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acontece a conexão que dará uma finalidade nova a algo já

Em 1954, Ruth sugeriu ao m arido a criação de um a boneca com feições e características m ais m aduras. Ela havia observado que sua filha e outras crianças, j á quase na pré-adolescência, gostavam de brincar com bonecas de papel que aparentavam ter um a idade sim ilar a idade delas. Na época, não existiam bonecas adultas, apenas bebês. A ideia de Ruth era criar um a boneca com traços m ais realistas, com as quais as m eninas pré-adolescentes pudessem se identificar, inspirar e sentirem -se adultas. Mas Elliot, m arido de Ruth, rechaçou a ideia.

Quando Ruth se viu diante de Bild Lilli, durante sua viagem à Europa, em 1956, com o vim os no início desse capítulo, ela se viu diante de algo que estava im aginando há anos. A ideia, retratada por Bild Lilli estava m artelando em sua cabeça há m uito tem po. Ruth com prou a boneca com a certeza de que, com ela em m ãos, poderia convencer Elliot e Harold a produzir um a versão sim ilar e colocar no m ercado.

Ao chegar em casa, ela fez o teste com sua filha, e m ais do que nunca sentiu que, com algum as adaptações, sua ideia poderia trazer excelentes resultados.

Mesm o assim , depois de com prar o m odelo de boneca na Europa, ela levou três anos para concretizar o proj eto. E em 1959, num a feira de brinquedos de Nova York, a prim eira versão da Barbie, a boneca m ais fam osa de todos os tem pos, foi apresentada ao m undo.

O que isso nos revela sobre com o entendem os as grandes descobertas? Ruth Handler não foi, em nenhum m om ento, favorecido por algo m ágico ou incom preensível, e sua descoberta não foi casual. Ou sej a: o nascim ento de Barbie não teve nada de acidental. Ela nasceu da m esm a form a com o os relógios Swatch de 40 dólares. Ou sej a, Ruth j á conhecia a sua causa final, que era a ideia de colocar no m ercado um a boneca voltada para o público pré-adolescente. Assim com o aconteceu com os relógios da Swatch, ela precisou de algum tem po para colocar sua ideia em prática, m as em nenhum m om ento esqueceu ou desistiu do seu obj etivo.

A criação de Barbie foi um resultado do princípio da oportunidade. O que esse princípio afirm a? Quando você alim enta um a ideia em sua m ente, de um a ou de outra form a, por um princípio de associação, vai acontecer o encontro ou a conexão que dará um a nova finalidade a algo j á existente. Isso pode ser um a ideia, com portam ento, ou m esm o produto. Analisarem os esse princípio m ais profundam ente no capítulo dez, no qual m ostrarem os com o você pode criar ou desenvolver um a m entalidade inovadora e criativa.

Mas será que essa é um a regra geral para o sucesso? Será que, se investigarm os o que há por trás de grande ideias, encontrarem os sem pre algo equivalente ao que vim os sobre a Barbie e os relógios Swatch? Vam os testar essa ideia nos exem plos que apontam os algum as páginas atrás, sobre as grandes descobertas científicas. Com o elas aconteceram , realm ente?

A verdade é que Arquim edes não descobriu o princípio da flotação acidentalm ente ao entrar num a banheira cheia de água para tom ar banho. Considerado um dos m aiores m atem áticos de todos os tem pos, ele tam bém era físico, cientista e um grande inventor. Quando sua fam a j á era

am plam ente conhecida, ele foi cham ado pelo rei da Sicília para aj udar a tirar um a dúvida.

O rei havia m andado fazer um a coroa de ouro m aciço para oferecer à divindade do tem plo. Ele contratou o m elhor ourives da Sicília para executar o proj eto. Meses depois, o ourives entregou um a m agnífica peça ao Rei, pela qual cobrou um a fortuna. O rei pagou o valor. Mas logo surgiu um a suspeita: alguém disse ao rei que a coroa não era de ouro m aciço.

Com o fazer para descobrir isso sem danificar ou destruir a coroa? Ninguém , na época, tinha ideia de com o a qualidade do ouro poderia ser m edida sem danificar a peça. O rei m andou cham ar Arquim edes e ordenou- o a encontrar um a m aneira. O cientista duelou com essa questão por m eses, até que um dia entrou na banheira e observou a água transbordando. Nesse m om ento, ocorreu a ele um a ideia. Através da m edição do volum e de água deslocada pela coroa, ele poderia facilm ente calcular a sua densidade. Depois, ele poderia dividir a m assa da coroa pelo volum e de água deslocado. Ele ficou tão eufórico, que saiu da banheira gritando:

“Eureka, eureka!”

Da m esm a form a, Gutenberg não descobriu a im pressora gráfica sim plesm ente porque viu um produtor de vinho am assar as uvas com um rolo pressor. Ele só associou a ideia do rolo pressor de uvas com a im pressora gráfica porque ele estava, há anos, duelando com a busca de um a solução para sua ideia de produzir um a m áquina m ais eficiente para solucionar um problem a.

Isaac Newton não descobriu a lei da gravidade ao tentar tirar um a soneca sob o pé de um a m acieira e ver um a m açã cair. Vej a o que Michael Howe revela sobre Newton no seu livro Genius Explained: “Um contem porâneo de Isaac Newton descreveu o físico com o alguém que se envolvia tão obsessivam ente com seus estudos e pesquisas que, se não fosse o lado prático que essas pesquisas m uitas vezes exigiam , Newton poderia ter provocado sua própria m orte de tanto que ele se concentrava nos estudos.” Ou sej a: a singularidade de Newton, com o de todos os outros, nasceu do seu esforço.

Dm itri Mendeleiev tam bém não sonhou que estava duelando com equações quím icas e, ao acordar, tinha na cabeça um a nova versão da tabela periódica. Ele estava trabalhando nessa tabela há anos, m as ainda não tinha conseguido encontrar um a resposta convincente para as suas pesquisas. Num a noite, teve um insight que, – com o tantos outros m as que nunca resultaram em nada –, que lhe revelou a resposta que ele procurava.

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