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O Parlamento Cabo- Verdiano aos olhos dos cidadãos: uma abordagem aos estudantes da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) – Cidade de Praia

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UNIVERSIDADE DE CABO VERDE

ENG – Escola de Negócios e Governação

O Parlamento Cabo-verdiano aos olhos dos

cidadãos:

Uma abordagem aos estudantes da Universidade

de Cabo Verde na Praia

IRELANDIA FERNANDES SOUTO AMADO

LICENCIATURA EM RELAÇOES PÚBLICAS E SECRETARIADO

EXECUTIVO

Orientador: Prof. Master Político Anatólio Lima

Praia – Cabo Verde

Setembro / 2012

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UNIVERSIDADE DE CABO VERDE – ESCOLA DE NEGÓCIO E

GOVERNAÇÃO

O Parlamento Cabo-verdiano aos olhos dos

cidadãos:

Uma abordagem aos estudantes da Universidade

de Cabo Verde na Praia

IRELANDIA FERNANDES SOUTO AMADO

LICENCIATURA EM RELAÇOES PÚBLICAS E SECRETARIADO

EXECUTIVO

Orientador: Prof. Master Anatólio Lima

Praia – Cabo Verde

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Dedicatória

Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus por sempre iluminar os meus caminhos, dando forças para superar obstáculos e instruindo-me para possibilitar a concretização de meus objectivos.

Aos meus familiares, meu filho Giovanni, meus maiores incentivadores e em cujos olhares percebo a razão da vida, num jeito de um profundo agradecimento pelos sacrifícios que assumiram perante as minhas ausências, estas ditadas pelo tempo que dediquei à minha formação universitária, em última análise, serão eles os principais beneficiários.

Também, dedico este trabalho aos meus colegas de turma pelo apoio firme que me deram para prosseguir no melhor ritmo a caminhada universitária, pelo que acredito que ao atravessar a meta lhes proporcionarei enorme alegria e despertarei neles o sentimento de orgulho pelo dever cumprido.

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, por sempre iluminar os meus caminhos, dando forças para superar obstáculos.

À Uni-CV por me ter proporcionado esta oportunidade formativa, aos Docentes da Uni-CV do 1º ao 4ºano pelo apoio que me concederam, tanto a nível académico como a nível pessoal. Ao meu professor e orientador Anatólio Lima, pelo seu apoio e pela colaboração e disponibilidade na elaboração deste meu trabalho.

Aos meus colegas da turma pelas ansiedades partilhadas e caminhada em conjunto, principalmente os do grupo de estudos.

Aos meus diversos familiares e amigos que aceitaram a minha ausência em vários momentos importantes das suas vidas, porque compreenderam a importância da minha formação universitária.

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Resumo Analítico

O presente trabalho demonstra, através de uma abordagem aos estudantes da Universidade de Cabo Verde na Praia, qual a percepção dos mesmos em relação ao Parlamento Cabo-verdiano. Apresenta um breve historial do Parlamento desde a Assembleia Constituinte até aos dias de hoje, analisa o grau de interesse do público-alvo desta pesquisa pelos serviços deste órgão de soberania e tenta perceber se a forma como este órgão tem desenvolvido as suas acções em termos de comunicação é a mais adequada para suscitar um maior interesse pelos seus serviços, com vista a melhorar a imagem externa do parlamento bem como a promoção de uma maior confiança dos cidadãos nos seus representantes, eleitos da Nação.

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Lista de abreviaturas

A.N- Assembleia Nacional

A.N.C.V- Assembleia Nacional de Cabo Verde

BO- Boletim Oficial

CE- Comissões Especializadas

CRCV- Constituição da República de Cabo Verde

ENG- Escola de negócios e Governação LOPE- Lei de organização política do Estado MPD- Movimento para Democracia

PAICV-Partido Africano da Independência de Cabo Verde

PAIGC- Partido Africano para Independência de Guiné e Cabo Verde PCCS- Plano de Cargos, Carreiras e Salários

PCD- Partido da Convergência Democrática PTS- Partidos do Trabalho e da Solidariedade RP- Relações Públicas

TIC´s- Tecnologia de informações e de Comunicações

UCID- União Cabo-Verdiana independente e Democrática Uni-CV- Universidade de Cabo Verde

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Índice

Introdução ...1

Problema de pesquisa...2 Objectivo geral...2

Objectivos específicos...3

Hipóteses...3 Metodologia ...3

CAPITULO I. Enquadramento Teórico...6

1.1 Conceito do Parlamento no regime democrático...6

1.2 A Estrutura do Parlamento ...6

1.3 Percepção ...7

1.4 Comunicação Organizacional...8

1.5 O Papel das Relações Públicas no contexto da imagem institucional...10

1.6 Construção da imagem Institucional ...12

CAPITULO II. O Parlamento da República de Cabo Verde...14

2.1 As fases do constitucionalismo do Parlamento Cabo-Verdiano...14

2.2 Evolução dos serviços de suporte técnico de gestão administrativa e

financeira na A.N.C.V...15

2.3 Composição do Parlamento Cabo-verdiano ...16

2.4 O Contributo das Relações Públicas na Imagem do Parlamento

Cabo-Verdiano...19

2.5 A estrutura Orgânica do Parlamento Cabo-Verdiano...21

(8)

2.7 Mecanismo de comunicação do Parlamento Cabo-Verdiano para o cidadão

29

2.8 A Importância do TIC no reforço da comunicação do Parlamento

Cabo-Verdiano...33

CAPITULO III. Apresentação de dados da pesquisa ...38

3.1Conclusões ...54

3.2 Limitações do estudo ...56

3.3 Principais recomendações ...56

Referências Bibliográficas ...i

Legislações/documentos oficiais ...ii

Referências Sitográficas... iii

Revistas ... iii

“Comunicação e política”, nova série, v.2, nº4, Agosto de 1995. ... iii

Anexos...iv

Organigrama da Assembleia Nacional...iv

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Índice de Tabela

Tabela 1: Amostra da pesquisa ...4

Tabela 2 - Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde IV Legislatura (1991)...18

Tabela 3 - Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde V Legislatura (1996) ...18

Tabela 4 - Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde VI Legislatura (2001)...18

Tabela 5: Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde VII Legislatura (2006) ...18

Tabela 6: Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde VIII Legislatura (2011) ...19

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Índice de Gráfico

Gráfico 1:Distribuição dos inquiridos por sexo ...38

Gráfico 2: Distribuição dos inquiridos por idade...39

Gráfico 3: Distribuição dos inquiridos por habilitações literárias ...39

Gráfico 4: Conhecimento de um deputado do círculo eleitoral a que pertence ...40

Gráfico 5: Meio de comunicação usado para acompanhar o trabalho parlamentar ...41

Gráfico 6: Avaliação da Suficiência dos meios de comunicação ...41

Gráfico 7: Classificação da imagem do Parlamento. ...42

Gráfico 8: Conhecimento do funcionamento do A.N. ...43

Gráfico 9: Avaliação do funcionamento da Assembleia Nacional ...44

Gráfico 10: Avaliação da organização dos serviços da Assembleia Nacional ...44

Gráfico 11: Avaliação do atendimento na Assembleia Nacional ...45

Gráfico 12: Satisfação em relação aos temas discutidos ...46

Gráfico 13: Comparação da Assembleia Nacional com outros órgãos de soberania ...47

Gráfico 14: Conhecimento do direito de participar nas acções do Parlamento ...48

Gráfico 15: Participação nas acções do Parlamento ...48

Gráfico 16: Frequência com que os deputados deviam estar com os eleitores...49

Gráfico 17: Contacto com o Deputado ...50

Gráfico 18: Grau de importância atribuído ao contacto de um deputado com o eleitor ...51

Gráfico 19: Cumprimento do papel do Deputado como representante dos cidadãos ...52

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Introdução

O presente trabalho de fim do Curso (TFC), subordinado ao tema “ O Parlamento Cabo-Verdiano aos olhos dos cidadãos: uma abordagem aos estudantes da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) – Cidade de Praia” surgiu na formulação da seguinte pergunta de partida:

Qual é a percepção que os estudantes da Uni-CV na Praia têm da organização e o funcionamento do Parlamento?

A escolha do tema supracitado foi motivado pelo estudo feito em Cabo Verde sobre “ Eficácia e Transparência do Parlamento na Era Digital” pelo Dr. Magalhães, (2005), Deputado e especialista português na utilização de novas tecnologias, onde se confirma que os cidadãos têm um conhecimento muito difuso das competências e actividades do parlamento apesar do elevado interesse dos cidadãos pelos assuntos do Parlamento.

Existe um nível crítico e de insatisfação no que se refere ao relacionamento Deputado/Cidadão. A maior parte dos entrevistados no referido estudo declaram nunca terem contactado um Deputado. Os cidadãos revelam consideravelmente o desconhecimento dos direitos que, nos termos da constituição e das leis, podem exercer perante o parlamento, tendo em conta que a maioria de cidadãos entrevistados sugere uma maior aproximação dos eleitos aos eleitores. Ainda sobre a mesma matéria, há um outro estudo sobre a Qualidade da Democracia e da Governação em Cabo Verde feito pelo Afro barómetro (2011), que também recomenda uma maior aproximação dos eleitos aos eleitores.

Partindo da pertinência desses estudos, surgiu a inquietação de se desenvolver este trabalho que pretende perceber se a forma como este órgão tem desenvolvido as suas acções em termos de comunicação é a mais adequada para suscitar uma maior interesse pelos seus serviços, com vista a melhorar a imagem externa do Parlamento bem como a promoção de um maior confiança dos cidadãos nos representantes eleitos da Nação. Propõe-se como metodologia de trabalho inteirar-se do percurso histórico da Assembleia Nacional de Cabo Verde, do conceito e importância do seu funcionamento no tocante à aproximação e reforço das relações entre o Parlamento e a sociedade, bem como, seu desempenho, numa perspectiva evolutiva, dos seus serviços, tendo em conta as inovações introduzidas no âmbito da Nova Lei orgânica (lei nº 83/VII/2011), aprovada no ano transacto.

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Problema de pesquisa

Em consequência da pergunta de partida, o presente trabalho visa analisar o modelo de Relações Públicas e de comunicação do Parlamento Cabo-Verdiano, identificando as suas deficiências e propondo soluções com vista a melhorar a relação deste importante órgão de soberania com os cidadãos.

Pretende-se com este trabalho obter um conjunto de dados e elementos que contribuam para a ponderação e adopção de medidas que facultem uma maior aproximação e estreitamento das relações entre os Cidadãos e o Parlamento, bem como uma melhoria significativa da projecção externa da vida parlamentar.

Quis-se por esta via, melhorar a imagem externa do parlamento, bem como a promoção de uma maior confiança dos cidadãos nos representantes eleitos da Nação e de suscitar um maior interesse dos Cabo-Verdianos pelos trabalhos do Parlamento, definindo uma estratégia de aproximação entre os cidadãos e a casa do Povo.

Objectivo geral

Diagnosticar a percepção dos estudantes da Universidade de Cabo Verde na Praia em relação ao Parlamento, analisando o grau de interesse deste público-alvo pelos serviços deste órgão de soberania e perceber se a forma como ele tem desenvolvido as suas acções em termos de comunicação é a mais adequada para suscitar um maior interesse pelos seus serviços, com vista a melhorar a imagem externa do parlamento bem como a promoção de uma maior confiança dos cidadãos nos representantes eleitos da Nação.

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Objectivos específicos

1. Identificar o mecanismo de comunicação entre o parlamento e o cidadão;

2. Diagnosticar o grau de expectativa que os estudantes da Universidade de Cabo Verde na Praia alimentam em relação ao papel do Parlamento no desenvolvimento do sistema político Nacional;

3. Analisar o perfil das pessoas que acompanham e interessam pelos trabalhos do Parlamento;

4. Propor sugestões de procedimentos necessárias à melhoria do relacionamento entre o parlamento e os estudantes da Universidade de Cabo Verde, sugerindo acções que visam melhorar a imagem do parlamento;

Hipóteses

 Há uma elevada percentagem dos estudantes da Universidade de Cabo Verde na Praia com uma boa imagem do parlamento no seu todo.

 O grau de expectativa dos estudantes da Universidade de Cabo Verde na Praia é muito elevado em relação ao parlamento no que concerne ao desenvolvimento do sistema político Nacional.

Metodologia

O tema foi desenvolvido com recursos à pesquisa bibliográfica e da aplicação de questionário. A pesquisa bibliográfica envolveu a consulta de livros, artigos, monografias, dissertações, teses, enfim, todo o material publicado à disposição. O levantamento bibliográfico foi realizado para a elaboração do referencial teórico, no qual foram apresentados os conceitos que serviram como base para a interpretação dos resultados.

A pesquisa de campo consistiu em recolher os dados junto dos estudantes da Universidade de Cabo verde na Praia, com base na aplicação do questionário junto a uma amostra representativa desta população, que inclui estudantes diurnos e nocturnos a partir do 3º ano dos diferentes cursos de licenciatura nos polos da ENG (Escola de Negócios e Governação) e

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do Campus de Palmarejo, com uma grande incidência nos estudantes do curso de Ciências Sociais – vertentes sociologia e ciências políticas. Esses alunos são confrontados pelos professores relativamente à matéria relacionada com a política, principalmente as Ciências Politicas que tiveram a oportunidade de debater o tema na sala de aula.

Também fizeram parte da amostra um pequeno grupo dos estudantes dos cursos de bacharelato e de mestrado.

Estrutura do questionário

O questionário é composto por três grupos a saber:

1. O primeiro grupo inclui questões acerca de característica da amostra (sexo idade, nível de instrução, estado civil).

2. O segundo grupo cobre as questões correspondentes aos interesses dos inquiridos sobre assuntos da Assembleia Nacional.

3. O terceiro grupo, Inclui questões a partir dos quais os inquiridos são convidados a responder sobre o grau de conhecimento das formas de participação cívica e do papel dos Deputados.

Todos esses grupos de questões foram formulados de acordo com os objectivos do presente trabalho.

A amostra da pesquisa está espelhada na tabela que se segue:

Tabela 1: Amostra da pesquisa

Unidades Orgânicas Universo de alunos AMOSTRA (5% de erro e 90% de confiança % de alunos por escolas AMOSTRA FINAL ENG 607 43,4 0,17 44 DCSH - Praia 1.171 83,7 0,33 84 DCT 1.718 122,9 0,49 123

A aplicação de questionários deu aos inquiridos a liberdade, clareza e anonimato nas suas respostas.

Utilizou-se um questionário misto com questões tanto abertas como fechadas permitindo, assim, que os inquiridos respondessem as mesmas perguntas e tivessem as mesmas

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alternativas de respostas já estabelecidas. O questionário aplicado para o estudo foi livre e espontânea, composto por 22 perguntas e a amostra da pesquisa foi de 250 inquiridos.

Também faz parte do questionário uma pequena informação de esclarecimento cujos dados identificados pelos estudantes serão tratados com o máximo sigilo tendo em conta que se trata de um trabalho académico.

Entretanto, a preocupação de sermos bem compreendidos, a análise e o tratamento de dados foram feitos de forma criteriosa e clara para não haver dúvidas na sua interpretação. Para tratamento dos dados obtidos optamos pelo programa informáticos como é o caso do SPSS e Excel como forma de facilitar a realização de gráficos e tabelas.

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CAPITULO I. Enquadramento Teórico

1.1 Conceito do Parlamento no regime democrático

Podemos encontrar várias definições do Parlamento de acordo com o contexto social, apresentando algumas variações de acordo com a sua estrutura mas não se põe em causa as suas funções.

Segundo Duverger Maurice (1985:117) “O Parlamento é uma instituição política formada por uma ou várias Assembleia, ou câmaras, cada qual, composta por um número bastante elevado de membros, dispondo de conjunto de poderes de decisão mais ou menos importante”.

Enquanto, Lijphart, Arend (2003:233) define o Parlamento de acordo com a terminologia inglesa, dizendo que ela é “um conjunto das duas câmaras (de Lordes e dos Comuns), unidas ao Rei para tomar decisões”.

Mas o Pasquino (2002:186) conceptualiza o Parlamento de uma forma diferente dizendo que é “uma Instituição que surge com o objectivo de limitar o poder”. Afirma que os Parlamentos são “ lugares onde se parlamenta, lugar de diálogo, de debate e de discussão dos representantes eleitos, entre o Governo e a Oposição”.

1.2 A Estrutura do Parlamento

Pasquino (2002: 187-188) caracteriza o Parlamento tendo em conta o número de câmaras. Segundo ele existe, dois tipos de Parlamento: Parlamento monocâmerário e bicamerário. Como sistema monocamerário mostra como exemplo os Países da Europa Ocidental, Dinamarca, Finlândia, Grécia, Portugal e Suécia. Na Europa de leste a Bulgária, a Eslovénia e a Ucrânia. Os países que adoptam o bicamerismo são, por exemplo, Rússia e Polónia. Os Parlamentos bicamerários diferenciam-se de forma relevante de acordo com as missões especializadas. A diferença dos poderes e de funções é mínima como no caso da Itália que possui uma Câmara dos Deputados com os mesmos poderes que o Senado. Apenas se diferencia pelo sistema eleitoral, pela idade dos eleitores e dos eleitos (18 e 21 para a câmara e 25 e 40 para o senado, respectivamente).

Noutros países a diferença entre as duas câmaras são mais acentuadas e dizem respeito ao modo de formação das duas câmaras e aos poderes que detêm. Quanto à modalidade de formação, a eleição pode ser directa (como no caso dos EUA) que tem um Senado composto

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por dois senadores de Estados, e de forma indirecta como é o caso de Alemanha onde os membros do “Bundesrat” são nomeados pela maioria governamental dos diversos “landers”.

Em relação aos poderes, as Câmaras altas têm menores poderes que as Câmaras baixas, como no caso da França e da Espanha que primam por uma maior autonomia local. No caso dos E.U.A as Câmaras altas têm mais poderes e é considerada a Câmara electiva com maiores poderes a nível mundial.

As câmaras baixas têm maior número de membros em relação às câmaras altas, com excepção para a câmara dos comuns.

Ainda Pasquino (2002:189) afirma que as câmaras altas são desprovidas de poderes e exercem pouca influência sobre os sistemas políticos salvo nos sistemas federais.

No entanto, Pasquino diz que as diferenças existentes nas segundas Câmaras pouco ou nada têm a ver com o sistema de governo. Por um lado, existem sistemas Parlamentares, como o da Dinamarca, da Grécia, da Noruega e da Suíça que são monocamerais e outros sistemas Parlamentares como o da Itália e o da Espanha que têm duas Câmaras, e os sistemas semipresidenciais como Portugal e Finlândia com uma só câmara. Segundo o autor a necessidade da criação de duas Câmaras nesses países de sistema de governos diferente, prima-se pela necessidade de representar de “modo válido e autêntico”.

1.3 Percepção

As pessoas podem formar percepções diferentes a partir dos mesmos estímulos graças a três processos perceptivos conforme explica Kottler e Armstrong (2003:130-131): atenção selectiva – tendências das pessoas em rejeitar a maioria das informações às quais são expostas – significa que o trabalho de comunicação tem que ser persistente e atractivo para divulgação da imagem de uma organização; nem sempre os estímulos causam a reacção esperada. Cada pessoa ajusta as informações recebidas a um conjunto de pensamento já existente. Distorção selectiva – tendência das pessoas a interpretar as informações recebidas de maneira que encaixam nos seus preconceitos – significa que uma pessoa pode receber informações negativas e positivas de uma organização, mas devido ao facto de estar inclinada à outra organização, ela provavelmente distorcerá essas informações e concluirá que é a melhor organização.

Então, significa que os profissionais de comunicação devem tentar entender o que o público pensa e a maneira como interpreta as acções de comunicação. Já a retenção selectiva, abrange

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todo o processo pelo qual as pessoas têm tendência em reter informações que reforcem as suas atitudes devido ao esquecimento daquilo que aprendem, lembrando-se de aspectos positivos de uma organização preferida e esquecendo-se dos aspectos positivos da outra organização. Este processo explica porque as instituições têm que ser persistentes nas suas acções de comunicação, para ter certeza que a sua mensagem não será esquecida.

Para Neves (2003:64) é importante conceituar a percepções quanto à imagem projectada pelas organizações sendo que percepção é captação de atributos, existentes ou não, reais ou imaginários, obtidos na entidade. Portanto, as percepções dos públicos em relação à imagem do Parlamento é o resultado entre as percepções negativas e positivas que o Parlamento passa aos seus públicos, quer interno como externo.

Enquanto Kottler e Armstrong (2003:130) explicam que “a percepção é o processo por meio do qual uma pessoa escolhe, elabora, analisa, as informações recebidas para formar uma visão significativa do mundo”. O ponto principal é que não depende apenas dos incentivos corporais, mas também dos incentivos do meio envolvente e das condições de cada um de nós. Uma pessoa pode perceber as acções de comunicação de uma instituição como ofensivo e enganoso, e outra, como acções penetrantes e importantes. Estas percepções influenciam na percepção dos públicos em relação à imagem de uma Instituição. Cada um reage de forma diferente perante uma instituição.

Por sua vez Sheth (2001:286) acrescentou que o processo perceptual ocorre em três fases; sensação, organização e interpretação. Para ele a sensação é o elemento mais importante do processo, pois se ele falhar, o estímulo não atinge a percepção.

1.4 Comunicação Organizacional

A boa imagem de uma organização depende da forma como a comunicação é transmitida aos públicos. A comunicação é, cada vez mais, um recurso estratégico ao alcance das organizações para que interfiram sobre o ambiente em que se inserem e enfrentam os processos de mudanças. Desta forma, o campo da comunicação organizacional legitima-se em razão da maior complexidade do ambiente organizacional.

A comunicação organizacional só é bem-sucedida quando a comunicação interna funciona de forma eficaz. Significa que antes de mostrar ao público a boa imagem da Instituição que quer ter certa, primeiro deve-se trabalhar para que os colaboradores sejam os primeiros a transmitir uma identidade forte e positiva da instituição, pois estes são os maiores comunicadores da

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imagem. A comunicação interna deve-se trabalhar no sentido de fazer com que os colaboradores sintam-se parte integrante da organização, responsáveis pelo sucesso ou fracasso desta. E com uma comunicação interna eficaz, e os colaboradores satisfeitos, estes vão transmitir e projectar a boa identidade da organização influenciando assim na construção da imagem organizacional.

Segundo Kitchen (1997:80) A comunicação interna no contexto organizacional pode ser utilizada como um meio para criar uma organização mais democrática e harmónica. Nessa perspectiva, a noção de relações internas está intimamente ligada ao conceito de relação humana.

Sendo assim, kitchen, diz que uma das razões mais importantes para a comunicação interna é a de que os funcionários estão entre os grupos que são importantes cruciais para uma organização.

De acordo com a afirmação de Oliveira e Rocha (2001:96) a Comunicação Interna numa organização visa informar sobre os objectivos da organização, difundindo em toda a organização as principais mensagens, temas e notícias de interesse geral relacionados com os objectivos prosseguidos com a organização, motivar os membros da organização, já que a existência de uma comunicação bem estruturada ajuda a satisfação dos seus membros, ajuda na tomada de decisão, porquanto a tomada de decisão supõe informação, facilita a mudança organizacional difundindo novos valores, resumidamente proporciona e cria as condições para uma boa imagem externa à organização. Portanto Comunicação Interna é um processo em que são utilizadas ferramentas com o objectivo de promover interacção e troca de informação entre a organização e seus colaboradores. Essas ferramentas podem variar de organização para organização e de acordo com a estratégia de comunicação estabelecida.

É através da comunicação organizacional que a organização informa a sociedade sobre a sua ideologia, cultura, e valores. Então, cabe à organização fazer com que tanto as informações que circulam dentro dela, como as que saem da organização sejam planeadas estrategicamente a fim de transmitir ao público a boa imagem.

Um processo importante em toda organização segundo o autor, Santoro (1986:70) é o clima organizacional que envolve o estado psicológico dos indivíduos e que gera as suas motivações, emoções e satisfação.

Tendo em conta que a Comunicação Organizacional é um processo onde ocorre a troca de informações, é crucial para desenvolvimento de qualquer tipo de organização.

Este processo tem várias maneiras de se desenrolar a saber: por exemplo, através dos gestos, através da fala e da escrita que permitem a interacção entre os colaboradores e as

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organizações. Também é voltada aos colaboradores e tem como objectivo informar, motivar e envolver o público interno na gestão da organização.

Em termos da definição da comunicação organizacional importa ainda dizer que não existe uma única definição, portanto é abordada por diferentes autores em que cada um utiliza a sua definição.

Sousa et al. (2006:192) define a Comunicação Organizacional como sendo “o processo através do qual os membros da organização trocam informações sobre a organização e sobre as mudanças que nesta ocorrem”. Parte-se do princípio que o objectivo dos autores é mostrar que o objectivo do processo de troca de informações é informar os colaboradores sobre as mudanças que ocorrem nas organizações.

Enquanto Kunsch (2003:149) define Comunicação Organizacional como sendo “a disciplina que estuda como se processa o fenómeno comunicacional dentro das organizações no âmbito da sociedade global”. A ideia da autora é mostrar que devemos sempre analisar como funciona o processo comunicacional entre as organizações e o público, ou seja, devemos estar atentos ao processo da comunicação e entender como ela funciona.

1.5O Papel das Relações Públicas no contexto da imagem institucional

Como conceito universal (LLOYD, 1985:26) define Relações Públicas sendo “um esforço deliberado, planeado e contínuo para estabelecer e manter o entendimento mútuo entre uma organização e o seu público” isto é, envolve; público, uma comunicação apropriada, e um determinado meio de comunicação utilizada para divulgar as informações pretendidas.

Hoje e no mundo desenvolvido, todas as estruturas privadas e estatais têm a preocupação de ter um departamento com o fim de cuidar da imagem. De facto, com a expansão e, fundamentalmente com a facilidade de acesso aos equipamentos digitais, as tarefas que visam alcançar maior abrangência pública por parte das Relações Públicas de uma organização estão extraordinariamente facilitadas. Esta situação tem reflexos no fenómeno da concorrência e, evidente que quem não concorre naqueles domínios perde o terreno.

Esta consequência, embora mais visível na actividade privada, é também uma realidade na actividade pública. Evidentemente, nesta última, a delicadeza é muito maior porque toca a política do Estado, é o caso das Relações Públicas num parlamento.

As Relações Públicas (RP) enquanto mecanismo de comunicação têm um peso significativo e na divulgação da imagem corporativa de uma organização cuja compreensão do valor não é

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facilmente percebida. Tradicionalmente, as Relações Públicas (RP) estão mais ligadas à defesa da imagem e interesses corporativos das organizações, através da gestão das relações com os públicos de uma organização. Portanto, os profissionais de Relações Públicas numa organização tem um papel intermediário, ou seja, servem como um elo de ligação entre o público e a organização, no sentido de estarem sintonizados com as necessidades e as dinâmicas dos públicos e da organização.

De acordo com a afirmação de Jaqueline Marques, técnica principal da Direcção de Serviços de Relações Públicas e Internacionais da Assembleia Nacional, para que se leve avante as acções necessárias para a promoção e a imagem da Instituição que se quer “certa e positiva”, deve o Parlamento de Cabo Verde, através dos profissionais de Relações Públicas e Internacionais dessa direcção ou de outras organizações, organizar-se para esse fim, tendo em conta que as Relações Públicas, sendo um método excelente e compensador em termos do custo para melhorar a imagem de uma instituição, as actividades que uma Instituição organiza devem ser devidamente consideradas e planeadas para se diagnosticar com exactidão a reputação actual da Instituição e as vertentes a serem consideradas para que problemas existente sejam colmatados.

Uma das principais funções de um profissional das Relações Públicas numa determinada organização é a manter um relacionamento contínuo e duradouro entre a organização e o público-alvo.

Na Assembleia Mundial das Associações de Relações Públicas, na Cidade México em 1978, acordou-se sobre esta declaração:

A prática de Relações Publicas é a arte e a ciência social de analisar tendências, prever as suas consequências, aconselhar os dirigentes das organizações e implementar os programas de acção planeado que servirão tanto os interesses das organizações como os dos públicos (LLOYD, 1985:39).

A imagem percebida através das acções de comunicação projectadas pode facilitar ou dificultar muito o desempenho de uma determinada organização. Esta realidade implica uma maior integração entre o público e as Relações Públicas (gestão do relacionamento do público externo e do público interno).

Portanto, a função de Relações Públicas serve como um protector e promotor da imagem da organização entre os seus diversos públicos.

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1.6Construção da imagem Institucional

Conforme foi abordado num dos pontos anteriores, a imagem é um factor fundamental para o desempenho de qualquer instituição. Só através dela as Instituições conseguem manter a sua credibilidade e a sustentabilidade na sociedade. Trata-se de um dos activos mais preciosos de uma organização, criadora de uma importante confiança junto dos públicos quando percebida de um modo coerente e sólido.

A comunicação institucional é uma das estratégias de gestão institucional, ela é responsável na criação e manutenção de um bom relacionamento entre a Instituição e seus públicos. Para comunicar com o público e consequentemente a formação da imagem na mente das pessoas, resulta de uma percepção unificada de todos os atributos perceptíveis de uma Instituição, o que evidencia a importância de divulgar as informações perante a instituição. Contudo a imagem institucional é um dos factores subjectivos que mais influencia o comportamento do público.

Uma comunicação estrategicamente planeada para influenciar na percepção do público sobre aquilo que a organização é ajuda. Pois, a imagem de uma instituição não lhe pertence à Instituição, mas sim aos públicos. Os públicos são os construtores e detentores da imagem de uma instituição. A Instituição apenas projecta a identidade para fora, e essa identidade vai influenciar na construção da imagem da mesma.

A partir desse facto, torna-se importante entender os conceitos da imagem, pois Lindon et al (2009:180) define a imagem como “conjunto simplificado e relativamente estável de percepções e associações mentais ligadas a um produto, uma empresa, um indivíduo, etc”. Como reforço de marketing institucional, Vaz (2000:53), define a imagem como:

Um conjunto de ideias que uma pessoa tem ou assimila a respeito de um objecto, e que forma na sua consciência um entendimento particular sobre tal objecto, seja ele um facto, uma pessoa ou uma Instituição.

Alerta ainda Vaz (2000: 53), que a imagem que uma pessoa faz de uma instituição, apesar de tudo, não define as atitudes que essa pessoa terá frente a situações específicas que envolvem a instituição. Nesse conjunto afirma ele “insere-se a opinião pública, cujos padrões profissionais vão orientar o comportamento de cada indivíduo e, por consequência as suas atitudes e acções.”

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Para Villafañe (2004), a imagem corporativa constitui a integração de todos os inputs emitidos pela instituição na mente dos seus públicos em sua relação ordinária com eles, pois a imagem é concebida na mente dos públicos e é resultado de todas as projecções.

Segundo Kunsch (2003), a imagem é aquilo que passa na mente dos públicos, no seu imaginário a cerca de uma instituição.

Entretanto Riel (1995:73-74), afirma que “a imagem é um conjunto de significado que nos permite conhecer um objecto e por meio do qual as pessoas o descrevem, recordam e relacionam. É o resultado da interacção de crenças, ideias, sentimentos e impressões que sobre um objecto tem uma pessoa”.

Portanto a imagem das organizações segundo Costa (1999) constitui um efeito de causas diversas, ou seja, não é apenas o resultado das projecções, mas também de percepções, emoções e vivências dos indivíduos, induções e deduções, experiência, sensações, que de um modo ou de outro, directa ou indirectamente, são associadas entre si (o que gera o significado da imagem).

Os elementos ou as causas formadoras da imagem são múltiplos e sofrem várias influências do meio para formar a percepção.

E tendo em conta que essas causas são compreendidas ou interpretadas de maneiras diferentes, isso mostra-nos que podem existir várias imagens em torno de uma única organização. Cada um interpreta a identidade da organização com base nas suas experiências vividas e adquiridas pelo seu meio envolvente, emoções e sensações.

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CAPITULO II. O Parlamento da República de Cabo Verde

2.1 As fases do constitucionalismo do Parlamento Cabo-Verdiano

O Parlamento Cabo-Verdiano foi denominado inicialmente, de Assembleia Nacional Popular. Tal designação resulta do artigo 3º da Lei de organização política do Estado (LOPE) que lhe atribuía o exercício do poder soberano do Estado até da Constituição da República. A história do Parlamento de Cabo Verde começa no mesmo dia em que começa a história da República de Cabo Verde. A Assembleia Constituinte que cria o primeiro órgão de soberania foi dada à luz como Assembleia Nacional Popular.

Eleita por sufrágio universal e secreto a 30 de Junho de 1975, a Assembleia Nacional Popular viria a praticar o seu primeiro acto a 5 de Julho de 1975, consubstanciado na leitura do texto de proclamação da Independência Nacional. Fato acorrido no Estádio da Várzea e protagonizado pelo Dr. Abílio Duarte, seu primeiro presidente.

O segundo acto praticado pela Assembleia Nacional Constituinte no mesmo dia na cidade da Praia, foi a aprovação da LOPE que apresentava referências importantes sobre o sistema do Governo e sobre o exercício do poder tendo, na altura, ganho força constitucional, embora com carácter provisório e transitório. Apesar de, nessa altura ter sido eleita uma comissão presidida pelo Presidente da Assembleia Nacional Popular e constituída por mais seis Deputados para, no prazo de 90 dias, elaborarem e submeterem à Assembleia, um projecto de Constituição da República de Cabo Verde, o que só viria a se concretizar em Setembro de 1980, cinco anos depois.

A Constituição da República de 1980, a primeira do país, e que viria a ser revista na sequência do golpe de estado na Guiné - Bissau, possuía como nota dominante a consagração do partido (PAIGC) como força política dirigente da sociedade e do estado, propugnada no célebre artigo 4.º.

O outro momento importante na história no Parlamento e do constitucionalismo Cabo-verdiano ocorreu, em 1988, quando se fez a mudança do sistema económico, a liberalização económica.

Com a realização das primeiras eleições multipartidárias, em Janeiro de 1991, o Movimento para a Democracia (MPD) vence por maioria qualificada, ocorrendo a primeira mudança estrutural no Parlamento Cabo-verdiano que passou a ser um parlamento de mais de um Partido. Nesta altura, abre-se mais um processo de revisão constitucional.

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Antes de ser aprovada uma nova constituição, em 1992, a Constituição de 1980 foi alvo de outras duas revisões, sendo a última a 29 de Setembro de 1990. Esta revisão ditou a queda do artigo 4º e instalou o sistema democrático. Permitiu também a criação de vários partidos políticos, institui um sistema de governo Semipresidencial forte e abre caminho à aprovação de novas leis, designadamente a lei dos partidos políticos, a lei eleitoral para a eleição do Presidente da República, a lei Eleitoral para a Assembleia Nacional, a lei dos partidos políticos e a lei da oposição democrática.

Considerando o marco fundacional do Estado de Direito Democrático em Cabo Verde, a Constituição de 1992 institucionaliza o chamado “parlamentarismo mitigado”, incorpora um catálogo de direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e o que de mais moderno existe em termos de direito constitucional, com um conjunto de princípios e valores que caracterizam um Estado de Direito Democrático.

2.2 Evolução dos serviços de suporte técnico de gestão administrativa e

financeira na A.N.C.V.

No tocante à evolução dos serviços que constituem o suporte técnico de gestão administrativa e financeira da Assembleia Nacional Popular (como era chamada na altura) importa dizer que, nos primeiros tempos, ela funcionou sem um serviço administrativo. A instalação deste só veio a acontecer um ano depois, ou seja em 1976 e tinha como principal objectivo garantir um serviço administrativo mínimo de apoio parlamentar. Este serviço contava, na altura, com três ou quatro funcionários sem que a A.N tivesse um orçamento próprio.

Pode-se dizer que tal serviço serviu de alicerce para a instalação da Secretária-Geral de Assembleia Nacional popular, que veio a efectivar-se em meados de 1977, com a nomeação do primeiro Secretário-Geral, a partir do qual a instituição passou a ter um serviço de coordenação e apoio técnico- administrativo permanente.

Em 1978 seria aprovada e publicada a primeira Lei Orgânica da Assembleia Nacional Popular (Lei nº 1/78, de 31 de Dezembro), que veio a definir o corpo permanente de funcionários, a autonomia administrativa, financeira, patrimonial e, ao mesmo tempo, criar o Conselho Administrativo para assegurar a gestão financeira e corrente da instituição.

Mas o trâmite fundamental para a implantação de uma verdadeira reforma do Parlamento deu-se durante a V legislatura, mais precisamente em Maio de 1996, com a criação de uma Comissão Eventual para o efeito, através da resolução nº 19/V/96.

(26)

O referido grupo de trabalho ocupou-se da feitura de um importante pacote legislativo do qual faziam parte o regimento, o Estatuto dos Deputados, a Lei Orgânica e o Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos funcionários da Assembleia Nacional (PCCS).

2.3 Composição do Parlamento Cabo-verdiano

O Parlamento Cabo-Verdiano é eleito por sufrágio Universal por cinco anos e possui 72 assentos, sendo que seis deputados representam os eleitos residentes no estrangeiro (América, África e Europa).

Sendo um dos órgãos de soberania consagrados na Constituição, para além do Presidente da República, o Governo e dos Tribunais, é, nos termos da Lei fundamental, a Assembleia representativa de todos os cidadãos Cabo-Verdianos.

A VI Legislatura que teve o seu início, em 2001, constitui o inaugurar de uma nova etapa no modelo de funcionamento da Casa Parlamentar em que o Parlamento passou a funcionar a tempo inteiro com 72 deputados. Mudança estrutural em que todos os 72 deputados passaram a exercer o mandato a tempo inteiro.

A inovação introduzida na VI Legislatura, que permite aos Deputados exercer o mandato a tempo inteiro foi, sem dúvida, uma etapa marcante no processo de reforma do parlamento, somando ao investimento nas novas tecnologias de informação e comunicação, designadamente internet e intranet.

Outros passos essenciais no percurso da modernização do Parlamento e na sua adaptação às condições de funcionamento da nossa sociedade e suas exigências, foram o reforço do papel das comissões especializadas (CE) na dinâmica parlamentar, permitindo que o plenário se concentrasse nos grandes debates e também naquelas leis que exigiam uma maioria de dois terços, que precisavam, obrigatoriamente, de serem discutidas e votadas na especialidade, no plenário e a aprovação, em 2010, de uma Nova lei orgânica.

A nova Lei Orgânica da Assembleia Nacional no seu Artigo11.º, nº. 2, referente à função e constituição, refere que o gabinete do Presidente da Assembleia Nacional é constituído pelo Director de Gabinete, em coordenação com os Conselheiros, Assessores Especiais, Director do protocolo, secretários Executivos e Secretários Pessoais.

Esta Nova Lei diz também, no seu Artigo 67º, relativo ao Gabinete dos grupos Parlamentares, que os grupos Parlamentares têm direito a gabinetes com pessoal da sua livre escolha e constituídos de acordo com os critérios seguintes:

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a) Grupos Parlamentares com menos de um quinto dos Deputados: um Director de Gabinete, um Assessor, um técnico Superior, um secretário, um assistente administrativo e um Ajudante de Serviços Gerais.

b) Grupos Parlamentares de um quinto a um terço dos Deputados: Um Director de gabinete, dois assessores, um técnico superior, um Secretário, um Assistente Administrativo e um Ajudante de Serviços Gerais.

c) Grupos Parlamentares com mais de um terço e menos da metade Deputados: Um Director de Gabinete, quatro Assessores, dois Técnicos Superiores, dois Secretários, três Assistentes Administrativas e dois Ajudantes de Serviços Gerais.

d) Grupos Parlamentares com mais da metade dos Deputados: um Director de Gabinete, cinco Assessores, três Técnicos Superiores, quatro Secretários, quatro Assistentes Administrativos e três Ajudantes de Serviços Gerais.

Realça-se também que no seu Artigo 68.º, a nova Lei Orgânica concede aos Partidos sem força de Grupo Parlamentar o direito de terem um gabinete, com um Assessor e um Ajudante de Serviços Gerais e a beneficiar de um regime de apoio em transporte, previsto na Lei. Nesta legislatura, 40 Deputados faziam parte do Grupo Parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), 30 do Movimento para a Democracia (MPD) e dois da coligação dos Partidos do Trabalho e da Solidariedade (PTS) e da Convergência Democrática (PCD).

A VII Legislatura, que teve o seu início em 2006, com o seu termo em 2011, foi sem dúvida uma legislatura em que o parlamento Cabo-Verdiano reforçou e estreitou as suas relações com o público em geral e com a Comunicação Social Cabo-Verdiana.

A Instituição tem criado um vínculo de confiança com os veículos de comunicação de modo a sedimentar sua imagem de forma positiva na sociedade.

Entretanto é de salientar que, na VII Legislatura as Sessões ganharam periodicidade mensal e os Grupos Parlamentares passaram a contar com um staff de pessoal dentre os Directores de gabinetes, Assessores para diferentes áreas (política, económica, jurídica e de imprensa), Secretários, condutores e Ajudantes de serviços gerais, que lhes permite trabalhar com maior celeridade e qualidade.

Do total dos Deputados da VII legislatura, quarenta e um (41) deputados representaram o PAICV, Partido que suporta o Governo, 29 MPD e os outros dois são representantes da União Cabo-Verdiana independente e Democrática (UCID), regimentalmente sem força de Grupo parlamentar por ter menos do que cinco Deputados.

(28)

Nas tabelas que se seguem podemos apreciar as evoluções da composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde por diferentes legislaturas:

Tabela 2 - Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde IV Legislatura (1991) Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde

IV Legislatura efectivos em Julho de 1991 Partidos Homens Mulheres Total

PAICV 23 0 23

MPD 56 0 56

Total 79 79

Fonte: Acta de 1991

Tabela 3 - Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde V Legislatura (1996) Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde

Efectivos na Legislatura 1996 (VI)

Partidos Homens Mulheres Total

PAICV 22 0 22

MPD 46 3 49

PCD 1 0 1

Fonte: Acta de 1996

Tabela 4 - Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde VI Legislatura (2001) Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde

Efectivos na Legislatura 2001 (VI)

Partidos Homens Mulheres Total

PAICV 32 8 40

MPD 25 5 30

ADM 2 0 2

TOTAL 59 13 72

Fonte: Acta 2001

Tabela 5: Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde VII Legislatura (2006)

Partidos Homens Mulheres Total

PAICV 34 7 41

MPD 25 4 29

UCID 2 0 2

TOTAL 61 11 72

(29)

Tabela 6: Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde VIII Legislatura (2011) Composição da Assembleia Nacional de Cabo Verde

Efectivos na Legislatura 2011 (VIII)

Partidos Homens Mulheres Total

PAICV 31 7 38

MPD 24 8 32

UCID 2 0 0

TOTAL 57 15 72

Fonte: Anuário Parlamentar 2010

Como podemos constatar de forma geral ao longo das legislaturas, o PAICV tem liderado em termos de representatividade do Parlamento Cabo-Verdiano.

Um outro aspecto de destaque, tem sido a participação das mulheres no Parlamento que tem aumentado de forma gradual, embora que na última legislatura representem apenas 20,8% do total dos deputados.

Nota-se contudo alguns sinais de esforços no seio dos partidos políticos no sentido de terem uma maior participação das mulheres nas suas listas.

2.4 O Contributo das Relações Públicas na Imagem do Parlamento

Cabo-Verdiano

No Parlamento de Cabo Verde, a Direcção de Relações Públicas e Internacionais de acordo com a nova Lei Orgânica publicada no B.O nº 2 Iº Série de 10 de Janeiro de 2011, é que assegura o Protocolo e organiza os actos Políticos, Sociais, Culturais e Comemorativos em Cooperação com o Protocolo do Estado do Ministério das Relações Exteriores quando se tratarem de recepções e Solenidades em que tomem parte o Presidente da República e o Corpo Diplomático no seu conjunto, ou no caso de visitas ao Parlamento Cabo-verdiano de chefes de Estados estrangeiros

Assim, no Cerimonial Político de um País democrático, o Cerimonial Parlamentar exige que as Relações Públicas e o seu protocolo estejam superiormente organizados dependendo em última instância do seu Presidente.

(30)

De acordo com a Lei orgânica da Assembleia Nacional já citado no seu artigo 44º à Direcção desse Serviço, compete:

 divulgar a actividade da Assembleia Nacional junto dos cidadãos, agentes sociais, culturais e outras instituições;

 promover e organizar, em colaboração com os serviços, visitas ao palácio da Assembleia nacional;

 assegurar aos órgãos de comunicação social todo o apoio necessário ao desenvolvimento da sua missão e promover, através deles, a divulgação das actividades da assembleia Nacional;

 assegurar no decurso nas reuniões plenárias solenes, o apoio às altas autoridades, corpos diplomáticos, e publico em geral, presentes na sala.

Sendo o Parlamento, órgão político e aberto ao público, que lida essencialmente com os cidadãos eleitores, aspectos que o torna vulnerável às opiniões desfavoráveis, cabe à direcção de Relações Públicas Internacionais fazer um trabalho aturado para que a instituição seja credível por parte dos públicos-alvo.

Em relação aos órgãos de comunicação social a cobertura dos acontecimentos no Parlamento é feita por um grupo de jornalistas credenciados para o efeito, designados pelos principais órgãos de comunicação social. A orientação adoptada para esse efeito foi publicada no boletim oficial de 07 de Janeiro de 2008. Mas qualquer jornalista munido da carteira profissional, tem acesso ao interior do Parlamento e aos seus trabalhos.

A comunicação social lida com as técnicas de transmissão da informação, o formato com que a informação é transmitida e os impactos que a informação terá na sociedade, bem como a relação entre os sujeitos em qualquer situação comunicativa.

Nesta óptica, citaremos alguns dos principais objectivos das Relações Públicas no Parlamento Cabo-Verdiano para com os órgãos da Comunicação Social, e algumas regras para manter uma boa relação:

 manter relações entre as envolventes comunicacionais;

 estabelecer uma comunicação bidireccional e simétrica, com vista a garantia da credibilidade e sustentabilidade dos meios informativos;

(31)

 aceitar a independência da comunicação social, ou seja não oferecer pagamentos, não pedir aprovações;

 disponibilizar interesses, ou seja, o profissional de Relações Publicas tem que necessariamente deixar a sua identidade, permitindo ao jornalista saber quem ele representa;

 estar disponível para a comunicação Social, quando as notícias são boas au más (neste caso o profissional terá que ter bastante cuidado na comunicação para não por em causa a imagem do Parlamento), mantendo a discrição e maturidade profissional;  ter uma boa relação ao longo do tempo com a comunicação social para saber quem

somos, o que fazemos, como fazemos, e porque fazemos;  garantir a credibilidade e fiabilidade das informações;

Contudo, podemos concluir que os profissionais de Relações Públicas devem ser imparciais nas suas relações com a comunicação social. Isso significa que devem ter habilidades e experiência para escolher o canal apropriadas para alcançar audiências com mensagens apropriados, que lhes ajudem a consolidar uma identidade própria e que execute uma estratégica comunicativa centrada nas altas cotas de credibilidade e sustentabilidade nos fluxos comunicacionais, portanto, garantindo sempre que a reputação da organização seja salvaguardada.

Podemos verificar que o Parlamento Cabo-Verdiano está ciente do papel que as Relações Públicas assumem na promoção da imagem organizacional. Prova disso é a criação de um Departamento exclusivo para este fim.

Ainda no âmbito da nova proposta de reforma do parlamento, uma maior atenção será dada a este departamento, tornando o seu papel mais decisivo na promoção da Assembleia Nacional, melhorando cada vez mais a sua forma de comunicar através de uma maior divulgação e promoção de suas actividades por meio da comunicação social.

2.5 A estrutura Orgânica do Parlamento Cabo-Verdiano

O Parlamento de Cabo Verde possui uma estrutura organizacional largamente difundida por cada Departamento, com atribuições dos diferentes órgãos, permitindo a cada um saber, não apenas em que ponto se situa no contexto da Instituição, mas também em que se ocupam os outros.

(32)

O Parlamento é dotado de autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Tem a sua sede na cidade da Praia, em instalações privativas nas quais se inclui o Palácio da Assembleia. Podendo ainda arrendar as instalações que se revelem necessárias ao funcionamento dos seus serviços ou das instituições autónomas, dela dependente, financeiramente.

A sua sede é inviolável, o Presidente da Assembleia Nacional requisitará ao Governo os meios necessários para, sob a sua autoridade, garantir a segurança da sede e demais instalações.

Constituem património da Assembleia Nacional, o palácio da A.N., as residências oficiais, e outros imóveis, bem como bens móveis e semoventes por ela adquiridos previstos na Lei, sem prejuízo do regime geral vigente em matéria do património de Estado (Lei

nº83/VII/2011 – que aprova a orgânica da NA).

Ainda nos termos da lei acima referida, compete ao Plenário como órgão supremo da A.N compete as seguintes actividades:

a) apreciar, discutir e votar os planos anuais de actividades;

b) apreciar, discutir e aprovar o Orçamento anual de receitas e despesas, e os orçamentos suplementares;

c) apreciar discutir e aprovar relatório e a conta de Gerências, acompanhadas do parecer do tribunal de contas;

d) e outras atribuições referidas na lei;

São os órgãos da Administração da Assembleia Nacional:  O presidente da Assembleia Nacional,

 Conselho da Administração.

O Presidente da Assembleia Nacional dirige e representa a Assembleia Nacional, coordena os seus trabalhos e exerce autoridade sobre todos os funcionários e forças de segurança postos ao serviço da Assembleia Nacional.

Além disso, o Presidente da Assembleia Nacional, substitui interinamente o Presidente da República nas situações em que este esteja impedido temporariamente, quando se encontra ausente no exterior, bem como no caso da vacatura do cargo e até à tomada de posse do novo Presidente da República eleito.

(33)

Acresce que o Presidente da Assembleia Nacional confere posse a vários titulares de órgãos do Estado, tais como o Presidente e demais membros da Comissão Nacional de Eleições, o Provedor da Justiça e os membros do Conselho da Comunicação Social.

O Presidente da Assembleia Nacional tem legitimidade activa para suscitar junto do Tribunal Constitucional fiscalização abstracta da constitucionalidade das Leis e de quaisquer outras normas ou resoluções de conteúdo material normativo ou individual e concreto bem como a legalidade das resoluções acima referidas.

É ainda o Presidente da Assembleia Nacional a entidade que tem o direito de iniciativa do processo de perda de mandato do Presidente da República em caso de ausência do País contrária ao disposto na Constituição (artigo 129º da Constituição, em conjugação com o nº 3 do artigo 109º e do nº 1 do artigo 105º da Lei de Organização e Funcionamento do Tribunal Constitucional).

Compete ainda ao Presidente da A.N. nos termos da Lei Orgânica, designadamente:

a) superintender em todas as actividades de gestão administrativa, financeira e patrimonial da Assembleia Nacional;

b) decidir sobre a promoção, progressão e mobilidade de todos os funcionários e agentes ao serviço da A.N;

c) aprovar o plano de formação ouvido o conselho de administração, d) executar e fazer executar as deliberações da Mesa da A.N;

e) velar pela segurança interior e exterior da A.N;

Compete ainda de uma forma específica:

f) presidir a Mesa e convocar as suas reuniões nos termos regimentais,

g) corresponder-se em nome da A.N., com os titulares dos demais órgãos da soberania; h) coordenar, através de departamentos próprio, o pessoal de segurança destacado para

prestar serviços na sede da A.N.

O Conselho de Administração é constituído por um dos Vice-Presidentes da Mesa da Assembleia Nacional, que preside, por um dos Secretários da Mesa, por um Deputado de cada Grupo Parlamentar, pelo Secretário-Geral e um representante dos funcionários parlamentares. O Presidente da Assembleia Nacional deverá presidir o Conselho de

(34)

Administração quando se tratar da elaboração dos planos de actividades anuais e plurianuais da Assembleia Nacional.

São atribuições do Conselho de Administração:

1) pronunciar-se sobre a política geral da administração e os meios necessários à sua execução;

2) elaborar os planos de actividades anuais e plurianuais da Assembleia Nacional; 3) elaborar os projectos de orçamento da Assembleia Nacional;

4) elaborar o relatório e a conta de gerência da Assembleia Nacional, relativos a cada ano económico;

5) pronunciar-se sobre os actos de administração relativos ao património da Assembleia Nacional, nomeadamente sobre a execução de obras, a realização de estudos e a aquisição de bens e serviços, quando nos termos desta lei seja obrigatória a realização de concurso público;

6) exercer a gestão financeira da Assembleia Nacional, sem prejuízo do disposto no artigo 68º da lei orgânica;

7) pronunciar-se sobre a mobilidade do pessoal da Assembleia Nacional;

8) pronunciar-se, sob proposta do Secretário-Geral, relativamente à abertura de concursos de admissão de pessoal;

9) pronunciar-se sobre as propostas relativas ao provimento de pessoal; 10) o mais que lhe for concedido por lei.

A Secretaria-geral é o serviço de concepção, coordenação e apoio técnico-administrativo que se ocupa da generalidade das matérias administrativas comuns a todos os serviços da Assembleia Nacional.

São atribuições do Secretário-geral:

 Prestar apoio técnico e administrativo especializado à Assembleia Nacional em matérias que lhe sejam submetidas;

 Planear, orientar e coordenar todas as actividades administrativas submetendo a despacho do Presidente os assuntos cuja decisão não esteja no âmbito da sua competência;

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 Assessorar no âmbito administrativo, a Mesa, os Grupos Parlamentares, as Comissões Especializadas e os Deputados;

 Providenciar para que os Grupos Parlamentares e as Comissões Especializadas disponham de instalações próprias devidamente equipadas na sede da Assembleia Nacional;

 Disponibilizar os elementos necessários à elaboração da proposta de orçamento da Assembleia Nacional, bem como à das contas de gerência de cada exercício financeiro;

 Apoiar o Conselho de Administração no exercício das suas atribuições.

Incorporado no Conselho da Administração, a Secretária Geral da Assembleia Nacional é dirigida e orientada técnica e administrativamente pelo respectivo Secretário-Geral a quem compete nos termos da lei orgânica da AN:

1. Dirigir e coordenar todos os serviços da Secretária-geral;

2. Estudar e propor ao Presidente as medidas que visam a melhoria dos respectivos serviços, a sua racionalização e aumento da produtividade;

3. Assumir a responsabilidade pelos trabalhos técnicos administrativos produzidos na Secretaria-Geral, emitindo parecer sobre os mesmos ou assinando-os conjuntamente com o seu ou os seus autores;

4. Servir de elo de ligação entre a Secretária-geral da Assembleia Nacional e os serviços da administração do Estado;

5. Secretariar as reuniões da Mesa e outras que o Presidente entender por conveniente; 6. Coordenar a elaboração do Orçamento privativo da Assembleia Nacional, de acordo

com as orientações traçadas pelo Conselho de Administração e a Mesa e submetê-lo à apreciação daquele órgão;

7. Coordenar a elaboração dos balancetes e das contas da Assembleia Nacional e submetê-los à apreciação do Conselho de Administração;

8. Propor alterações ao quadro de pessoal da Assembleia Nacional, bem como os regulamentos necessários à organização interna e ao bom funcionamento dos serviços; 9. Despachar os requerimentos dos funcionários solicitando aposentação ou

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10. Resolver os assuntos correntes de administração da secretária-geral e exercer as demais atribuições que lhe sejam cometidas por despacho do Presidente da Assembleia Nacional.

2.6 Caracterização da comunicação no parlamento Cabo-Verdiano

O Relatório apresentado pela Comissão Eventual de Reforma do Parlamento, à Plenária da Assembleia Nacional, no dia 27 de Abril de 2012 ocupa-se no seu n.º 4 sob da Comunicação. Sob a epígrafe “Comunicação, transparência e responsabilização política” o documento considera a Comunicação um dos principais desafios do Parlamento.

Partindo das evidências de vivermos numa sociedade de conhecimento e de informação e de termos um Estado em pleno processo de reforma ao qual o Parlamento não poderá estar à margem, o relatório aponta a necessidade da evolução para um modelo capaz de dar suporte a esta fase mais exigente.

E para atingir estes objectivos o Relatório apresenta um conjunto de medidas que devem ser implementadas, no domínio da Comunicação, que passam, impreterivelmente, pela aprovação do Sistema Integrado de Comunicação com vista a atingir os seguintes objectivos:

a) acesso (amplo) a informação Web por todos os sujeitos e serviços parlamentares; (legislação online);

b) disponibilidades de bases de dados online; c) conteúdos interactivos e integrados;

d) participação interactiva dos cidadãos nos processos e funções parlamentares; e) votação electrónica;

f) comunicação (escrita, áudio e vídeo) Web;

g) participação online do cidadão em todas as funções do Parlamento e interactividade com os deputados;

h) consulta à sociedade online;

i) automatização de processos de comunicação; j) operações administradas pela Web.

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Desse Sistema Integrado de Comunicação faz parte também apetrechar o Parlamento com uma estrutura responsável pela comunicação, nos termos regimentais, e implementar progressivamente os projectos de modernização da Comunicação da Assembleia Nacional. Por detrás deste novo paradigma, assente no supracitado Sistema Integrado de Comunicação, verifica-se que a comunicação constitui ainda um grande défice da nossa democracia parlamentar, embora seja dado assente que estas dificuldades existiram com maior acuidade nos primeiros anos da vida do Parlamento.

Actualmente, o Parlamento continua a ser presença assídua nos órgãos de Comunicação Social: Jornais em papel e on-line, televisões pública e privada e nas redes sociais, nem sempre pelos melhores motivos. No entanto, há que destacar que nos momentos altos da vida parlamentar a rádio e a televisão públicas têm realizado transmissões directas dos debates para toda a Nação cabo-verdiana residente no país e na Diáspora.

Aliás, o status quo político pode ser considerado motor de propulsão, designadamente da Imprensa escrita, sendo que o Jornal mais lido do país, o “A Semana” tem interrompido as suas tiragens por altura das férias parlamentares.

Ressalta-se ainda que em matéria de melhoraria da comunicação do Parlamento com a sociedade a Lei Orgânica contempla a existência de um conjunto de assessorias, designadamente a assessoria do Presidente da Assembleia Nacional, a assessoria dos Grupos Parlamentares (PAICV e MPD) e a assessoria prestada pela Direcção de Documentação e Informação Parlamentar.

Ao abrigo da Lei nº100/IV/93, de 31 de Dezembro de 1993, Supl. BO nº43, I Série compete aos serviços de assessoria realizar as tarefas técnico-científicas necessárias ao exercício efectivo das funções parlamentares do Grupo, nomeadamente: enquadramento de assuntos e propostas de resolução de problemas; emissão de pareceres; análises, investigações e estudos; apreciações de iniciativas legislativas; análises de direito comparado; elaboração de recensões, resumos, súmulas e sinopses; recolha e sistematização de elementos para intervenções e elaboração de notas de apoio bibliográfico e documental.

À Assessoria de Comunicação, em particular, compete a elaboração de comunicados e a marcação de conferências de Imprensa, bem como, a actualização e manutenção dos sites do Parlamento e dos Grupos Parlamentares.

O Parlamento Cabo-verdiano não tem um plano estratégico de comunicação, segundo o documento disponibilizado pela instituição existe um plano de actividades de comunicação. Mais vai confrontado a visão da organização com as acções de comunicação contidas no plano de actividade de comunicação traçado pelo responsável da comunicação da instituição.

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No entanto segundo a responsável da comunicação Paula Mosso, a Instituição tem criado um vínculo de confiança com os veículos de comunicação nos últimos anos de modo a sedimentar sua imagem de forma positiva na sociedade. Tendo em conta a aproximação com a sociedade, o Parlamento Cabo-Verdiano reforçou e estreitou as suas relações com o público em geral e com a comunicação social Cabo-Verdiana. As actividades em que o Presidente da Assembleia Nacional participa geralmente contam com a cobertura dos órgãos de comunicação públicos e privados, as sessões plenárias sessões Solene, os debates e as interpelações são emitidas em directo pela Rádio e Televisão de Cabo Verde.

O Parlamento Cabo-Verdiano reinaugurou o seu site em finais de ano de 2010 (o Portal do Parlamento).Através do novo site podemos encontrar informações sobre as actividades do Presidente, dos parlamentares, as leis aprovadas na casa Parlamentares, bem como as Leis da República.

Também é possível aceder a todos as publicações da biblioteca da Assembleia, bem como saber como andam as Relações Públicas nacionais e internacionais do Parlamento.

Deste modo, o Parlamento retoma o site para devolver ao público um manancial de informações que tem a ver com a orgânica, o funcionamento da Casa Parlamentar e as decisões tomadas pelos Deputados em prol do desenvolvimento da nação. Como factor de transparência e prestação de contas, princípios inabaláveis de um exercício do poder responsável, contando ainda com publicações anualmente de um Anuário Parlamentar

O anuário inclui informações sobre a organização e o funcionamento do Parlamento e modo como como ela exerceu as suas competências no ano de referência. A publicação destina-se a todos cidadãos, mas de modo particular aos Deputados, membros do governo, Jornalistas, educadores interessados em aproveitar as informações Parlamentares para a sua área profissional e para a educação para a cidadania.

O Parlamento tem criado todas as condições para melhorar a sua comunicação com a sociedade, tendo já envidado todo o esforço para instalação de equipamento com vista a recolha de imagens durante as sessões plenárias. Trata-se de um projecto inovador que cria uma grande empatia entre as sessões parlamentares e o público, pois tudo é transmitido de forma autónoma, sem aquela concentração excessiva dos órgãos de comunicação destinado aos Deputados e aos trabalhos Parlamentares.

Esta tecnologia permite a gravação de imagens em alta definição e a criação de um arquivo histórico das sessões plenárias, possibilitando simultaneamente a distribuição de imagem em tempo real em vários meios de difusão. Um trabalho que com certeza irá beneficiar tanto aos

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