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Singular - O poder de ser difer - Jacob Petry.pdf

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Sobre a obra:

A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o obj etivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêm icos, bem com o o sim ples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de com pra futura.

É expressam ente proibida e totalm ente repudiável a venda, aluguel, ou quaisquer uso com ercial do presente conteúdo

Sobre nós:

O Le Livros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dom inio publico e propriedade intelectual de form a totalm ente gratuita, por acreditar que o conhecim ento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar m ais obras em nosso site: LeLivros.site ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link.

"Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo

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Ficha Técnica

© 2013 Jacob Pétry e Valdir R. Bündchen

Diretor editorial: Pascoal Soto

Editora executiva: Maria João Costa Editora assistente: Denise Schittine Assessora editorial: Raquel Maldonado

Revisão de texto: André Uzeda

Designer de capa: Marco Antonio da Silva e Ideias com peso Im agens de m iolo: Latincontent / Getty Im ages

Produção gráfica Direção: Marcos Rocha Gerência: Fábio Menezes

2013

Todos os direitos desta edição reservados a TEXTO EDITORES LTDA. [Um a editora do Grupo LeYa] Rua Desem bargador Paulo Passaláqua, 86 01248-010 – Pacaem bu – São Paulo – SP – Brasil

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Dedicamos este livro a você, leitor, por ser uma obra singular do Universo

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Singular — Incomparável, ímpar, sem-par, um, uno, único, individual, distinto, notável, espantoso, extraordinário, original. Você precisa promover o seu próprio crescimento, não importa quão alto era o seu avô. Abraham Lincoln

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Introdução

1.

Os irm ãos Dick e Maurice McDonald — os fam osos fundadores da m aior rede de restaurantes do m undo — descobriram o poder de ser diferente por volta de 1945. Antes disso, eram dois j ovens com uns em busca de um sonho um tanto ousado: queriam ter, cada um , um m ilhão de dólares antes de com pletarem 50 anos. Em 1930, com o m uitos j ovens daquela época, os McDonald deixaram sua cidade natal, em New Ham pshire, e se m udaram para a Califórnia. Eles haviam recém -concluído o ensino m édio e não viam oportunidades de progredir econom icam ente na cidade onde nasceram .

Prim eiro, eles foram para Los Angeles. Ali, por dois anos, trabalharam em um estúdio de cinem a. Depois, m udaram -se para Glendale, um a pequena cidade localizada a poucos quilôm etros de Holly wood, onde abriram um teatro. Quatro anos depois, sem conseguir dinheiro para pagar o aluguel do prédio, desistiram do negócio e se m udaram para Pasadena, ainda m ais ao leste de Los Angeles. Sem m uitos recursos, decidiram abrir um a pequena lanchonete. Serviam cachorro-quente, batatas fritas e refrigerantes. No início, as dificuldades eram enorm es. Em várias ocasiões, sentiam que fracassariam outra vez. Mas, de repente, algo estranho aconteceu.

O sul da Califórnia tem um dos m elhores clim as do m undo. O sol é am eno e a tem peratura é agradável o ano inteiro. Naquela época, a década de 40, o autom óvel estava se tornando m uito popular. Era a sensação do m om ento. Dick e Maurice tinham poucos clientes na lanchonete. Para não perdê-los, o que significaria a falência, eles fariam qualquer coisa para oferecer um atendim ento diferenciado. Alguns clientes, ao invés de descer do carro e ocupar um a m esa no restaurante, preferiam esperar sua refeição dentro do autom óvel ouvindo rádio, conversando ou m esm o nam orando. Eram raros, porém , os locais que ofereciam esse tipo de serviço; a lanchonete dos McDonald era um . Com falta de um am biente espaçoso e agradável, os McDonald faziam até m esm o questão de servir os clientes

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dentro de seus autom óveis, levando a com ida até eles em bandej as cuidadosam ente planej adas. Com o tem po, esse diferencial foi trazendo m ais clientes, e rapidam ente a lanchonete, com am plo espaço para estacionam ento, foi tom ando fôlego.

Um ano depois, as coisas com eçaram a acontecer ainda m ais rápidas. Prim eiro, eles am pliaram a lanchonete, transform ando-a em um restaurante. Depois, m udaram -se para San Bernardino, um a cidade m aior e m ais m ovim entada. Ali, investiram na singularidade que haviam experim entado com tanto sucesso em Pasadena. Incluíram ham búrgueres e m ilk-shake no cardápio. Elim inaram as m esas, os garçons, pratos de louça, copos de vidro e talheres de m etal. Criaram o “Speedee Service System”1, concentrando-se especificam ente em servir os clientes dentro de seus autom óveis. Para acelerar o processo, j á na entrada do pátio do restaurante, um a pessoa preenchia o pedido do cliente, e, enquanto o m esm o fazia a volta no prédio, um a equipe dentro do estabelecim ento preparava a com ida, e o cliente recebia a refeição no outro lado do estacionam ento, em pratos e copos descartáveis. O processo durava m enos de 60 segundos.

Diferente de tudo o que se conhecia até então, o em preendim ento dos McDonald foi um a revolução. A notícia sobre a singularidade no atendim ento oferecido por eles se espalhou rapidam ente. Pessoas vinham dos m ais diferentes lugares para conhecer o restaurante, e voltavam fascinadas. Em pouco tem po, os j ovens Dick e Maurice estavam ricos e fam osos. Nos m eios sociais da época, tornaram -se conhecidos com o os donos de um dos restaurantes m ais populares dos Estados Unidos.

Com o isso aconteceu? O que fez com que os irm ãos McDonald percebessem essa oportunidade extraordinária e os proprietários de outros restaurantes não? Quando foram para a Califórnia, os irm ãos McDonald não tinham intenção de criar o conceito com o qual fizeram fortuna e fam a. Tam pouco eram reconhecidos por algum a qualidade excepcional que os distinguisse das outras pessoas. Eles eram apenas dois j ovens norm ais, iguais a tantos outros que buscavam m elhorar sua qualidade de vida. Se eles eram com o os dem ais, por que, e com o, eles se tornaram tão distintos? Qual é o segredo das pessoas que parecem ter um radar para detectar as grandes oportunidades da vida? E por que só elas conseguem tirar vantagem dessas oportunidades?

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Desde criança, Liliane de Borba tinha um a paixão pela m oda. Com o passar do tem po, essa paixão tornou-se um sonho: criar sua própria linha de roupas para m eninas adolescentes. Em 1990, com pouco m ais de 20 anos, decidiu abrir seu próprio negócio. Estava determ inada. Mas logo percebeu que havia um a série de obstáculos. Ela não possuía recursos financeiros para investir, não tinha especialização na área, residia num a cidade do interior e j á era m ãe de duas crianças. Em seu currículo, não havia m uita coisa que a credenciasse para se tornar um a pessoa bem -sucedida no concorrido m undo da m oda.

Hoj e, duas décadas depois, Liliane assina duas m arcas reconhecidas e am adas no Brasil inteiro. Tem seu negócio próprio em franco crescim ento. Cria e produz duas coleções por ano. Viaj a pelo m undo. Participa sem estralm ente de feiras de m oda e tem um a equipe de vendas com representantes em todo o país que participam ativam ente da em presa com o se fossem da fam ília. Ela é feliz, tem um a excelente qualidade de vida, um a fam ília unida e ainda consegue aj udar inúm eras pessoas.

Com o foi que Liliane, sem recursos, form ação e experiência, conseguiu tudo isso? Foi por força do destino? Sorte? Acaso? Inteligência? Qual é a explicação que salta à nossa m ente quando nos deparam os com histórias assim ? Geralm ente, acreditam os que pessoas com o Liliane, ou m esm o os irm ãos McDonald, nascem com um a série de vantagens e dons especiais. Tem os a tendência de vê-los com o indivíduos com um a inteligência e criatividade superior. Pessoas que tiveram um a infância quase perfeita, que não sofreram traum as ou dificuldades com o m uitos de nós. Ou ainda, pensam os que elas tiveram m ais sorte, que foram beneficiadas com oportunidades e circunstâncias especiais, e com as quais, a m aioria de nós, m al consegue sonhar. Mas será que é assim ? Será que essas pessoas se tornam felizes e bem -sucedidas por serem m ais inteligentes? Por terem nascido m ais espertas? Ou por terem m ais sorte do que as outras? Vam os olhar um pouco m ais a fundo a história de Liliane para ver se essas percepções sobre o sucesso realm ente se aplicam .

3.

Ela nasceu em Brusque, no interior de Santa Catarina. Alta, esbelta e bonita, Liliane tem os cabelos loiros e os olhos azuis. É educada, pensativa e expressa gentileza em tudo que faz. Fala com serenidade e esbanj a sorrisos. Mas ao contrário do que essa im agem poderia nos fazer pensar, seu início não foi

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nada fácil. Muito cedo, quando ainda era criança, ela perdeu o pai. Sua m ãe, aos 29 anos, se viu sozinha, sem dinheiro e com três filhos para sustentar. Liliane era a m ais nova; tinha quatro anos. Todas as tardes, após arrum ar as duas crianças m ais velhas para a escola, sua m ãe a colocava nos braços e saía, de porta em porta, para vender produtos de beleza. Fez isso por um bom tem po, até que, anos m ais tarde, conseguiu um em prego com o vendedora em um a loj a de confecções. Para m anter Liliane, que agora j á tinha oito anos, ocupada, ela ensinou-a a fazer bonecas de pano perfum adas, as quais ela vendia na loj a.

Foi essa experiência que contribuiu com o desej o de Liliane, m ais tarde, de ingressar no m undo da m oda. Pouco m ais de um a década depois, quando ela queria com eçar seu negócio próprio m as não tinha dinheiro, j untou suas econom ias, o equivalente a cerca de 200 reais, com prou alguns quilos de m alha e confeccionou 50 blusas infantis. No dia seguinte, apanhou um ônibus e foi para Florianópolis. Antes de sair de casa, disse para si m esm a que venderia ao m enos a m etade das blusas. Essa era a sua m eta.

Na capital, visitou dezenas de loj as oferecendo as blusas. Depois de cam inhar um a m anhã inteira, próxim o ao m eio-dia, ela entrou num com ércio m uito popular na cidade. O proprietário analisou as peças e acabou com prando o lote inteiro. Melhor ainda: pagou à vista e em dinheiro. Naquele dia Liliane voltou para casa sorrindo, com a em polgação necessária para seguir em frente. Enfim , suas esperanças de transform ar sua paixão em um a carreira profissional pareciam cada vez m ais reais. Havia descoberto um a m aneira de ganhar dinheiro fazendo aquilo que am ava.

Mas logo percebeu que nem sem pre tudo sai conform e o planej ado. Certo dia entrou em um a loj a elegante, charm osa, cuidadosam ente decorada com tem as infantis. Estava em polgada. Decidiu que, ali, faria um a venda excelente. A proprietária, no entanto, a recebeu com certa hostilidade. Pediu que ela abrisse a m ala no chão da loj a, olhou as roupas com desprezo e disse para ela que som ente voltasse no dia em que tivesse algo bonito para m ostrar. Liliane engoliu a provocação em seco. Fechou a m ala e pensou consigo m esm a: “Não duvide, eu voltarei! Um dia farei roupas lindas com o essas que você vende aqui!” Em seguida, agradeceu a atenção e seguiu em frente.

A venda de porta em porta repetiu-se por m ais um tem po, até que, finalm ente, ela conseguiu abrir o seu próprio negócio. Mesm o assim , o tem po foi passando e ela sentia-se estagnada. Com o em m uitas carreiras, ou m esm o pequenas em presas, as dificuldades se repetiam ano após ano. Assim que parecia haver superado um obstáculo, quando m enos esperava, ele se repetia, ou então, surgia outro, m aior ainda. “Foram quase dez anos de luta constante, trabalho árduo e pouco dinheiro. Houve um m om ento em que fiquei exausta e sem ânim o para continuar”, conta.

Um dia, diante de todas essas dificuldades, ela pressentiu que precisava m udar. Algo lhe dizia que ela precisava encontrar sua singularidade, reacender aquela paixão que sentia dentro de si, aquela força que a im pedia de desistir m esm o quando tinha vontade de fazê-lo. Foi então que decidiu am pliar sua m ente, abrir m ão de velhas crenças e ideias. Queria continuar,

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m as precisava encontrar um a m aneira de tornar sua vida m ais leve e divertida, sem precisar abrir m ão de seus sonhos. Com eçou a trocar ideias com sua equipe, ouvir as pessoas à sua volta, para tentar com preender o que sabotava seu crescim ento. Foi então que um de seus representantes a levou para conhecer outras m arcas de roupas infantis. Analisando o produto disponível no m ercado, com eçou a questionar o que produzia. E logo entendeu as peculiaridades e características de m arcas bem -sucedidas. Liliane passou a ter novas inspirações. Sua paixão se reacendeu e, em seguida, ela com preendeu que o que, na verdade, estava faltando para a sua m arca deslanchar: era preciso apostar no que poderia fazer de diferente.

Nas coleções seguintes ela deu vazão à sua intuição e despertou a singularidade que trazia dentro de si. Encoraj ada pela sua nova fase, passou a investir em tecidos nobres e diferenciados, com binando-os com m ateriais artesanais. Além disso, apostou em novos processos de confecção. Um a com binação que parecia m ágica. Com eçou a viaj ar. E tam bém a observar o m undo das adolescentes, a com preender ainda m ais seus sonhos, desej os e fantasias. Trouxe todas essas experiências para as roupas que criava. Passou a produzir looks graciosos e estilos singulares. Pela prim eira vez, ela sentia que suas coleções tinham personalidade própria. Hoj e, olhando para esse período da sua vida, com um sorriso no rosto, ela filosofa: “Quando analisam os nossa vida, percebem os que as coisas que nos im pedem de serm os felizes são pequenas e m uitas vezes a solução está bem à nossa frente, m as a ignoram os. Ela é tão óbvia que não a percebem os”.

Nos anos seguintes, ela aprim orou ainda m ais as suas coleções, deixando-as m ais nobres e sofisticadas. Mas não foi só isso. Ela tam bém expandiu sua visão em presarial. Passou a estudar, observar e analisar tudo o que estava ao seu redor. Com eçou a ler livros específicos, fazer cursos e participar de sem inários. Ainda havia dificuldades, m as a paixão pelo que fazia a em purrava cada vez m ais para frente. Seu sonho, a essa altura, j á era m uito m aior do que qualquer obstáculo.

Um exem plo foi quando ela decidiu expor pela prim eira vez sua m arca num a feira especializada em vestuário infantoj uvenil, em São Paulo. “Na prim eira feira que participam os, fom os de ônibus de Florianópolis a São Paulo. Sem alternativa, tivem os de levar os m ostruários no bagageiro do ônibus”, ela conta, rindo. “Em São Paulo, alugam os um a Kom bi velha, caindo aos pedaços e sem nenhum assento. Sentadas sobre as caixas, fom os até o local da feira. Foi sofrido, m as, a essa altura, não havia nada que pudesse tirar nossa vontade de conquistar o que buscávam os.” Hoj e, vinte anos depois, a Fruto da Im aginação e a Ninali, as duas m arcas que Liliane assina, são am adas pelas adolescentes do Brasil inteiro. Seu sonho tornou-se realidade.

Com o Liliane percebeu que poderia criar algo diferente utilizando sua própria experiência? Se j untarm os as histórias dos irm ãos McDonald e de Liliane, o que elas nos ensinam sobre o cam inho da realização pessoal? O que elas nos revelam sobre o que distingue as pessoas m al-sucedidas das que vivem um a vida feliz, cheia de sentido e prosperidade? Pense sobre você

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m esm o. Se até agora suas atitudes não produziram os resultados que você sem pre sonhou alcançar, ainda é possível virar o j ogo? Até onde podem os m udar nossos resultados por vontade própria? Eles são um produto do destino ou das nossas escolhas?

4.

Quando Ray Kroc conheceu os irm ãos McDonald, em 1954, ele j á tinha m ais de 50 anos. Durante sua vida, j á havia tentado de tudo, até m esm o um a carreira de pianista. Em tudo não se deu bem . Agora, aos 52, era dono de um a pequena em presa que vendia m áquinas de milk-shake e multimixers2. Mesm o assim , m al conseguia sobreviver. As vendas estavam caindo m uito e sua em presa estava com sérias dificuldades financeiras. Ele até estava cogitando fechar o negócio. Mas, certo dia, quando ele m enos esperava, um a coisa surpreendente aconteceu. Um restaurante da Califórnia, cham ado McDonald’s, fez um pedido de inúm eros multimixers. A encom enda parecia ser a redenção da em presa de Kroc. Em função disso, ele fez um a escolha que m udaria sua vida: para não perder o negócio ou frustrar um cliente tão im portante, Kroc foi pessoalm ente a San Bernardino falar com os proprietários desse restaurante.

Quando chegou a San Bernardino, ele ficou encantado com o sistem a criado pelos irm ãos McDonald’s. Logo viu que esse era um grande negócio, um a oportunidade de ouro. Ousado, sugeriu a Dick e Maurice vender franquias do sistem a que haviam criado. Disse que ele m esm o com praria um a. Mas os proprietários não m ostraram interesse. Já haviam tentado e não gostaram do resultado. Kroc, porém , estava convencido de que ele poderia transform ar esse sistem a em um negócio m uito grande, e nos dias seguintes persuadiu Maurice e Dick a firm ar um a parceria com ele. Por fim , eles concordaram , e Ray Kroc tornou-se o encarregado pela expansão do restaurante.

Prim eiro, Kroc com prou os direitos de um a franquia. Em poucas sem anas, ela atingiu o m esm o sucesso da loj a principal, cuidada pelos irm ãos McDonald. Meses depois, ele com prou outra, depois outra e m ais outra. Em 1959, quatro anos depois de ter firm ado a parceria, Ray Kroc, o hom em que havia falhado em tudo que iniciara na vida, j á era dono de cem franquias do McDonald’s. Mas, na verdade, isso seria apenas o com eço. Em 1960, esse núm ero j á havia triplicado. E no ano seguinte, Ray com prou os direitos exclusivos da m arca McDonald’s. O resto da história você j á sabe: nas

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décadas seguintes, Ray Kroc transform ou o McDonald’s na m aior rede de restaurantes do m undo.

Com o Ray Kroc, m esm o diante da experiência negativa dos McDonald, tinha tanta certeza de que criar réplicas daquele restaurante em outras partes do m undo era um grande negócio? Com o podem os ter certeza, diante de um a oportunidade, se ela é real ou se estam os nos iludindo? É possível ter essa certeza?

5.

Este é um livro sobre a singularidade e o extraordinário poder que pode resultar da valorização daquilo que tem os de diferente. Nele, você vai encontrar histórias, experiências, teorias e estudos científicos realizados pelas m aiores universidades do m undo. Tudo para com preender com o e por que alguém com o Ray Kroc, que durante 50 anos acum ulou apenas resultados m edíocres, de repente, se torna um a das pessoas m ais bem -sucedidas do m undo. Você tam bém vai entender porque ele conseguiu transform ar o sistem a de franquias do McDonald’s em sucesso, quando Dick e Maurice, os criadores do restaurante, fracassaram . Vam os apresentar as razões pelas quais pessoas à nossa volta, com o Liliane de Borba, transform am sua paixão num negócio bem -sucedido, que além de um a excelente qualidade de vida, lhes dá um a paz de espírito que som ente um a vida cheia de sentido pode trazer.

Mas tam bém vam os lhe instigar a refletir sobre as causas por que tão poucas pessoas conseguem realizar seus sonhos. Qual é o problem a? Durante tem po dem ais, olham os para o sucesso dos outros e tentam os im itá-los. Com isso, aprendem os a valorizar o que deu certo nos outros, m as ignoram os aquilo que existe de m ais valioso em nós: nossa singularidade, o poder que existe na nossa diferença.

Volte, por um m inuto, o olhar sobre si m esm o. É bem provável que você tenha um a ideia, um plano, um a paixão ou um sonho que gostaria de realizar. Talvez, nesse exato m om ento, esse sonho não passa de um conj unto de desej os vagos e fragm entados. Mas ele existe. E você sabe que realizá-lo daria um novo sentido para a sua vida. Mas com o você saberá que não está se iludindo? Com o você saberá, quando ela chegar, que essa é a oportunidade certa? Talvez você tenha esse sonho bem claro e definido em sua m ente e apenas estej a esperando a oportunidade certa. Neste livro, vam os m ostrar a você com o m ontar esse quebra-cabeça. Vam os levá-lo a pensar sobre coisas

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que poucas pessoas pensam , a olhar para a vida de um a m aneira com o poucas pessoas olham , e a construir resultados que poucas pessoas conseguem . À m edida que você exercita seu pensam ento, desenvolve seu poder criativo, e sua verdadeira m issão na vida vai se desvendando, tornando-se clara, ganhando form a e solidez. Aos poucos você vai perceber que aquilo que você é, a sua essência, nunca m uda; m as quem você é nunca para de m udar.

O que isso quer dizer? Que você não precisa deixar de ser o que é para alcançar o que você quer. O que você precisa é apenas dar um a nova finalidade para a sua vida, algo que construa o m elhor que você pode ser. Liliane de Borba, por exem plo, nunca sonhou em ser um a Gabrielle Chanel ou um a Miuccia Prada. Aliás, ela diz que nunca gostou do arroj o, da arrogância e da teatralidade desse m undo de celebridades. Seu sonho era outro. Ela queria qualidade de vida; fazer o que gosta, conciliar trabalho, paixão, renda e até m esm o lazer, com o viagens que são proporcionadas pela sua própria atividade profissional. Queria envelhecer com saúde e dar aos seus filhos condições econôm icas, sociais e psicológicas para que eles pudessem avançar ainda m ais no processo de evolução.

É nisso que ela busca o sentido daquilo que faz. Por valorizar o poder de ser diferente, sua inspiração pode brotar dos am bientes m ais inusitados e surpreendentes. Num ano, por exem plo, o tem a da sua coleção pode ser um artista. No outro, um m ovim ento social. E, no seguinte, um ponto turístico ou sim plesm ente um a das quatro estações. Mas isso só é possível, com o ela m esm a explica, porque ela construiu sua carreira sobre sua m aior paixão: a m oda. É essa paixão que ela com preendeu e libertou a certa altura de sua vida que faz sua criatividade e im aginação dançarem , levando-a a buscar inspiração nos m ais diversos tem as e lugares, revelando a singularidade que ela traz dentro de si.

E com o ela conseguiu tudo isso? Vej a o que ela diz: “A m udança na m inha vida aconteceu no dia em que percebi que a vida não é um resultado arbitrário, fruto do acaso, do descuido, de um agir m eram ente autom ático. Viver é um ato voluntário, você tem escolha, pode intervir e construir o resultado desej ado. Quando pensam os assim , cada dia se torna útil e belo, e os resultados se tornam espetaculares”.

A história de Liliane, assim com o a dos irm ãos McDonald e de Ray Kroc, é im portante porque ela ensina um a lição clara e sim ples: se você quer m elhorar sua qualidade de vida, se você quer aproveitar as coisas boas do m undo, você pode. Com o nos ensinou o extraordinário m icrobiologista René Jules Dubos, o destino não é tendência. Ou sej a, não im porta onde você se encontra a essa altura, não im porta sua idade, estudo, situação financeira, talento ou inteligência, você pode m udar. As tendências negativas que existem na sua vida podem ser transform adas. E, neste livro, você descobrirá com o. Nas páginas a seguir, vam os aj udá-lo a descobrir suas diferenças, desenvolvê-las e oferecê-las ao m undo. Analisando exem plos de atletas, cientistas, inventores, grandes líderes e em presários, você vai aprender a estabelecer obj etivos e o que é preciso fazer para realizá-los. Você tam bém

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vai descobrir com o lidar com obstáculos e adversidades, e com o criar um a m entalidade que o aj ude a superar seus lim ites, rom per suas barreiras, e realizar seus sonhos.

Mas é lógico: você vai precisar fazer a sua parte. Vai ter que se esforçar um pouco para com preender o que produz seus resultados atuais, e com o desenvolver a m entalidade correta para m udá-los, caso eles não estej am indo ao encontro de seus obj etivos. Mas esse esforço é m uito m enor do que você pensa. Você pode fazer qualquer coisa se tiver a m entalidade correta. Mas qualquer coisa mesmo. A pessoa que tem um a m entalidade errada, por m ais inteligente e criativa que sej a, ou por m ais que trabalhe e se esforce, não irá progredir. Ela apenas perderá um tem po precioso da sua vida.

1 Sistem a de Serviço Rápido

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A

CAPÍTULO 1

Destino e escolha

“Aprendi naquele dia um a lição: não im porta o quanto estej am os ocupados, precisam os colocar o outro sem pre em

prim eiro lugar.”

vida sem pre foi dura com ela. Aos 17 anos casou; aos 24, quando o m arido foi para a Guerra, ela j á era m ãe de três filhos. Quando ele retornou, pediu o divórcio. Ela teve que se virar sozinha, sem form ação, sem dinheiro e com três crianças pequenas para cuidar. A sociedade, na época, discrim inava abertam ente o trabalho das m ulheres. Sem outras opções, para sobreviver, tornou-se vendedora. Com o não sabia dirigir, percorria os calçadões a pé, para cim a e para baixo, de porta em porta, vendendo livros para a vizinhança. Foi assim que ela entrou, aos 21 anos, para um a em presa de vendas diretas. Ali, trabalhou por m ais de duas décadas. Raram ente era reconhecida pelo seu trabalho. Poucas vezes foi prom ovida. Frustrada, desm otivada e sem esperanças, quando chegou a hora, decidiu se aposentar. Já estava com 45 anos. Suas econom ias eram parcas. Tudo o que havia econom izado até então não passava de cinco m il dólares.

Mas a m ulher que agora estava no palco, dez anos depois, era brilhante, falava com autoridade e seu carism a era irresistível. Sua personalidade era tranquila, segura e confiante. Era um a em presária respeitada que adm inistrava seu próprio negócio: um a com panhia de cosm éticos m ultim ilionária que possuía m ais de 23 m il consultoras. Àquela altura, sua em presa j á havia se espalhado por todo território am ericano e principais

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cidades da Austrália.

No palco, enquanto aguardava os aplausos calorosos se dissiparem , ela olhava atenta para o público: cerca de m il m ulheres que assistiam ao seu sem inário naquele dia; e depois continuou:

“Se existisse um a única sentença capaz de expressar a característica que nos coloca à parte, no topo, essa expressão provavelm ente seria foco no cliente. Esse foco que transform a a necessidade do cliente em nossa m eta m aior. Você descobre o que o cliente quer, oferece a solução para ele e o aj uda a obtê-la. Essa é a ação real de servir o próxim o. E servir o próxim o é o coração do nosso negócio” ela concluiu, para m ais um a vez ser aplaudida e ovacionada com devoção pelo público.

As pessoas no auditório incluíam professoras, advogadas, dom ésticas e donas de casa. Elas estavam encantadas, m otivadas e inspiradas pela oportunidade de realizarem seus sonhos. Sentiam suas esperanças renovadas e afirm avam que sua vida m udara com pletam ente. E tudo isso elas atribuíam a essa m ulher que, um a década atrás, estava frustrada, decepcionada, e sem rum o. Para essas m ulheres, Mary Kay Ash era um a prova viva de que não im porta onde você está, se você realm ente quer, pode m udar, pode transform ar sua vida e se tornar qualquer coisa que desej ar.

Com o isso aconteceu? Pessoas norm ais não se transform am em sucessos sólidos e duradouros num toque de m ágica. O que fez, então, com que Mary Kay conseguisse, de um a vida aparentem ente sem perspectivas, num am biente que discrim inava a liderança fem inina e sem capital para investir, tornar-se em poucos anos um a em presária tão segura, convincente e bem -sucedida?

Pense sobre o tipo de m entalidade que nós tem os em relação a líderes, grandes em presários, celebridades, m ilionários, gênios e astros da m úsica e do cinem a. Em geral, associam os os resultados dessas pessoas às circunstâncias em que elas nasceram . Tem os um a tendência natural de acreditar que as condições em que nascem os e crescem os criam o tipo de com portam ento que define se obterem os os resultados que buscam os ou não. Com param os os fatores do nosso desem penho com o que os biólogos cham am de “ecologia” de um organism o. As árvores m ais altas, robustas e fortes são as que se originaram das sem entes dos m elhores frutos. Mas não só isso. Elas tam bém receberam a quantidade certa de água e luz, o solo era profundo e fértil e, além disso, tiveram a sorte de não se tornar vítim as de um predador ou de um lenheiro.

O que isso significa? Acreditam os que para realizar nossos sonhos e desej os precisam os ter a sorte de nascer com inteligência superior, ter um talento privilegiado, nascer num a fam ília bem estruturada que nos dê suporte e, ainda, ser contem plado com as oportunidades certas. Essa é a m entalidade que tem os. E ela se aplica tanto aos nossos fracassos e frustrações quanto aos desem penhos de pessoas que consideram os prodigiosas e geniais. Mas até onde isso é verdade? Será que é m esm o assim ?

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Uma nova mentalidade

Este é um livro sobre o poder da singularidade. Mas tam bém , sobre o im pacto que o nosso sistem a de crenças, ideias, valores e representações m entais têm sobre nós. Sobre com o nossa m entalidade m olda a m aneira com o sentim os, experim entam os e percebem os o m undo e as coisas a nossa volta. E sobre com o, ao longo desse processo, suprim im os nossa individualidade, renunciando ao nosso m aior poder pessoal.

Ao longo do livro, apresentarem os diversos exemplos de pessoas com desem penhos extraordinários. Pessoas que têm um a carreira bem -sucedida, um a fam ília bem estruturada, relações saudáveis e que estão livres do desconforto que a m aioria de nós sente em relação à vida.

Vam os analisar com o elas pensam e agem , que tipos de m entalidade elas cultivam , com o essa m entalidade valoriza o singular, e quais lições podem os tirar e usar na nossa vida.

Você vai descobrir o segredo que fez com que astros com o Justin Bieber e Jay -Z rom pessem um a infância pobre para se tornarem sucessos no m undo inteiro. Com o um rapaz sim ples do interior do Canadá criou um dos m aiores espetáculos da atualidade: o Cirque Du Soleil. Através desses exem plos, m ostrarem os que, para m elhorar a sua vida, você não precisa deixar de ser quem você é; o que precisa fazer é adotar um conj unto de princípios que m udarão a finalidade das suas ações, e vam os m ostrar com o isso poderá ser feito.

Vam os ver com o Steve Jobs chegou até a ideia do iPod, um a das invenções m ais lucrativas dos últim os tem pos, e ver com o, usando os m esm os princípios, você pode tornar-se um a pessoa extrem am ente criativa. Verem os tam bém com o a Swatch, um a poderosa m arca de relógios suíços, am eaçada pela invasão do relógio digital j aponês no final da década de 70, deu a volta por cim a e se tornou ainda m ais poderosa. Analisando essas estratégias, vam os apresentar um a fórm ula para criar esse tipo de m udança positiva em sua vida, nas áreas que você achar necessário.

Verem os o que faz com que em presas com o a Starbucks, que cobra até cinco dólares por um copo de café, se m antêm no m ercado, e que tipo de estratégia elas usam para m otivar seus funcionários e atrair cada dia m ais clientes. Você vai entender o que causa a m otivação, e com o pessoas m otivadas a utilizam para perseguirem seus sonhos.

Irem os verificar o que há de errado com a form a com o nos relacionam os com a sorte e o azar, e de com o você pode tirar o m áxim o da sorte e evitar o azar. Vam os lhe apresentar Betto Alm eida, um j ovem de origem pobre do interior do Rio Grande Sul que, em 2005, disse para a sua esposa que algum dia ele iria trabalhar na Rede Globo, e hoj e é um conceituado cenógrafo na em issora. Você descobrirá com o ele conseguiu isso e com o você pode se livrar do condicionam ento de um passado pobre e traum ático.

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Você tam bém irá conhecer um em presário j aponês, o criador da Honda, e saber com o ele m udou a form a com o são fabricados os autom óveis. E através do seu exem plo, você irá com preender os princípios que produzem um a m entalidade inovadora, criativa, disciplinada e singular.

E enquanto estiverm os exam inando a vida, as atitudes, a personalidade e as conquistas dessas pessoas, buscarem os respostas para as seguintes questões: quando se trata de bem -estar, sucesso e felicidade, qual o im pacto que o tipo de m entalidade que cultivam os possui? Qual a im portância da nossa inteligência, com posição genética e do am biente em que nascem os na busca do sucesso e da felicidade? Nossos resultados na vida são um a consequência do nosso destino ou de nossas escolhas? Com o você pode saber de antem ão se suas escolhas o levarão aonde você sonha chegar?

Pense sobre qual é a prim eira coisa que nos vem à m ente quando nos deparam os com um a pessoa de sucesso. Logo pensam os que elas foram contem pladas com inteligência superior, que tiveram a sorte de ter nascido com um talento incom um , ou de ter obtido vantagens anorm ais. Presum im os que, em função desses privilégios, elas conseguem entender o m undo de um a form a que os outros não conseguem . Por terem um a com preensão diferenciada, elas obtêm vantagens, benefícios e oportunidades que m uitos de nós j am ais terem os. Mas será que é assim m esm o?

Acreditam os que esse tipo de explicação para o desem penho que tem os na vida é no m ínim o incom pleto. Reflita por um m om ento: será que as pessoas realm ente são elevadas ao topo pela sorte, destino ou por vontade divina? Será que elas realm ente são beneficiadas com características com o um a superinteligência? Ou um a criatividade, iniciativa e talento superiores? E se olharm os para a biografia dos gênios, líderes, em preendedores, ou m esm o um pai ou m ãe de um a fam ília exem plar, o que encontrarem os? Será que os resultados que eles obtiveram foram criados com esforço, disciplina e rigor, ou surgiram com o um produto do acaso?

E quanto a você? O que produz seus com portam entos norm ais do dia a dia? Coisas sim ples, com o: não retornar telefonem as, não concluir determ inadas tarefas, não cum prir pequenos com prom issos, nunca chegar a tem po no trabalho, eventos e reuniões, não controlar seus gastos, não planej ar seu futuro ou não conseguir perder aqueles quilinhos que tanto incom odam . Qual o im pacto que esses com portam entos têm na sua vida? O que os causam ? Com o evitá-los?

Todos esses pequenos descuidos trazem consigo um a série de situações desconfortáveis e dolorosas. Elas nos autossabotam , refreiam nossas vontades e nos obrigam a j ogar na defensiva. Mas a boa notícia é que você pode m udar essas atitudes. Existe um elem ento que pode ser usado para virar o j ogo. É sobre esse elem ento que estam os falando.

Este não é um livro sobre técnicas de enriquecim ento. Este é um livro sobre com o viver um a vida rica. E a riqueza da vida está em vivê-la de um a m aneira só sua, única, singular, de acordo com seus desej os m ais intensos, sem rem orsos ou ressentim entos. E ver com o Mary Kay Ash fez isso, m esm o reiniciando sua vida aos 45 anos, é um bom com eço. Na verdade, é

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um com eço bastante prom issor.

G rande por escolha

A transform ação da vida de Mary Kay Ash com eçou com um a escolha, num a m anhã de segunda-feira, em 1963. Ela levantou cedo, fez um café, apanhou um bloco de notas e um a caneta e sentou-se à m esa da cozinha. Queria escrever um livro. Tinha um a ideia específica em m ente: elaborar um guia para aj udar as m ulheres a alcançar seu espaço no m ercado de trabalho.

“Eu m e sentia devastada”, ela revelou, referindo-se aos dias após ter se aposentado. “Havia dedicado 25 anos da m inha vida para um a em presa da qual nem sequer era sócia. E cada vez que surgia a possibilidade de ser prom ovida, um hom em , que quase sem pre eu m esm a treinara, era indicado para ocupar o cargo.”

Ela pensou na ideia do livro durante m eses. Mas havia um problem a: um forte sentim ento de que talvez ela não tivesse tanta capacidade quanto im aginava. E isso a im pedia de agir. Naquela m anhã, porém , ela levantou-se determ inada. Iria iniciar oficialm ente seu plano. Depois de horas de labuta infrutífera, onde não conseguiu escrever nada, dividiu a página ao m eio com um a linha. Do lado direito, escreveu todos os fatores positivos que havia visto na em presa na qual trabalhara. Depois, do lado esquerdo, listou todas as coisas negativas.

Num lam pej o de inspiração, viu que aquilo que deveria ser o esboço de um livro, na verdade, era um plano perfeito para iniciar sua própria em presa. “Havia certa lógica nessa percepção. Durante um quarto de século eu havia cuidado das vendas de outra com panhia e treinado alguns dos m elhores diretores da em presa. Então pensei: por que não fazer isso para m im m esm a?”, ela contou.

Mas, em seguida, ela novam ente com eçou a se autossabotar, procurando m otivos para não seguir adiante. Afinal, quem era ela para se im aginar capaz de criar, ou m esm o de adm inistrar, um a em presa?

Mary Kay havia nascido em 1918, num pequeno povoado rural do Texas. Sua fam ília era pobre. Seu pai sofria de tuberculose e sua m ãe trabalhava 14 horas por dia para sustentá-los. Ainda criança, ela teve que cuidar sozinha do pai adoecido e da casa. Assim que concluiu o ensino m édio, sem condições para cursar um a faculdade, e sem outras opções, casou-se. Tinha 17 anos. Dez anos depois, estava sozinha outra vez. Agora, com três

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crianças pequenas.

Naquele tem po, um a m ulher j ovem , m ãe e separada do m arido era quase o m esm o que nada perante a sociedade conservadora am ericana. As portas se fechavam para tudo. Mas era preciso sobreviver. Por isso, sem alternativas, passou a vender livros nos arredores de seu bairro.

Nos raros m om entos de folga, elaborava planos. Estabelecia m etas. Criava estratégias. Passou a ler livros, estudar as pessoas e se envolver com suas clientes. Foi avisada pelas am igas de que, num m undo dom inado pelos hom ens, as m ulheres tinham poucas chances, não im portando o esforço que elas fizessem . Mas ela persistiu, não podia e não queria se entregar. Duas décadas depois, quando parecia não restarem m ais dúvidas de que suas am igas estavam certas, decidiu se afastar do trabalho, recolhendo-se na aposentadoria.

Aposentada, sentia-se ainda m ais reprim ida e frustrada. Era com o se ela não se sentisse confortável dentro da própria pele. No fundo de seu coração, ela sabia que tinha m ais a oferecer.

“Eu tinha um sonho ardendo dentro de m im . Queria m ostrar ao m undo que era possível ter um a em presa onde todas as pessoas fossem tratadas com respeito e igualdade, com honestidade e integridade. Eu queria um a em presa baseada na regra de ouro: trate o próxim o com o você gostaria de ser tratado! Pois essa é a m elhor regra que há no m undo”, ela contou, anos depois.

Naquela época, Mary Kay havia se casado novam ente. Discutiu a ideia da em presa com seu m arido. As econom ias do casal eram pequenas. As dificuldades, enorm es. Contudo, ele aceitou a parceria. Juntos, com eçaram a detalhar o proj eto da futura em presa. Foram m eses de em polgação. Mary Kay, outra vez, sentia-se cheia de entusiasm o. Sentia-se com enorm es reservatórios de energia. Trabalhava com afinco e determ inação, agora para si m esm a.

Mas a vida ainda não havia desistido de testá-la. Em 1963, um m ês antes de abrir as portas da sua em presa, seu m arido sofreu um ataque cardíaco fulm inante e faleceu. Outra vez, ela se viu sozinha, desolada, sem dinheiro e com as esperanças enfraquecidas.

Mas ela não desistiu. Determ inada, procurou um de seus filhos: Richard. Ele tinha acabado de com pletar 20 anos. Mesm o assim , convidou-o para ser sócio da em presa, e, num a sexta-feira 13, naquele m esm o ano, com um kit de cinco produtos e nove consultoras, a Mary Kay Cosm éticos abriu suas portas.

Hoj e, seis décadas depois, a Mary Kay Cosm éticos é a sexta m aior com panhia de vendas diretas do m undo. Possui 2,8 m ilhões de representantes espalhadas por m ais de 30 países onde atua. Recentem ente, foi considerada pela Revista Fortune um a das cem m elhores corporações am ericanas para se trabalhar. E o m ais im pressionante: ela é considerada um a das dez m elhores com panhias para m ulheres trabalharem .

E Mary Kay Ash? Mesm o estando frustrada e decepcionada aos 42 anos, sem ver grandes perspectivas para o futuro, ela se tornou um dos m aiores sím bolos do em preendedorism o m undial. Apesar de nunca ter

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frequentado um curso superior, seu estilo de liderança e gerenciam ento ainda hoj e é estudado em inúm eras universidades im portantes do planeta. Em 2001, antes de sua m orte, ela foi eleita um a das m ulheres m ais notáveis do século XX.

Com o ela conseguiu essa transform ação? Quem garante que assim com o Mary Kay você tam bém não possui todas as capacidades e habilidades necessárias para explorar seu potencial ao m áxim o e realizar seus sonhos? Talvez você não estej a no m elhor m om ento da sua vida. Talvez lhe pareça que as pessoas e até o m undo à sua volta não o entendem , que ninguém valoriza a sua experiência, conhecim ento e capacidade. Mas você pode m udar isso.

Se você estiver disposto a abrir m ão de algum as ideias com as quais cresceu, e aplicar os princípios que vai aprender neste livro, em breve as pessoas irão vê-lo pelo que você realm ente é, e não pelo que elas pensam de você nesse m om ento. O prim eiro passo é acreditar que seus resultados, tantos os negativos quanto os positivos, são produzidos por você. Se é você quem produz seus resultados, você pode m udá-los. Nossos argum entos se baseiam em anos de estudos científicos e experiências práticas, e vam os m ostrar com o você pode provocar essa m udança.

Q ual é o seu destino?

Por vários séculos, filósofos e psicólogos de todo o m undo têm se envolvido num debate caloroso sobre um a questão que a m aioria de nós acredita saber a resposta intuitivam ente: o destino existe? A resposta lógica e natural aparentem ente é “sim ”. Afinal, não escolhem os fatores im portantes da nossa vida, com o o lugar e a época em que nascem os e crescem os, nossa herança genética, nem os costum es e a cultura nos quais desenvolvem os nossa personalidade. E todos esses fatores exercem um papel essencial na nossa vida.

Por exem plo: suponha que você queira se tornar um j ogador de basquete, im agine que você queira chegar ao status de Michael Jordan. Por m ais ardente que fosse seu desej o de se tornar igual ou m elhor que Jordan, por m aior que fosse sua determ inação, disciplina e força de vontade, a realização desse sonho não dependeria só de você, certo? Sua realização dependeria de fatores naturais que estão fora de seu controle. Você precisaria de altura adequada, idade ideal, aptidão natural, força de propósito e habilidade física. Sem essas características, você j am ais seria capaz de

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realizar seu sonho. Michael Jordan só pôde se tornar o Michael Jordan que conhecem os porque ele foi beneficiado pelo destino para sê-lo. Não é essa a m entalidade que tem os?

Além disso, m esm o que você tivesse altura, porte físico e idade apropriada, ainda assim dependeria de outros fatores essenciais que fogem com pletam ente do seu controle, com o a sorte, por exem plo. Sim , você precisaria de sorte para várias coisas, com o nascer num país com tradição de basquete, num bairro ou cidade com quadra para praticar, e encontrar o am biente adequado, com o um a escola que reconhecesse seu talento para o basquete e o aj udasse a desenvolvê-lo. Além disso, tam bém precisaria da sorte de cair na graça do treinador, para que, quando necessário, ele lhe coloque à frente dos colegas, dando-lhe as m elhores oportunidades. Certo?

É assim que pensam os. O m esm o que vale no exem plo do basquete, se aplica em todos os segm entos da vida. Tem os um a tendência a acreditar que som os o resultado de fatores que não dependem unicam ente de nós. Isso se aplica para nossa vida pessoal, assim com o para nações, com unidades e corporações.

Vej a, por exem plo, o que escreveu recentem ente Daniel Kahnem an, que ostenta em seu currículo um prêm io Nobel de econom ia:

“A comparação de empresas

que foram mais ou menos

bem-sucedidas é, em grau

significativo,

uma

comparação entre empresas

que tiveram mais ou menos

sorte.”

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Será que isso é verdade? Ou sej a, não im porta m uito o preparo, as estratégias, o foco, a disciplina, o esforço, a determ inação e o com portam ento. O que Kahnem an afirm a é que nossos resultados, em grande parte, são determ inados por fatores que estão fora de nosso controle. Em outras palavras, segundo ele, dependem os da sorte que o destino nos reserva. Sendo assim , em últim a instância, é o destino que cria e determ ina nossos resultados.

Mas será que é m esm o assim ?

Mesm o que poucos tenham a coragem de Kahnem an de expressar essa opinião em voz alta, essa é a m entalidade que a m aioria de nós possui sobre o sucesso. Intuitivam ente, acreditam os que certos indivíduos, com o Michael Jordan e a própria Mary Kay, nasceram com um a luz própria. E não im porta o que essas pessoas desej am fazer ou escolham nas suas vidas, o universo sem pre dará um j eito de dar a elas o que elas querem . Por outro lado, aqueles que, com o m uitos de nós, nascem fadados ao infortúnio, não im porta o quanto tentem , se esforcem e lutem , raram ente sairão do lugar. É assim que pensam os. Essa é a nossa m entalidade sobre o sucesso. Mas será que é assim ? Superficialm ente, tudo isso é m uito óbvio. Mas será que realm ente som os produto do destino? E se aplicarm os esse princípio de Kahnem an em outras atividades, com o a escola, por exem plo? Quais seriam os seus resultados se, em vez de estudar, você dependesse da sorte para passar de ano? Ou ainda: o que você faria se o técnico do seu tim e de futebol desistisse dos treinos, e, em vez de se esforçar, de dar o m elhor de si e tentar tirar o m elhor do tim e, deixasse os resultados à m ercê da sorte?

Pare e pense um pouco m ais. Por que algum as pessoas, ou m esm o em presas, apesar de todas as dificuldades e circunstâncias desfavoráveis im postas pelo destino, realizam seus proj etos, sonhos e propósitos? E por que outras, com vantagens claras oferecidas pelo destino, não progridem e m uitas vezes fracassam espantosam ente?

Não importa qual a sua

situação, objetivo, desafio ou

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desejo, você sempre terá a

liberdade de escolha sobre

como irá agir.

Pense, por um m om ento, nas piores dificuldades em que você j á se encontrou. Puxe pela m em ória aquelas situações aparentem ente insolúveis. Os problem as em que, de súbito, você se viu envolvido. Em quantas dessas circunstâncias a decisão sobre o que fazer ou com o agir para enfrentar a situação dependeu de você? E o que definiu a form a com o você agiu? Você teve algum a escolha?

O outro lado da moeda

Não há com o negar que o destino tem influência na traj etória da nossa vida. Sob vários aspectos, ele influencia nossas ações, nossas escolhas e nossas conquistas ou derrotas. Mas será que é ele quem determ ina os resultados finais que obtem os?

Voltem os à história de Michael Jordan. A m aioria dos especialistas o considera o m elhor j ogador de basquete de todos os tem pos. Outros vão m ais longe, e o apontam com o o atleta m ais extraordinário da história. Será que ele realm ente nasceu predestinado ao sucesso? O que geralm ente pensam os quando vem os um atleta assim ?

Analisando seu desem penho em quadra, m uitas vezes ficam os com a im pressão de que ele nasceu assim , pronto, favorecido pela genética, pelas oportunidades e por vantagens totalm ente arbitrárias. Essa é a im pressão que tem os. Mas agora vam os ver o que de fato aconteceu.

No início de sua carreira, Jordan estava longe de ser um astro, tanto no basquete quanto em qualquer outra profissão. Janice Hardy, orientadora vocacional da escola onde Jordan concluiu o segundo grau, orientou-o a fazer faculdade de m atem ática. Keneth McLaurin, diretor da escola, sugeriu que

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ele entrasse nas forças arm adas. Ninguém , exceto Jordan, sequer cogitava um a carreira no basquete. Ele nem m esm o conseguiu integrar o tim e de basquete da escola.

“Eu entrei para a história com o o treinador que não incluiu Jordan no tim e da Laney High School”, conta Fred Linch, treinador da escola. “Ele era um bom j ogador, m as não o suficiente para dar a contribuição que precisávam os”, Fred argum enta.

Sério? Quer dizer que Jordan, aos 15 anos, não era bom o suficiente para fazer parte do tim e da escola? Onde estão as vantagens aparentes que acreditam os existirem ? As oportunidades? A sorte de ter nascido com o necessário para brilhar? Onde estão os colegas de escola de Jordan que eram m elhores do que ele? Por que não se desenvolveram com o j ogadores?

E que efeito isso teve em Jordan? Com o sonho de se tornar um j ogador profissional da NBA lhe corroendo por dentro desde a idade de cinco anos, Jordan decidiu superar seu desem penho. Determ inou-se a extrair o m elhor de si e iniciou um intenso program a de treinam ento. Nos dois anos seguintes, Jordan treinou m ais do que qualquer atleta profissional. Nas raras horas em que não treinava com a bola, ia surfar, não para se divertir, m as para conseguir desenvolver o equilíbrio necessário nas quadras. Foi dessa experiência que ele adquiriu, pelo m enos em parte, sua graça e seus m ovim entos leves e m ágicos dentro da quadra.

“Não conseguia parar de treinar duro. Sentia-m e péssim o todo dia em que percebia não ter m e aprim orado em nada”, revelou, m ais tarde.

Ele ingressou na Universidade da Carolina do Norte, onde, aos poucos, passou a cham ar a atenção em quadra. E logo tornou-se parte do tim e oficial da Universidade. No entanto, apesar de iniciar sua carreira profissional em 1981, ele conquistou seu prim eiro título da NBA apenas em 1991, dez anos depois. Durante esse período, treinou rigorosam ente todos os dias. Era o prim eiro a chegar na quadra e o últim o a sair. Às vezes, parava som ente quando seus dedos davam sinais de sangram ento. Em 1985, quando todo m undo esperava resultados na quadra, um a lesão o tirou do tim e por 64 j ogos. Ele teve que deixar a NBA e retornar para a Carolina do Norte, onde se subm eteu a um intenso program a de recuperação.

“Nos prim eiros anos, ele era um j ogador m uito inconsistente. Mas, ao m esm o tem po, um dos m ais com petitivos que j á conheci. Ele queria se tornar m elhor, e teve a disciplina e a habilidade para fazê-lo”, diz Dean Sm ith, técnico do tim e da Universidade da Carolina do Norte.

Em 2001, j á com 38 anos, depois de estar afastado da liga principal por três tem poradas, decidiu voltar a j ogar. Especialistas esportivos com entavam que ele j am ais conseguira o desem penho de seus tem pos de glória.

No início, constantes lesões pareciam confirm ar as previsões. Mas Jordan, outra vez, treinou duro. Elaborou um novo plano de treinam ento diário. Reconheceu que com a idade o organism o exige m ais cuidados. Construiu um program a específico para m anter a form a e m ontou um a equipe de profissionais e treinadores para acom panhá-lo. Na sua últim a tem porada, em 2003, j ogou todos os 84 j ogos do seu tim e. Em fevereiro

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daquele m esm o ano, se tornou o único j ogador da história da NBA que, com 40 anos de idade, conseguiu m arcar 43 pontos num único j ogo.

Pense por um m om ento sobre o que a história de Michael Jordan nos ensina sobre o sucesso. Ela m ostra que essa ideia de que os m elhores e m ais brilhantes são beneficiados por lam pej os de glória divina não é bem assim . Olhando para seus resultados da perspectiva atual, depois da sua consagração, parece difícil im aginar que sua carreira foi cheia de desafios, rej eições e m om entos que exigiram extraordinária superação.

Mas Jordan, assim com o a m aioria das pessoas que conseguem im por um a m udança dram ática em sua vida, com eçou de baixo e teve grandes dificuldades até conseguir liberar o m elhor que tinha dentro de si. Norm alm ente, essa m udança ocorre em m om entos difíceis, períodos de crises, onde o destino não só se im põe sobre nós, m as se im põe de form a contrária aos nossos desej os. Esses m om entos quase sem pre são delim itadores. Eles separam as pessoas que rom pem a barreira e explodem deixando seu potencial aflorar, daquelas que se encolhem , perm itindo que os lim ites, m uitas vezes, façam com que a pessoa perca o entusiasm o pela vida e o respeito por si m esm o.

O destino como escolha

Esse foi o legado de Michael Jordan: se tiverm os os ingredientes certos, podem os fazer a grandeza brotar até m esm o nos m om entos m ais difíceis. Mas será que isso é um padrão que se aplica a todas as pessoas? Será que poderíam os enquadrar essa proposição ao que a ciência ou m esm o a psicologia cham a de regularidades? Até onde esses ingredientes dependem de nós, e até onde eles são definidos pelo acaso?

Para responder a essas questões, tem os que analisar prim eiro o que entendem os por destino.

Em term os gerais, destino significa determ inar ou fixar por antecipação. Quando você acredita no destino, alim enta a crença de que suas ações são predeterm inadas antes de nascer, ou em qualquer outro m om ento da vida, por um a força sobrenatural, fora do seu controle.

Mais recentem ente, surgiu um a nova linha de pensam ento, cham ada de determ inism o psicológico. Os adeptos dessa teoria, apesar de não acreditarem num a força sobrenatural, defendem a ideia de que cada indivíduo está destinado a se tornar o resultado do condicionam ento psicológico estabelecido no passado, geralm ente na nossa infância, e com o

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qual terem os que conviver irrem ediavelm ente durante toda a vida.

Se tivermos os ingredientes

certos, podemos fazer a

grandeza brotar até mesmo

nos momentos mais difíceis.

Tanto num caso com o noutro, o destino se apresenta com o um a explicação para fatores e circunstâncias que nos afetam sem nossa vontade ou sem que tenham os capacidade de interferir no que acontece à nossa volta. Ou sej a: o destino são acontecim entos e circunstâncias que agem sobre nós, e sobre os quais não tem os influência e, m uito m enos, controle. Quando acreditam os no destino, pensam os que esses acontecim entos definem nossos resultados. Mas até onde essa versão corresponde com a verdade?

Seria m ais fácil continuar aceitando essa versão, se não tivéssem os acabado de analisar a história de Michael Jordan e Mary Kay Ash. Acreditávam os que atletas com o Jordan, por exem plo, fossem beneficiados por um a inspiração divina. Mas vim os que é um engano pensar assim .

Pense, por exem plo, sobre seu m aior propósito nesse m om ento. Qual é? Perder peso? Liquidar dívidas? Restabelecer um a relação afetiva? Com prar um apartam ento? Um carro novo? Sej a qual for esse desafio, o que você pode fazer para superá-lo? Até onde essa superação depende de você?

Se você refletir um pouco sobre a questão, verá que não im porta qual a sua situação, obj etivo, desafio ou desej o, você sem pre terá a liberdade de escolha sobre com o irá agir. É essa relação entre você e a situação, que irá definir seus resultados. Essa constatação traz um segundo elem ento para nossa reflexão: se o papel do destino é inegável, tam bém é inegável que sem pre há um a gam a de opções que nos dá a oportunidade de agir sobre o destino.

Tem os, então, dois conceitos im portantes para se levar em conta. Eles com preendem as duas partes da m esm a m oeda: de um lado, está o fixo, o

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determ inado — nosso destino. De outro lado, está nosso poder de m udar o destino, que é definido pelo nosso poder de escolha.

O destino, com o j á vim os, com preende as situações, eventos e fatores que acontecem conosco, m as que não foram causados diretam ente por nós. O lugar onde nascem os, a cor dos olhos, nossa altura, o estado econôm ico e cultural dos nossos pais, a educação e os traum as que tivem os na infância, todos esses fatores, reais e im aginários, fazem parte do nosso destino. Nesse sentido, o destino, sem dúvida, é um a parte significativa e inquestionável do que nos constitui e, por isso, ele influencia nossa qualidade de vida.

Nosso poder de escolha, que nos leva à ação ou à letargia diante do destino, com preende a som a de nossas características individuais, com o disciplina, foco, força de vontade, m otivação, integridade, honestidade e iniciativa. Sobre esses fatores, nós tem os influência quase absoluta. No processo da construção dos nossos resultados, o poder de escolha é tão significativo e decisivo quanto o destino. Se quiserm os, tem os a escolha de agir e m udar suas características. Podem os m elhorá-lo, alterá-lo, adaptá-lo. E isso tam bém é um a escolha que podem os ou não fazer. Diante de qualquer situação, nosso resultado depende sem pre da escolha que fizem os.

Em outras palavras, não im porta qual o seu destino, você sem pre terá um a escolha a fazer. A questão, então, é esta: o que define com o você fará essas escolhas? E com o essas escolhas criam os resultados em sua vida? Com o agir para que as escolhas transform em o destino em seu aliado, em vez de um obstáculo?

Essa m entalidade de que som os reféns ou vítim as do destino tem sérias im plicações em nossa vida. Seus danos são claros, óbvios e irreparáveis. Ela nos aprisiona num sentim ento de frustração, sabotagem e im potência, tornando-nos infelizes por anos a fio.

Nesse contexto, a história de Jordan, assim com o a de Mary Kay, são im portantes não com o eventos isolados, m as pelo exem plo que oferecem de que o destino, por si só, não é um fator determ inante nos resultados que

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obtem os na vida. Seus exem plos m ostram que é a m aneira com o nos relacionam os com o destino que determ ina nossos resultados. Reconhecer esse princípio tem um im pacto fascinante na nossa vida. E isso nos dá poder e liberdade. Vej am os com o isso se aplica na realidade.

Se você quer ser

bem-sucedido, precisa assumir o

controle sobre sua vida. E

isso pode ser feito em bases

bem simples.

O poder da singularidade

Quando Mary Kay percebeu, aos 27 anos, que estava sozinha, com três crianças, sem educação form al ou qualquer tipo de especialização num m undo dom inado pela força de trabalho m asculina, ela estava diante de um contexto histórico e cultural sobre o qual ela não tinha influência algum a. Essa era um a situação real e que, naquele m om ento, era seu destino. Naquele ano, em 1945, m ilhares de m ulheres haviam perdido seus postos de trabalho para hom ens que haviam retornado da Guerra. Essa era a situação. Contudo, m esm o diante de todas as desvantagens que a situação lhe im punha, ela tinha um a série de opções reais sobre as quais continuava tendo absoluto poder de escolha. Em outras palavras, ela não tinha poder sobre a situação, m as tinha

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poder sobre a m aneira com o reagiu a essa situação.

Vam os testar essa ideia com dois exem plos extraídos da biografia de Mary Kay. Em 1949, quando ainda era um a novata no setor de vendas, em um dos prim eiros sem inários da com panhia para a qual trabalhava, ela esperou horas na fila para cum prim entar o diretor de vendas da em presa. Ela estava em polgada em conhecê-lo. Havia preparado algum as palavras que desej ava dizer. Quando, enfim , chegou perto dele, ele m al a cum prim entou. Deu-lhe apenas um “oi”, enquanto conversava com um de seus subordinados. Estava desconcentrado e ocupado dem ais para dar atenção às pessoas que ficavam um longo tem po na fila para cum prim entá-lo. Mary Kay nem m esm o teve a chance de lhe dizer as palavras que havia preparado. E com o ela reagiu a isso?

“Esse m om ento teve um enorm e im pacto na m inha vida. Aprendi naquele dia um a lição: não im porta o quanto estej am os ocupados, precisam os colocar o outro sem pre em prim eiro lugar. Dar-lhe a im portância que ele m erece”, ela disse m ais tarde, referindo-se ao evento.

Naquele dia, Mary Kay fez um com prom isso consigo m esm o: a partir daquele m om ento, olharia para todas as pessoas com o se elas tivessem um a faixa na testa, onde dizia: eu sou im portante. Esse era seu poder de escolha. Ela não podia m udar a situação nem tinha poder sobre as atitudes do diretor. Mas ela tinha o poder sobre com o ela reagiu a tudo isso dentro de si.

Num a outra ocasião, ela e um grupo de 57 vendedoras saíram do Texas rum o a Massachusetts. São 2.900 quilôm etros. Isso era em 1950. Naquela época, ônibus e estradas não ofereciam o conforto de hoj e. Entre ida e volta, a viagem durou 10 dias. O ônibus quebrou inúm eras vezes, m as m esm o assim elas seguiram entusiasm adas, porque o presidente da com panhia iria recebê-las para um chá em sua casa.

Quando, enfim , chegaram a Massachusetts, durante um dos dias do sem inário elas foram levadas para um passeio pela planta industrial da com panhia. Mas ninguém tocava no assunto do chá na casa do presidente. Frustradas, com entaram o fato de que teriam sido com unicadas de que o presidente as receberia em sua casa. Na em presa, ninguém parecia saber de nada. Por fim , com o consolo, foram levadas para ver a m ansão onde ele m orava. Mas tiveram que observá-la do j ardim . No dia seguinte, iniciaram sua peregrinação de volta para o Texas.

“Foi um retorno silencioso, triste, um a viagem frustrante”, ela contou. Mais tarde, quando Mary Kay era proprietária da sua própria em presa, toda vez que realizava um sem inário ela fazia questão de convidar todas as vendedoras para visitarem sua residência. Ali, servia chá com biscoitos que ela m esm a fazia. Às vezes, esses encontros reuniam cerca de 400 pessoas. Mesm o assim , ela as recebia em sua casa. A frustração da viagem realizada por Mary Kay em 1950 a m arcou tanto que, ainda hoj e, anos após sua m orte, tratar as consultoras com distinção é um a regra na em presa. Em todos os encontros que acontecem na sede central, no Texas, ainda são oferecidos biscoitos da receita pessoal de Mary Kay Ash.

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pessoas era irresistível. Mas será que ela nasceu assim ? Sua história nos m ostra exatam ente o contrário. Ela passou a vida inteira construindo o tipo de pessoa que ela queria ser. E ela só conseguiu realizar seus desej os quando despertou o que ela tinha de singular. Isso tam bém explica, de certa form a, com o ela ultrapassou todos os seus lim ites.

Mas há um aspecto ainda m ais intrigante nessa história. Ele nos m ostra que foram as próprias desvantagens que Mary Kay enfrentou na vida que despertaram o que ela tinha de singular e m oldaram seu sucesso. Em vez de se abater com os obstáculos, eles a estim ularam a lutar ainda m ais fervorosam ente pelo que ela queria. O destino criou as circunstâncias, e ela agiu sobre o destino de um a m aneira que acabou colhendo os frutos que ela buscava.

A lição, então, é a seguinte: se você quer ser bem -sucedido, precisa assum ir o controle sobre sua vida. E isso pode ser feito em bases sim ples e pequenas, com o com eçar a gerenciar suas em oções, controlar seus pensam entos e agir de um a m aneira m ais positiva. E você pode com eçar convencendo-se de que é você m esm o quem produz os seus resultados. E de que você possui todos os equipam entos necessários para produzir esses efeitos. Basta usá-los de m aneira correta.

Com ece a escolher o que você quer, e depois se com prom eta com sua escolha. Quando você escolhe ser o tipo de pessoa que você quer, você afirm a que possui poder sobre sua vida. Com isso despreza a atitude m ental que lhe coloca num papel de vítim a. Você só pode se com prom eter com o seu obj etivo se tiver certeza de que ele só depende de você, e não de forças externas. A única razão que nos im pede de conseguir o que querem os é não acreditar que tem os o poder suficiente para isso. Ou sej a: quando nos j ulgam os fracassados antes m esm o de agir.

Todos nós som os m elhores do que pensam os e tem os um potencial m aior do que im aginam os. Sem dúvida algum a, você no m ínim o é um pouco m elhor do que pensa ser neste m om ento. Concorda? Explore esse pouco para ser m ais feliz e ficar de bem com a vida.

Lem bre-se: o sucesso e o bem -estar são o resultado de um princípio conhecido em sociologia com o “vantagem cum ulativa”. Você com eça seu dia um pouco m ais m otivado. E essa pequena m otivação leva a um a atitude que lhe torna um pouco m ais ousado. Essa ousadia, por sua vez, proporciona um a pequena vitória, que lhe tornará um pouco m ais feliz ao final do dia, e assim por diante, até que, com o passar de cinco, dez ou 20 anos, você m uda com pletam ente; não só a você m esm o, m as o m undo à sua volta. Hoj e, talvez, você não perceba essa transform ação. Mas não im porta. Apenas com ece e se com prom eta com esse com eço.

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Síntese do capítulo

MENTALIDADE EXISTENTE

Muitas vezes som os levados a acreditar, equivocadam ente, que o sucesso das pessoas e em presas é determ inado por fatores que estão fora do nosso controle. Pensam os que certas pessoas nascem com luz própria, e não im porta o que desej am ou escolham na vida, o universo sem pre dará um j eito de facilitar tudo para elas. Por outro lado, acreditam os que aqueles fadados ao infortúnio, não im porta o quanto se em penhem , sem pre estarão destinados ao desem penho m edíocre. Essa m entalidade nos diz que nossos resultados — o sucesso e nível de satisfação que tem os na vida — dependem do que o destino tiver reservado para nós.

MENTALIDADE POTENCIAL

Você é o responsável pelas suas escolhas e, consequentem ente, pela sua vida. Não im porta qual a sua situação, você sem pre tem um a escolha a fazer. E essa escolha irá determ inar com o o destino influenciará seus resultados. Se a m aneira com o o destino afeta os seus resultados depende da m aneira com o você reage a ele, os resultados que você obtém , em últim a instância, não dependem do destino, m as de você. Em outras palavras, é sem pre você quem produz os seus resultados.

Referências

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