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Webgeoespacial Da convergência entre informação geográfica, computação e comunicação

Os sistemas de informação geográfica (SIG ou GIS, no acrónimo inglês) caracterizam-se por conjugar hardware, software e utilizadores de forma a permitir a captura, armazenamento, recuperação, gestão, manipulação, exibição, análise e modelação de dados geoespaciais (Bidgoli, 2004, pp. 23, v.II). O seu encontro com a computação, associando bases de dados digitais e sistemas passíveis de as (re)produzir visualmente, mormente através da geração de mapas, iniciou-se na década de sessenta do século XX (McMaster & Usery, 2005). Tipicamente tratava-se de sistemas especializados, implicando competências particulares de programação, elevados custos de software e a posse de meios de cálculo electrónico inacessíveis à generalidade da população. No final do milénio, com a abertura do GPS ao uso civil (Milner, 2016) e o advento da “Web 2.0” (O'Reilly, 2005), permitindo através das plataformas online deslocalizar os recursos de computação e facilitar o acesso mediante interfaces disponíveis a partir de qualquer navegador genérico, o GIS iniciou uma fase nova de popularização fazendo com que nascesse uma etapa na sua adopção que, entre as designações mais comuns, alternativamente se tem vindo a chamar por nomes tais “webgeoespacial”, “neogeografia” e “web mapping 2.0” (Haklay, Singleton, & Parker, 2008).

Não existindo uma definição padrão para o que seja a “webgeoespacial”, o cruzamento da computação pessoal com os SIG (Gordon & Silva, 2011, p. 24 e seg.s; Scharl & Tochtermann, 2007) pode alternativamente perspectivar-se colocando o ônus eminentemente do lado da primeira ou dos segundos, olhando-a ora como o uso da tecnologia SIG para melhorar a funcionalidade das aplicações web (SIG para a Web, enfatizando o advento dos serviços baseados na localização) (Heinemann & Gaiser, 2014) ora do lado da geografia, como o uso da Web como plataforma para produzir dados geográficos, permitindo a colaboração e o enriquecimento das capacidades dos SIG (Web para os SIG) (Elwood, 2006, 2009; Shankar, Yun-Wu, Castro, et al., 2012; Sui, Elwood, & Goodchild, 2013),

27 A “escala” dos fenómenos, termo próximo da semântica da geografia humana (Brenner, 2001; Gregory,

2009, pp. 664-666), onde surge conotado com a dimensão e integração vertical das relações sócio-espaciais (Jessop, Brenner, & Jones, 2008) e enquanto construto integrado na própria produção do espaço (Marston, 2000), pode de outro modo ser correspondida em termos de “efeitos mediáticos” (Rosengren, 1994, p. 6) à discussão sociológica da “ligação micro-macro”, englobando analiticamente na primeira dimensão “encontros e interacção padronizada entre indivíduos incluindo comunicação, troca, cooperação e conflito” e na segunda “aquelas estruturas da sociedade (grupos, organizações, instituições e produções culturais) que são sustentadas por mecanismos de controlo social e que constituem tanto oportunidades como constrangimentos para o comportamento individual” (Alexander, Giesen, Münch, et al., 1987, p. 356). Dinâmica recentemente elaborada por Turner (2010b, 2010c, 2012), escalpelizando ainda a dimensão “meso”, intermédia.

enfatizando neste caso a agregação da inteligência colectiva através dos sistemas participativos e a constituição de novas geografias pessoais.

Em todo o caso é evidente que a introdução da localização na comunicação veio estreitar a distância entre a localização física e as redes sociais sobretudo quando, a partir da segunda metade da primeira década do novo milénio, com a crescente mobilidade da Internet através da generalização do acesso sem fios, da miniaturização e convergência da tecnologia (cf. Quadro 2.1) mediante advento dos smartphones – compondo por seu turno a assim chamada “Internet Móvel 2.0” (Kuklinski, Brandt, & Puerta, 2008) –, a informação geográfica passou a integrar sistematicamente os novos média (Cranshaw, Toch, Hong, et al., 2010; Goggin, 2013) dando azo aos “média locativos” e aos “serviços baseados em localização” (SBL ou LBS, no acrónimo inglês), os quais consistem em sistemas sensíveis ao contexto, integrados no ambiente computacional móvel, que considera a localização dos utilizadores como um factor significativo e dinâmico afectando a informação e os serviços disponibilizados (em suma, em aplicações que utilizam o conhecimento da localização dos utilizadores para lhes fornecer em função informação com relevância contextual.).

Entre as aplicações mais comuns dos SBL incluem-se (Evans, 2011, 2015; Khosrow-Pour, 2008, p. 2456 e seg.s; Küpper, 2005; Perusco & Michael, 2007) aproveitamentos a nível da gestão de crise (tipicamente de uso institucional, como no dado pelo serviços de protecção civil); serviços de navegação (permitindo o planeamento de percursos e a maximização das deslocações); serviços de informação (apoiando os indivíduos em viagem, como forma de “páginas amarelas”, fornecendo informação e propostas de entretenimento locais); anúncios e marketing (admitindo formas direccionadas de publicidade); e tracking (mormente a nível da gestão de frotas, mas também dos próprios dispositivos, em caso de roubo, e de pessoas e animais, por exemplo quando integrados nas “coleiras” dos últimos).

Actualmente, tendo integrado formas de realidade aumentada, como, por exemplo, no ecossistema Google, através da conjugação dos Google Maps com o Google Earth, o Google Street View e o Google Indoor Maps, a geoespacialização da web permite ainda de forma crescente aos utilizadores empreenderem formas de mobilidade e imersão virtual nos lugares, admitindo uma

aumentação do espaço e formas de turismo alternadamente mediado, físico e imaginário (Jensen, 2010). Elas apoiam a deslocação no espaço físico, nas suas diversas etapas (cf. Figura 2.1) mas também

Figura 2.1. A Internet perante as necessidades do viajante nas diversas etapas da viagem física

Apud Fesenmaier, Gretzel, Hwang, et al. (2004) Pré-consumo (antes da deslocação) • Planeamento • Formação de Expectativas • Tomada de Decisão • Transações • Antecipação Consumo (durante a deslocação) • Conexão • Navegação • Opção no curto termo • Transacções in situ Pós-consumo (após a deslocação) • Partilha • Documentação • Memória externa • Re-experienciação • Identificação

admitem formas de imersão virtual em espaço real e sobretudo, imiscuem as dimensões cartográfica, informativa, emocional e social dessa experiência. Integrados em plataformas sociais, os mapas deixaram assim de ser meras representações visuais, eles passaram a constituir interfaces sociais através das quais os utilizadores acedem, alteram e produzem informação em rede; comunicando-se a si próprios e interagindo com outros utilizadores em função da informação espacializada (Gordon & Silva, 2011, p. 29; Silva, 2006).

De um ponto de vista técnico, as tecnologias de posicionamento (LaMarca & de Lara, 2008) constituem uma tendência afluente cujos limites, mormente os do próprio sistema GPS – dependente da captação do sinal de satélites em órbita e optimamente de uma linha de vista desobstruída que não só limita a sua eficácia a ambientes fora de portas como é sobremaneira onerosa em matéria de consumo energético e, por vezes, lenta, mormente na aquisição das efemérides necessárias para iniciar o sistema – se têm vindo a tentar colmatar.

Para tal, as soluções emergentes envolvem o desenvolvimento de sistemas de posicionamento interior (SPI ou IPS, no acrónimo inglês), entre os quais se antevêem possibilidades tais o posicionamento magnético (Chung, Donahoe, Schmandt, et al., 2011) – que retiraria partida do reconhecimento da localização a partir das assinaturas magnéticas individualizadas das estruturas edificadas - , beacons (como o sistema da Apple, usando a tecnologia de bluetooth de baixo consumo nos aeroportos) e sistemas de navegação por estimativa (dead reackoning), passíveis de calcular a posição do utilizador incrementalmente, em função do seu padrão de deslocação por referência à última posição conhecida.

Quadro 2.1 – Elenco parcial de tecnologias suportando directa e indirectamente a espacialização da informação

1. Tecnologias de comunicação sem fios tendentes à construção de WPANs (redes pessoais sem fios), WLANs (redes locais sem fios) ou WMANs (redes metropolitanas sem fios):

o IrDA o Bluetooth

o Wi-Fi

o Wi-Max

o GSM/GPRS/EDGE/UMTS/HDSPA etc… 2. Tecnologias de geolocalização exterior:

o GPS (e AGPS) (EUA) o Glonass (Rússia)

o Galileo (União Europeia) - em desenvolvimento. o BeiDou (China) - em desenvolvimento. o Triangulação de torres GSM, UMTS etc.. 3. Tecnologias de geolocalização interior (emergentes):

o Posicionamento magnético (Chung, Donahoe, Schmandt, et al., 2011), o Beacons (variantes da tecnologia Bluetooth Low Emerge)

o Navegação por estimativa (dead reackoning)

4. Tecnologias de identificação (permitem a recuperação de informação por proximidade aos objectos): o Código de Barras

o RFID o NFC

5. Tecnologias de armazenamento de massa portáteis (permitem incorporar grandes volumes de dados, inclusive informação geoespacial off-line, mas também constituem formas de memória protésica):

o USB stick

o Cartões de Armazenamento: SD/SDHC, Memoro Stick Duo, CF., XD etc. o Armazenamento baseado na rede/nuvem

6. Tecnologias passíveis de reunir informação sobre o ambiente físico:

o Sensores de luminosidade, radiação solar (espectro UV), temperatura, humidade e pressão atmosférica

o Sensores de deslocação/aceleração e inclinação o Bússola (indicação do norte magnético) 7. Tecnologias passíveis de proporcionar formas imersivas:

o Realidade Aumentada (e.g. Layar, Google Glasses) 8. Tecnologias passíveis de proporcionar formas de viagem virtual:

o Panoramas 360º (e.g. Google Street View) o Fotografia 3D (anáglifo)

o Google Cardboard e similares

Para um aprofundamento da dinâmica dos sistemas tecnológicos recomenda-se, neste ponto, a consulta do Anexo A, mormente a sua segunda parte, “Breve história, lugar, funcionamento e momentum dos sistemas de posicionamento global por satélite no ecossistema mediático”, p. VI e seg.s. onde entrecruzamos as dinâmicas de evolução e mercado do GPS e das comunicações móveis.

2.1.1 CONCEPÇÕES DE ESPAÇO E DE COMUNICAÇÃO: TRANSMISSIONISMO VERSUS RITUALISMO A integração da geolocalização na comunicação não surge, porém, ex nihilo, nem os seus desafios se resumem a questões estritamente “técnicas”. Do ponto de vista da teoria social, as suas implicações podem ser compreendidas articulando a história do espaço de Lefebvre que, consoante se viu (cf. acima, p. 17 e seg.s), contrasta o espaço pré-moderno, experimentado como qualitativo, absoluto, heterógeno, histórico e feito de um horizonte eminentemente local, com o espaço quantitativo, abstracto, homogéneo e fluido da modernidade industrial; espaço instrumentalizado que sustem a lógica da circulação dos bens, segmentado e geometrizado para melhor poder ser gerido à distância.

Neste particular, Denicola (2006, p. 257) chama agudamente a atenção para um paralelismo entre o pensamento do autor francês e complementarmente dois pensadores eminentes do encontro da comunicação com a cultura. Respectivamente: James Carey (2009) e Jonathan Crary (1990, 2001), figuras igualmente atentas à análise histórica e à evolução das tecnologias da comunicação no decurso do século XIX.

Assim, através do primeiro, é possível estabelecer uma analogia entre a divisão tipo do espaço como abstracto e absoluto, respectivamente, às concepções da comunicação como transmissão e como ritual (Quadro 2.2) em que “o caso arquétipo da comunicação sob a visão da transmissão é a extensão das mensagens através da geografia para o propósito do controlo, o caso arquétipo da visão ritual é a cerimónia sagrada que atrai as pessoas juntas numa fraternidade” (Carey, 2009, p. 19). O primeiro paradigma, tornado possível especialmente a partir da invenção do telégrafo (segmentador entre comunicação e transporte, até aí equivalentes. Cf. abaixo, nota 223, p.IV), típico do estudo dos Mass Média e das indústrias culturais, enfatiza a comunicação como interacção, veiculação e distribuição da informação no espaço. O segundo, enfatiza a manutenção da sociedade no tempo e a função da informação na representação das suas crenças partilhadas, aproximando a comunicação dos étimos

comunicar (“pôr em comum”), comunidade, e comunhão, como integração (base das formas sociativas), compondo uma visão que o autor, pioneiro dos Estudos Culturais nos EUA, inspirado no pragmatismo de Dewey e na teoria da acção social de Weber, entende mais adequada – cf. Subtil (2006, 2014a). Quadro 2.2 - Comparação entre as perspectivas transmissionista e ritualística da comunicação

Perspectiva transmissionista Perspectiva ritual

Preocupada com o conteúdo Preocupada com o meio

As notícias como informação As notícias como drama e performance Os indivíduos interagem uns com os outros Os indivíduos interagem com o meio Logôcentrica – os indivíduos restauram a

presença. Centrada na palavra/discurso como veículo do significado.

Simulacros – o acto de comunicação não se refere além de si próprio. Centrada no mimetismo, no comportamento como significativo.

Os média “medeiam” a realidade Os média produzem a realidade

Interacção Integração

Apud Holmes (2005, p. 135)

Crary, em contrapartida, permite uma ligação ao projecto de Lefebvre quanto à vida quotidiana e à explanação de como ela tende a reproduzir o espaço abstracto (como os espaços representacionais são permeados pelas representações do espaço), mediante análoga ligação entre o advento das tecnologias, mormente de visualização, e o projecto de manipulação da “atenção” na modernidade associado à constituição do self como reflexivo. De outro modo um tema que tanto MacCannell (cf. abaixo, p.XLIV) como Rojek, Urry e Larsen (cf. abaixo, p. 196) preferem formular como ênfase da “cultura visual” e, aplicado em particular ao turismo, como gaze (Urry, 2002b; Urry & Larsen, 2011).

Na visão de Crary a webgeoespacial pode assim ser compreendida como técnica e arquitectura observacional, parte de um aparato histórico tendente à reconfiguração da percepção espacial, “dotando o observador de uma nova autonomia perceptual coincidente com a sua conversão em sujeito de um novo conhecimento e de novas técnicas de poder” (Crary, 1990, p. 79), de forma a, sob a acção reciproca dos campos económico e cultural (congruentemente, cf. Do conexionismo como novo espírito do capitalismo. Uma reapreciação da cultura digital nos termos de , p. 111 e seg.s), produzir um sujeito mais produtivo, “conformando novas funções do corpo a uma vasta proliferação de signos e imagens indiferentes e convertíveis” (idem. p. 149), coincidente com a introdução na academia do funcionalismo e na indústria cultural e do entretenimento com a invenção do estereoscópio, dos panoramas e demais dispositivos sinópticos (cf. abaixo. p. 197 e as notas correspondentes para outras análises que tais), enfatizando a produção de formas de semelhança. Parte de um movimento para a homogeneização e disciplinação do processo perceptivo que constitui nos termos de Lefebvre uma das necessidades presumidas na constituição do espaço abstracto (e que Foucault por seu turno identifica como processo de “controlo biopolítico”), em que, coincidentemente, se constata que a insistência “num espaço objectivo, compreensível e representável promove certas agendas políticas”, nas quais “o conteúdo das imagens é menos importante do que a incessante rotina de movimentação de um cartão para o outro, produzindo o mesmo efeito, repetidamente, de forma mecânica (…) transubstanciando uma visão

compulsiva e sedutora do ‘real” (ibidem, p. 132).

Nesta conspecção, de acordo com a qual “o espectáculo não constitui uma óptica mas uma arquitectura do poder” (tal a denúncia do situacionismo de Debord), em que o relevante, de facto, é menos o exercício da visão, enquanto tal, do que a proposição daquilo que pode e merece ser visto (na definição daquilo tido por “importante”), as tecnologias de informação geoespacial, integradas nos discursos e práticas de governação, constituem formas de secreção e de versão do espaço mental sobre os espaços de representação; do espaço concebido sobre os espaços vivido e percebido28.

Congruentemente, o cruzamento de Lefebvre com Carey e com Crary indicia que uma sociedade marcada por uma inclinação (Innis, 2008, p. 33) para mitificar os meios electrónicos (Mosco, 2004) é uma em que estes contribuem para instituir um espaço a priori metrificado, “reduzindo espaço e tempo ao serviço do calculo do comercialismo e do expansionismo”(Carey, 2009, p. 103). Conspecto em que, em suma, a webgeoespacial emerge enquanto ferramenta politica, parte do moderno projecto de constituição do self como processo comunicativo de autodescoberta e auto-regulação (Poster, 2006, p. 116 e seg.s) através da domesticação da “atenção” pelo desenvolvimento de uma cultura da observação em função dos respectivos aparatos tecnológicos, incluindo mais recentemente os “ecrãs” como building blocks sugestivos da identidade, desempenhando a função de intermediação entre o individuo e o meio; parte de um spatial fix que promove a ideia do controlo sobre e da crescente irrelevância do espaço como correspondência natural face à organização em fluxos do capital e a mobilidade cultural à semelhança da mobilidade financeira.

Os sistemas de informação geográfica constituem sobretudo um império das representações do espaço (cf. abaixo, Mapas, mentiras e vídeo. O espelho cartográfico, p. 64 e seg.s) porém, tal como Lefebvre admite a possibilidade da inversão dos efeitos do espaço abstracto mediante a ênfase nas suas contradições que geraria um espaço diferencial e na possibilidade da recuperação da tactilidade contra a abstracção gráfica do signo, e tal como Lash antevê algo de simultaneamente manipulador mas igualmente emancipador no individualismo estético (cf. abaixo, p. 119 ), Crary (2001, pp. 4-5) , por seu turno, admite que “ingrediente inevitável de uma concepção subjectiva da visão: a atenção é o meio mediante o qual o observador individual pode transcender as limitações subjectivas e tornar a percepção a sua própria e em que ela (atenção) constitui ao mesmo tempo um meio pelo qual o perceptor se torna aberto ao controlo e à anexação pelas agências externas”, enquanto ,em Carey, tal movimento implica privilegiar a visão ritualística da comunicação, enfatizando (novamente, tal Lash) o localismo, o particularismo e a integração social como fontes passíveis de gerar uma interpretação mais autêntica e orgânica do espaço.

Como a seu tempo se verá este movimento dialéctico, de recuperação de elementos pré- modernos, contrastando os níveis de escala da “sociedade” (marcada pela “impessoalidade” do estranho e pela “distância” do flâneur) e da “comunidade” (marcada pela “proximidade” do vizinho) é recorrente. A síntese entre a comunicação como transmissão e como ritual e da percepção como manipulada e

28 No mesmo sentido vão entre outros as análises da “cidade de bits” de Mitchell (1995) e dos “protocolos

audiovisuais” de Virilio (1994). Cf. por ex. a introdução de Tim Lenoir à obra de Hansen (2004) bem como Armitage e Bishop (2013).

manipuladora, “estruturada e estruturante”, na acepção de Bourdieu, constituem estratégias adoptadas ainda tanto por Couldry (2003a) como por Maffesoli (1996), que vê nas “neotribos” contemporâneas as qualidades dos bünde de Schmalenbach, síntese vocacional da fórmula sociativa da fraternidade com a moderna mobilidade.

2.2 ONDE A COMUNICAÇÃO ENCONTRA O LUGAR. PARADIGMAS,