio (risos). Vinha na minha cabeça, caramba! (tom de voz baixo), o que é que eu fui fazer né? Mais depois o tempo passava. Você (referindo-se a ele mesmo) acostumava, naquela hora não vem nem muita coisa na cabeça, não vem muita coisa não, você só pensa em pegar o dinheiro, depende da pessoa que vai né, eu mesmo quando ia eu falava: não vou te machucar, não vou fazer nada com você só quero seu pertence e pronto. (T.J.C.S.) – (grifo nosso)

Em princípio, pode-se considerar que o ato infracional cometido implicaria na exclusão do jovem em relação à sociedade civil e, portanto, que haveria a necessidade de uma (re) inclusão do mesmo aos limites da Lei. Porém, a privação de liberdade imposta na forma de medida socioeducativa é tomada, não como um dispositivo de exclusão do jovem infrator, mas, sim, como uma forma de inclusão pela via do ato infracional qualificado. Este ato pode ser compreendido como uma ação transgressora, que exclui o adolescente da sociedade civil pelo não-cumprimento, pela não-observância e pela violação de uma ou mais leis determinadas pela organização social.

As narrativas, por si só, apontam também certa incoerência, quando ao mesmo tempo em que relatam os sofrimentos, os desconfortos, as mágoas, a vivência com os estranhos, a ruptura com os laços familiares, humilhações, maus tratos entre outros, sinalizam que a privação possibilitou refletir, dar valor à vida.

Aí fui preso, fui parar na FEBEM, que pra mim serviu como uma experiência de vida pra mim. Eu só ouvia os outros falar como é que era e pá (assim), mais ai eu vi o que é aquilo, passei na pele mesmo o pão que o diabo amassou mano. É ruim você ficar privado da sua liberdade, você dentro de quatro paredes não poder andar daqui até o outro lado da parede (gestos medindo com as mãos), não poder fazer nada só... É muito sofrimento, muito sofrimento, mas nós já que errou né, tem que refletir no nosso erro para não voltar a fazer de novo mano. Aquilo ali deixou muitas mágoas né mano? O tempo que fiquei lá dentro, perdi muitas coisas, mas vou conquistar tudo de novo, já tô conquistando. Perdi a confiança da minha família, das pessoas que eu gostava, mas agora já tô conquistando tudo de novo. Eu achei também que é bom. Foi bom eu ter sido preso, porque eu não queria saber de

nada, o que? Ficar preso? (L.A.S.) – (grifo nosso)

[...] a privação da minha liberdade mano foi também pra mim dar mais valor a liberdade. Ficar trancado ali não é pra ninguém não... Dá valor a minha liberdade! Dá valor a minha liberdade! Dá valor a minha liberdade! Lá era a lei do cão, escreveu não leu o pau comeu. Qualquer fitinha (roubo, furto, pode também ser uma conversa) lá mano, os moleque tava lá pegando o outro. Tava quebrando. Lá você tinha que saber medir suas palavras, ser humilde e ter igualdade. Sem a igualdade lá você tá ferrado (estar queimado ou ficar queimado por alguma coisa que faz de errado) mano. Eu ia aprendendo com os meninos que já estavam lá, os meninos foram me passando a fita, o que era o que não era lá dentro. Fui aprendendo né? Pra não virar um pilantra (pessoa que fere o código de ética no mundo da marginalidade) lá dentro e ficar destacado (ficar em evidência) como uns que tem lá. (R.S.M.) – (grifo nosso)

Quando eu cheguei na FEBEM a primeira passagem foi o seguinte: eu fui preso num carro que foi roubado numa residência. Eu roubei a residência, certo senhora? E no começo é ruim. Você chega num lugar onde só tem homem, sua família não tá ali com você, é um por Deus, e Deus por todos, você tá lá sozinho, tem que correr com as suas pernas, tem que ouvir muito e falar pouco, aprender assim, mas fui tranquilão, foi só no começo, mais depois de uns dias fiquei mais tranqüilo. Fiquei primeiro na UAI, depois fui pra UIP- 6, da UIP-6 fui para a 34 e da UI-34 me mandaram de bonde (ônibus que faz o transporte dos adolescentes internados) lá pra Itaim Paulista (Internato), ai minha caminhada terminou lá, eu vim embora de lá. Sai de L.A. e tô cumprindo normal. (R.F.N.) – (grifo nosso)

Eu tinha... (voz embargada), tinha 12... 13 anos quando eu comecei a praticar roubo, ai com quase 14 fui preso, já fui lá pra FEBEM, ai sai quando tinha 16 anos, ai já tava meio que brabo né, revoltado com tudo, lá dentro eu apanhava que nem um cachorro, apanhava dos funcionários, tinha hora pra tudo, você não podia fazer nada sem a autorização de ninguém. Ali eu fiquei um tempão e aquilo foi mexendo com o meu psicológico. Nunca gostei de ninguém ficar me dando ordem, ai quando eu sair vou te contar, esse era o meu pensamento e o pensamento dos demais que se encontravam lá também. [...] Ai saí, fiquei na rua um pouco, fiquei tranqüilo um tempo, logo depois eu voltei a praticar delitos de assaltar, de roubar. No começo eu achava legal assaltar. [...] Lá dentro que nem um cachorro... Esquecido. Os amigos esquecem (muita mágoa). Só quem não esqueceu foi a minha mãe, meu pai e minhas irmãs. As demais pessoas esquecem. Todo mundo esquece, você fica sem contato com ninguém, só com os meninos lá direto falando de crime, só falando quantos matou, quantos roubou, quanta droga vendeu, quem seqüestrou, lá dentro é só maldade. A conversa é essa: quantos matou, quantos roubou, é um querendo ser mais bandido que o outro. Pra senhora ter uma idéia, contando tudo eu fiquei sete anos preso. Dos 13 aos 20 anos eu fiquei na FEBEM, só fiquei sete meses na rua dentro desse tempo (suspiro). Não queria nem saber, eu bagunçava até lá dentro também, até que os funcionários cansou, viu que era só couro, couro, couro, couro. Couro não estava adiantando, mandou todos os moleques que bagunçava, que gostava né... tentar fugir, fazer rebelião, mandava tudo lá pra o CDP (referindo-se ao Centro de Detenção Provisória) depois voltava (do CDP), de tanta bagunça que nós fazia também lá. Nós fizemos isso aí, por causa de como se você não quiser ir pra escola você apanha, se você não tomar banho você apanha, tudo o que eles mandava você fazer e você não fizer apanha. Isso ai não é justo, nós já estamos privados da nossa liberdade ainda ficar apanhando dos outros, isso ai só revolta, eu sou bem sincero, isso ai eu senti e eu posso dizer com toda a

convicção, isso ai só revolta, isso não recupera ninguém. Tem que fazer o que? Conversar, saber conversar, é isso. (L.S.) – (grifo nosso)

Eu comecei a me envolver com roubos acho que com quatorze, quinze ... dezesseis anos, acho que foi por ai, primeiro pegando bolachas no mercado, essas coisas assim. [...] Lá pegava, não machucava ninguém, depois ia nessa, só queria pegar um dinheirinho pra tá sobrevivendo ai, porque quando a necessidade aperta ninguém lembra de você... A privação de liberdade pra mim foi uma experiência muito ruim (expressão de tristeza), foi uma experiência muito vulnerável, a qualquer momento você pode tá sendo atacado, depois que você tá ali convivendo debaixo do mesmo teto com várias pessoas. Muito difícil... Você acorda do lado de pessoas que você nunca viu na frente, um monte de moleque... Você vai aprimorando o seu conhecimento né? Interagindo com todos os meninos ali dentro todo dia, todo dia, todo dia. Você vai adquirindo... Querendo ou não você vai adquirindo alguma coisa. Uma coisa boa, uma coisa ruim, é saber conviver e correr atrás do que você necessita. Mas num certo ponto foi até normal meu relacionamento lá com os meninos. Mas também tinha alguns momentos que tinha muita falsidade, como em todo lugar, é muita falsidade, é um querendo puxar o tapete do outro, um querendo ser mais que o outro... Um querendo humilhar o outro, isso ai não é certo, todo mundo tá passando pelo mesmo sofrimento, não precisa ficar fazendo essas coisas, subestimando companheiro que tá do seu lado, tá comendo a mesma coisa que você, tá dormindo do mesmo jeito que você dorme. Então ninguém pode ser melhor do que ninguém. Tem que ser igualdade para todos, porque lá tem uns meninos que gostavam de ser malandrão ai pegavam os “moleques bobão” pra fazer injustiça com os moleque. Isso daí nunca fui a favor, nunca vou ser, nunca gostei disso daí não! A relação com os funcionários também nunca é boa, nunca é boa, porque funcionário o único serviço dele é batendo em nós. Qualquer coisa... Tem funcionário que espera qualquer coisa pra pegar o moleque... Arrasta lá pra uma salinha e quebra o moleque... Ai quebra o moleque na pancada e deixa o moleque lá, trancado (mudança de humor). Então ali onde eu estava, querendo ou não... Eu fiquei seis meses no Brás e seis meses lá em Pirituba, e em todo lugar foi muito ruim... Você tá preso, então você tem uma coisa que é das maiores virtudes do ser humano que é a liberdade. Você sem ela você é totalmente esquecido, poucas pessoas... Então o dia mais feliz que eu tive na minha vida... Foi o dia que eu fui embora de lá, foi o dia mais feliz da minha vida. (T.J.S.C.) – (grifo nosso.)

Nesse ambiente, as interações que se estabelecem, nem sempre são pautadas no respeito, na dignidade, mas marcadas pela força e, muitas vezes, pela brutalidade física, pela imputação ao sofrimento psíquico.

As minhas técnicas lá era legal! Legal pra caramba, elas me respeitava muito, eu respeitava elas e os funcionários. Ah! Mais tem uns (referindo-se a funcionários) que vou até falar pra senhora tem uns que dá até pra conversar... Mas tem outros que não sabe conversar de nada, só queria bater em nós, por isso nós fazia aquelas rebelião por causa disso, porque os funcionários quebrava nós mesmo na madeira. E dava paulada neles também quebrava eles também na madeira. Tipo, não adiantava nada mano, não adiantava... Você não tinha ninguém do teu lado, o Diretor porque tipo assim, se a senhora é funcionária o Diretor... Sua palavra vale mais, dez vezes mais que a nossa, que nós já infracionamos, já estivemos preso, sua palavra vale dez

vezes mais que a nossa, nós pode tá até certo, a senhora (referindo-se aos funcionários) pode tá errada. Vai acreditar em quem? Na senhora (idem) que trabalha lá! Não vai acreditar em nós. Eu não gosto nem de me lembrar de lá de dentro, falar a verdade, eu não gosto de ficar pensando lá dentro porque o tanto que eu sofri lá dentro. Fiquei em duas Unidades a UI-17 e a 12. (L.A.S.) – (grifo nosso)

Têm uns moleques lá que é muito capetado (pessoa corajosa, que enfrenta qualquer situação). Direto estava querendo fugir, fazendo rebelião, achava que não estava lá. Ai os funcionários batia em todo mundo, até quem não estava envolvido apanhava. Os caras entravam lá e não queria nem saber, eu fui vivendo e aprendendo. Fui fazendo uns cursos pra matar o tempo lá na UI- 22, naquele lugar longe lá na Raposo Tavares. (R.S.M.)

Tem muitos moleques que eu já falei pra senhora que é “forgado” mesmo. Funcionário da UI-34, uma vez, dia de visita folgou, aquilo ali é dominado na mão do monitor, e ai ele me quebrou mesmo, por isso mesmo que eu pedi bonde, e fui de bonde pra o Itaim Paulista, fiquei lá porque eu não estava agüentando mais naquela UI-34. (R.F.N.)

Entrei, já sabia como é que era, sabendo que ia apanhar mesmo, então já cheguei lá, já discuti também, já tomei um couro, sossega leão! Eles falavam: Já passou por aqui... Já sabe muito bem como é que é! Ai me destratava, me colocavam lá onde só ficam os residentes (referindo-se aos jovens reincidentes), só os cara que foi e voltou, ai fiquei lá com os moleques, também era tudo zica (azar, azarado) também, tudo moleque atentado, também nós formamos um grupo lá, começamos a bagunçar nas Unidades. (L.S.) – (grifo nosso)