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Estratégias competitivas genéricas nas empresas comerciais varejistas de shopping centers: um estudo a partir do modelo de Porter

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FRANCISCO BRAULIO DA FONSECA BACURAU

Estratégias Competitivas Genéricas nas

empresas comerciais varejistas de shopping

centers: Um estudo a partir do modelo de Porter

Dissertação de Mestrado

NATAL/RN 2006

(2)

Bacurau, Francisco Braulio da Fonseca.

Estratégias competitivas genéricas nas empresas comerciais varejistas de shopping centers: um estudo a partir do modelo de Porter / Francisco Braulio da Fonseca Bacurau. – Natal, RN, 2006.

137 f.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Programa de Pós-Graduação em Administração.

1. Estratégias – Dissertação. 2. Estratégias competitivas – Dissertação. 3. Estratégias genéricas – Dissertação. 4. Shopping centers – Dissertação. I. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. II. Título.

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Estratégias Competitivas Genéricas nas

empresas comerciais varejistas de shopping

centers: Um estudo a partir do modelo de Porter

NATAL/RN 2006

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração.

ORIENTADOR:

Dr. Carlos Alberto Freire Medeiros,

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Estratégias Competitivas Genéricas nas

empresas comerciais varejistas de shopping

centers: Um estudo a partir do modelo de Porter

Esta dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Mestre em Administração no Programa de Pós-Graduação em Administração da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Natal, 21 de julho de 2006.

_________________________________________ Prof. Carlos Alberto Freire Medeiros, Dr.

Coordenador do Programa

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________ Prof. Carlos Alberto Freire Medeiros, Dr.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Orientador

_________________________________________ Prof. Fernando Dias Lopes, Dr.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Membro

_________________________________________ Prof. Benny Kramer Costa, Dr.

Universidade de São Paulo - USP Membro

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Ao meu orientador Carlos Alberto Freire Medeiros por ter acreditado em mim desde o início desta trajetória e pelo comprometimento assíduo em todos os processos da execução desta dissertação. Agradeço pelo exemplo de profissional, de amigo e de ser humano que utilizarei como modelo em minha caminhada.

Aos demais professores do Programa de Pós-Graduação em Administração pelos ensinamentos que serviram com base para o meu preparo para execução desta caminhada.

As minhas colegas da base de pesquisa Ananda Gabriela Cavalcante de França e Maria Fernanda Guerra pelas fundamentais e valorosas contribuições na execução deste trabalho.

A todos os meus colegas de turma, em especial a Ally Delania Linhares Galvão, Glauco Coutinho de Carvalho, Glenda Michelle Marques e Karlla Kathyane Galdino de Souza pelo trabalho mútuo e solidário que desenvolvemos durante este período.

Ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN que me acatou como aluno e me proporcionou este título.

A Faculdade de Natal - FAL na pessoa do Professor Carlos Vasconcelos de Paula e de toda sua equipe pela colaboração e incentivo a execução deste mestrado.

A todas as empresas e gerentes entrevistados nesta pesquisa que disponibilizaram seu tempo e experiências viabilizando este estudo.

A minha querida e amada esposa Themis Oliveira de Freitas Bacurau que sempre me apoiou em todos os meus desafios com paciência, amor e muito carinho formando uma base de sustentação para o meu crescimento.

Aos meus pais Luiz Rios Bacurau (in memorian) e Maria José da Fonseca

pelos sacrifícios que fizeram para me educar e aos inesquecíveis ensinamentos que me motivam a seguir em frente. A minha irmã Maria Anita Louize da Fonseca Bacurau que vibra entusiasticamente com minhas conquistas.

Aos meus sogros Luiz Carlos de Freitas e Maria Lucia Oliveira de Freitas e, do mesmo modo, minha cunhada Thasia Oliveira de Freitas pelo estímulo.

A todas aquelas pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desta dissertação de mestrado e que não estão aqui nominadas.

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(8)

Os shopping centers são grandes instituições repletas de empresas que competem entre si formas de como melhor satisfazer as necessidade dos clientes. Sendo assim, cada empresa utiliza-se de estratégias com o intuito de atingir a maior parcela de compradores possíveis sem comprometer sua existência e sua vantagem competitiva. Este estudo está baseado na teoria das estratégias competitivas genéricas de Porter (1980; 1985) o qual estabelece em seu modelo que todas as empresas existentes no mercado possuam pelo menos uma das três abordagens estratégicas (diferenciação, liderança em custo e enfoque). Desta forma, este trabalho identifica de que maneira está distribuída as estratégia competitiva nas empresas de shopping centers de Natal/RN. Primeiramente buscou-se levantar a relação das estratégias destas empresas com a teoria proposta por Porter (1985) e sua alocação de acordo com os agrupamentos resultantes da combinação das estratégias. Neste momento, foram aplicados questionários com 89 gerentes de lojas de shopping centers que resultou após análises estatísticas em cinco agrupamentos com abordagens válidas. Em seguida foram selecionadas as empresas que possuíam maior afinidade com cada agrupamento e que melhor representavam os resultados dispostos em cinco clusters acerca da teoria proposta e nesta amostragem foi aplicada entrevista com os gerentes. Os resultados obtidos com as entrevistas validaram a análise dos dados encontrados nos questionários anteriormente aplicados estando em conformidade com a proposta teoria. Identificou-se também duas modalidades de empresas que utilizavam simultaneamente mais de uma estratégia competitiva (meio-termo), sendo uma dentro e outra fora do modelo proposto pelo autor. Embora o modelo das estratégias competitivas genéricas tenha sido instituído com aspectos voltados as organizações industriais, os resultados obtidos neste trabalho validaram a aplicação desta teoria em empresas comercias de shopping centers que vem se adequando para obter resultados financeiros mais satisfatórios e melhor posicionamento em relação à concorrência.

(9)

The shopping centers are great institutions full of companies that compete with each other to better satisfy the customers' needs. Being like this, each company uses strategies in order to reach the largest portion of possible buyers without committing its existence and its competitive advantage. This study is based on Porter’s generic competitive strategies theory (1980; 1985) which establishes that all the existent companies in the market adopt at least one out of the three strategic approaches (differentiation, leadership in cost and focus). On that way, this work identifies how the competitive strategy is distributed in the companies of Shopping Centers located in Natal/RN. Firstly the research aimed to find the existence of possible relationships between these companies’ strategies and the theory proposed by Porter (1985) and its allocation according to the groupings resulting from the strategies combination. At this time, some questionnaires were applied to 89 managers of shopping centers’ stores that resulted, after statistical analyses, in five groupings with valid approaches. Afterwards it was selected the companies that were most likely to have affinities to each grouping and that better represented the results disposed in five clusters concerning the proposed theory and in this sample some managers were interviewed. The results obtained from the interviews validated the analysis of the data found previously in the questionnaires applied, being in conformity with the theory. It was also identified two modalities of companies that used simultaneous more than one competitive strategy (struck-in-the-middle), being one of them in and the other out of the model proposed by the author. Although the model of generic competitive strategies has been instituted with aspects towards industrial organizations, the results obtained in this work validated the application of this theory in commercial companies of shopping centers that have been adapting in order to obtain financial results more satisfactory and better position in relation to the competition.

(10)

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO... 15

1.1.TEMA... 17

1.2. PROBLEMA DA PESQUISA ... 20

1.3. OBJETIVOS ... 23

1.3.1 OBJETIVO GERAL ... 23

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 23

1.4. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA... 24

1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO ... 25

CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 27

2.1. ESTRATÉGIA DOS SHOPPING CENTERS ... 27

2.1.1 CARACTERIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DOS SHOPPING CENTERS ... 28

2.1.2 ESTRATÉGIA NO VAREJO... 29

2.2. ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS E VANTAGEM COMPETITIVA... 33

2.2.1 A FORMAÇÃO DA ESTRATÉGIA NO CENÁRIO COMPETITIVO ... 33

2.2.2 A TECNOLOGIA E A VANTAGEM COMPETITIVA... 38

2.3 ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS GENÉRICAS ... 41

2.3.1 A PARTICIPAÇÃO DA CLIENTELA NA FORMAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS ... 45

2.3.2 CADEIA DE VALORES ... 48

2.3.3 A MANUTENÇÃO DAS ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS GENÉRICAS ... 50

2.4 OS TIPOS DE ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS GENÉRICAS ... 52

2.4.1 LIDERANÇA EM CUSTO ... 55

2.4.2 DIFERENCIAÇÃO... 60

2.4.3 ENFOQUE... 66

2.4.4 MEIO -TERMO (STRUCK-IN-THE-MIDDLE) ... 70

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA ... 77

3.1. TIPO DE PESQUISA... 77

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA... 78

3.3. INSTRUMENTO DE PESQUISA ... 79

3.4. COLETA DOS DADOS ... 85

3.5. TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ... 86

CAPÍTULO 4 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 91

4.1. RESULTADOS DAS ANÁLISES ESTATÍSTICAS ... 91

4.1.1 ANÁLISE DE CONFIABILIDADE ... 91

4.1.2 ANÁLISE FATORIAL... 92

4.1.3 ANÁLISE DE CLUSTER ... 95

4.2. ANÁLISE DO ENQUADRAMENTO DAS EMPRESAS AO MODELO DE PORTER (1985)... .. 96

(11)

4.3.2 EMPRESA COM ESTRATÉGIA LIDERANÇA NO CUSTO... 106

4.3.3 EMPRESA COM ESTRATÉGIA ENFOQUE NA DIFERENCIAÇÃO... 109

4.3.4 EMPRESA COM ESTRATÉGIA DE ENFOQUE NO CUSTO ... 114

4.3.5 EMPRESA COM ESTRATÉGIA DE MEIO -TERMO (SITUAÇÃO 1) ... 117

4.3.6 EMPRESA COM ESTRATÉGIA DE MEIO -TERMO (SITUAÇÃO 2) ... 120

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES... 124

(12)

GRÁFICO 1. Distribuição das empresas dos clusters das Estratégias Competitivas Genéricas (Situação 1)... 100

(13)

TABELA 1. Variância Total Explicada - Estratégias Competitivas Genéricas... 93

TABELA 2. Análise Fatorial - Matriz dos fatores rotacionados – Estratégias Competitivas Genéricas... 94

(14)

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1. Liderança tecnológica e vantagem competitiva... 40

QUADRO 2. Tecnologia do Processo e do Produto e as Estratégias

Genéricas... 54

QUADRO 3. Indicadores de Estratégias Competitivas Genéricas – liderança em custo... 81

QUADRO 4. Indicadores de Estratégias Competitivas Genéricas – diferenciação... 82

QUADRO 5. Indicadores de Estratégias Competitivas Genéricas – enfoque... 82

(15)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Três Estratégias Genéricas... 43

FIGURA 2. Situações de vantagem e de desvantagem competitiva... 74

(16)

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

Com o cenário cada vez mais globalizado, fica mais difícil para as

empresas se firmarem no mercado competitivo sem adotarem estratégias e

medidas que traga qualidade, maior índice de eficiência em seus processos,

acarretando em um melhor retorno financeiro. Segundo a Associação Brasileira

de Lojistas de Shopping Centers – ALSHOP, as empresas de varejo encontradas

nos shopping centers em todo o país vêm sofrendo historicamente crescentes

impactos causados pelas novas tecnologias de gestão e pela livre concorrência

(ALSHOP, 2006).

Atualmente para que as empresas possam alcançar resultados positivos no

mercado cada vez mais disputado é necessário que suas estratégias competitivas

sejam bem formuladas através de políticas empresariais sendo imprescindível ter

também uma visão constantemente atualizada das evoluções da economia

mundial (PORTER, 1999a).

O panorama contemporâneo propõe aos gestores ações no processo

gerencial vislumbrando novas variáveis e perspectivas, buscando medir fatores

que possam contribuir para o melhor desempenho e controle empresarial. Cada

empresa deve desenvolver atividades que promovam sua sustentação em um

mercado onde a concorrência está cada vez mais intensa.

Um fator importante é a livre movimentação do capital que flui de país para

país em busca da melhor remuneração propiciando um ambiente altamente

competitivo. As empresas participantes deste cenário concorrem entre si

(17)

satisfazer suas necessidades a custos cada vez menores. Este incremento de

demanda força as empresas a investirem em tecnologia e em novos processos

para disponibilizarem aos mercados, com custos inferiores aos dos concorrentes,

produtos que apresentem certa diferenciação (HITT, M. A.; IRELAND, R. D. e

HOSKISSON, R. E., 2001).

A estratégia é uma combinação das metas que a empresa busca alcançar

e das políticas que esta promove para chegar a seus objetivos. O

desenvolvimento de uma estratégia competitiva é o desenvolvimento de uma

fórmula ampla que abrange todo o modo como uma empresa competirá em seu

mercado (PORTER, 1980).

As empresas que buscam evoluir estabelecem uma postura estratégica

mais adequada para alcançar seus propósitos dentro da missão empresarial,

respeitando sua situação interna e externa. Uma estratégia pressupõe a definição

de objetivos a serem cumpridos e recursos a serem dispostos, viabilizados

através de sua estrutura organizacional (OLIVEIRA, 2005).

Algumas empresas costumam possuir características mais específicas

quanto à formação de suas estratégias agindo de acordo com esta política.

Outras empresas se voltam ao controle, manutenção e acompanhamento dos

custos em busca da maximização dos resultados ou até mesmo da adequação a

regras de mercado; algumas voltam para o estabelecimento sistemático de

procedimentos, produtos e técnicas de excelência, oferecendo aos clientes um

nível de diferenciação em busca de uma vantagem maior em relação à

concorrência. Há também outras empresas que buscam um nível de enfoque

elevado para atingir rigorosamente um determinado segmento ou tipo de cliente

(18)

O conceito central deste trabalho vem da idéia de que a vantagem

competitiva da empresa se origina do reflexo da contribuição de cada uma das

atividades empresariais para a formação do custo total ou na criação de uma

base para a diferenciação. Entender e identificar as relações de elos entre cada

atividade é de vital importância para a empresa obter e sustentar uma vantagem

competitiva.

Neste sentido, Porter (1980; 1985) posicionou as empresas em três

abordagens estratégicas consideradas como “Estratégias Competitivas

Genéricas” que são: liderança no custo, diferenciação e enfoque. A partir deste

entendimento, cada empresa adota uma Estratégia Competitiva Genérica que

pode ser enquadrada em pelo menos uma das três abordagens, e este trabalho

pretende posicionar quantitativa e qualitativamente, em seu modelo, as empresas

varejistas dos mais importantes shopping centers de Natal/RN.

1.1 TEMA

O propósito da estratégia é a elaboração de um processo que envolve

planejamento integrando as principais metas e políticas empresariais de forma

coerente e bem formulada, canalizando os recursos da empresa com fins de

viabilidade do negócio. Uma estratégia com uma boa fundamentação trabalha

com percepção das competências e deficiências da organização visando à

antecipação das mudanças e tendências do ambiente empresarial. A estratégia

empresarial padroniza as decisões e enfatiza seus objetivos buscando meios para

(19)

As empresas deveriam ter a capacidade de distinguir eficácia operacional

de estratégia empresarial. A eficácia está mais associada à realização de

atividades semelhantes, melhor do que os concorrentes podem alcançar,

enquanto que a estratégia está ligada à realização de atividades inovadoras e

diferentes, com características fora do padrão daquelas operadas pelos

competidores (PORTER, 1996).

A forma como as organizações vêm se adaptando ao ambiente externo tem

sido bastante discutida por pesquisadores e dirigentes de organizações, nos mais

diversos campos de atuação. A intensificação da competição, os novos conceitos

de produtos e processos, um crescente ritmo de inovação tecnológica, a

flexibilidade no atendimento ao mercado e o surgimento de novos insumos são

fatores que têm fortalecido o processo competitivo mais acirrado (MARTIGNAGO,

G.; FIATES, G. G. S. e ALPERSTEDT, G. D., 2005).

O ambiente em que estão inseridos os empreendimentos do setor varejista

nestes últimos anos não tem sido diferente do que vem acontecendo com os

demais segmentos, sendo caracterizado por mudanças rápidas e pela presença

de fatores diversos que atuam sobre o sistema empresarial, afetando em

diferentes graus as empresas e pessoas, levando aos mais variados impactos e

reações.

No Brasil, o setor varejista tem sofrido dificuldades advindas de alterações

nos fatores demográficos e das novas necessidades impostas pelos clientes e

ainda o atual comportamento de compras dos consumidores. Além disso, o

surgimento de novos formatos de varejo, as inovações tecnológicas, a entrada de

novos e fortes competidores internacionais têm resultado em um aumento da

(20)

A concorrência crescente nos países capitalistas tem incentivado as

empresas de menor porte a tomarem iniciativas de como melhor se posicionar no

mercado e como oferecer vantagem em relação à concorrência, seja na

administração dos custos ou na prática diferenciada (PORTER, 1999).

As Estratégias Competitivas Genéricas de Porter (1980; 1985) têm tido um

alcance em todo globo causando inúmeras pesquisas sobre o tema e inspirando

diversos autores na construção de novas concepções sobre a estratégia e suas

particularidades. Este é um dos modelos mais influentes no meio acadêmico e por

conseqüência tem sido muito debatido e questionado pelos acadêmicos

(CARNEIRO, 2004).

A base para o desenvolvimento de um posicionamento superior à

concorrência no mercado está alicerçado na vantagem competitiva sustentável

que atribui ao controle dos custos ou a diferenciação como preceitos

fundamentais para a consolidação da estratégia empresarial. Cada empresa

possui pelo menos uma destas abordagens que define a estratégia empresarial e

suas características (PORTER, 1980).

Nos shopping centers em todo Brasil, as lojas comerciais varejistas que

atuam no ramo de confecções e calçados estão em número superior às outras

modalidades empresariais, fazendo com que a concorrência interna seja

intensificada. Existe, com isso, a necessidade das empresas buscarem

desenvolver alternativas estratégicas para se manter no mercado (ABRASCE,

(21)

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Com o crescimento da economia global, fortes mudanças vêm

acontecendo em todos os segmentos de mercado. Antigamente apenas as

empresas de grande porte e indústrias se preocupavam em estabelecer

estratégias e controles sofisticados para garantir reduções de custos, mas tendo

em vista à concorrência através das fronteiras nacionais as empresas de menor

porte, sejam elas indústrias ou comércio, vêm também se preocupando em

acompanhar o processo evolutivo do atual cenário competitivo (GONÇALVES e

PAIVA JR., 2005).

Uma tendência mundial é a de que, diferentes clientes, simultaneamente,

aspiram às mesmas coisas devido aos avanços tecnológicos tornando o mundo

dos negócios cada vez mais centralizado e mais acessível a um número muito

maior e mais exigente de consumidores (COGAN, 2006).

Um fato marcante no comércio contemporâneo é a conquista do mercado

através do desempenho empresarial, o que faz com que as empresas utilizem

novas tecnologias, métodos, produtos e serviços inovadores e diferenciados para

sobreviverem. Grandes centros comerciais são instalados em todos os centros

urbanos oferecendo conveniência aos seus clientes e ofertando produtos e

serviços inovadores.

Para se competir no atual ambiente dinâmico de negócios, as organizações

precisam estabelecer estratégias que tenham impactos substanciais no

(22)

de forjar uma vantagem competitiva sustentável ao longo do tempo (SEMENIK e

BAMOSSY, 1996).

Os shopping centers dispõem de uma variedade de empresas de

segmentos de mercado diversificados sendo observado uma freqüência superior

nas empresas comerciais varejistas de confecções e calçados, mas com clientes

alvo geralmente em comum. Sendo assim, é necessário que tais empresas

estejam capacitadas para competirem entre si como também no mercado externo,

agregando técnicas e políticas alinhadas com suas estratégias e convergentes

com as metas empresariais (ALSHOP, 2006).

No Brasil, o setor de shopping centers fechou o ano de 2005 com

faturamento de R$ 40 bilhões com previsão de atingir no final de 2006 o resultado

nominal de R$ 44 bilhões. Comparando o faturamento obtido em 2005 com o ano

de 2000, que era de apenas R$ 23 bilhões, percebe-se que em apenas cinco

anos houve uma duplicação. Neste mesmo período este segmento cresceu de

230 unidades para 263, com previsão de mais 12 unidades a inaugurar ainda em

2006, ofertando atualmente 488.286 empregos diretos, 41.417 lojas e o tráfego de

pessoas de aproximadamente 181 milhões de visitas/mês (ABRASCE, 2006).

Com os dados acima apresentados, faz-se relevante averiguar quais os

fatores e estratégias implementadas pelas empresas de varejo que têm

contribuído para a formação dos resultados aferidos ao longo desta trajetória pelo

setor de shopping center.

Porter (1985) afirma que toda e qualquer empresa pode ser enquadrada

em pelo menos uma das Estratégias Competitivas Genéricas, seja na abordagem

estratégica de liderança em custo, na diferenciação ou no enfoque. O que ainda

(23)

autor, as lojas comerciais varejistas de confecções e calçados de shopping

centers, mais especificamente as localizadas em Natal/RN.

Até o momento existem poucos registros na literatura sobre o

comportamento estratégico destas unidades empresariais mapeados e

quantificados deixando os profissionais da administração, os consultores e a

comunidade acadêmica, certamente, com dificuldade para o processo de

desenvolvimento e gerenciamento empresarial neste segmento de mercado.

Todas as questões apresentadas até este ponto demonstram a

necessidade de identificar, tipificar e quantificar as lojas de shopping centers de

Natal/RN baseado na teoria de Michael E. Porter acerca das Estratégias

Competitivas Genéricas sob uma perspectiva gerencial voltada para o

enriquecimento e fortalecimento deste setor no mercado. Ao mesmo tempo,

verificar o efeito de sua atuação nos resultados apresenta-se relevante e

pertinente.

Desta forma, apresenta-se o seguinte problema:

Quais as Estratégias Competitivas Genéricas adotadas pelas empresas

varejistas de confecções e calçados localizadas em shopping centers e suas

(24)

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral desta pesquisa é identificar as Estratégias Competitivas

Genéricas de Porter (1980; 1985) e a sua relação com o desempenho em lojas

comerciais varejistas de confecções e calçados nos cinco maiores shopping

centers de Natal/RN: Natal Shopping Center, Shopping Via Direta, Praia

Shopping, Shopping Cidade Jardim e Midway Mall.

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Espera-se atingir os seguintes objetivos específicos em relação a esta

pesquisa realizada nas lojas dos cinco maiores shopping centers de Natal/RN:

a) Identificar quais as estratégias genéricas utilizadas por estas

empresas;

b) Verificar os padrões de uso de estratégias competitivas genéricas

através da combinação de mais de uma estratégia competitiva;

c) Validar qualitativamente a utilização das estratégias utilizadas pelas

(25)

d) Estabelecer uma relação das estratégias competitivas genéricas e a

sua influência nos resultados obtidos pelas empresas analisadas.

1.4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Melhorar e manter a qualidade requer atividade consciente de

aperfeiçoamento. Para que a empresa se mantenha competitiva, é necessário

aperfeiçoar as ferramentas de gestão atribuindo maior controle, desempenho e

visão empreendedora.

A estratégia empresarial é um assunto que vem ampliando seus horizontes

devido ao alto nível de acesso à informação na atualidade e também ao elevado

grau de penetração das organizações. Diferente do que acontece hoje, a

estratégia era um procedimento restrito às grandes instituições que precisavam

de um planejamento mais complexo para manter suas expectativas empresariais

(OLIVEIRA, 2005).

Apesar do fático crescimento do estudo da gestão estratégica nas

universidades em todo o país, ainda não há por parte das academias um

mapeamento significativo que tenha alcançado todos os setores empresariais. O

mesmo acontece com as empresas em Natal/RN, pois o crescimento é acelerado

e a comunidade científica não consegue acompanhar na mesma velocidade as

transformações ocorridas no cenário regional.

Uma pesquisa voltada ao setor que apresenta relevante crescimento na

(26)

consultores que se mantêm atualizados por meio de artigos publicados em

revistas da área para prosseguir seus negócios.

No panorama atual é percebida a dinâmica empresarial e uma crescente

expansão de empresas em centros comerciais da Grande Natal (Região

Metropolitana de Natal), criada através da Lei Complementar n° 152, de 16 de

janeiro de 1997, que compreende os municípios de Parnamirim, São José de

Mipibu, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Extremoz, Ceará-Mirim e Nísia

Floresta. Com isso, identificar quantitativamente e qualitativamente as Estratégias

Competitivas Genéricas segundo Porter (1980) nos cinco maiores shopping

centers de Natal/RN certamente corrobora para entender o posicionamento

destas empresas no mercado, seu perfil estratégico e como a comunidade

acadêmica pode direcionar seus estudos em favor deste setor de mercado

contribuindo paro o desenvolvimento de seus potenciais e o crescimento do

comércio local.

Averiguar as estratégias adotadas por estas empresas através de seus

gestores é de suma importância para que haja sua caracterização no segmento e

também a possibilidade de aprofundamento do estudo neste setor.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está estruturado em cinco capítulos, distribuídos de

maneira que a seqüência das informações apresentadas ofereça um melhor

entendimento de seu propósito, de forma que não comprometa o seu significado,

(27)

No capítulo 1 é introduzida a razão de se fazer esta pesquisa e quais os

objetivos a serem atingidos, sendo descriminados nos itens introdução, problema,

objetivos e justificativa da pesquisa bem como a estrutura da dissertação.

O capítulo 2 trata da fundamentação teórica sobre o tema proposto neste

estudo, necessário para fundamentar o objeto almejado e embasar a análise dos

dados coletados. Este capítulo versa sobre os conceitos de Estratégia

Competitiva Genérica proposta por Porter e, ainda, expõe a visão de outros

autores como Hill, Marques, A.; Lisboa, J.; Zimmerer, T. W. e Yasin, M. M., Dess

e Davis, por exemplo.

A abordagem metodológica utilizada nesta pesquisa, a população e a

amostra, instrumentos utilizados e como os dados foram coletados são abordados

no capítulo 3.

De forma seqüencial, o capítulo 4 apresenta os resultados obtidos como

também as entrevistas e a análise quantitativa e qualitativa dos mesmos.

No Capítulo 5 são apresentadas as conclusões obtidas com o

desenvolvimento do trabalho e as sugestões de tópicos a serem futuramente

(28)

CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo apresenta a fundamentação teórica do trabalho, sendo

dividido em quatro partes. A primeira trata das estratégias e da concorrência nos

shopping centers e suas peculiaridades. A segunda parte demonstra as

estratégias empresariais e a vantagem competitiva no mercado concorrente

apresentando suas principais características. Em seguida, a terceira parte

conceitua a Estratégia Competitiva Genérica de Porter através da sua formação e

a última parte detalha cada estratégia competitiva com suas abordagens.

2.1 ESTRATÉGIA DOS SHOPPING CENTERS

Shopping centers poderia ser traduzido para o português como “centro de

compras” ou “centros comerciais”. É um grupo de negócios de varejo constituído

de forma planejada que é gerido como uma unidade (KOTLER e ARMSTRONG,

1994).

Os shopping centers surgiram nos EUA na década de 50, como um grupo

de negócios varejista, planejado e gerenciado como uma unidade com finalidade

estratégica de atrair e atender o crescente número de consumidores. Tal

surgimento se deu no período da pós-guerra, quando os EUA sofreram grandes

transformações no setor varejista com o seu deslocamento dos antigos centros

(29)

2.1.1 CARACTERIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DOS SHOPPING CENTERS

De acordo com dados da Associação Brasileira de Shopping Centers no

Brasil - ABRASCE, o primeiro shopping center surgiu no ano de 1966 com a

inauguração do Shopping Iguatemi, em São Paulo, com o intuito de se aproximar

dos seus mercados, consumidores, oferecendo-lhes maior conveniência,

afastando-se das antigas áreas comerciais centrais congestionadas, dificuldades

de estacionamento e falta de segurança (ABRASCE, 2006).

O município de Natal/RN conta, em 2006, com cinco grandes

empreendimentos. Entre os fatores que poderão determinar o sucesso ou não

desses empreendimentos está na oferta de pacotes de serviços oferecidos ao

cliente final, que, se realmente for o desejado pelo mercado local, obterá êxito.

Estes empreendimentos são uma inovadora e bem sucedida forma de

varejo que busca oferecer uma nova forma de consumo, em que as pessoas

encontram, em um mesmo local, bens de compra e lazer, além de conforto,

segurança, estacionamento e diversas formas de prestações de serviços. É

possível reunir a grande loja de departamentos e a pequena butique, o cinema e a

alimentação, o lazer e o social justificando a aceitação pelos consumidores por

esta modalidade do setor (HASTREITER, S.; MARCHETTI, R. e PRADO, P.,

1999).

Os shopping centers não competem somente com o tradicional comércio

varejista de rua e com as demais formas de varejo não lojista, agora começam a

competir entre si, dada a proliferação desse tipo de estabelecimento e a clientela

(30)

A competição global tem causado um forte dilema na geografia econômica

devido as grandes mudanças tecnológicas. Os agrupamentos empresariais

representam uma característica notável da permanência deste modelo

econômico, de sua importância no mercado e na vantagem competitiva

(PORTER, 2000).

Na intenção de atender as expectativas e os interesses dos consumidores,

os gestores dos shopping centers procuram manter um controle de gestão para

estabelecer o perfil das empresas fixando um ramo de atividade, a fim de

enfrentarem a concorrência, unindo compras, lazer, alimentação, dentre outras

atividades.

Nestes empreendimentos a conveniência aos compradores é de suma

importância e o planejamento é fundamental. Existem nove atributos para compor

esta conveniência que são: composição, compatibilidade (complementaridade de

ofertas), concentração (diversidade de oferta), acessibilidade, estacionamento,

redondeza (vizinhança), horário de funcionamento, design e serviços (REIMERS e

CLULOW, 2000).

2.1.2 ESTRATÉGIA NO VAREJO

Devido às exigências e mudanças no mercado, o varejo que é uma parcela

do mercado tem se desenvolvido bastante. Para Stanton (1980, p. 424) varejo

“[...] compreende todas as atividades relacionadas à venda de mercadorias ou

serviços ao consumidor final para uso pessoal, não com fins comerciais [...]”.

O varejo envolve todas as atividades de venda de bens e serviços

(31)

relacionado a negócios. Atua como um conjunto de atividades de negócios que

ofertam produtos e serviços vendidos a consumidores para seu uso pessoal e

familiar (KOTLER e ARMSTRONG, 1998; LEVY e WEITZ, 2000).

Conclui-se que, independentemente da forma como se define a atividade

varejista, o que a caracteriza é o fato de as atividades envolvidas na

comercialização serem direcionadas a consumidores finais (MIRANDA, 2001;

KOTLER e ARMSTRONG, 1998). Pode-se incluir aqui inúmeras outras definições

(CUNDIFF, E. W.; STILL, R. R. e GOVONI, N. A. P., 1977; SEMENIK e

BAMOSSY, 1996; McCARTHY e PERREAULT JR., 1997; CHURCHILL e PETER,

2000), todas ressaltando este aspecto que realmente distingue o varejo de outros

canais de distribuição.

Os fatores externos ao mercado influenciam a formação de grupos

econômicos estratégicos e esses fatores exógenos concorrem para a tomada de

decisão sobre como, quando e com que finalidade um grupo de empresas irá

juntar-se para participar no mercado. O surgimento dos shopping centers foi uma

alternativa bastante significativa, pois uniu comodidade e conveniência com um

custo baixo e compartilhado entre as empresas varejistas dele integrantes

(GHOSH e McLAFFERTY, 1991).

A estratégia é um conjunto de decisões de longo prazo que envolve

recursos organizacionais para atingir os objetivos da empresa em um ambiente

competitivo. A situação das empresas varejistas lotadas em grandes

empreendimentos empresariais está influenciada no desempenho da loja em

relação à concorrência permitindo que alcance a meta planejada (DIEHL, 2004).

No varejo são desempenhadas as funções de fornecer uma variedade de

(32)

lotes grandes em pequenas quantidades atendendo às necessidades dos

consumidores finais. Também mantém estoque para que os produtos estejam

disponíveis quando os consumidores quiserem e fornece serviços para facilitar a

compra e o uso dos produtos pelos consumidores (LEVY e WEITZ, 2000).

As mudanças ocorridas na economia nacional nos últimos anos

contribuíram para que o setor de varejo tomasse lugar de grande importância. As

modificações no varejo brasileiro têm sido contínuas e aceleradas pela quebra de

fronteiras ocorrida com a entrada das grandes empresas internacionais no

mercado nacional, o que representa novos investimentos, tecnologias e logísticas

mais avançadas (MIRANDA, 2001).

De acordo com Martignago et al. (2005) até a década de 80, o varejo

brasileiro caracterizava-se por concorrência, região ou regionalização da

concorrência, onde lojas especializadas operavam apenas em nível local e

cadeias de médio porte atuavam em nível regional, sendo poucas cadeias de

lojas ao nível nacional.

Na década de 90, o cenário do setor varejista modificou-se com o

aparecimento de alguns fatores que alteraram o ambiente das empresas

varejistas. Foram como a abertura econômica com o incremento das importações,

o aumento da concorrência interna e a entrada de concorrentes externos com

conceitos mais modernos de operacionalidade.

As grandes redes varejistas internacionais adotaram como principal

estratégia de ingresso à aquisição de redes locais de varejo. A competição mais

acirrada forçou a modernização das empresas locais, resultando em aceleração

do processo de concentração horizontal na busca de ganhos de escala e redução

(33)

Estas mudanças resultaram na melhora da eficiência coordenativa entre os

agentes de diversas cadeias produtivas envolvidas em transações com o varejo,

permitindo redução dos custos de transação e da melhoria da qualidade dos

produtos e serviços prestados. A estabilidade econômica também impulsionou a

busca por maior eficiência e por maiores espaços de mercado

A estratégia assume configurações distintas podendo ser visualizada por

meio de perspectivas diferenciadas. As empresas no varejo, para alcançar seus

objetivos, necessitam trabalhar com alocação de recursos escassos, tendo em

vista a situação de suas potencialidades e vulnerabilidades aos impactos,

favoráveis ou desfavoráveis, das forças e entidades do ambiente externo. As

empresas varejistas são consideradas um elo intermediário na cadeia produtiva

vendendo produtos manufaturados pelo setor industrial para o consumidor final

agregando-lhes valor por intermédio de serviços de distribuição (LEPSCH e

TOLEDO, 2005).

As empresas varejistas dos shopping centers, já em 1998, empregavam

duas vezes e meia mais trabalhadores do que as montadoras de veículos no país,

num total de 276 mil funcionários. Já os auto-serviços, em 1969, não chegavam a

2000 estabelecimentos. Em 1999 eram mais de 47.000 lojas, das quais 13.462

respondiam por 80% do faturamento do setor (SUPERMERCADO MODERNO,

1999).

É razoável afirmar que o “produto” do varejo não é algo físico, são os

serviços ou atributos de uma loja, agregados aos bens produzidos por outros

setores da economia e prestados no comércio para o consumidor final. Entre os

atributos podem ser apontados: mix de preços, mix de produtos oferecidos,

(34)

loja, lay out, atendimento rápido e cortês, estacionamento, tamanho da loja,

localização, cartão de crédito e todas as vantagens oferecidas (LEVY e WEITZ,

2000).

Os autores supracitados sugerem o modelo de “multiatributos” como

ferramenta útil para observar o processo de avaliação do cliente no varejo

baseando-se na noção de que os clientes vêem um varejista como uma coleção

de atributos ou características. Na avaliação do desempenho do varejista nestes

atributos vem da importância que o cliente dá a eles, e através destes fará a

escolha.

Neste modelo o cliente processa mentalmente as informações “objetivas”

sobre várias lojas disponíveis e forma uma impressão dos benefícios que as lojas

fornecem. Tais atributos diferem conforme o produto e a relevância que varia

conforme o consumidor, resultando os critérios avaliativos nos padrões e nas

especificações consideradas pelos consumidores na avaliação de produtos e

marcas.

2.2 ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS E VANTAGEM COMPETITIVA

2.2.1 A FORMAÇÃO DA ESTRATÉGIA NO CENÁRIO COMPETITIVO

Estratégia competitiva é o conjunto de planos, políticas, programas e ações

desenvolvidas por uma empresa ou unidade de negócios para ampliar ou manter,

de modo sustentável, suas vantagens competitivas frente aos concorrentes. Para

(35)

“[...] Sem competidores não haveria necessidade de

estratégia, pois o único propósito do planejamento

estratégico é tornar a empresa apta a ganhar, tão

eficientemente quanto possível, uma vantagem sustentável

sobre seus concorrentes [...]”.

Diferenciando eficácia operacional de estratégias, Porter (1999a, p.52)

reconhece a importância da flexibilidade das organizações para dar rápidas

respostas devido às mudanças de competitividade no mercado. Porém, melhorar

a eficácia operacional não é por si só o suficiente para promover uma vantagem

competitiva sustentável, visto que as práticas podem ser imitadas rapidamente,

nivelando as empresas podendo representar para as empresas que o resultado é

uma competição de soma zero.

A essência da formulação estratégica consiste em enfrentar a competição e

que esta se estende além das organizações diretamente envolvidas no processo.

Além disso, sofrem impactos de economias subjacentes e algumas forças

competitivas que vão além do setor que a empresa ocupa. Então, para que a

empresa se torne competitiva esta deve desenvolver ações estratégicas que

possibilitem sua permanência e ascensão no mercado (PORTER, 1985).

Toledo, G. L.; Quelopana, E. M. e Polero, A. C. (2005) levanta à questão da

necessidade das empresas de terem respostas inovadoras às mudanças

ocorridas pelo processo competitivo causado pela globalização, pois a estratégia

neste novo milênio é um fenômeno complexo com muitas perspectivas. Um outro

(36)

sendo suficientes e necessárias e que as empresas devem se voltar para

desenvolver o melhor produto que solucione plenamente a demanda da clientela.

Todos os recursos que uma organização oferece podem ser considerados

como estrategicamente relevantes e para isso eles precisam ser valiosos, raros,

imperfeitamente imitáveis e dificilmente substituíveis. Sendo assim, pode-se

destacar que nem sempre os recursos, vistos de forma isolada, são fontes de

vantagem competitiva.

A capacidade de selecionar, de desenvolver, de acumular, de combinar e

de articular os recursos internos pode permitir a formação de competências

organizacionais que sejam consideradas estratégicas, por conduzirem a empresa

a uma posição vantajosa. A vantagem competitiva surge quando uma empresa

consegue alcançar um desempenho melhor do que seus concorrentes na

execução do conjunto de atividades de forma integrada e compatível (SANTOS e

HEXSEL, 2005).

Para Piscopo, M. R.; Borini, F. M. e Oliveira Jr., M.M. (2005) as empresas

devem possuir uma relação íntima com o cliente para reconhecer suas

necessidades e, com isso, desenvolver melhor os seus produtos em acordo com

suas expectativas. A empresa deve oferecer aos seus clientes um pacote de

produtos e serviços únicos e voltados à segmentação de compradores escolhidos

pela empresa para atuar no mercado.

O desempenho de qualquer empresa num determinado ramo de atividade

é divisível em duas partes: a primeira é atribuível ao desempenho médio de todos

os seus concorrentes do setor e a segunda decorre do desempenho relativo da

(37)

Uma empresa só é capaz de superar em desempenho seus concorrentes

se conseguir estabelecer uma diferença que se mantenha preservada

proporcionando maior valor aos seus clientes ou gerando valor comparável a um

custo mais baixo.

A finalidade da estratégia é estabelecer quais serão os caminhos, os

cursos e os programas de ação que devem ser seguidos para alcançar os da

empresa. Sendo assim, a empresa procura definir e operacionalizar estratégias

que maximizam os resultados da intenção estabelecida (OLIVEIRA, 2005).

O avanço da informática tem causado alterações nas regras de competição

criando vantagens competitivas para as empresas mais bem preparadas para

esta inovação com o surgimento de novas formas de negócio. Conforme Porter e

Miller (1985) esta tecnologia está transformando a natureza de produtos, dos

processos, das companhias e da competição preparando as empresas para atuar

neste novo cenário.

As organizações para se tornarem competitivas deverão buscar a eficácia

operacional com o desempenho das atividades melhor que os rivais, não se

limitando apenas a eficiência, mas também as práticas empresariais diferenciadas

que fazem que a empresa melhor se posicione no mercado.

Para uma organização ser estratégica, esta deve criar uma posição

exclusiva e valiosa, envolvendo um diferente conjunto de atividades que devem

estar alinhadas aos seus objetivos no mercado que ocupa. Sendo assim, a

empresa se apropria de algumas atividades diferenciadas da sua concorrência

para obter mais resultados.

Porter (1993) considera cinco forças básicas que delimitam a estrutura

(38)

longo prazo, o retorno sobre o capital investido e a atratividade da indústria. A

rivalidade entre as empresas existentes, a ameaça de produtos substitutos, o

poder de negociação dos fornecedores e compradores e potenciais entrantes que

corresponde às novas empresas e expansões.

A estratégia é a adoção e o desenvolvimento de tecnologias bem

sucedidas de novos produtos e técnicas de produção mais rápidas do que os

concorrentes, proporcionando vantagem que se bem explorada pode ajudar a

empresa inovativa a penetrar em novos mercados. Uma maneira de enfocar o

processo de inovação pode ser através do melhoramento e desenvolvimento de

novos produtos e processos já existentes, bem como a introdução de novos

métodos de produção baseados em novas tecnologias (GONÇALVES e PAIVA

JR., 2005).

As ações que uma empresa adota devem ter compatibilidade políticas

funcionais, isso porque as atividades distintas em geral afetam umas as outras

causando conflitos operacionais e de foco. Esta compatibilidade acarreta

substanciais reduções de custos ou aumento da diferenciação, e quanto mais o

posicionamento da empresa se alicerçar em sistemas de atividades compatíveis,

mais sustentável será sua vantagem competitiva.

Para que a empresa estrategicamente melhor se posicione e seja definida

no mercado sob o aspecto mais simples e amplo, Porter (1985) as posicionou

através dos conceitos das Estratégias Competitivas Genéricas abrangendo

(39)

2.2.2 A TECNOLOGIA E A VANTAGEM COMPETITIVA

As tecnologias hoje disponíveis podem produzir maravilhas se comparadas

aos padrões de desempenho das gerações anteriores, mas utilizadas de forma

isolada não conseguem chegar aos resultados. Desta forma, é necessário que os

profissionais desenvolvam competência de intersecção com as diversas funções

organizacionais.

As vantagens competitivas podem ser obtidas por meio do suporte da

tecnologia e sistemas de informação, de modo a aumentar a capacidade das

organizações em lidar com clientes, fornecedores, produtos e serviços substitutos

e novos competidores no mercado, e que a empresa “diferencia-se da

concorrência se puder ser singular em alguma coisa valiosa para os compradores

além de oferecer simplesmente um preço baixo” (ABREU, 1999, p.29).

Para Gonçalves e Paiva Jr. (2005) uma vantagem competitiva existe

quando uma empresa tem uma idéia de marketing que é considerada por sua

fatia de mercado como melhor que a idéia do concorrente. Os indicadores de

competitividade para estes autores estão relacionados com o desempenho

econômico do setor, com a qualidade (dos produtos, dos processos, da gestão

dos recursos humanos e do atendimento ao cliente) e com a capacidade de

inovação das empresas de forma a conservar e, sempre que possível, ampliar

uma posição no mercado.

Para uma empresa ter bons resultados é necessário construir vantagens

competitivas apoiadas na condução dos custos, da qualidade, da velocidade e da

inovação. Sendo assim, o planejamento deve ser de forma consciente e

(40)

provê aos indivíduos e unidades de trabalho um mapa claro a ser seguido em

suas atividades futuras (BATEMAN e SNELL, 1998).

Cada atividade de valor emprega alguma tecnologia para combinar

insumos adquiridos e recursos humanos com objetivo de produzir algum produto

final. Esta tecnologia pode ser tão comum quanto um conjunto simples de

procedimentos para a equipe, e normalmente envolve diversas disciplinas

científicas ou subtecnologias (PORTER, 1999a).

A tecnologia de uma atividade de valor representa uma combinação das

subtecnologias. As tecnologias também estão contidas nos insumos adquiridos,

tanto nos de consumo como nos bens de capital, utilizados em cada atividade de

valor, nos quais interagem com as outras subtecnologias para produzir o nível de

desempenho da atividade.

Em diferentes atividades de valor, as tecnologias podem ser relacionadas

fundamentando uma importante fonte de elos dentro da cadeia de valores. Seu

produto está ligado à tecnologia para prestar assistência técnica ao produto, por

exemplo, enquanto as tecnologias de componentes estão relacionadas à

tecnologia do produto global. Assim, a escolha de tecnologia em uma parte da

cadeia de valores pode ter implicações em outras partes. Em casos extremos,

para alterar a tecnologia de uma atividade pode ser preciso uma grande

reconfiguração da cadeia de valores. Elos com fornecedores e canais também

envolvem com freqüência interdependência nas tecnologias empregadas para

executarem as atividades (PORTER, 1985).

Uma empresa que consegue descobrir uma tecnologia melhor para

executar uma determinada atividade do que seus concorrentes ganham, portanto,

(41)

tecnologia afeta a vantagem competitiva, modificando ou influenciando os outros

condutores do custo ou da singularidade (PORTER, 1999a).

O desenvolvimento tecnológico pode aumentar ou reduzir economias de

escala, possibilitar interrelações onde antes não era possível, criar a chance para

vantagens na oportunidade e influenciar quase todos os outros condutores do

custo ou da singularidade. Assim, uma empresa pode utilizá-lo para alterar os

condutores de uma maneira que a favoreça, ou para ser a primeira e talvez a

única empresa a explorar um condutor particular.

As empresas devem sempre buscar novos meios e tecnologias para

alcançar seus objetivos devendo estar atentas a alguns critérios a serem

controlados e acompanhados (PORTER, 1985).

O Quadro 1 apresenta uma relação da tecnologia empresarial e seus

vínculos com a vantagem competitiva.

QUADRO 1. Liderança tecnológica e vantagem competitiva.

Fonte: Adaptado de Porter (1985).

LIDERANÇA TECNOLÓGICA SEGUIMENTO TECNOLÓGICO

Vantagem de Custo Ser pioneiro no projeto do produto de custo mais baixo.

Reduzir o custo do produto ou de atividades de valor, aprendendo com a experiência do líder.

Ser a primeira empresa na curva de

aprendizagem. Evitar custos de P&D através deimitação. Criar formas de baixo custo para

executar atividades de valor.

Diferenciação Ser pioneiro em um produto singular que eleve o valor para o comprador.

Inovar em outras atividades para elevar o valor para o comprador.

(42)

Nesse sentido, a realidade requer que a gestão tecnológica nas empresas

seja repensada. Entretanto, os dirigentes precisam conscientizar-se da

importância da inovação e da busca por novas alternativas tecnológicas como

forma de ganhar competitividade nos negócios.

Salienta-se que atualmente as organizações, estão encarando a tecnologia

como fonte produtora de um interminável fluxo de oportunidades. Esta tecnologia

oriunda dos avanços científicos cada vez mais abundantes no mercado

globalizado tem sua origem na necessidade de busca de novas descobertas. É

impossível separar inovação de competitividade uma vez que, para garantir sua

fatia no mercado concorrente, as organizações precisam estar trabalhando em

cima de constantes inovações.

Os desafios provocados pelo acelerado ritmo das inovações tecnológicas

exigem que as empresas constantemente reformulem seus métodos e processos

de trabalho, como forma de melhorar sua imagem garantindo sua permanência

com êxito no mercado competitivo.

2.3 ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS GENÉRICAS

Michael E. Porter pertence à chamada escola de posicionamento que

caracteriza a formação da estratégia por um processo analítico contrariando a

premissa básica da escola do design, que defende as estratégias como únicas e

específicas para cada empresa (MINTZBERG et al., 2000).

As Estratégias Competitivas Genéricas podem ser utilizadas por qualquer

tipo de unidade de negócio e empresa, podendo seguir com sucesso com mais de

(43)

A vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que uma

empresa consegue criar para os seus compradores e que ultrapassa seu custo de

fabricação. A base fundamental do desempenho acima da média, no longo prazo,

é a vantagem competitiva sustentável que só pode ser conquistada a partir de

baixo custo ou diferenciação (PORTER, 1985).

A diferenciação de produtos pode ser entendida como uma busca de

liderança por qualidade. Ao introduzir ou ressaltar a presença de determinados

atributos desejáveis pelos consumidores, permite a existência de uma maior

lealdade ao produto criando nichos de mercados mais rentáveis e mais atrativos.

A liderança em custo enfatiza a produção padronizada pelo menor custo

possível por unidade para atender ao público com demanda sensível a preço.

Diferenciação refere-se à produção visando atender uma demanda que é pouco

sensível a preço. Enquanto que o enfoque significa atender aos desejos de um

grupo particular que ocupa uma parte pequena da demanda de todo o mercado.

Tanto a opção por uma estratégia genérica de liderança em custos como uma

estratégia de diferenciação visa atender todos os segmentos do mercado

enquanto uma estratégia de enfoque visa atender apenas uma parte do mercado

(CARNEIRO, 2004).

As Estratégias Competitivas Genéricas correspondem a uma tipologia de

estratégias voltadas a questão da vantagem competitiva desenvolvida por Porter

(1980; 1985) as quais poderiam ser identificadas em qualquer empresa e em

qualquer estágio de sua existência ou em qualquer grau de complexidade que

esta ocupe.

Estas estratégias podem estar dispostas através de um esquema proposto

(44)

FIGURA 1. Três Estratégias Genéricas.

VANTAGEM COMPETITIVA

Custo Mais Baixo Diferenciação

Alvo Amplo 1. Liderança de Custo 2. Diferenciação

ESCOPO COMPETITIVO

Alvo Estreito 3a. Enfoque no Custo 3b. Enfoque na Diferenciação

Fonte: Tipologia de Estratégias Competitivas Genéricas de Porter (1985).

A base fundamental do desempenho acima da média a longo prazo é a

vantagem competitiva sustentável. Embora uma empresa possa ter inúmeros

pontos fortes e fracos em comparação com seus concorrentes, existem dois tipos

básicos de vantagem competitiva que uma empresa pode possuir: o baixo custo

ou a diferenciação.

A vantagem de custo e a diferenciação, por sua vez, originam-se da

estrutura industrial, mas não se restringe com exclusividade a esse setor. Os dois

tipos básicos de vantagem competitiva combinados com o escopo de atividades

para as quais uma empresa procura obtê-los levam a três Estratégias Genéricas

para alcançar o desempenho acima da média no mercado. A estratégia de

Enfoque tem duas variantes: enfoque no custo e enfoque na diferenciação

(PORTER, 1999a).

Uma estratégia baseada no enfoque (no custo ou em diferenciação), trata

das ações de uma empresa em um segmento estreito em que o enfocador

seleciona um determinado segmento e adapta suas estratégias, excluindo outros

segmentos. Ao otimizar as estratégias para atender ao segmento alvo, a empresa

enfocadora procura obter uma vantagem competitiva específica, diferentemente

das que buscam liderança em custo ou diferenciação e que atuam num limite

(45)

Uma empresa pode adotar uma estratégia genérica de enfoque ao

perceber que os concorrentes estão atuando em alvos amplos e estejam

subaproveitando alguma parcela do mercado. Compradores com necessidades

incomuns não podem ser atendidos satisfatoriamente por empresas líderes em

custos ou em diferenciação, abrindo espaço para uma empresa dar enfoque a

este segmento e conquistar maiores resultados (MURRAY, 1988).

A empresa que tenta adotar simultaneamente estratégias diferentes corre o

risco de não conseguir uma vantagem competitiva sustentável, ficando no

meio-termo. A empresa que aspire a uma vantagem competitiva por todos os meios

acaba não conseguindo nenhuma vantagem, pois, para conseguir tipos diferentes

de vantagem competitiva são necessárias ações incoerentes com uma ou outra

meta. Uma empresa no meio-termo só terá lucros se a estrutura do segmento for

favorável, ou se a empresa tiver concorrentes que também estejam no

meio-termo, porém pode-se observar que são situações normalmente efêmeras

(PORTER, 1999).

A estratégia genérica especifica o método fundamental para a vantagem

competitiva que uma empresa esteja buscando, e fornece o contexto para a

tomada de ações em cada área funcional. É preciso compreender que certas

ações não devem ser consideradas, por si só, como uma estratégia para obter

uma vantagem competitiva, mas sim, que estas ações são meios para alcançar

uma estratégia genérica desejada. Uma empresa para ser líder no seu segmento,

necessariamente não garante a ela uma rentabilidade, podendo sua atuação

compensar, ou não, esta liderança (PORTER, 1980).

As alternativas para o posicionamento estratégico de uma empresa e

(46)

pelas condições iniciais da empresa, ou seja, por seus recursos existentes.

Embora esta restrição possa ser de certa forma dinâmica, pois devido a sua

configuração novas decisões gerenciais podem levar à criação de novos recursos

e restabelecer uma possível crise. Sendo assim, a estratégia está também

adequada à realidade empresarial e como esta consegue obter uma

sustentabilidade duradoura (PORTER, 1991).

Para atingir a tipologia estratégica mais adequada é necessário que as

empresas que competem em custos, busquem paridade e proximidade em

diferenciação com os concorrentes, para viabilizar melhores preços. O mesmo

deveria ocorrer no caso da diferenciação, porém de forma inversa (HEXSEL,

2005).

2.3.1 A PARTICIPAÇÃO DA CLIENTELA NA FORMAÇÃO DAS

ESTRATÉGIAS

O cliente deve ser o ponto focal dos processos de negócio, por meio de

pesquisas, serviços personalizados, contatos diretos e assimilação de seus

desejos. Ou seja, a orientação geral para os negócios nas empresas deve vir dos

clientes. Um importante fator de diferenciação de uma empresa é o conhecimento

do consumidor e de sua satisfação que representa uma garantia de sobrevivência

e sucesso empresarial (ABREU, 1999).

As pesquisas desenvolvidas por Menezes e Santos (1997) relacionam a

satisfação de clientes com a capacidade de crescimento das empresas no setor

(47)

que envolvem todos os aspectos relativos à administração da empresa que

permite restringir ou impulsionar o crescimento de um negócio.

Nesta mesma pesquisa, verificou-se que para as empresas privadas

nacionais, no setor varejista, o fator satisfação dos clientes foi considerado o mais

presente nas observações realizadas, como responsável por influenciar o

crescimento organizacional.

Walker (1991) explica que a vantagem competitiva das organizações pode

basear-se numa diferença perceptível de satisfazer melhor que a concorrência as

necessidades dos clientes. Um fator essencial para o desenvolvimento de uma

vantagem competitiva está relacionado à qualidade constatada de serviço e a

atenção ao cliente e suas expectativas. Com isso, existe na maioria dos

segmentos de mercado a necessidade de considerar o fator percepção do cliente

para entender como deve atendê-lo da melhor forma, uma vez que cada indivíduo

vê as situações por uma perspectiva (ALBRECHT e BRADFORD, 1992; COGAN,

2001).

A estratégia competitiva adotada fica assim caracterizada pelo modo com

que a empresa atende seus clientes. Será boa quando possibilitar entender

melhor as necessidades dos clientes e criar valor para eles (OHMAE, 1998).

Segundo Porter (1985) a o bom posicionamento no mercado advém do valor que

a empresa cria para seus clientes, em excesso ao custo que tem para criá-lo.

Conforme Zeithaml e Bitner (2003) existem quatro formas de julgamento de

valor que poderiam reforçar e embasar mais ainda a teoria das Estratégias

Competitivas Genéricas. Este conceito se baseia na idéia que cada cliente atribui

seu entendimento e julgamento específico quanto ao valor no processo de

(48)

a) Valor é preço baixo. Para estes clientes preço é o principal critério na

decisão de compra. Tal consumidor está disposto a abrir mão de benefícios em

prol de preço mais baixo;

b) Valor é tudo o que quero em um produto ou serviço. Em vez de enfocar

o que será pago alguns consumidores, em especial em circunstâncias específicas

de consumo, destacam os benefícios que serão obtidos. Preço seria menos

importante que qualidade ou resultados;

c) Valor é aquilo que eu recebo pelo preço que eu pago. Neste caso, o que

importa não é só o preço nem só os benefícios, mas a relação entre preço e

benefícios;

d) Valor é aquilo que eu recebo pelo que eu dou. Ao invés de enfocar

apenas o preço, alguns clientes podem considerar também outros tipos de custo

de sacrifício que correspondem a demanda de tempo, esforço e desgaste

psicológico para envolvidos no processo de compra e sua comparação com os

benefícios obtidos.

A decisão de uma empresa em adotar uma estratégia competitiva deve

estar embasada em suas capacidades e na percepção da tendência da clientela a

ser alcançada. Ao se aplicar uma estratégia voltada à diferenciação deve-se notar

que este molde estratégico é quase sempre dispendioso, pois para alcançar um

produto ou serviço diferenciado certamente em algumas fases do processo se

descarta os custos.

Do mesmo modo que quando uma empresa decide ser líder em custo, esta

sacrifica a oferta de diferenciação, mas com o atributo da tecnologia muitas

conseguem enfrentar esta realidade com técnicas que minimizam a perda da

(49)

O instrumento básico para que se compreenda o papel da tecnologia na

vantagem competitiva é a cadeia de valores que advém de um conjunto de

atividades e de tecnologias. A tecnologia está contida em toda atividade de valor

em uma empresa e a transformação tecnológica pode afetar a concorrência por

seu impacto sobre quase todas as atividades (PORTER, 1999a).

2.3.2 CADEIA DE VALORES

Segundo Porter (1980) para que uma estratégia competitiva seja bem

aplicada existe a necessidade do conhecimento dos valores que os clientes alvo

aspiram no mercado. Sendo assim, antes de se discutir estratégia deve-se

perceber os anseios da clientela para a melhor condução das ações em prol de

formar uma cadeia de valores bem aceita pelos consumidores. Essa cadeia deve

vir de um histórico da organização. Para a sua construção são necessárias

atividades particulares que são fontes para a vantagem competitiva que

geralmente não são idênticas a dos concorrentes.

No que diz respeito à competição, valor é o montante de atividades que as

empresas oferecem ao cliente submetido ao que este está disposto a pagar.

Cadeia de valor é o agregado criado na formação do produto ou serviços que

envolvem todo desprendimento realizado pela empresa (PORTER, 1985).

As atividades de valor para a formação da cadeia de valores são divididas

em atividades primária e de apoio. A atividade primária envolve todo processo de

formação do produto, bem como a logística interna e externa, marketing e vendas,

(50)

primárias e são compostas de infra-estrutura, recursos humanos, tecnologia e

aquisições de insumos.

Dentro de cada atividade primária e de apoio, existem três tipos de

atividades que desempenham um papel importante na vantagem competitiva. A

primeira é a atividade direta que esta envolvida na criação de valor para o

comprador; enquanto que a segunda é a atividade indireta que torna possível a

execução da atividade direta e a terceira é a garantia da qualidade das outras

atividades (PORTER, 1980; 1991).

De acordo com Porter (1985; 1999a) na busca da vantagem competitiva as

empresas muitas vezes se diferem no escopo competitivo ou na amplitude de

suas atividades. Dentro do escopo competitivo existem quatro dimensões básicas:

o escopo do segmento, o vertical (grau de integração vertical), o geográfico e o

setorial (ou a extensão dos setores relacionados em que a empresa compete).

No escopo do segmento as diferenças nas necessidades ou nas cadeias

de valores são necessárias para atender diferentes segmentos de produtos ou

compradores podendo resultar em uma vantagem competitiva do enfoque. Da

mesma forma que as diferenças entre segmentos favorecem um escopo estreito,

as inter-relações entre as cadeias de valores atendendo diferentes segmentos

favorecem a ampliação do escopo.

No escopo vertical a integração define a divisão de atividades entre uma

empresa e seus fornecedores, canais e compradores. Em vez de fabricar algum

componente ou manter uma organização de assistência técnica, a empresa

compraria esses componentes ou contrataria a assistência técnica.

Percebe-se que a questão do escopo vertical, no que tange a questão da

(51)

oportunidades para a integração são mais ricas do que normalmente se

reconhece. A integração vertical tende a ser considerada em termos de produtos

físicos como uma substituta de todas as relações do fornecedor, não só em

termos de atividades, mas ela pode abranger ambos.

No momento que a empresa compartilha ou coordena atividade de valor

empregada para atender diferentes áreas geográficas, trata-se do escopo

geográfico. A vantagem competitiva pode se intensificar com as inter-relações

geográficas se o compartilhamento ou a coordenação de atividades de valor

reduzir o custo ou acentuar a diferenciação. Podem existir custos de coordenação

bem como diferenças entre regiões ou países que reduzem a vantagem do

compartilhamento.

No caso do escopo setorial as inter-relações em potencial entre as cadeias

de valores são necessárias e comuns para a competição entre indústrias

relacionadas. Podem envolver qualquer atividade de valor, inclusive atividades

primárias como o desenvolvimento conjunto de tecnologia ou aquisição

compartilhada de insumos comuns.

2.3.3 A MANUTENÇÃO DAS ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS

GENÉRICAS

Para que ocorra a sustentação da estratégia competitiva adotada pela

empresa é necessário que esta se mantenha atenta ao seu objetivo e resistente a

ações dos concorrentes durante a evolução do tempo no mercado. A adoção de

barreiras que impeçam ou dificultem a imitação da estratégia é uma alternativa de

(52)

empresas de um determinado segmento se utilizem da mesma estratégia, por

exemplo, enfoque nos custos, o que levaria a uma insuficiência financeira neste

segmento causado pela própria ação da concorrência (PORTER, 1999a).

Cada estratégia possui características que requerem qualificações e

exigências específicas para a manutenção empresarial que configuram a

estrutura da organização. De modo geral, as empresas que adotam a estratégia

voltada ao custo, por exemplo, possuem sistemas de controle mais rígidos e

acompanhamento ostensivo nas despesas indiretas. A cultura também é fator

determinante para que uma estratégia competitiva se fundamente (CARNEIRO,

2004).

A posição estratégica não é sustentável se não houver trade-off, pois o seu

significado está relacionado com a idéia de que ao se avançar em um aspecto

mais enfaticamente implicará menos em outro, levando a necessidade de se

posicionar requerendo que escolhas sejam feitas. A necessidade do trade-off

surge da inconsistência de imagem, das atividades operacionais e da limitação

aos controles internos (PORTER, 1996).

No processo de gerenciamento empresarial os enquadramentos das

decisões devem satisfazer ao perfil estratégico adotado pela empresa em sua

estratégia competitiva. Sendo assim, antes da tomada de decisão mais acertada

deve haver o alinhamento da empresa com sua Estratégia Competitiva Genérica.

A empresa deve estabelecer uma estratégia de comprometimento com

planejamentos voltados à execução das tarefas motivando suas equipes no

sentido de melhorar o desempenho e alcance dos objetivos empresariais

Imagem

FIGURA 1. Três Estratégias Genéricas.
Figura 2. Situações de vantagem e de desvantagem competitiva.
Figura 3. Curvas de vantagem competitiva.
TABELA 1: Variância Total Explicada - Estratégias Competitivas Genéricas
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Referências

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