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Cidades digitais e governo eletrônico na segurança pública: a e-participação na construção da cidadania digitais no Brasil

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO. MARIA ÂNGELA DA COSTA LINO FRANCO SAMPAIO. CIDADES DIGITAIS E GOVERNO ELETRÔNICO NA SEGURANÇA PÚBLICA: A E-PARTICIPAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA DIGITAL NO BRASIL. Salvador 2016.

(2) MARIA ÂNGELA DA COSTA LINO FRANCO SAMPAIO. CIDADES DIGITAIS E GOVERNO ELETRÔNICO NA SEGURANÇA PÚBLICA: A E-PARTICIPAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA DIGITAL NO BRASIL           Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração do Núcleo de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Administração. Orientador: Prof. Dr. José Antônio Gomes de Pinho  . Salvador 2016.

(3) Escola de Administração - UFBA.   S192 Sampaio, Maria Ângela da Costa Lino Franco. Cidades digitais e governo eletrônico na segurança pública: a e - participação na construção da cidadania digital no Brasil / Maria Ângela da Costa Lino Franco Sampaio. – 2016. 394 f. Orientador: Prof. Dr. José Antonio Gomes de Pinho. Tese (Doutorado) – Universidade Federal da Bahia, Escola de Administração, Salvador, 2016. 1. Administração pública -Tecnologia da informação. 2. Internet na administração pública - Participação do cidadão. 3. Segurança pública – Tecnologia da informação. 4. Redes digitais de serviços integrados – Participação do cidadão. 5. Políticas públicas. I. Universidade Federal da Bahia. Escola de Administração. II. Título. CDD – 353.13274 363.1.

(4) MARIA ÂNGELA DA COSTA LINO FRANCO SAMPAIO. CIDADES DIGITAIS E GOVERNO ELETRÔNICO NA SEGURANÇA PÚBLICA: A E-PARTICIPAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA DIGITAL NO BRASIL     Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração do Núcleo de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Administração. Banca Examinadora:   _______________________________________ Prof. Dr. Alexandre Fernandes Barbosa Doutor em Administração pela FGV – EAESP Coordenador do CETIC.br – CGI.br e NIC.br ______________________________________ Prof. Dr. Carlos Alberto da Costa Gomes Doutor em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Professor Titular da UNIFACS – PPDRU _______________________________________ Prof. Dr. José Antônio Gomes de Pinho Doutor em Regional Planning pela LSE- Universityof London Professor Titular da UFBA – NPGA _______________________________________ Prof. Dr. Marco Antonio Carvalho Teixeira Doutor em Ciências Sociais pela PUC – SP Professor Adjunto da FGV - EAESP _______________________________________ Profa. Dra. Ruthy Nadia Laniado Doutora em Ciência Política pela University of Essex Professora Associada IV da UFBA - NPGA.

(5) DEDICATÓRIA                             .          . Aos meus filhos, Ana Cristina e Luiz Eduardo, amores incondicionais da minha vida, minha esperança de futuro com muitas realizações..

(6) AGRADECIMENTOS   Mesmo depois de alguns anos entre o mestrado e o doutorado, continuo a acreditar que agradecer o que fazem por nós é um gesto fácil, difícil é reconhecer a quem devemos agradecer. Muitas vezes, pequenos e imperceptíveis gestos, ações indiretas, nos trazem grandes benefícios. Espero lembrar de todos, nestes singelos, mas sinceros agradecimentos: À Deus e todos os meus santos de devoção, a quem sempre recorro para agradecer e pedir proteção no meu dia a dia. Ao meu pai – João Franco - que é meu exemplo de honestidade, ética e trabalho e, a todo o meu time lá do céu, que olharam sempre por mim, me dando força e luz nesta caminhada. À minha mãe querida – Mariinha, minha amiga, meu exemplo de alto astral (os anos passam e ela continua assim), coragem, luta e demonstração de que podemos conseguir o que queremos com nosso esforço e dedicação. Ela que sempre me apoia em tudo, que ouve como ninguém e orienta, sempre procurando me levar a construir paz e um futuro melhor, é uma dádiva na minha vida. À Milton, meu marido, companheiro, exemplo de profissional competente e desenvolvedor de trabalhos bem feitos e criteriosos, e, que foi fundamental no incentivo, nas escutas e discussões dos projeto dessa tese e, de fundamental colaboração na tabulação da pesquisa, sempre disposto a usar seu tempo livre (ou criar tempo), para me apoiar nessa jornada. À meu irmão Jota, meu amigo, sempre presente quando necessário, torcendo, junto com sua família, por este meu sucesso, e me ajudando sempre que preciso, na construção de um futuro melhor. Aos meus filhos queridos, Ana Cristina e Luiz Eduardo, que sei que desejam o melhor para mim, minha esperança que essa tese possa servir de inspiração e exemplo de foco, muito estudo, esforço, dedicação e perseverança na conquista de objetivos profissionais. A luta sempre leva a vitórias! Ao Prof. Dr. José Antônio Gomes de Pinho, meu dedicado orientador, que mais do que me passar seus brilhantes conhecimentos e me orientar nessa jornada, me deu apoio, força e incentivos constantes..

(7) Ao NPGA, através de seus professores Ernani Marques, Sandro Cabral, Tânia Fischer, Monica Mac Allister, Maria do Carmo Guimarães, José Célio Andrade, Paulo Penteado, Genauto França, Horácio Hastenreiter, Eduardo Davel, Marcos Alban, Rogério Quintella, Francisco Teixeira, Reginaldo Santos, Roberto Brazileiro, entre outros, que me transmitiram tanto do seu saber e sempre me orientaram na busca da excelência acadêmica. A área administrativa do NPGA, através de Anaélia Almeida, Dacy Andrade, Ernani Dórea e demais funcionários do setor, pelo exemplo de competência, profissionalismo, presteza, cuidado e delicadeza com que conduzem seu trabalho, que nos deixa tranquilos e acolhidos. À CAPES, pelo apoio financeiro nesses últimos meses de realização do doutorado, para que de fato a dedicação pudesse ter sido total. Aos professores Alexandre Fernandes Barbosa, Carlos Alberto da Costa Gomes, Marco Antonio Carvalho Teixeira e Ruthy Nadia Laniado, por terem disponibilizado seu tempo e atenção para participar da minha banca de doutorado. Aos professores e membros da SSP-Alagoas, Renato Prado e Edival Lima da Silva Júnior, que abriram meu canal com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Alagoas, me fornecendo dados e informações valiosas para construção não só do projeto de pesquisa (já que a escolha do objeto de pesquisa iniciou-se com esse primeiro contato em Maceió), como para a realização da tese. Ao meu amigo Cícero Monteiro, que abriu a porta para contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia, que dedicou especial atenção a essa tese, e com isso, outras portas puderam ter sido abertas em outros estados, viabilizando a realização da tese com foco em outras cidades. Às Secretarias de Segurança Pública dos Estados da Bahia, Alagoas, São Paulo e Brasília, além dos órgãos municipais que participaram da pesquisa e, todos os profissionais envolvidos (que gostaria muito de citar os nomes tal o apoio que tive, mas que pela solicitação de confidencialidade não posso fazer), que me abriram as portas para a pesquisa, não só internamente, mas facilitando a pesquisa juntos aos cidadãos, confiando que seria um trabalho sério e respeitoso, relevante para suas instituições. Se eu esqueci de nominar alguém, acho que não tem problema, com certeza terei agradecido no momento certo e desejado retribuições em pensamento..

(8) A todos o meu muito obrigada, muitas felicidades e que fiquem com a certeza de que ajudaram não só a construir um trabalho relevante, mas também a me fazer muito feliz neste momento.  .  .  .  .  .  .  . Maria Ângela.

(9) Não temos tido episódios significativos em que o povo se apresente como protagonista eficaz de sua própria história. (MARTINS, 2011, p. 216) “O que fazer?, é o que perguntam, em unanimidade, os poderosos e os subjugados, os revolucionários e os ativistas sociais, entendendo sempre com essa questão o que os outros devem fazer; ninguém se pergunta quais são as suas próprias obrigações.” (TOLSTOI, 1828 apud DIAS E MATOS, 2012 p. 110).

(10) RESUMO No cerne das discussões sobre a crise das instituições democráticas liberais, as Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC chegaram com a promessa de serem ferramentas que possibilitassem a abertura democrática e a participação política dos cidadãos, uma aproximação do estado e da sociedade civil. Desde o final dos anos 90, os governos, em todos os níveis, têm elaborado e implementado projetos de governo eletrônico para fornecer informações e serviços eletrônicos aos cidadãos e empresas. Projetos, segundo Jardim (2007), que delineiam a construção de um processo de redesenho da geopolítica informacional no quadro da globalização. Nesse contexto surge o conceito de cidade digital como a cidade do espaço de fluxos, compreendida como um catalisador das redes e fluxos informacionais, na qual uma série de transformações sociais, econômicas e políticas, potencializadas pelas TIC visam proporcionar novas formas de interação entre o cidadão com o espaço urbano, gerando novas formas de redes, que perpassam segundo Castells (2002) e Lemos (2004), a tradicional estrutura urbana. Nessas cidades digitais a principal diretriz é que o governo eletrônico deve ser o principal método de interação com os cidadãos, revolucionando, segundo Jaeger e Bertot (2010) não só a entrega de serviços como a participação democrática através da e-participação. Esse panorama impõe aos governos o desafio de promover a interação, virtual e real, dos cidadãos com as diversas estruturas do poder público, em todas as suas esferas, principalmente da segurança pública que atualmente trata-se de tema dos mais relevantes e impactantes na sociedade. Ao mesmo tempo, propicia conhecer melhor e mais profundamente os anseios da sociedade a que servem e responder às suas demandas, estimulando a participação e a colaboração social. Apoiada num quadro teórico que trata de todos esses temas bem como em uma pesquisa de campo que envolveu cinco cidades consideradas digitais em diferentes regiões do país (Salvador, Maceió, Lauro de Freitas, Campinas e Brasília), essa tese analisou, sob o horizonte do conceito de democracia digital, a relação entre elementos: a eparticipação em cidades digitais e processos de governo eletrônico da segurança pública na construção da cidadania digital brasileira, elaborando uma análise crítica dos procedimentos encontrados, analisando se de fato as cidades podem ser consideradas digitais, se os processos de governo eletrônico da segurança pública disponibilizados seguem os preceitos dentro dos quais foram criados, se existe interação, participação digital e prática da cidadania digital na segurança pública dessas cidades. Além disso criou um modelo indicando quais os canais de participação digital e atributos de operabilidade devem ser disponibilizados, na ótica do cidadão, de forma a permitir e incentivar a participação digital do cidadão. Palavras-chave: Cidadania Digital, E-participação, Cidades Digitais, Governo Eletrônico, Segurança Pública..

(11) ABSTRACT At the heart of discussions on the crisis of liberal democratic institutions, Information and Communication Technologies - ICT came with the promise of being tools that would enable democratic openness and political participation of citizens, an approximation of the state and civil society. Since the late 90s, governments at all levels, have developed and implemented e-government projects to provide information and electronic services to citizens and businesses. Projects, according to Jardim (2007), which outline the construction of a process of redrawing the geopolitical informational in the context of globalization. In this context arises the concept of digital city as the city of the space of flows, understood as a catalyst for networks and information flows, in which a number of social, economic and political, potentiated by ICT aim to provide new forms of interaction between citizens with the urban space, generating new forms of networks, which pervade second to Castells (2002) and Lemos (2004), the traditional urban structure. In these digital cities the main guideline is that e-government should be the primary method of interacting with citizens, revolutionizing, according to Jaeger and Bertot (2010) not only the delivery of services such as democratic participation through e-participation. This scenario requires the governments the challenge of promoting interaction, virtual and real, of citizens with the various government structures, in all its spheres, especially public safety that currently it is the subject of the most relevant and impactful in society. At the same time, it provides know better and deeper the concerns of the society they serve and respond to their demands, encouraging participation and social collaboration. Supported by a theoretical framework that deals with all these issues as well as in a field of research that involved five cities considered digital in different regions of the country (Salvador, Maceió, Lauro de Freitas, Campinas and Brasilia), this thesis analyzed under the horizon concept of digital democracy, the relationship between elements: e-participation in digital cities and e-government processes of public safety in the construction of Brazilian digital citizenship, developing a critical analysis of the procedures found by examining whether in fact the cities can be considered digital if the e-government processes available public safety follow the principles for which it was created, if there is interaction, digital participation and practice of digital citizens in public safety in these cities. Also created a model indicating which channels of digital participation and operability attributes must be made available, in the view of the citizen, to allow and encourage the digital citizen participation. Keywords: Digital Citizenship, E-participation, Digital Cities, Electronic Government, Public Security..

(12) LISTA DE GRÁFICOS. Gráfico 1 – Proporção de usuários por tipo de serviço público realizado via e-gov.. 35.

(13) LISTA DE FIGURAS. Figura 1 – Esquema Conceitual. 145. Figura 2 – Análise Temporal das Atividades do Projeto. 147. Figura 3 – Atores dos Grupos Sociais relevantes entrevistados em Salvador. 151. Figura 4 – Atores dos Grupos Sociais relevantes entrevistados em Maceió. 151. Figura 5 – Atores dos Grupos Sociais relevantes entrevistados em Lauro de Freitas 152 Figura 6 – Atores dos Grupos Sociais relevantes entrevistados em Campinas. 152. Figura 7 – Atores dos Grupos Sociais relevantes entrevistados em Brasília. 153. Figura 8 – Síntese do Projeto de Pesquisa. 167. Figura 9 – Níveis de Rede Hierárquica do Projeto de Pesquisa. 236. Figura 10 – Print de parte do relatório da Estrutura de Nó. 237. Figura 11 – Print de parte do relatório de Codificação por Nó. 238. Figura 12 – Print de parte do relatório de Resumo das Fontes da cidade de Campinas 239 Figura 13 – Print de parte do relatório de Resumo dos Nós identificados em cada cidade 240 Figura 14 – Conexão dos principais motivos para a não participação digital cidadã. 285. Figura 15 – Conexão dos atributos objetivos necessários à participação digital cidadã, na ótica do cidadão 287 Figura 16 – Conexão dos atributos subjetivos necessários à participação digital cidadã, na ótica do cidadão 287 Figura 17 – Modelo para a participação digital cidadã na segurança pública, na ótica do cidadão 297.

(14) LISTA DE QUADROS. Quadro 1 – Benefícios e Barreiras à utilização dos canais digitais. 80. Quadro 2 – Tipologia das Cidades Digitais. 88. Quadro 3 – Tipologia das Redes Públicas. 106. Quadro 4 – Parâmetros relevantes que justificam a escolha das cidades digitais pesquisadas 144 Quadro 5 – Matriz de Planejamento. 158. Quadro 6 – Matriz de Informações de Salvador e Lauro de Freitas – Dimensão Tecnológica 171 Quadro 7 – Matriz de Informações de Salvador e Lauro de Freitas – Dimensão Social 178 Quadro 8 – Matriz de Informações de Maceió – Dimensão Tecnológica. 184. Quadro 9 – Matriz de Informações de Maceió – Dimensão social. 189. Quadro 10 – Matriz de Informações de Campinas – Dimensão Tecnológica. 198. Quadro 11 – Matriz de Informações de Campinas – Dimensão Social. 206. Quadro 12 – Matriz de Informações de Brasília – Dimensão Tecnológica. 212. Quadro 13 – Matriz de Informações de Brasília – Dimensão Social. 217. Quadro 14 – Descrição dos Gestores Públicos entrevistados em Salvador / BA. 224. Quadro 15 – Descrição dos Cidadãos entrevistados em Salvador / BA. 225. Quadro 16 – Descrição dos Gestores Públicos entrevistados em Maceió / AL. 226. Quadro 17 – Descrição dos Cidadãos entrevistados em Maceió / AL. 227. Quadro 18 – Descrição dos Gestores Públicos entrevistados em Lauro de Freitas / BA 228 Quadro 19 – Descrição dos Cidadãos entrevistados em Lauro de Freitas / BA. 229. Quadro 20 – Descrição dos Gestores Públicos entrevistados em Campinas / SP. 230. Quadro 21 – Descrição dos Cidadãos entrevistados em Campinas / SP. 231.

(15) Quadro 22 – Descrição dos Gestores Públicos entrevistados em Brasília / DF. 232. Quadro 23 – Descrição dos Cidadãos entrevistados em Brasília / DF. 233. Quadro 24 – Aspectos pesquisados nas dimensões tecnológica e social. 234. Quadro 25 – Resumo geral do macrocontexto da participação digital cidadã nos processos de e-gov na segurança pública de todas as cidades pesquisadas (principais opiniões e percepções) 281 Quadro 26 – Resumo geral dos principais motivos para a não participação cidadã no macrocontexto dos processos de e-gov na segurança pública de todas as cidades pesquisadas (principais opiniões e percepções) 284 Quadro 27 – Tipos de canais que devem ser disponibilizados na ótica do cidadão. 285. Quadro 28 – Atributos objetivos de operabilidade, fundamentais aos canais digitais da segurança pública 286 Quadro 29 – Atributos subjetivos de operabilidade, fundamentais aos canais digitais da segurança pública 286 Quadro 30 – Comparação das proposições teóricas de Governo Eletrônico no Brasil e a situação levantada na pesquisa 302 Quadro 31 – Comparação das proposições teóricas sobre as Cidades Digitais e a situação levantada na pesquisa 304.

(16) LISTA DE TABELAS. Tabela 1 – Percentual de Domicílios com computador. 28. Tabela 2 – Percentual de Domicílios sem Computador, por motivo de falta de computador. 29. Tabela 3 – Percentual de Domicílios com acesso à Internet. 30. Tabela 4 – Proporção de indivíduos, por motivos de nunca terem utilizado a Internet. 31. Tabela 5 – Motivos para não exercer a e-participação no Governo Eletrônico. 33. Tabela 6 – Participação eletrônica por forma de contato como governo. 34. Tabela 7 – Participação eletrônica em chats, votação e demandas de segurança pública. 36. Tabela 8 – Canais digitais que deveriam ser disponibilizados aos cidadãos, na área de segurança pública, para permitir a participação digital – Cidade: Salvador 247 Tabela 9 – Atributos objetivos (características) referentes aos canais para estimular e permitir a participação digital – Cidade: Salvador 248 Tabela 10 – Atributos subjetivos (qualidades) referentes aos canais para estimular e permitir a participação digital – cidade do Salvador 249 Tabela 11 – Canais digitais que deveriam ser disponibilizados aos cidadãos, na área de segurança pública, para permitir a participação digital – Cidade: Maceió 255 Tabela 12 – Atributos objetivos (características) referentes aos canais para estimular e permitir a participação digital – Cidade: Maceió 256 Tabela 13 – Atributos subjetivos (qualidades) referentes aos canais para estimular e permitir a participação digital – Cidade: Maceió 257 Tabela 14 – Canais digitais que deveriam ser disponibilizados aos cidadãos, na área de segurança pública, para permitir a participação digital – Cidade: Lauro de Freitas 262 Tabela 15 – Atributos objetivos (características) referentes aos canais para estimular e permitir a participação digital – Cidade: Lauro de Freitas 263 Tabela 16 – Atributos subjetivos (qualidades) referentes aos canais para estimular e permitir a participação digital – Cidade: Lauro de Freitas 264 Tabela 17 – Canais digitais que deveriam ser disponibilizados aos cidadãos, na 270.

(17) área de segurança pública, para permitir a participação digital – Cidade: Campinas Tabela 18 – Atributos objetivos (características) referentes aos canais para estimular e permitir a participação digital – Cidade: Campinas 271 Tabela 19 – Atributos subjetivos (qualidades) referentes aos canais para estimular e permitir a participação digital – Cidade: Campinas 272 Tabela 20 – Canais digitais que deveriam ser disponibilizados aos cidadãos, na área de segurança pública, para permitir a participação digital – Cidade: Brasília 278 Tabela 21 – Atributos objetivos (características) referentes aos canais para estimular e permitir a participação digital – Cidade: Brasília 279 Tabela 22 – Atributos subjetivos (qualidades) referentes aos canais para estimular e permitir a participação digital – Cidade de Brasília 280 Tabela 23 – Canais digitais a serem disponibilizados aos cidadãos na área de segurança pública para permitir a participação digital – Cidade: Total Geral 282 Tabela 24 – Atributos objetivos (características) referentes aos canais para estimular e permitir a participação digital do cidadão – Cidade: Total Geral 282 Tabela 25 – Atributos subjetivos (qualidades) referentes aos canais para estimular e permitir a participação digital do cidadão – Cidade: Total Geral 283.

(18) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO. 19. 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO. 23. 1.2 OBJETO DE PESQUISA 1.2.1 Pergunta de Partida 1.2.2 Pressuposto 1.2.3 Objetivos da Investigação 1.2.3.1 Objetivo Geral 1.2.3.2 Objetivos Específicos. 40 40 41 41 41 43. 1.3 JUSTIFICATIVA DE ESCOLHA E RESULTADOS ESPERADOS DA PESQUISA. 44. 2. REFERENCIAL TEÓRICO. 47. 2.1 DEMOCRACIA. 49. 2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS. 56. 2.3 SEGURANÇA PÚBLICA. 59. 2.4 GOVERNO ELETRÔNICO. 72. 2.5 CIDADES DIGITAIS. 83. 2.6 DIFUSÃO DA INOVAÇÃO. 93. 2.7 TEORIA ATOR-REDE (ANT). 100. 2.8 PARTICIPAÇÃO DIGITAL (E-PARTICIPAÇÃO). 103. 2.9 CIDADANIA DIGITAL. 118. 3 ABORDAGEM METODOLÓGICA. 130. 3.1 DECISÕES FILOSÓFICAS. 131. 3.2 DECISÕES OPERACIONAIS 3.2.1 Estratégia de Pesquisa 3.2.2 Métodos de Pesquisa 3.2.3 Seleção dos Casos Estudados 3.2.4 Definição do Esquema Conceitual 3.2.5 Definição da Unidade de Análise 3.2.6 Definição Temporal dos Casos Estudados 3.2.7 Escolha das Fontes para Análise Documental. 137 137 138 140 145 146 146 148.

(19) 3.2.8 Escolha dos Entrevistados. 148. 3.3 ETAPAS DA PESQUISA. 153. 3.4 MODELO DE COLETA DE DADOS 3.4.1 Definição dos Procedimentos de Coleta de Dados 3.4.2 Definição da Estrutura das Entrevistas. 155 162 164. 3.5 MODELO DE ANÁLISE DE DADOS 3.5.1 Codificação dos Dados Coletados. 165 166. 3.6 SÍNTESE DO PROJETO. 166. 4 APRESENTAÇÃO DOS CASOS ESTUDADOS. 168. 4.1 CASO 1 – CIDADE DIGITAL: SALVADOR NO ESTADO DA BAHIA. 168. 4.2 CASO 2 – CIDADE DIGITAL: MACEIÓ NO ESTADO DE ALAGOAS. 182. 4.3 CASO 3 – CIDADE DIGITAL: LAURO DE FREITAS NO ESTADO DA BAHIA 193 4.4 CASO 4 – CIDADE DIGITAL: CAMPINAS NO ESTADO DE SÃO PAULO 194 4.5 CASO 5 – CIDADE DIGITAL: BRASÍLIA NO DISTRITO FEDERAL. 210. 5 ANÁLISE DE DADOS. 221. 5.1 OS GRUPOS ANALISADOS 5.1.1 Cidade do Salvador – Bahia 5.1.2 Cidade de Maceió – Alagoas 5.1.3 Cidade de Lauro de Freitas – Bahia 5.1.4 Cidade de Campinas – São Paulo 5.1.5 Cidade de Brasília – Distrito Federal. 222 224 226 228 230 232. 5.2 ORGANIZAÇÃO DOS DADOS COLETADOS. 234. 5.3 CODIFICAÇÃO DOS DADOS. 238. 5.4 APURAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS DE CADA CIDADE 5.4.1 Cidade do Salvador – Bahia 5.4.2 Cidade de Maceió – Alagoas 5.4.3 Cidade de Lauro de Freitas – Bahia 5.4.4 Cidade de Campinas – São Paulo 5.4.5 Cidade de Brasília – Distrito Federal 5.4.6 Totalização da análise. 240 242 249 257 264 272 280. 5.5 CATEGORIZAÇÃO DOS DADOS 5.5.1 Categorização dos Resultados em relação ao Macrocontexto 5.5.2 Categorização dos Resultados em relação à Pergunta de Partida. 283 284 285.

(20) 6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS. 288. 6.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS EM RELAÇÃO À PERGUNTA DE PESQUISA 288 6.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS EM RELAÇÃO AO REFERENCIAL TEÓRICO 297 7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS APÊNDICE A – Questionário Gestor público - GP APÊNDICE B – Questionário Cidadão Usuário - CdU APÊNDICE C – Questionário Cidadão Não-Usuário - CdNU APÊNDICE D – Relatório QSR VIVO Estrutura de Nó APÊNDICE E – Relatório QSR VIVO Resumo da Codificação por Nó APÊNDICE F – Relatório QSR VIVO Resumo da Fonte APÊNDICE G – Relatório QSR VIVO Resumo do Nó APÊNDICE H – Resumo das respostas dos Cidadãos Usuários – Cidade: Salvador APÊNDICE I – Resumo das respostas dos Cidadãos Não Usuários – Cidade; Salvador APÊNDICE J – Tabulação das respostas e cálculos dos percentuais de todas as cidades. 315 322 337 346 348 350 353 356 359 370 375 381.

(21) 19. 1- INTRODUÇÃO. “Os particulares vêem o bem que rejeitam: o público quer o bem que não vê. Todos têm igualmente necessidade de guias: a uns, é necessário obrigar conformar suas vontades à razão; a outros, é necessário ensinar a conhecer aquilo que querem. Então, a união do entendimento da vontade no corpo social resulta das luzes públicas; daí o perfeito acordo entre as partes, e finalmente a maior força do todo.” (ROUSSEAU, 1996, p. 99).. Dentro de um contexto militar e de pesquisa governamental, a Internet surgiu nos Estados Unidos como grande advento tecnológico do final do século XX, permitindo ampla conexão e troca de informações de forma relativamente livre. A revolução sócio-econômico-científica, resultante das pesquisas avançadas em tecnologia de informação e comunicação, vem permitindo um aumento significativo da eficiência e qualidade dos serviços através do estudo e implantação das melhores práticas existentes no mercado, envolvendo vários segmentos, destacando-se os que envolvem a gestão da informação, dos meios financeiros e dos recursos humanos, ou seja, ganhos na prestação de serviços, associados assim à gestão das organizações complexas. A velocidade de circulação e acesso à informação (nem sempre associada à confiabilidade de seu conteúdo) é facilitada pela configuração de estruturas em rede: opções tecnológicas que permitem melhorar a qualidade dos processos operacionais e de decisão, com consequente redução de custos e obtenção de ganhos de eficiência e eficácia. Tais ganhos, pelo que pode se observar, certamente não são ignorados pelos Estados. O recente e rápido desenvolvimento das TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação tem provocado profundas alterações nas relações comerciais, sociais e políticas, alterando conforme Castells (2003), a soberania e funcionamento do Estado. O tema Governo Eletrônico ingressou nas agendas governamentais como assunto de grande relevância, notadamente associado aos movimentos de reforma do Estado e transformações da administração pública na era da informação (FERNANDES, 2006), visto por grande parte da literatura como um dos resultados do próprio processo de reforma, configurando-se como um dos instrumentos para a modernização da gestão pública e para dotar o governo de mais eficiência..

(22) 20. O próprio Castells (1999) e Levy (1999) procuraram relacionar essas novas ferramentas de TIC às novas formas de interação social, que poderiam estar modificando a dinâmica das forças políticas e a sua relação com a sociedade civil. Segundo Azizan et al. (2011), as tecnologias e técnicas de Governo Eletrônico são utilizadas no mundo contemporâneo, principalmente via websites para estabelecer relacionamento, prover recursos de conhecimento (informação e serviços) aos usuários (stakeholders), particularmente cidadãos, empresas e outros órgãos governamentais, atendendo, segundo Sagheb-Tehrani (2010), tanto as necessidades dos usuários internos como externos, através de tecnologias efetivas, serviços de entrega eficiente e engajamento tanto da administração pública quanto da comunidade. Para Santinha e Castro (2010), os desafios emergentes da economia do conhecimento têm provocado, na agenda da maioria das nações, a priorização e o crescimento do planejamento e pesquisa governamental sobre a gestão do conhecimento. Sendo, nesse caso, conhecimento definido no escopo dos recursos de conhecimento governamental (informações e serviços relevantes, precisos e úteis), explícito e disponível para os usuários nos websites governamentais, bem como através das interações via redes e mídias sociais, movimentando informações não só relevantes como importantes, tanto para os cidadãos como para as instituições públicas. Para Castells (2013), a contínua transformação da tecnologia da comunicação na era digital, amplia o alcance dos meios de comunicação para todos os domínios da vida social, numa rede que é simultaneamente global e local, genérica e personalizada, num padrão em constante mudança, uma mudança fundamental que ele chamou de autocomunicação - uso da Internet e das redes sem fio como plataforma de comunicação digital. A autocomunicação de massa fornece a plataforma tecnológica para a construção da autonomia do ator social, seja ele individual ou coletivo, em relação às instituições da sociedade. [...] Assim, enquanto as redes de comunicação processam a construção de significado em que se baseia o poder, o Estado constitui a rede-padrão para o funcionamento adequado de todas as outras redes de poder. [...] é construído um espaço híbrido [...] conectando o ciberespaço com o espaço urbano numa interação implacável e constituindo, tecnológica e culturalmente, comunidades instantâneas de práticas transformadoras. (CASTELLS, 2013 p. 15 - 20). A participação popular surge, então, como canal privilegiado de acesso ao poder político, ao mesmo tempo em que as novas TIC possibilitam a ampliação do poder aparente do cidadão comum em relação ao governo. Surgem novas demandas por parte.

(23) 21. da sociedade, novos interesses, novas ideias que devem ser incorporadas pelos governos e que exigem um alto grau de inovação no seu atendimento, sendo facilitada através da inclusão das novas TIC, nos processos de Governo Eletrônico para prática constante da democracia. A evolução tecnológica associada à revolução da informação e, aliada a ainda escassa comunicação e coordenação entre as novas demandas sociais e as formas de governo tradicional, faz com que seja necessário não só a abertura de canais, como também a abertura política para a participação do cidadão, criação de novos modos de representação política. Assim, como uma alternativa a essas aceleradas mudanças, passa a ser difundido o uso de ferramentas digitais, que propiciem a interação entre os cidadãos e o Governo, em tempo real. Como resultado, os instrumentos de participação democrática proporcionados pelas novas tecnologias, através das vertentes da democracia, possível através dos meios digitais (e-democracia), a participação do cidadão através de canais digitais (eparticipação) e a prática da cidadania por meios digitais (e-cidadania), representam a possibilidade de ampliação do espaço público e a consequente inserção organizada de setores diversos e cidadãos, nos processos de definição de políticas públicas. A democracia digital ou e-democracia envolve “todos os meios de comunicação que permitem empoderar o cidadão em seu esforço de incrementar a transparência do processo político e elevar o compromisso direto e participativo do cidadão”. (SANTOS et. al., 2010, p. 2049) Principalmente a partir da última década, começam a surgir estudos sobre esses temas e por isso, seguindo a tendência dos estudos realizados nessa área e relacionados às ferramentas digitais, serão utilizados nessa tese os termos: democracia digital ou e-democracia; participação digital ou e-participação e cidadania digital ou ecidadania , representando a prática de todos esses conceitos – democracia, participação e cidadania - através da utilização de ferramentas digitais. Uma das principais premissas discutidas sobre a democracia digital é que ela deva ser o governo do visível sem nada permanecer escondido, é fundamental não só que seja garantido acesso de todos os cidadãos aos serviços e informações governamentais, bem como permitida a sua participação no desenvolvimento da política governamental,.

(24) 22. exercendo a democracia digital em todas as esferas da vida pública: federal, estadual e municipal. As experiências têm mostrado que movimentos como a transformação das cidades em cidades digitais, a implementação e melhorias de processos de governo eletrônico, são projetos evolutivos e de maturação gradativa, uma vez que sua complexidade vai aumentando, e as soluções demandam progressivamente mais planejamento, investimentos financeiros, tempo e vontade política para serem disponibilizadas. A cada passo dado, as restrições legais, políticas e culturais, os limites de proteção e acessibilidade aos dados individuais e a pressão sobre o desempenho e manutenção do nível de serviço são crescentes, mas precisam ser estudados e debatidos para que de fato ocorra essa evolução. A percepção, portanto, dessa necessidade de transformação e evolução, da relação existente entre governo eletrônico, cidades digitais, a difusão dessa inovação, a eparticipação e a construção da cidadania digital no Brasil, além da carência de pesquisas sob esse enfoque, remete à necessidade do aprofundamento de estudos nessas áreas. Estudos que estabeleçam essa relação, seus fatores de conexão, bem como as consequências e impactos existentes entre essas questões, principalmente no âmbito de elementos cruciais como saúde, educação ou segurança pública, esse último constituindo-se o recorte estudado nesse projeto. No que se refere à questão da segurança pública, tema de investigação desse trabalho, atualmente segundo Gomes e Garcez (2013), o Brasil é o terceiro país mais violento da América do Sul, com taxas inferiores apenas a Colômbia e a Venezuela e, a participação cidadã torna-se fator fundamental na construção de uma relação importante no enfrentamento e na reversão desse quadro. Essa tese procurou, portanto, investigar quais os canais de participação digital cidadã (e-participação) e seus atributos de operabilidade, devem ser disponibilizados nos processos de Governo Eletrônico da Segurança Pública, na perspectiva do usuáriocidadão das cidades digitais, que possam vir a influenciar a construção da cidadania digital nessas cidades.  .

(25) 23. Essa reflexão procurou ampliar os conhecimentos teóricos na área, permitindo aprofundar os estudos sobre participação e cidadania praticadas e que podem vir a ser praticadas, através de meios eletrônicos, de forma a influenciar o conceito de democracia. Da mesma forma, pode permitir a sensibilização dos órgãos governamentais quanto à incorporação e operacionalização desses canais e atributos de operabilidade, que se trabalhados em constante interação, podem, através da participação digital, auxiliar no planejamento, implantação e operacionalização de políticas públicas, que possam obter maior eficiência e eficácia dessa atividade. O estudo, portanto, da relação entre os elementos: cidades digitais, Governo Eletrônico em segurança pública, e-participação nesses processos e a análise do impacto gerado na prática democrática de cada cidade, busca ampliar o conhecimento nessa área, bem como contribuir para a construção de políticas públicas, permitindo a efetiva prática da cidadania digital e ampliação do desenvolvimento da sociedade no caminho de uma sociedade democrática.. 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO. O surgimento das ferramentas digitais de informação e comunicação tem desafiado o Estado a explorar novas formas de conexão política com os seus cidadãos. Nos últimos anos, o Estado em seus diversos níveis (nacional, regional e local) e em suas clivagens internas (Executivo, Legislativo e Judiciário) tem investido recursos, atenção e políticas públicas no uso da Internet, como elemento estruturante de novos canais de comunicação com o cidadão. O entendimento de Governo Eletrônico, segundo Fernandes (2006), surgiu para designar o processo de transformações nas estruturas e relações internas e externas dos vários níveis do Estado e da Administração Pública, através da incorporação e da potencialização das Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC, quer no plano das relações internas (G2G – Government to Government), quer no das relações externas (G2B e G2C - Government to Business e Government to Citizens). Vindo a oferecer serviços públicos mais eficientes e orientados ao cidadão, serviços de.

(26) 24. qualidade, informação confiável e mais conhecimento, de modo a facilitar o acesso aos processos de governo e encorajar a participação do cidadão. Dessa forma, o Governo Eletrônico pode ser reconhecido como uma oportunidade de repensar a forma como governos prestam serviços aos cidadãos, atendem às necessidades dos usuários de informação governamental e criam ambientes com alto grau de accountability e participação na elaboração e condução das políticas públicas. As políticas de Governo Eletrônico (e-gov) são vistas como instrumentos essenciais para a prestação de serviços públicos, assim como para a extensão dos mecanismos de participação e responsividade da administração pública. Basicamente, para o Comitê Executivo do Governo Eletrônico - CEGE (2004), a relação entre sociedade civil e governo, através do e-gov na busca pela cidadania digital, passa pelos seguintes estágios: 1. Abertura de possibilidades participativas principalmente na utilização de serviços públicos. 2. Abertura do fluxo de informação à participação do cidadão como produtor de informação. 3. Aproximação entre a sociedade civil e a esfera política através de comunicação livre e sem intermediários. 4. Participação do cidadão no debate político. 5. Facilidade de desenvolvimento de redes de cooperação e deliberação locais, nacionais e internacionais. O conceito de Governo Eletrônico, para Chen et al. (2009), vai além da atividade de fazer uso das TIC pelas instituições governamentais para melhorar a sua eficiência operacional e eficácia na satisfação das necessidades dos cidadãos e prestação de serviços. Apesar da difusão mundial de iniciativas de Governo Eletrônico, uma transição adequada para a prática da democracia e conquista da cidadania digital pode levar tempo, em função não só de razões tecnológicas, bem como de organização, vocação e vontade política. Pinho (2008) sintetiza tais questões e avança na discussão ao reforçar um conceito ampliado de Governo Eletrônico, que não se limita ao uso das TIC para provisão de serviços, incorporando a variável política na sua definição. Para este autor, dado o avanço da tecnologia, o Governo Eletrônico não deve ser visto apenas por meio da.

(27) 25. disponibilização de serviços on-line, mas também, pela vasta gama de possibilidades de interação e participação entre governo e sociedade e pelo compromisso de transparência por parte dos governos. Em outras palavras, as TIC contêm um enorme potencial democrático, desde que haja definição política no sentido da participação popular e da transparência.[...] A forma ampliada de Governo Eletrônico não nega as conquistas da forma restrita, mas passa a considerar duas frentes interconectadas: por um lado, um Estado mais responsivo, aberto à participação da sociedade e transparente e, por outro, considera um papel protagonista da sociedade civil, atribuindo a essas possibilidades, por intermédio dos cidadãos e/ou de movimentos sociais, de checar, aferir, controlar o governo (de maneira mais geral, o próprio Estado) e, ainda, de assumir um papel propositivo. (PINHO, 2008, p. 477).. Essas proprosições devem vir a contemplar as políticas públicas, já que segundo Alvin (2006), política é a arte de governar, é o uso do poder para defender seus direitos de cidadania. A idéia da política é ter uma forma de organizar a sociedade, em seus diversos âmbitos, evitando que chegue a um caos tratando-se da convivência dos diferentes. É isso que a torna tão complexa em sua execução e finalidade, o de manter a ordem pública, defesa do território nacional e o bem social da população. Ela é fundamental na vida de todos, pois através da política se constrói a vida da população, não se pode ingenuamente se abster, cabe a população a discussão e pressão aos governantes. Segundo Alvin (2006), a palavra “Política” tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em polis ou cidades-estado (daí derivam palavras como politiké ou seja política em geral e politikós, ou seja, pertencente aos cidadãos) e indicava todos os procedimentos relativos à pólis ou cidade-Estado. Política, para Alvin (2006), denomina arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados, quer aplicado aos assuntos internos da nação (política interna) quer aos assuntos externos (política externa). Nos regimes classificados como democráticos, a exemplo do Brasil, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância. A política, segundo Friedrich (1971),. como forma de práxis humana, está. estreitamente ligada ao poder. O poder político é o poder do homem sobre outro homem. Para esse autor, o poder político se baseia na posse dos instrumentos com os quais se exerce a conjunção de três outros poderes: 1. O poder normativo, ao obedecer-se a normas, procedimentos, protocolos..

(28) 26. 2. O poder manipulativo, oferecendo-se reconhecimento – recompensa pela exercício da obediência. 3. O poder coercitivo, com as punições vinculadas à não obediência. Um jogo político equilibrado de poder envolve o entender e o saber usar dos poderes pelos envolvidos no processo, resumidamente governo-empresa-cidadão. Nesse jogo, segundo Alvin (2006), há três características: 1. Exclusividade: a tendência de não se permitir a organização de uma força concorrente. 2. Universalidade: a capacidade de se tomar decisões para toda a coletividade. 3. Inclusividade: a possibilidade de intervir, de modo imperativo, em todas as esferas possíveis de atividades de membros do grupo e de encaminhar tais atividades aos fins desejados ou de desviá-las de um fim não desejado. Nesse contexto cabe a seguinte pergunta: Será que o cidadão sabe utilizar-se desse exercício de política (e de poder)? O cidadão é o habitante da cidade, mas no olhar político, cidadão é o habitante de um Estado livre, com direitos civis e políticos. Para Alvin (2006), não são apenas os direitos políticos que definem o cidadão, mas os direitos civis e sociais. De forma resumida, pode-se dizer que os direitos de cidadania reúnem os direitos políticos, civis e sociais e que, a concepção de Direitos Humanos, que derivou da criação do Direito Internacional dos Direitos Humanos, procura fortalecer e estreitar as relações entre direitos individuais e direitos sociais, de modo a afirmar a indivisibilidade de todos os Direitos Humanos. Este é o entendimento comum do que é ser cidadão, apoiado num conjunto de direitos e deveres que definem a cidadania em suas várias facetas, entre elas a cidadania digital, que segundo Anjos e Ezequiel (2006) é realizada prioritariamente através das tecnologias de Governo Eletrônico, já que, dos elementos constituintes do Governo Eletrônico, tal discussão tem impacto direto no G2C (Government to Citizens), nas relações externas que envolvem a interação com os indivíduos-cidadãos. O exercício da cidadania digital, os meios tecnológicos e práticas de Governo Eletrônico para fazê-la efetiva, principalmente através da participação digital (e-.

(29) 27. participação), podendo utilizar as redes ou mídias sociais, demanda um olhar crítico e, por isso mesmo, estruturado. Para Lemos (2006), exercer o papel de cidadão digital é viver num contexto que permita isso, tal contexto são as cidades digitais que, através das TIC, possibilitarão a interação com o poder público de forma a contribuir com o alcance dos seus objetivos como cidades. Os objetivos das cidades são descritos por Castells e Borja (1996), como a criação de uma nova base econômica, infraestrutura urbana, qualidade de vida, segurança, integração social e governabilidade, já que somente gerando uma capacidade de resposta a estes propósitos, as cidades poderão, por um lado, ser competitivas para o exterior e inserir-se nos espaços econômicos globais, por outro, dar garantias a sua população de um mínimo de bem-estar, para que a convivência democrática possa se consolidar. Com o objetivo de possibilitar esse caminho, os governos têm trabalhado e desenvolvido diversas iniciativas, como o início do projeto de criar cidades digitais para ampliar a inclusão digital, até então projetos de exclusividade de algumas cidades. Apesar da iniciativa isolada de várias brasileiras, muitas outras ainda se encontram totalmente desconectadas da nova realidade virtual imperante no mundo. O projeto das Cidades Digitais do Governo Federal foi elaborado a partir da análise de pesquisas realizadas, que demonstraram a inexistência ou dificuldades de acesso às TIC em determinadas regiões e camadas da população e isso se reflete numa maior dificuldade na prestação dos servições públicos, assim como deixa isolada uma grande parte da população, que não participa da realidade digital na atual sociedade da informação. Com base em pesquisas realizadas pelo NIC.br – Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (2015) do CGI.br - Comitê Gestor da Internet no Brasil, pode-se observar na tabela 1 que 49% dos domicílios pesquisados ainda não dispõem de computador (computador pessoal ou de mesa – Desktop), principalmente nas famílias com renda inferior a um ou até dois salários mínimos (83% e 62% respectivamente), sendo esse percentual extremamente elevado, independente da renda, tanto na área urbana (45%) e principalmente na área rural (76%) e em termos.

(30) 28. de região, nas regiões norte (66%) e nordeste (62%) e em números absolutos na região sudeste (40%), principalmente pelo custo elevado. Para o CGI.br (2015), os resultados da pesquisa apontam a manutenção de desigualdades de acesso entre áreas urbanas e rurais ao longo da série histórica e verifica a persistência de desigualdades socioeconômicas quanto à presença de computador no domicílio. “Se, de um lado, nas famílias de classe A, a presença do equipamento está praticamente universalizada (99%), na classe DE, o percentual de domicílios com computador é de 14%.” (NIC, 2015 p. 136). São estatísticas que demonstram que, mesmo com a redução de preços dos equipamentos e popularização da cultura da sociedadade da informação, ainda há uma grande parte da população alijada dessa realidade.. Tabela 1: Percentual de Domicílios com Computador Percentual (%) Área. Região. Renda familiar. Total Urbana Rural Sudeste Nordeste Sul Norte Centro-Oeste Até 1 SM Mais de 1 SM até 2 SM Mais de 2 SM até 3 SM. Sim. Não. 50 55 23 59 37 57 33 48 17. 49 45 76 40 62 43 66 52 83. Não sabe / Não respondeu 1 0 0 1 1 0 1 0 0. 37. 62. 0. 61. 38. 0. Nota. Considerando-se computadores de mesa/desktop, computadores portáteis/laptops e tablets. Base: 65.129.753 de domicílios. Dados coletados entre outubro de 2014 e março de 2015. Fonte: Adaptado pela autora a partir de dados do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (2014). Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação no Brasil: TIC Domicílios e TIC Empresas 2014. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil.. Pode-se observar na tabela 2, que indica os motivos percentuais da falta de computador, que, excluindo-se o motivo do custo elevado que é um fator inibidor objetivo, há um grande percentual de falta de interesse, necessidade e habilidade (fatores subjetivos), demonstrando desconhecimento das potencialidades das TIC e falta de confiança na sua utilização. Observa-se também, que as respostas da área rural tendem a não refletir a real situação de conhecimento e entendimento do assunto,.

(31) 29. quando apresentam percentuais inferiores aos da área urbana para citar os motivos existentes.. Tabela 2: Percentual de Domicílios sem Computador, por motivo de falta de computador Motivo (%) Urbana Rural Custo elevado 53 62 Falta de interesse 45 34 Falta de necessidade 41 34 Falta de habilidade 36 34 Por ter acesso em outro local 16 9 Não sabe ou não respondeu 1 0. Total 55 43 39 35 14 1. Nota. Base: 32.247.825 de domicílios. Respostas múltiplas e estimuladas. Dados coletados entre outubro de 2014 e março de 2015. Fonte: Adaptado pela autora a partir de dados do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (2014). Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação no Brasil: TIC Domicílios e TIC Empresas 2014. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil.. A pesquisa demonstrou também que, em relação aos domicílios que possuem computador, ainda há um grande problema de acesso à Internet. A tabela 3, mostra que apenas metade dos domicílios pesquisados ( 50%) têm acesso à Internet, ou seja, 50% não tem acesso e esse número é ainda mais elevado nas camadas de renda inferior a um ou até dois salários mínimos (83% e 63% respectivamente), nas regiões norte (65%) e nordeste (63%), ainda que seja elevado em regiões mais desenvolvidas como sul (49%) e sudeste (40%) e principalmente na área rural (78%). Para o CGI.br (2015), o custo elevado aparece como o principal motivo para não ter acesso à Internet, citado em 49% dos domicílios sem conexão, o que indica que a Internet segue sendo um item de alto custo para o orçamento dos brasileiros e por isso inacessível para uma grande parte da população. “Ademais, em 30% dos domicílios sem Internet, a falta de habilidade é apontada como razão para a ausência de Internet no domicílio, em especial para a classe DE, na qual o indicador alcança o seu maior percentual (39%).” (CGI.br, 2015 p. 143)..

(32) 30 Tabela 3: Percentual de Domicílios com Acesso à Internet Percentual (%) Área. Região. Renda familiar. Total Urbana Rural Sudeste Nordeste Sul Norte Centro-Oeste Até 1 SM Mais de 1 SM até 2 SM Mais de 2 SM até 3 SM. Sim. Não. 50 54 22 60 37 51 35 44 17. 50 46 78 40 63 49 65 56 83. Não sabe / Não respondeu 0 0 0 0 0 0 0 0 0. 37. 63. 0. 59. 41. 0. Base: 65.129.753 de domicílios. Dados coletados entre outubro de 2014 e março de 2015. Fonte: Adaptado pela autora a partir de dados do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (2014). Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação no Brasil: TIC Domicílios e TIC Empresas 2014. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil.. Interessante notar na tabela 4, que os fatores subjetivos tem percentual extremamente elevados para justificar nunca terem utilizado a Internet, ou seja o desconhecimento e habilidade de como usar, a falta de interesse e a falta de percepção da necessidade, são fatores que ultrapassam os 50% chegando a quase 70% nos motivos de falta de habilidade e interesse na área urbana, que possuem nível de informação mais elevado. Na área rural esses percentuais são também os mais altos, ainda que em menor proporção que na área urbana. Este é um panorama que se assemelha à preocupação expressa por Charles Ferguson (apud Mossberger, Tolbert e McNeal, 2008), quando dizia que é uma preocupação crescente o fato do acesso desigual aos serviços de Internet estar contribuindo para as desigualdades cada vez maiores na renda, saúde e poder, ou seja, em vez do advento da Internet estar ampliando o acesso do cidadão às tecnologias e ao conhecimento, está ampliando as desigualdades, já que a inclusão digital precária faz com que um grande número de pessoas fique cada vez mais a margem da sociedade e consequentemente da economia e renda, saúde, educação e mais ainda de participar do poder, da política. A inclusão digital segundo Mossberger, Tolbert e McNeal (2008), é uma política pública, que não pode estar dissociada de outras políticas públicas necessárias que tratem sobre a disponibilização de tecnologia, acesso a equipamentos e o incentivo da aquisição de habilidades digitais, entre aqueles que são menos propensos a tê-las -.

(33) 31. trabalhadores de baixa renda, com menos instrução e desempregados. “Duas dimensões que influenciam a adoção individual de tecnologia de banda larga são sua disponibilidade e acessibilidade.” (MOSSBERGER, TOLBERT e McNEAL, 2008, p. 124) Essas estatísticas demonstram claramente que, a democratização das TIC ainda tem um caminho longo a percorrer no Brasil, já que não adianta apenas disponibilização de aparato tecnológico (ainda insuficientes), sem de fato a informação e conscientização dos benefícios da sua utilização, bem como da capacitação para essa utilização. Tabela 4: Proporção de indivíduos, por motivos para nunca terem utilizado a Internet Motivo (%) Urbana Rural Falta de habilidade 68 67 Falta de interesse 68 46 Falta de necessidade 52 39 Por ser muito caro 32 36 Por não ter onde usar 27 33 Por preocupação com segurança 17 12 Para evitar contato conteúdo perigoso 15 11 Não sabe ou não respondeu 0 0. Total 68 63 48 33 28 16 14 0. Nota. Base: 67.037.443 pessoas que nunca usaram Internet. Respostas múltiplas e estimuladas. Dados coletados entre outubro de 2014 e março de 2015. Fonte: Adaptado pela autora a partir de dados do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (2014). Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação no Brasil: TIC Domicílios e TIC Empresas 2014. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasi. “A análise da base histórica do módulo Governo Eletrônico da pesquisa em estudo demonstrou que o crescimento do acesso aos serviços de e-Gov ao longo de seis anos foi significativo, passando de um patamar de 22% em 2008 para 34% no levantamento mais recente.” ( LOBATO e AGUIAR, 2015 p. 74 ) Ainda assim, observa-se um modesto percentual de utilização do e-gov, e, mesmo os que utilizam, o fazem mais para obter informações ou serviços básicos, do que para se apropriar da ferramenta, como uma ferramenta de ampliação da cidadania. As políticas de Governo Eletrônico (e-gov) foram elaboradas como instrumentos essenciais para a prestação de serviços públicos eletrônicos, assim como para a extensão dos mecanismos de participação e responsividade da administração pública, entretanto há resistência à utilização desses canais pela maior parte da população, ainda que em alguns segmentos da administração pública haja a oferta de canais de comunicação digitais com a administração pública. De acordo com a pesquisa realizada pelo CGI.br (2015), das pessoas pesquisadas na amostra que constituem a base de 79.367.329 pessoas (usaram a Internet há menos.

(34) 32. de três meses em relação ao momento da pesquisa), 50% do total de pessoas pesquisadas não utilizaram serviços de Governo Eletrônico no período de um ano, sendo que na área urbana esse percentual é de 48% e na área rural amplia-se para 71%. Esta resistência encontra fundamento baseado na cultura local, onde do total de pessoas que não utilizaram esses serviços, conforme tabela 5, 53% informou que prefere o contato pessoal (percentual alto nas áreas urbana (54%) e rural (46%)), demonstrando a crença de que apenas consegue informação ou solução para suas demandas, caso haja o contato pessoal. Além disso, outros motivos interessantes apareceram como a questão da utilização da tecnologia, já que 16% da população, chegando a 26% na região norte, considera que utilizar a Internet para contato com a administração pública é muito complicado, o que demonstra que não só a disponibilização do serviço é garantia de utilização. Por último, a pesquisa aponta que nem sempre o retorno é efetivo, já que 10% dos entrevistados afirmam não receber o retorno às suas solicitações, sendo esse percentual ampliado na região centro-oeste (12%) e norte (18%) e para a camada com renda de três a cinco salários mínimos (12%) e que consequentemente tem um nível de exigência maior que a grande maioria da população, o que, como causa, já envolve a questão dos processos de Governo Eletrônico, sua eficiência e credibilidade. A preocupação com a proteção e segurança de dados pessoais aparece como um dos motivos para não exercer a participação digital na ordem de 16% no total, com maior percentual na região norte (31%). Como, ao responder a pergunta não está claro que nos processos de Governo Eletrônico estão envolvidos todos os processos, entre eles os processos de segurança pública, o percentual não aparece muito elevado, quando na prática da participação digital cidadã nos processos de governo eletrônico da segurança pública, esse seja um percentual muito relevante para a não participação. [...] todas as formas de contato com o governo ou instituições públicas investigadas na TIC Domicílios – e-mail, redes sociais e formulários eletrônicos, batepapo ou chat dos sites dos órgãos públicos – foram utilizadas por apenas 8% dos usuários de Internet com 16 anos ou mais, o que demonstra que ser um usuário de Internet não significa ser um usuário de eGov, mesmo quando se trata de ferramentas de comunicação que são conhecidas e utilizadas pela maior parte dos usuários de Internet com outras finalidades . (GGI.br, 2015 p. 163).

(35) 33 Tabela 5: Motivos para não exercer a e-participação no Governo Eletrônico Usar a Internet Prefiro fazer o para contato com Percentual (%) contato a administração pessoalmente pública é muito complicado Total 53 16 Urbana 54 17 Área Rural 46 09 Sudeste 51 14 Nordeste 56 17 Região Sul 51 13 Norte 54 26 Centro-Oeste 59 20 Até 1 SM 49 16 Mais de 1 até 2 18 57 Renda SM familiar 13 Mais de 3 até 5 51 SM. Dificilmente recebo retorno (resposta) às minhas solicitações 10 11 08 09 10 08 18 12 13 11. Preocupação com proteção e segurança dos dados 16 17 07 14 17 12 31 24 18 26. 12. 17. Nota. Base: 38.668.232 de pessoas que usaram a Internet há menos de três meses em relação ao momento da pesquisa, mas não utilizaram serviços de Governo Eletrônico há menos de 12 meses em relação ao momento da entrevista. Respostas múltiplas e estimuladas. Cada item apresentado se refere apenas aos resultados da alternativa "sim". Dados coletados entre outubro de 2014 e março de 2015. Fonte: Adaptado pela autora a partir de dados do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (2015). Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação no Brasil: TIC Domicílios e TIC Empresas 2014. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil.. Anjos e Ezequiel (2011) argumentam que não só há pouca utilização desses canais devido à dificuldade de acesso da população pelos dados expostos anteriormente, bem como mesmo tendo sido concebido para ser um novo e eficiente canal de comunicação entre Estado e cidadãos, o e-gov ainda funciona (muitos anos depois de implantado) muito mais como um quadro de avisos eletrônico, no qual as informações julgadas importantes por quem as publica são disponibilizadas e com pouquíssima possibilidade de interação, do que efetivamente um canal adicional expressivo de comunicação entre a administração pública e seus usuários. Numa pesquisa cuja amostra teve como base 79.267.329 de pessoas com 16 anos ou mais que usaram a Internet há menos de três meses em relação ao momento da entrevista, pode ser observado conforme os dados da tabela 6 que apenas 8% dos usuários de Governo Eletrônico participam em fóruns, chats e apenas 6% participaram de votações relacionadas aos assuntos de governo. Observa-se que o mesmo percentual de 8% foi registrado como o total que entrou em contato via redes ou mídias sociais, ou seja, a e-participação é praticamente nula e ainda mais quando se observa os valores da área rural (máximo de 3%) e das camadas menos favorecidas da sociedade (máximo de 4%)..

(36) 34 Tabela 6 Participação eletrônica por forma de contato com o governo Participação em Chats e Foruns. Percentual (%). Área. Região. Renda familiar. Total Urbana Rural Sudeste Nordeste Sul Norte Centro-Oeste Até 1 SM Mais de 1 SM até 2 SM Mais de 2 a 3 SM. 08 08 03 08 07 05 10 12 02 06 06. Participação via redes ou mídias sociais 08 09 03 08 07 07 14 13 04 05. Participação em votações via rede. 07. 06 06 02 05 05 05 06 10 02 04 05. Nota. Base: 79.367.329 de pessoas com 16 anos ou mais que usaram a Internet há menos de três meses em relação ao momento da entrevista. Respostas estimuladas e rodiziadas. Cada item apresentado se refere apenas aos resultados da alternativa "sim". Dados coletados entre outubro de 2014 e fevereiro de 2015. Fonte: Adaptado pela autora a partir de dados do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (2015). Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação no Brasil: TIC Domicílios e TIC Empresas 2014. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil.. Segundo o gráfico 1, os serviços relacionados à educação pública são os mais procurados ou realizados pelos usuários de Internet com 16 anos ou mais (24%), seguidos por aqueles referentes a impostos e taxas governamentais (23%). Já os serviços que se referem a transporte público e outros serviços urbanos – como limpeza, conservação de vias e iluminação (11%) – e outros sobre polícia e segurança – como boletins de ocorrência, antecedentes criminais e denúncias (7%) – foram os menos procurados ou realizados por esses usuários. (CGI.br, 2015 p. 161).

(37) 35. Gráfico 1 – Imagem do Gráfico da proporção de usuários por tipo de serviço público realizado via e-gov Fonte: CGI, 2015. Com relação, portanto ao aspecto relacionado à segurança pública, que será o recorte desenvolvido nessa pesquisa, observa-se, de acordo com a pesquisa 2013, (já que não foram pesquisados da mesma forma na atual pesquisa), que apenas 6% (valor elevado para apenas 7% em 2014) utilizam a Internet para fazer ocorrência policial. Na área rural alcança o inexpressivo percentual de 2%, e nas camadas de menor poder aquisitivo alcança no máximo 6 % de participação do total de usuários, sendo o alcance do irrisório percentual de 8% na camada mais rica da população, que possui mais acesso à tecnologia. Ainda em relação ao aspecto pesquisado e relacionado à segurança pública, observa-se que, apenas 5% da população busca informações sobre roubo de veículo na Internet, com percentuais máximos de 9% na região sul, valores que demonstram que hoje, ainda há pouca utilização de e-gov na segurança pública brasileira..

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