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Hub das Artes

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Academic year: 2021

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LUÍS GUSTAVO SADA GRAFF

HUB DAS ARTES

FLORIANÓPOLIS 2018

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanis-mo da Universidade do Sul de Santa Catarina. Orientador: Prof. Dr. Rudivan Luiz Cattani

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AGRADECIMENTOS

Agradecer é uma ação contínua que se deve praticar cotidianamente. Dessa forma, se reconhece e se enaltece a importância de pes-soas e eventos que estão ao redor.

Agradeço à minha família por todo o amor e acolhimento, além de me proporcio-nar oportunidades maravilhosas ao longo de minha caminhada. Amo vocês!

Agradeço aos amigos, principalmente àqueles que considero meus irmãos, por toda a confidência, companheirismo, risadas e con-quistas - meu klan do coração.

Agradeço ao meu amor, que me instiga evolução e traz para os eixos sempre que dese-quilibro-me. Você é meu porto seguro.

Por fim, agradeço à todos os professores e colegas que contribuiram e fizeram parte da minha formação, em especial ao meu orienta-dor. A arquitetura exige muita determinação.

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RESUMO

O presente trabalho apresenta a funda-mentação e elaboração do partido arquitetô-nico do Hub das Artes em Florianópolis (Santa Catarina), nas proximidades da cabeceira Insu-lar da Ponte Hercílio Luz.

O espaço propõe a integração do usu-ário com o cenusu-ário cultural, a disseminação da informação e manifestações artísticas envolven-do a comunidade, e a reaproximação envolven-dos ha-bitantes com o entorno natural da área através da proposta de novo eixo de circulação.

Com a intenção de alcançar estes ob-jetivos, o trabalho se contextualiza através de pesquisas sobre o tema, análise de diagnóstico da área de estudo e busca e compreensão de referências arquitetônicas e urbanísticas. A par-tir disso, são traçadas diretrizes projetuais e ela-borados estudos conceituais, volumétricos, am-bientais e conectivos, que serão fundamentais para o desenvolvimento da proposta do Hub das Artes.

Palavras chaves: Arte; Cultura; Centro Cultu-ral; Hub na arquitetura; Ponte Hercílio Luz; Flo-rianópolis.

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SUMÁRIO

08 08 10 12 14 16 16 16 18 20 20 22 24 28 28 36 38 40 42 44 46 50 INTRODUÇÃO Localização do terreno JUSTIFICATIVA OBJETIVOS METODOLOGIA REVISÃO DA LITERATURA Arte e cultura na sociedade Hub na arquitetura

Centro cultural

Hub das Artes como centro de cultura e lazer

Intervenções contemporâneas ao lado de patrimônios históricos

O equipamento urbano, o espaço pú-blico e a cidade

Edifícios culturais versus vias de trânsito rápido

DIAGNÓSTICO DA ÁREA

Contexto Histórico e Análise de Evolução Gabaritos

Sistema Viário e Modais de Transporte Público

Equipamentos Comunitários e Áreas de Lazer

Usos e Ocupação do Solo

Aspectos Bioclimáticos e Características Gerais do Terreno

Condicionantes Legais Síntese e Potenciais

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA PROJET-UAIS

Centro Cultural El Tranque, Santiago/ Chile

ArtCollege Center (Hillside Campus), Pasadena/EUA

Oslo Opera House, Oslo/Noruega El MAMM, Medellín/Colombia PARTIDO ARQUITETÔNICO Evolução da Proposta Diretrizes Projetuais Programa de Necessidades Organograma Implantação Plantas Baixas Elevações Cortes Perspectivas CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA CRÉDITO DAS IMAGENS 54 54 62 64 66 68 69 71 72 73 74 75 78 80 81 87 88 90

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A arte é o reflexo da cultura e da história de um povo; é algo inerente ao ser humano; é a representação da realidade sob a perspec-tiva e percepção de um grupo ou indivíduo e cada expressão artística possui um significado único e diferente (CASTILHO & FERNANDES, 2013). Segundo estudiosos como Hegel & Ric-ciotto Canudo (1912), além de outros autores, todas as manifestações relacionadas à arqui-tetura, pintura, escultura, literatura, música, dança, teatro, fotografia, cinema, gastronomia, moda e arte digital podem ser consideradas arte nos dias atuais. Sendo assim, a arte nada mais é do que um dos principais componentes que incorporam a cultura – “expressão coletiva do ser humano no contexto social onde atua e estabelece suas ligações” (FISCHER, 1983). De acordo com Coutinho (2017), que elucida o pensamen-to de Danilo Miranda, direpensamen-tor do SESC-SP,

“antes de aprender um ofício, é fundamental que o homem compreenda que a arte e o lazer têm o pa-pel vital de torná-lo capaz de perceber que a cria-ção não é só material, mas da mente e do espírito.”

Hub no sentido mais cru, como con-centrador, arte como a necessidade criativa do homem. Juntos, revelam a importância que o Hub das Artes desempenha: proporcionar um local de manifestações artísticas e culturais, acessível à todos, nas mais diversas variações e modalidades. Além disso, retomar um circui-to influenciador de vida urbana em uma área ociosa da cidade, onde o pedestre e a relação com o mar foram deixados em segundo plano. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA

O projeto do Hub das Artes será desen-volvido em uma área que engloba o início da Av. Beira Mar Norte e as proximidades da Ponte Hercílio Luz e Parque da Luz, em Florianópo-lis, SC. O terreno, de aproximadamente 4300 m², é a união de um lote privado, com outro pertencente à CELESC: eixo central entre a Av. Osvaldo Rodrigues Cabral e a Rua Almirante Lamego; e entre o Hotel Slaviero Baía Nor-te e o CG-CBMSC (Comando Geral do Cor-po de Bombeiros Militar de Santa Catarina).

INTRODUÇÃO

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01. Museu Soumaya, Cidade do México/MX. Integração do homem com as atividades à sua volta: música, dança, escultura, arquitetura. 02. Esquema de localização da área de intervenção.

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TICEN (1300m)

AV. BEIRA

MAR NORTE FORTE DE SANT’ANA DO ESTREITO

TERMINAL RODOVIÁRIO RITA MARIA (1000m) PARQUE DA LUZ

PONTE HERCÍLIO LUZ MORRO DA CRUZ (5300m) HOTEL SLAVIERO BAÍA NORTE COMANDO GERAL - CBMSC CENTRO DE CONVENÇÕES (3000m) 02 TICEN (1300m) AV. BEIRA

MAR NORTE FORTE DE SANT’ANA DO ESTREITO

TERMINAL RODOVIÁRIO RITA MARIA (1000m) PARQUE DA LUZ

PONTE HERCÍLIO LUZ MORRO DA CRUZ (5300m) HOTEL SLAVIERO BAÍA NORTE COMANDO GERAL - CBMSC CENTRO DE CONVENÇÕES (3000m) TICEN (1300m) AV. BEIRA

MAR NORTE FORTE DE SANT’ANA DO ESTREITO

TERMINAL RODOVIÁRIO RITA MARIA (1000m) PARQUE DA LUZ

PONTE HERCÍLIO LUZ MORRO DA CRUZ (5300m) HOTEL SLAVIERO BAÍA NORTE COMANDO GERAL - CBMSC CENTRO DE CONVENÇÕES (3000m) TICEN (1300m) AV. BEIRA

MAR NORTE FORTE DE SANT’ANA DO ESTREITO

TERMINAL RODOVIÁRIO RITA MARIA (1000m) PARQUE DA LUZ

PONTE HERCÍLIO LUZ MORRO DA CRUZ (5300m) HOTEL SLAVIERO BAÍA NORTE COMANDO GERAL - CBMSC CENTRO DE CONVENÇÕES (3000m) TICEN (1300m) AV. BEIRA

MAR NORTE FORTE DE SANT’ANA DO ESTREITO

TERMINAL RODOVIÁRIO RITA MARIA (1000m) PARQUE DA LUZ

PONTE HERCÍLIO LUZ MORRO DA CRUZ (5300m) HOTEL SLAVIERO BAÍA NORTE COMANDO GERAL - CBMSC CENTRO DE CONVENÇÕES (3000m) BR SC FLN CENTRO

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Segundo Danilo Miranda (2017), diretor do SESC-SP, a missão da arte e da cultura é ajudar o ser humano a compreender a reali-dade - que é entender a si mesmo, ao outro e ao mundo à sua volta. Considerando que todo e qualquer indivíduo é capaz de produzir arte, é evidente que o seu acesso deva ser universal.

Contudo, em um dado período da his-tória, a arte foi apropriada pela elite da so-ciedade como um bem exclusivo - de modo que cada vez menos as pessoas sentiam que a arte era de todos e para todos. Atualmen-te, parte dessa ideologia permanece entre os brasileiros, já que a pouca informação relati-va à arte e à cultura é ainda minimamente ex-plícita à população (SILVEIRA E SILVA, 2010). Em vista disso, o Hub das Artes tem o intuito de reaproximar a população da cena artística e dos manifestos culturais, instalan-do-se em um local que abre as portas para uma das áreas mais nobres da cidade de Florianópolis e dialoga com o cartão postal mais conhecido do estado de Santa Catari-na, a Ponte Hercílio Luz (fechada desde 1982 e com estimativa de reabertura para 2019).

Devido à construção do aterro e vias de

tráfego intenso com velocidades elevadas, a re-gião perdeu o contato que possuía, originalmen-te, com o oceano. Além disso, vale lembrar que próximos ao lote existem o Museu das Armas e o Forte de Sant’Anna do Estreito, dois equipa-mentos públicos que fomentam a cultura e que apresentam relação com o tema do projeto.

Considerando a reabertura da Pon-te Hercílio Luz e a retomada do eixo de li-gação entre Ilha e Continente, a área apre-senta um potencial conectivo que pode tornar-se atrativa à cidade de Florianópolis, tra-zendo movimento e vida urbana para a região. Atualmente o terreno não apresenta ne-nhum uso relevante à cidade. Contudo, uma pequena parcela de sua área é ocupada por moradores de rua (que se apropriaram inade-quadamente do local) e outra, pelo dono do ter-reno (ao lado do CG-CBMSC). O local necessita de uma proposta que melhore a qualidade de vida dos cidadãos florianopolitanos (bem como visitantes), atraindo-os para a região e ofere-cendo espaços de arte, lazer, convívio e apren-dizado, (re)conectados com o mar e com os de-mais equipamentos de cultura em seu entorno.

JUSTIFICATIVA

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04. Arte urbana: intervenção de grafite em muro de comunidade cons-truída às margens da cidade formal.

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OBJETIVO GERAL

Elaborar um anteprojeto arquite-tônico de um Hub das Artes em Florianó-polis, situado no centro da cidade e com a finalidade de proporcionar um novo es-paço de lazer e cultura para as pessoas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Compreender o tema, com base em refe-renciais teóricos, conceituais e arquitetôni-cos, voltados ao lazer, arte e vida pública; - Definir a área de estudo, visan-do o potencial conectivo, atrativo e vi-sual, para a cidade de Florianópolis; - Desenvolver um diagnóstico, para entender a problemática do tema e seus condicionantes; - Definir diretrizes urbanas e arquite-tônicas, para consolidação do projeto; - Elaborar o partido arquitetônico do Hub das Artes, apontando soluções aos problemas en-contrados. Este projeto será aprofundado e con-cluído no Trabalho de Conclusão de Curso II. 12

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05. Museu da Música, Porto/PT. Relação entre usuários, programa, edi-fício e cidade.

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O desenvolvimento deste traba-lho se baseará em um cronograma de or-ganização, que o dividirá em etapas com atividades previstas e voltadas para:

1. Fundamentação teórica: reunir infor-mações através da leitura de livros, teses, arti-gos, revistas e sites que abordem o tema das artes e sua relação com a arquitetura, bem como espaços voltados à cena cultural e de vida pública das cidades - a fim de compreender o tema e possibilitar análises e questionamentos;

2. Diagnóstico: levantar dados relativos ao terreno e ao seu entorno, analisando o his-tórico da área, gabaritos do entorno, sistema viário e seus fluxos, uso e ocupação do solo, equipamentos de lazer culturais, aspectos bio-climáticos, características gerais do terreno e as condições legais descritas para a área no plano diretor. Visitar o local a fim de registrar fotograficamente as potencialidades e con-dicionantes do espaço, e identificar demais conteúdos que sejam pertinentes ao trabalho;

3. Referenciais projetuais: escolher pro-jetos de edifícios que façam referência à so-luções conceituais, teóricas e/ou

arquitetôni-cas, os quais serão analisados e contribuirão para definir diretrizes projetuais, de repre-sentação e de desenho, para firmar a rela-ção entre edifício e cidade e para orientar a escolha de materiais e métodos construtivos;

4. Síntese de dados e diretrizes pro-jetuais: unir e organizar todos os dados co-letados, a fim de consolidar diretrizes que firmem o partido geral da proposta, além de elaborar um programa de necessidades;

5. Proposta do partido geral: desenvolver os desenhos de implantação, plantas-baixas, cortes e elevações, a nível de partido arquitetô-nico, que demonstrem a relação do Hub das Ar-tes com a escala edifício e com a escala cidade. 14

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06. Caixa Forum, Madri/ES. Apropriação do usuário dentro de um es-paço cultural.

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ARTE E CULTURA NA SOCIEDADE

Como exposto anteriormente, a arte é inferida como toda e qualquer atividade oriunda do livre arbítrio criativo do ser hu-mano. Segundo D’Ambrosio (2009), a arte é uma interpretação da realidade que ultrapas-sa o utilitário, ultrapas-satisfazendo a emoção, a inte-ligência e os cinco sentidos humanos (visão, audição, olfato, tato e paladar). E para isso,

o conceito ‘arte’ exige abertura, exige a possibili-dade de se ajustar ao surgimento de situações não previstas, a situações que independem de qual-quer tipo de regra ou restrição [...] (WEITZ, 1956).

Nesse sentido, não há limites de criação, tampouco barreiras conceituais que dividam o entendimento entre arte e cultura, podendo esta segunda, ser entendida como a peça mais fundamental do nosso campo de saber (MINTZ, 2010). Caracteriza algo pré-existente no meio em que nos inserimos, representando fator de mudança social e servindo, não somente para descrever e compreender a realidade, mas tam-bém para apontar novos caminhos e contribuir

para a sua modificação.

Desde [...] os instrumentos às intenções práticas, da filo-sofia às ciências, dos métodos e técnicas aos objetos, é necessário percebermos a cultura como uma dimensão corpórea, em que tudo faz parte dos seus fenômenos. (SANTOS, 2015).

Sendo assim, entende-se que arte é cultura e cultura é arte.

HUB NA ARQUITETURA

A palavra hub é proveniente do idioma inglês e significa ‘concentrador’ (COLLINS, 2013). Teve sua origem relacionada a área da informática, porém atualmente é utilizada em diversas outras situações e justifica bem o seu uso: atua como uma peça central, recebendo informações e transmitindo-as para os demais canais.

Arquitetonicamente, segundo a abor-dagem do Disseny Hub (fig. 08) de Barcelo-na (Espanha), a tradução de Hub se dá como uma instalação inovadora na cidade, projeta-da física e conceitualmente para ser o motor

REVISÃO DA LITERATURA

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08

07. Representação cultural de tribo indígena brasileira: vestimentas, pintura corporal, dança e ritual.

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espaço na segunda metade do século XX, a partir da construção do Centre Pompidou (Par-is, França), inaugurado em 1975. Há anos, potências do primeiro mundo passaram a in-centivar a implantação de espaços culturais, tendo seus exemplos copiados por muitos out-ros países. Contudo, no Brasil a história dos centros de cultura ainda é recente. Como co-loca Teixeira Coelho (1996), os primeiros cen-tros de cultura brasileiros surgiram na década de 1980, na cidade de São Paulo (fig. 10). Foram financiados pelo Estado e partir daí começaram a proliferar pelas cidades do país. Política e socialmente, a função dos centros de cultura está ligada à igualdade so-cial, porém muitos desses sistemas não surtem efeito, já que inúmeras vezes a diversidade de padrões de cultura é deixada de lado (SILVA, LOPES, XAVIER, 2009). Ainda assim, têm como objetivo principal atrair públicos das mais vari-adas idades, gêneros e classes sociais, gerando um polo de convivência e informação para a área em que é implantado.

Quando os centros culturais são públicos, geralmente

18 impulsionador da economia do conhecimento, criatividade e inovação - um espaço em que a informação é difundida e transmitida aos seus usuários, de forma simples e aberta.

CENTRO CULTURAL

Um espaço cultural serve para dar pos-sibilidade a um indivíduo de criar percepções do mundo que o cerca, entendendo que sua in-dividualidade só é possível graças ao seu con-vívio em sociedade (ZAMBONI, 1993).

O comportamento humano não pode ser plena-mente entendido pelo (ou reduzido ao) exame de indi-víduos isoladamente. Tudo o que eles são, bem como o que pensam e fazem, seus atos e as consequên-cias de seus atos, é sempre social (MINTZ, 2010).

Os centros culturais atuam, segundo Ra-mos (2007), como locais para conhecer, pensar e criar; espaços de ação contínua, não-linear e não-convencional; de fazer a cultura viva, de maneira criativa e elaborada com as próprias mãos.

Tais equipamentos somente ganharam

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09. MACBA, Museu de Arte Contemporânea de Barcelo-na/ES. Relação de uso do espaço: população desfrutan-do das áreas externas desfrutan-do edifício para atividades recreativas. 10. SESC SP, São Paulo/BR. Um dos primeiros centros culturais do país.

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possuem grandes dimensões e pluralidade de ativi-dades, espaços e equipamentos - contando com acervo próprio e relevante colocado de forma estável e aces-sível aos seus frequentadores. Quando pertencentes à iniciativas privadas, geralmente mesclam atividades culturais, exposições, apresentações teatrais ou mu-sicais à atividades ligadas à instituição - como pales tras, lançamentos de livros, etc (PEIXOTO, 2016).

Sinteticamente, apresentam como mis-são a inserção social de todo e qualquer indiví-duo e voltam-se primordialmente a intermediar a relação entre população e acesso ao apren-dizado artístico-criativo, de modo que atua nas mais variadas gamas e apresenta as mais di-versas funções.

HUB DAS ARTES COMO CENTRO DE LAZER E CULTURA

Segundo Ferraz (2015), que elucida o pensamento de Lina Bo Bardi,

em vez de centro cultural [...] deveríamos utilizar o termo [...] centro de lazer. O cultural pesa mui-to e pode levar as pessoas a pensar que devem fa-zer cultura por decreto. E isso, de cara, pode

cau-sar uma inibição ou embotamento traumático.

Desse modo, surge o conceito do Hub (como receptor e canalizador) das Artes (mescla-da com a produção cultural), materializando-se através de um centro criativo da informação com caráter multifuncional e multidisciplinar. Além disso, para que se obtenha sucesso, respeita e adota a ideologia apresentada por Milanesi (1997) dos três princípios a serem implantados no projeto e gerenciamento de equipamen-tos deste segmento: informar (garantindo o acesso ao aprendizado), discutir (refletindo e questionando os poréns) e criar (obtendo re-sultados e gerando novas ideias e propostas). INTERVENÇÕES CONTEMPORÂNEAS AO LADO DE PATRIMÔNIOS HISTÓRICOS

De acordo com Rossi (1966), com o pas-sar do tempo, a cidade cresce sobre si mesma, preservando os elementos essenciais à sua me-mória e identidade. O autor ainda afirma que “a criação arquitetônica é vista como um pro-longamento da história e deve apresentar-se

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11. SESC Pompéia, São Paulo/BR. Demonstração de como a abordagem de um lugar influencia na relação das pessoas. 12. Praça das Artes, São Paulo/BR. Pojeto de intervenção contemporâ-nea ao lado de edificação tombada.

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associada à singeleza da origem das coisas.” Os edifícios devem ser do seu tempo, refletindo a contemporaneidade, mas jamais renunciando a memória do território, da tradição e da cul-tura em que estão inseridos (SANTOS, 2015).

A sintonia de uma obra com o seu entorno é uma mos-tra da relação da mos-tradição com a modernidade, onde o lugar não só representa os vestígios do passado e do contexto mas [...] também um campo aberto às transfor-mações – garantindo um diálogo que afirme mais as se-melhanças do que cultive uma ruptura (FERRÃO, 1993).

Para Fanucci e Ferraz (2013), projetos que envolvam regiões históricas devem respon-der de maneira clara e transformadora a uma situação espacial preexistente, envolvendo inte-resses e criando novos espaços de convivência a partir da geografia urbana, da história local e dos valores contemporâneos de vida pública. Faggin (2010) afirma que é nesses casos que o patrimônio é respeitado; quando existe um diálogo entre o antigo e o contemporâneo. Em complemento, Faria (2015) faz entender que para garantir a harmonia entre arquiteturas dis-tintas, a preservação do patrimônio é

assegu-rada através do estabelecimento de condições específicas - como o uso contido de cores e re-vestimentos para o novo edifício, devidos afas-tamentos, limites de gabarito, etc. Em conjunto, todos esses fatores propiciam uma maior agra-dabilidade aos usuários e atenuam o impacto de vizinhança nos locais de intervenção, traba-lhando sobre o conceito de desenvolvimento de uma cidade ao nível dos olhos (do pedestre) - assim como ressalta Karssenberg et. al (2015). EQUIPAMENTO COMUNITÁRIO, ESPAÇO PÚ-BLICO E CIDADE

A fim de atender às demandas sociais impostas pela população, surge a necessida-de necessida-de implantação necessida-de equipamentos comuni-tários, “elementos essenciais para o funciona-mento das cidades.” (GOUVÊA, p. 93, 2008). De acordo com a antiga NBR 9284/1986, os equipamentos urbanos são entendidos como “bens públicos ou privados, de utilidade públi-ca, destinados à prestação de serviços necessá-rios ao funcionamento da cidade, implantados mediante autorização do poder público, em es-22

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13. Promenaide du Paillon, Nice/FR. Demonstração de como a estrutu-ração de espaços públicos garante uma vida comunitária de qualidade nas cidades.

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paços públicos ou privados”.

Os espaços públicos desempenham di-versas funções nos centros urbanos, propor-cionando interação e convívio social, embe-lezando as vizinhanças, trazendo recreação e respiro para o ambiente urbano densificado, além de gerar identidade para bairros ou até mesmo cidades. Sumariamente, auxiliam no equilíbrio social, político, cultural e psicológi-co da população - pois funcionam psicológi-como fator de escape das tensões geradas pela vida con-temporânea em comunidade (COUTO, 1981).

As áreas de lazer de uma cidade fazem parte do seu espaço público e dizem respeito a toda rede de áreas verdes, vazios urbanos e equipamentos de lazer. Nesse sentido, podem ser caracterizados por edificações ou instala-ções onde acontecem manifestainstala-ções e ativida-des de recreação - enquadrando, de um modo geral, os centros culturais, cinemas, parques, bibliotecas, centros esportivos, teatros, museus, entre outros (PELLEGRIN, 2004).

Contudo, assim como ressalta Silveira e Silva (2010), o Brasil tem sido apontado como um país onde há uma enorme desigualdade

social, e com isso, passou-se a ter uma grande preocupação no modo em que o lazer é pla-nejado e proposto pelo Poder Público. Mesmo apresentando uma diversificação de realidades sociais, as cidades, de uma maneira geral, não oferecem espaços suficientes de lazer para que a população usufrua dos diferentes conteúdos culturais. Desse modo, o lazer está muito dis-tante de se tornar homogêneo para a realida-de social apresentada, impossibilitando que as pessoas tenham livre acesso aos diversos tipos de atividades integradoras, democráticas e de bem-estar (SILVA; LOPES; XAVIER, 2009). As atividades culturais permitem o diá-logo entre as pessoas e a cidade, prosperan-do o sentimento de cidadania e melhoranprosperan-do a qualidade de vida da população. Mas, até quando irá se manter como um ‘bem’ acessí-vel a poucos? A humanização e reestruturação de áreas públicas e equipamentos comuni-tários (principalmente aqueles ligados ao la-zer e informação) no contexto urbano, neces-sitam de um fortalecimento, deixando claro que um projeto de qualidade que referencia as demandas da sociedade, é indispensável

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14. Crianças de classes sociais mais baixas brincando na rua sem ne-nhuma segurança e infraestrutura.

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15. Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre/BR. Demonstração de como uma via de trânsito rápido segrega a população de um edifício ou da paisagem natural.

16. Acesso subterrâneo aos pedestres que desejam atravessar a Aveni-da Padre Cacique (imagem abaixo) e acessar o equipamento cultural.

para a valorização da cidade, do cidadão e

dos patrimônios arquitetônicos e urbanísticos. EDIFÍCIOS CULTURAIS VERSUS VIAS DE TRÂN-SITO RÁPIDO Como visto anteriormente, a cidade é um grande espaço público, “que qualifica os entornos construídos e os valoriza, deven-do oferecer aos cidadãos condições de bem estar e ambientes amigáveis“ (BORJA, 2013).

Contudo, de acordo com Darrouy (2015), a partir do crescimento urbano desen-freado, aliado à falta de planejamento territo-rial, em muitas cidades os veículos acabaram sendo priorizados e os cenários originais fica-ram descaracterizados.

O caso da Fundação Iberê Camargo (Porto Alegre, Brasil), apresentado por Fracalossi (2014), ilustra com qualidade a exposição aci-ma, ao comentar que a fundação possui relação interrompida com a paisagem natural - Lago Guaíba - ao seu redor, devido à via de trânsito rápido que a limita. Os pedestres e os veículos que circulam pelo local acessam a edificação apenas através de seu subsolo, demonstrando a confusa hierarquia entre modais de transpor-te e a limitação de escolhas para o pedestre.

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19. Equipamento como centralidade visual, reforçando o eixo mar, ci-dade e montanha.

20. Equipamento como centralidade integradora de modais de trans-porte público.

21. Disseny Hub, Barcelona/ES. O edifício, seu entorno e o contexto urbano.

Por outro lado, de acordo com Gual (2013), quando o edifício assume um cará-ter transformador no meio urbano, mudan-ças nas mais variadas esferas de centralidade (como inovadora - integrando outros meios de comunicação -; cultural - conectando-se com equipamentos do mesmo segmento -; visual - fortalecendo o eixo mar, cidade e montanha -; viária - fazendo a ligação entre diferentes partes da cidade -; e de modais de transporte público - facilitando a integração entre os di-ferentes tipos), passam a fazer parte de uma nova realidade na cidade: assim como é o caso do Disseny Hub, em Barcelona (Espanha).

Sendo assim, fica claro que o entorno de uma região incide diretamente na qualida-de do espaço, porém, é através qualida-de soluções e estratégias arquitetônicas e urbanísticas, que os edifícios culturais respondem positivamente às demandas impostas pela cidade e população que irá usufruir do equipamento, garantindo o seu sucesso e importância social.

17. Equipamento garantindo conexão entre diferentes níveis topográfi-cos na escala bairro.

18. Equipamento como centralidade viária conectora de diferentes par-celas da cidade.

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CONTEXTO HISTÓRICO

A seguir, será apresentada a cronolo-gia de fatos que sucederam o desenvolvimen-to da região de estudo, de modo que haja uma compreensão de como se deu a evolu-ção da área e quais impactos sofreu para che-gar à condição que se encontra atualmente. OCUPAÇÃO DA PONTA MERIDIONAL DA ILHA

Segundo pesquisas e estudos conduzi-dos por Veiga (2010), a ocupação da ponta meridional da Ilha de Santa Catarina, deno-minada Estreito, foi bastante lenta e dificultada principalmente por obstáculos topográficos - a região era composta por elevações estrutura-das sobre um maciço rochoso que foi sendo escavado ao longo do tempo. As atividades desenvolvidas nessa extremidade do polígono central condicionaram o seu desenvolvimen-to, caracterizado por uma ocupação esparsa e pouco vinculada aos aspectos habitacionais. O POLO PORTUÁRIO E FABRIL

Veiga (2010) explica em seu livro que,

inicialmente, as dificuldades de acesso à cida-de limitaram a ocupação da ponta meridional da Ilha ao Forte Sant’Anna (1761) e à alguns trapiches de embarque e desembarque para o Continente. Posteriormente, a instalação do cemitério do Estreito (1840-1925) inibiu ou-tras perspectivas de utilização da ponta insular.

[...] Nos meados do século XIX, a localização de ofícios e atividades industriais e comerciais obedecia princi-palmente a preocupações de urbanismo de higiene. Ali, a Fábrica de Pontas, a Vila Operária e a Fábrica de Rendas e Bordados foram os representantes mais destacados desse modesto polo industrial. Esses com-plexos de edificações, diferentes e inusitadas, foram aos poucos transformando a paisagem existente, intro-duzindo a silhueta de galpões e chaminés, o traçado das vilas e a nova disposição e detalhes das pequenas residências de trabalhadores (VEIGA, p. 281, 2010).

A NECRÓPOLE DO ESTREITO (1840-1925)

Em 1840 foi fundado o cemitério [...] nos terrenos de José Vieira de Castro, que teve sua chácara desapropriada e cercada para a construção de uma pequena capela. A partir de 1843 [...] foi verificando-se a inconveniência da escolha do local para o cemitério, já que não só apresen-tava um sinal depreciativo, como também impedia a

ex-DIAGNÓSTICO DA ÁREA

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22, 23. Cartografias referentes aos anos de 1754 e 1840, respecti-vamente, disponíveis no livro Florianópolis: Memória Urbana (2010).

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30 pansão urbana da Ilha do Desterro. Em 1887 já se cogi-tava remover a necrópole, mas só em 1925 é que a ideia foi efetivada. A partir da década de 1920, com a transfe-rência do cemitério do Estreito para o bairro do Itacorubi, e com a implantação dos eixos viários que deram acesso à Ponte Hercílio Luz, a área da ponta mais ocidental da Ilha passou a integrar-se ao sistema viário e ao contexto urbano como um todo. No século XX, parte do terreno foi confirmado como de interesse público, configurando-se ali o atual Parque da Luz (VEIGA, p. 283-285, 2010).

O FORNO INCINERADOR DE LIXO (1910-1958)

O forno de lixo representou, junto com o cemitério, uma outra peculiaridade de uso ex-clusivo dessa região.

O conjunto arquitetônico composto por um galpão e uma longa chaminé de tijolos aparentes foi construí-do entre 1910 e 1914. Aproximadamente em 1920, o incinerador foi reformado e sua abóbada restaurada. Naquela época, em sua vizinhança haviam somente algumas casas, próximas da praia, e o estaleiro Ara-taca (construído em 1907 por Carl Hoepcke). Formou, com o complexo portuário e fabril da área Rita Maria, um conjunto de implantação e volumetria distinto dos demais assentamentos construídos no século XIX. Nes-ta direção, a oeste da cidade, situaram-se, além do

cais Rita Maria, os estaleiros e guindastes do porto, di-versos armazéns e fábricas, e uma pequena vila ope-rária, que destacava-se das edificações coloniais im-plantadas esparsamente (VEIGA, p. 285-286, 2010).

Com o aumento populacional, foi neces-sário transferir, em 1958, todas as atividades sanitárias para o aterro do Itacorubi, transpor-tando-se para lá, todo o lixo recolhido pelos caminhões da Prefeitura Municipal de Florianó-polis.

DESENVOLVIMENTO NAS DÉCADAS SEGUIN-TES

Posteriormente à esses processos históri-cos, a cidade foi tomando forma e seu traçado urbano se desenvolvendo. Os dois grandes im-pactos que a zona de estudo recebeu ao longo de sua evolução, foram a construção da Ponte Hercílio Luz - permitindo o eixo conectivo entre Ilha e Continente - e os aterros das baías Norte e Sul, que abriram espaço para a inserção de vias que viriam a alterar completamente o ca-ráter da região, nos anos seguintes.

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24. Região de estudo, 1925 (ampliação da imagem ao lado). 25. Forno Incinerador de Lixo, Cemitério do Estreito e Recanto do Ara-taca.

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ANÁLISE DE EVOLUÇÃO DOS MAPAS/IMA-GENS

- 1754 (fig. 22): a área representa apenas um local de passagem, sendo esta somente um ca-minho para pedestres;

- 1840 (fig. 23): surge o cemitério do Estrei-to juntamente com um traçado urbano inicial e abertura de vias, fazendo as conexões entre diferentes glebas da cidade. Aparecem nomes como Rua Almirante Lamego, Rua Tenente Sil-veira e Rua Conselheiro Mafra (Veiga, 2010), além de lotes privados que começam a tomar forma. Na imagem, assume-se a interpretação de que um lote residencial ocupe o perímetro do terreno em estudo;

- 1925 (fig. 25): nos meados do século XIX é evidente o crescimento da região, devido às atividades nela desenvolvidas, principalmen-te através de fábricas, portos e obras da Ponprincipalmen-te Hercílio Luz. Na imagem aparecem (esquerda para direita) o Forno Incinerador de Lixo, a Ne-crópole do Estreito (já em seu último ano de operação) e o Recanto do Arataca (zona por-tuária). Mais uma vez, assume-se interpretação

de que um lote residencial ocupe o perímetro do terreno em estudo;

- 1930 (fig. 26): o desenvolvimento da área segue através de indústrias e estaleiros que alimentam a região. Na imagem (1907), em-barcação da frota Carl Hoepcke atracado no estaleiro Arataca (Kremer, 2014);

- 1938 (fig. 28): o cemitério do Estreito já foi to-talmente removido e abre espaço, desde 1926, para um novo eixo de conexão entre Ilha e Con-tinente (através da Ponte Hercílio Luz), de modo que o transporte marítimo deixa de ser o único a fazer a ligação entre as duas porções da ci-dade. O caráter da área começa a se alterar, de modo que o traçado das vias vai aparecen-do mais fortemente. É nesse ano, também, que o Forte de Sant’Anna do Estreito recebeu tom-bamento como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Prefeitura Municipal de Florianópolis; - 1957 (fig. 29): o traçado urbano da ponta meridional da Ilha demonstra evolução a partir do ponto de encontro entre a Rua Duarte Schut-tel, Tenente Silveira e altos da Avenida Rio Bran-co. As vias que delimitam a região atualmente configurada pelo Parque da Luz, também já

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27. Obras viárias na atual região do Parque da Luz, 1963.

28, 29, 30, 31. Registros aéreos capturados nos anos 1938, 1957, 1977 e 1994 (cima para baixo) provenientes do banco de imagens de geoprocessamento disponibilizadas pela Prefeirtura Municipal de Florianópolis.

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33 37 28 29 30 31

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34 aparecem no mapa;

- 1963 (fig. 27): as obras viária continuam a todo vapor pela região. O restante do Centro vai sendo apropriado e já percebe-se alguns edifícios com gabaritos relativamente altos; - 1977 (fig. 30): nessa década, as regiões das baías Sul e Norte entram em obras e começam a ser aterradas, de modo que as características da área se alteram e o contato direto com o oceano é cessado, para dar espaço à vias de conexão entre parcelas distintas da cidade. Per-cebe-se a estruturação de vias coletoras na re-gião e o aparecimento de vias locais entre elas; - 1994 (fig. 31): o traçado urbano da cidade está definido e já existem poucos espaços va-zios para construção na área central. A região da antiga necrópole do Estreito começa a ser tratada como espaço público e iniciam-se as obras do Parque da Luz.

A partir de 1997, os imóveis situados no entor-no da Ponte Hercílio Luz e delimitados por zo-neamento do Plano Diretor da época, são con-siderados de utilidade pública (Lenzi, 2017); - 2007 (fig. 32): a área central aparece conso-lidada e estagnada nos parâmetros em que se

encaixou ao longo de seu processo evolutivo. Na região continental, destaca-se o início das obras de aterro da Beira-Mar do Estreito;

2016 (fig. 33): Florianópolis em seus dias atu-ais. Apresenta-se a cidade formal como se co-nhece, com todo o funcionamento viário, de ocupação, de serviços e com suas questões e configurações urbanas e paisagísticas atuais.

32, 33. Registros aéreos capturados nos anos 2007 e 2016 (cima para baixo) provenientes do banco de imagens de geoprocessamento dispo-nibilizadas pela Prefeirtura Municipal de Florianópolis.

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33 32

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36 GABARITOS

Relacionado ao histórico de evolução da área, apresenta-se o mapa de Gabaritos. Con-forme visto, em um dado período da história, a região foi o cenário que acomodou o desenvol-vimento industrial da cidade. Por esse motivo, parte das edificações perimetrais à área de es-tudo foram construídas por volta do século XIX pelos operários, e por esse motivo apresentam um gabarito mais baixo. Além disso, devido à região apresentar uma topografia acentuada e um solo rochoso, a dificuldade para construção também foi um fator limitador de grandes edi-ficações no local.

Atualmente, o quarteirão em que se inse-re a proposta está contido em um zoneamento de AMC (Área Mista Central) e secundariamen-te em uma APC (Área de Preservação Cultural), apresentando índices construtivos entre 02 e 03 pavimentos (alturas aproximadas entre 10 e 15 metros), principalmente com o intuito de preservar visualmente os conjuntos tombados e não descaracterizar as áreas em seus entornos.

34. Colagem demonstrativa das alturas de gabarito atuais na região de estudo.

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37 34 GABARITOS 1 PAVIMENTO 2 PAVIMENTOS 3 PAVIMENTOS 4 PAVIMENTOS 5 OU + PAVIMENTOS TERRENO DA PROPOSTA GABARITOS 1 PAVIMENTO 2 PAVIMENTOS 3 PAVIMENTOS 4 PAVIMENTOS 5 OU + PAVIMENTOS TERRENO DA PROPOSTA

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38 SISTEMA VIÁRIO E MODAIS DE TRANSPORTE PÚBLICO

Através do tempo, a região, que inicial-mente dialogava diretainicial-mente com o oceano à sua frente, perdeu este contato a partir da inserção de vias arteriais de intenso fluxo (Av. Osvaldo Rodrigues Cabral e extensões), que li-gam eixos opostos da cidade - e se comportam como muros, segregando o centro urbano da paisagem natural à sua volta. O local represen-ta uma área de passagem, onde os pedestres não conseguem transpor (as vezes até sem cal-çadas para caminharem) e é desconsiderada qualquer centralidade à região.

Nota-se que o entorno do terreno de es-tudo não apresenta vias locais, constatando-se uma baixa utilização do passeio público. Ainda assim, parte da história se manteve preservada através da Rua Almirante Lamego (caracteriza-da como via sub-coletora), que ain(caracteriza-da apresen-ta um eixo de via original e dá acesso direto à porção leste do terreno.

Em relação ao transporte público, o ponto de ônibus mais próximo ao terreno fica a 850 metros de distância. A ciclovia acontece apenas do outro lado da via e não foram

en-contrados pontos de aluguéis públicos de bici-cletas. Ademais, a utilização de transporte ma-rítimo se encontra em fase de estudos e testes. O processo de reformas da Ponte Hercí-lio Luz é foco de discussões entre políticos, ur-banistas e população. Até pouco tempo atrás, tinha a sua reabertura prevista para dezembro de 2018, porém ganhou recentemente novos capítulos, com a assinatura de novo aditivo. Uma vez que as obras necessitam da liberação de verbas públicas para serem prosseguidas, os prazos se estendem e uma nova data ainda não foi estabelecida (Gonçalves, 2018).

Contudo, o grande impasse reside no questionamento de quem será o principal usu-ário: enquanto o IPUF (Instituto de Planejamen-to Urbano de Florianópolis) defende um plano maior de mobilidade urbana, privilegiando o transporte público, pedestres e ciclistas, o go-verno estadual está mais inclinado a ceder o espaço ao trânsito em geral - respeitando um cronograma para abertura de pistas, de acordo com o horário e dia da semana (Silva, 2018).

35. Ponte Hercílio Luz em sua situação normal. 36. Estado em que se encontra atualmente a Ponte. 37. Estágio de reforma na fundação da edificação. 38. Mapa de sistema viário e modais de transporte público.

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SISTEMA VIÁRIO E MOBILIDADE URBANA - 1:10000

VIA DE TRANSITO RÁPIDO VIA ARTERIAL

VIA COLETORA VIA SUBCOLETORA VIA LOCAL

VIA COMPARTILHADA VIA EXCLUSIVA PEDESTRE CICLOVIA/CICLOFAIXA PONTOS DE ÔNIBUS PONTE HERCÍLIO LUZ OCEANO

TERRENO DA PROPOSTA SISTEMA VIÁRIO E MOBILIDADE URBANA -

1:10000

VIA DE TRANSITO RÁPIDO VIA ARTERIAL

VIA COLETORA VIA SUBCOLETORA VIA LOCAL

VIA COMPARTILHADA VIA EXCLUSIVA PEDESTRE CICLOVIA/CICLOFAIXA PONTOS DE ÔNIBUS PONTE HERCÍLIO LUZ OCEANO

TERRENO DA PROPOSTA

SISTEMA VIÁRIO E MOBILIDADE URBANA - 1:10000

VIA DE TRANSITO RÁPIDO VIA ARTERIAL

VIA COLETORA VIA SUBCOLETORA VIA LOCAL

VIA COMPARTILHADA VIA EXCLUSIVA PEDESTRE CICLOVIA/CICLOFAIXA PONTOS DE ÔNIBUS PONTE HERCÍLIO LUZ OCEANO

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40 EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS E ÁREAS DE LAZER

Para Gouvêa (2003), a localização dos equipamentos comunitários na malha urbana deve obedecer uma relação de uso e também estar relacionada com sua importância para as residências, bairro e cidade.

A fim de identificar e quantificar os equi-pamentos comunitários e locais que fomentem manifestações vinculadas à arte e à cultura na cidade de Florianópolis, elaborou-se o seguinte mapa - que ainda aponta o caráter de apro-priação (público ou privado) do espaço ou edi-fício. De acordo com estudos conduzidos por Pitts (2004), os equipamentos culturais devem obedecer um raio de abrangência igual a 2500 metros dentro da escala urbana. Desse modo, todos os equipamentos comunitários listados no mapa incluem atividades que englobam a região central de Florianópolis.

Desempenhando funções mais específi-cas, os espaços e fundações de cultura apre-sentam a sua maioria como de domínio priva-do e localizapriva-dos distantemente da porção mais oeste da Ilha.

Acredita-se que a falta de integração so-cial dos habitantes da região aconteça devido aos escassos espaços verdes de lazer de quali-dade.

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EQUIPAMENTOS CULTURAIS COMUNITÁRIOS - 1:15000 FUNDAÇÃO/CENTRO CULTURAL MUSEU TEATRO BIBLIOTECA CENTRO/EDIFÍCIO MULTIUSO ESPORTE MIRANTE/TRAPICHE PRAÇA/PARQUE TERRENO DA PROPOSTA OCEANO PÚBLICO PRIVADO 10

EQUIPAMENTOS CULTURAIS COMUNITÁRIOS - 1:15000 FUNDAÇÃO/CENTRO CULTURAL MUSEU TEATRO BIBLIOTECA CENTRO/EDIFÍCIO MULTIUSO ESPORTE MIRANTE/TRAPICHE PRAÇA/PARQUE TERRENO DA PROPOSTA OCEANO PÚBLICO PRIVADO 10

EQUIPAMENTOS CULTURAIS COMUNITÁRIOS - 1:15000 FUNDAÇÃO/CENTRO CULTURAL MUSEU TEATRO BIBLIOTECA CENTRO/EDIFÍCIO MULTIUSO ESPORTE MIRANTE/TRAPICHE PRAÇA/PARQUE TERRENO DA PROPOSTA OCEANO PÚBLICO PRIVADO 10

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42 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Nota-se que a área em estudo apresenta ocupação majoritariamente residencial - com o predomínio de edifícios multifamiliares de ga-baritos altos. Mesclam-se, ao longo do traçado urbano, os usos comerciais/serviços com o uso institucional, principalmente entre as porções de Oeste a Sul. Algumas edificações aparecem com caráter misto, porém não se detecta um padrão e nem nota-se uma estimativa de cres-cimento.

Além disso, o Parque da Luz aparece como uma grande área ao longo do perímetro, aparecendo como ponto verde conectivo e difu-sor de toda a zona.

De um modo geral, percebe-se uma es-cassa combinação de uso misto entre comercial e residencial, uma vez que, como já mencio-nado, os edifícios multifamiliares predominam ao longo da região. Possuindo seus pavimentos térreos privados, verifica-se pouca relação en-tre população e cidade, gerando segregação e consequentemente esvaziamento de trechos de ruas. Ainda assim, percebe-se que há uma cer-ta alternância entre edificações de residências e

comércios, fazendo com que exista um peque-no fluxo de circulação de pedestres, em partes específicas da região.

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43 40 USOS DO SOLO - 1:5000 RESIDENCIAL COMERCIAL E SERVIÇOS INSTITUCIONAL MISTO

ÁREA VERDE DE LAZER TERRENO DA PROPOSTA OCEANO USOS DO SOLO - 1:5000 RESIDENCIAL COMERCIAL E SERVIÇOS INSTITUCIONAL MISTO

ÁREA VERDE DE LAZER TERRENO DA PROPOSTA OCEANO

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41. Corte esquemático AA’.

42. Mapa de Aspectos Bioclimáticos e Características Gerais do Terreno

ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS E CARACTERÍSTI-CAS GERAIS DO TERRENO

De acordo com a coluna Wheater Spark,

área em análise está localizada em um clima tropical temperado, com invernos frios e verões quentes, umidade do ar relativamente alta (de-vido à proximidade com o oceano), passível de ventos predominantes dos quadrantes Norte e Nordeste (durante o outono e a primavera) e do quadrante Sul (durante o inverno), além de ter o seu microclima influenciado pela vegetação abundante de seu entorno. O caminho solar impacta diretamente na orientação do edifício: durante as manhãs de inverno, alguns edifícios sombreiam a área do terreno, mas é durante o período vespertino do ano todo que os raios solares incidem ininterruptamente sobre a fa-chada principal do prédio (Oeste). Além disso, é essa fachada que é delimitada pela Aveni-da Osvaldo Rodrigues Cabral, fazendo conta-to direconta-to com o fluxo intenso de auconta-tomóveis ao longo do dia e gerando poluição sonora em excesso.

O terreno, de aproximadamente 4300 m², possui um desnível de 2,5 metros entre

uma extremidade e outra, e está inserido em um entorno com topografia acentuada de 26 metros de diferença (fig. 41), considerando-se a parte mais baixa sendo o nível do mar e a parte mais elevada a Rua Assis Chateaubriand (altura da saída insular da Ponte Hercílio Luz). Atualmente, o terreno serve como eixo de cone-xão entre a Rua Almirante Lamego e a Avenida Osvaldo Rodrigues Cabral, por pedestres que circulam localmente e espaço de acampamento para moradores de rua.

CORTE ESQUEMÁTICO AA’ - ESCALA 1:1000 LINHA DE TERRA TERRENO DA PROPOSTA LOGRADOURO VEGETAÇÃO OCEANO EDIFICAÇÕES EXISTENTES NASCENTE POENTE VENTOS DO QUADRANTE NORDESTE VENTOS DO QUADRANTE NORTE VENTOS DO QUADRANTE SUL A=4300m² A’ A

RUA ALMIRANTE LAMEGO RUA JORN. ASSIS CHATEAUBRIAND

AVENIDA OSVALDO RODRIGUES CABRAL

CORTE ESQUEMÁTICO AA’ - ESCALA 1:1000 LINHA DE TERRA TERRENO DA PROPOSTA LOGRADOURO VEGETAÇÃO OCEANO EDIFICAÇÕES EXISTENTES NASCENTE POENTE VENTOS DO QUADRANTE NORDESTE VENTOS DO QUADRANTE NORTE VENTOS DO QUADRANTE SUL A=4300m² A’ A

RUA ALMIRANTE LAMEGO RUA JORN. ASSIS CHATEAUBRIAND

AVENIDA OSVALDO RODRIGUES CABRAL

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ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRENO - 1:2500

VENTOS INCIDENTES PERCURSO SOLAR TERRENO DA PROPOSTA FLUXO DE PEDESTRES

FLUXO PRINCIPAL DE VEÍCULOS ÁREA VERDE

OCEANO

CORTE ESQUEMÁTICO AA’ NASCENTE POENTE VENTOS DO QUADRANTE NORDESTE VENTOS DO QUADRANTE NORTE VENTOS DO QUADRANTE SUL A=4300m² A’ A

ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRENO - 1:2500

VENTOS INCIDENTES PERCURSO SOLAR TERRENO DA PROPOSTA FLUXO DE PEDESTRES

FLUXO PRINCIPAL DE VEÍCULOS ÁREA VERDE

OCEANO

CORTE ESQUEMÁTICO AA’ NASCENTE POENTE VENTOS DO QUADRANTE NORDESTE VENTOS DO QUADRANTE NORTE VENTOS DO QUADRANTE SUL A=4300m² A’ A

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46 CONDICIONANTES LEGAIS

De acordo com o zoneamento proposto no Plano Diretor de 2014 (Lei Complementar nº 482/14), elaborado pela Prefeitura Munici-pal de Florianópolis, o terreno de intervenção está inserido em uma Área Mista Central com possibilidade construtiva de até 2,5 gabari-tos (AMC-2.5) e incluído secundariamente em uma Área de Preservação Cultural - em razão da proximidade com a Ponte Hercílio Luz e o Forte Sant’Anna do Estreito - (APC-1). Tais zo-neamentos conferem ao terreno, características de áreas destinadas a usos residenciais, comer-ciais e de serviços; e áreas destinadas à preser-vação de sítios de interesse cultural, objetivan-do sua conservação, valorização e promoção.

Uma vez que a área da proposta encontra-se no entorno de edificações de interesse histórico e se enquadra no nível de tombamento P3, é importante destacar que para novas construções inseridas em APC dessa categoria de-verão ser observadas:

I – harmonização com a arquitetura do conjunto formado pelas edificações próximas, respeitando as características volumétricas e compositivas;

II - implantação de conformidade com as características

do alinhamento frontal e afastamentos laterais predomi-nantes no conjunto;

III - implantação adequada à valorização da edificação protegida, garantindo a apreciação do monumento pre-servado, sendo que, com vistas à sua adequada inser-ção;

IV – estabelecimento de limite de volume para não exce-der a altura máxima das edificações das categorias P1, P2 e P4 mais próximas;

V – emprego de materiais de cobertura iguais aos do conjunto das edificações protegidas próximas, admitin-do-se, excepcionalmente, adequações em conformidade com o inciso I e o §2º deste artigo; e

VI – limitação da altura e aspecto dos muros de vedação de conformidade com as características do conjunto de edificações, sem impedimento ou redução da visibilidade dos bens preservados.

PLANO DIRETOR DE URBANISMO DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS – LEI COMPLEMENTAR 482/2014, AR-TIGO 151.

O Art. 153 do Plano Diretor também estabelece que nas edificações das Áreas de Preservação Cultural de-verá ser respeitada a estrutura cromática dos conjuntos urbanos onde estão inseridas, sendo que todas as fa-chadas devem receber o mesmo tratamento cromático. (PRefeitura Municipal de Florianópolis, 2014)

De acordo com tabelas de limites de ocupação e afastamentos, o lote apresenta

RESUMO GERAL

ZONEAMENTO = AMC + APC ÁREA DO TERRENO = 4300M² TAXA DE OCUPAÇÃO = 50%

ÍNDICE DE APROVEITAMENTO MÁXIMO = 3 TAXA DE IMPERMEABILIZAÇÃO = 70% Nº MÁXIMO DE PAVIMENTOS = 2 AFASTAMENTO FRONTAL/POSTERIOR = 4M AFASTAMENTOS LATERAIS = 3M MAPA DE ZONEAMENTO PMF 2014 TERRENO DA PROPOSTA AMC - ÁREA MISTA CENTRAL ATL - ÁREA TURÍSTICA DE LAZER AVL - ÁREA VERDE DE LAZER

ACI - ÁREA COMUNITÁRIA INSTITUCIONAL ARM - ÁREA RESIDENCIAL MISTA

APC - ÁREA DE PRESERVAÇÃO CULTURAL

43. Tabela de usos e limites de ocupação.

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MAPA DE ZONEAMENTO PMF 2014 TERRENO DA PROPOSTA AMC - ÁREA MISTA CENTRAL ATL - ÁREA TURÍSTICA DE LAZER AVL - ÁREA VERDE DE LAZER

ACI - ÁREA COMUNITÁRIA INSTITUCIONAL ARM - ÁREA RESIDENCIAL MISTA

APC - ÁREA DE PRESERVAÇÃO CULTURAL

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48 como taxa de ocupação máxima (T.O.) valor igual a 50%, taxa de impermeabilização má-xima (T.I.) de 70%, altura mámá-xima da facha-da até cumeeira de 11 metros, índice máximo de aproveitamento do terreno (I.A) igual a 3 e afastamentos mínimos de 4 metros relativos às vias que limitam o terreno (ver cortes de per-fil da Avenida Osvaldo Rodrigues Cabral - fig. 46 - e Rua Almirante Lamego - fig. 45) e 3 metros relativos aos lotes vizinhos (Hotel Sla-viero Baía Norte e Comando Geral do Cor-po de Bombeiros Militar de Santa Catarina).

Segundo o Artigo 69, não serão computadas no cálculo do coeficiente de aproveitamento as seguintes áreas das edificações: espaços destinados à garagem; parque in-fantil, jardins e outros equipamentos de lazer ao ar livre, quando implantados no nível natural do terreno ou no terraço da edificação; casas de máquinas e de bombas, caixas d’água e centrais de ar condicionado levantadas no plano da cobertura, desde que não ultrapassem os limites especificados de altura máxima; e mezaninos nas edificações desde que sua área total seja no máximo cin-quenta por cento da área do pavimento térreo (1º pavi-mento) ao qual esteja conectada.

Terão Taxa de Ocupação diferenciada, de acordo com o Artigo 71,

- Os subsolos de edificações situadas nas AMC do Po-lígono Central, que poderão ocupar até cem por cento do terreno;

II - O primeiro pavimento desde que seja destinado, em no mínimo cinquenta por cento da sua área e cinquenta por cento de sua testada, a comércio e/ou serviço com acesso público nas seguintes condições:

a) nas edificações situadas na AMC do Polígono Central, poderá ocupar até cem por cento do terreno;

III - segundo pavimento desde que sua taxa de ocupação não seja maior que a do primeiro pavimento e desde que sejam destinados, em no mínimo cinquenta por cento da sua área, a comércio e/ou serviço com acesso público ou a garagens nas seguintes condições:

a) nas edificações situadas nas AMC do Polígono Cen-tral, poderá ocupar até cem por cento do terreno; Relativo aos afastamentos obrigatórios, o Artigo 73 afir-ma que todas as edificações em vias que tenham caixas e larguras de calçadas iguais às programadas nesta Lei Complementar deverão respeitar afastamento frontal de quatro metros, no mínimo, no pavimento térreo e no sub-solo. (Regulamentado pelos Decretos nº 12.923/2014 e nº 13.574/2014)

§ Nas AMC do Polígono Central, os subsolos pode-rão ser isentos do afastamento frontal, desde que garantido sistema de escoamento ou armazena-mento equivalente a taxa de permeabilidade exigi-da, a dimensão da calçada seja no mínimo igual à prevista e o térreo for dotado de espaço comercial. (PRefeitura Municipal de Florianópolis, 2014)

CÁLCULOS URBANÍSTICOS DO TERRENO PROJEÇÃO DA ÁREA CONSTRUÍDA

T.O. = Projeção da área construída x Área do ter-reno

50% = Projeção da área construída x 4300 Projeção da área construída = 2150M² ÁREA MÁXIMA EDIFICADA

I.A. = Área máxima edificada / Área do terreno 3 = Área máxima construída / 4300

Área máxima construída = 12900M² TAXA DE IMPERMEABILIDADE

T.I. = Área impermeável / Área do terreno 70% = Área impermeável / 4300

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45, 46. Perfis da Rua Almirante Lamego e Avenida Osvaldo Rodrigues Cabral, respectivamente, com suas larguras de caixa de rolamento, ciclovia/ciclofaixa, passeios e afastamentos entre muro e edificação.

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SÍNTESE E POTENCIAIS

Situado em uma área de grande visibili-dade e fluxo de movimentação (eixo de ligação entre diversas regiões da cidade), a escolha do local de inserção da proposta foi pautada nos diversos potenciais que este terreno apresenta.

Considerando o entorno que o contextu-aliza, o terreno está cercado por diversos patri-mônios tombados com valor histórico e cultural - cujas relações e impactos serão levados em consideração no momento de lançamento do partido arquitetônico. Além disso, existem tam-bém nos arredores outros atrativos que ofere-cem serviços à população - a exemplo de bares, restaurantes e hotéis. Em conjunto, tais fatores fazem com que pessoas interessadas nas ativi-dades propostas por esses usos se desloquem até a região e se tornem potenciais usuários.

Em relação ao caráter cultural do equi-pamento proposto, o edifício aparece como único e exclusivo do segmento artístico na re-gião - considerando que o Forte e o Museu do entorno são mais contemplativos, e que o

equipamento mais próximo com a mesma con-figuração se situa a 1000 metros de distância (sendo de domínio privado).

O terreno também apresenta potencial conectivo, tanto na macro escala quanto nas conexões locais. A via arterial, à sua frente, o estende para os mais distantes setores da ci-dade, enquanto que a via sub-coletora em sua porção posterior, o conecta com a escala de bairro. Considerando a reabertura da Ponte Hercílio Luz, outro eixo de ligação entre a Ilha e Continente será retomado, e com isso o acesso ao equipamento será facilitado. A área é pas-sível de receber passarelas e elevador público (contanto que não impactem demasiados no visual da paisagem), de modo que o pedestre seja valorizado através de um potencial percur-so entre Ponte Hercílio Luz, Parque da Luz, ter-reno da proposta e borda costeira da Av. Beira Mar Norte - retomando o diálogo original com o mar. Além disso, a região ainda faz conexão direta com a porção do Centro Histórico da Ca-pital - através das Ruas Tenente Silveira e Con-selheiro Mafra - e com porção mais moderna - através da Rua Almirante Lamego.

47. Mapa Síntese e de Potenciais.

SÍNTESE E POTENCIAIS DA ÁREA - 1:2500 PATRIMÔNIOS EM TOMBAMENTO OCEANO

TERRENO DA PROPOSTA MACROCONEXÕES CONEXÕES LOCAIS

FLUXO PRINCIPAL DE PEDESTRES BARES E RESTAURANTES HOTEIS FORNO INCINERADOR DE LIXO (1914) FORTE SANT’ANNA DO ESTREITO (1761) PONTE HERCÍLIO LUZ (1926) MUSEU DE ARMAS MJ. LARA RIBAS (1930)

PARQUE DA LUZ - ANTIGO CEMITÉRIO DO ESTREITO (1986)

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SÍNTESE E POTENCIAIS DA ÁREA - 1:2500 PATRIMÔNIOS EM TOMBAMENTO OCEANO

TERRENO DA PROPOSTA MACROCONEXÕES CONEXÕES LOCAIS

FLUXO PRINCIPAL DE PEDESTRES BARES E RESTAURANTES HOTEIS FORNO INCINERADOR DE LIXO (1914) FORTE SANT’ANNA DO ESTREITO (1761) PONTE HERCÍLIO LUZ (1926) MUSEU DE ARMAS MJ. LARA RIBAS (1930)

PARQUE DA LUZ - ANTIGO CEMITÉRIO DO ESTREITO (1986)

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52 Por fim, apresenta-se de maneira con-templativa os potenciais visuais: de acordo com cada extremidade do lote, é retratado um dife-rente enquadramento visual: ora Ponte Hercílio Luz, ora vegetação nativa da Ilha, ora cidade edificada e ora oceano.

48. Croqui de potenciais visuais do lote.

49, 50, 51, 52. Fotografias de visita ao local de intervenção, em 10 de março de 2018. 48 52 51 50 49

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Autores: BiS Arquitectos Localização: Santiago, Chile Ano: 2015

Área total do projeto: 1400 m²

Pontos de interesse: implantação; volumetria; pra-ça central; ocupação perimetral do lote; materiais; relação aberto/fechado e interno/externo; distri-buição do programa de necessidades; justificativas técnicas e construtivas.

ESTUDO DE CASO: EL TRANQUE, BIS ARQUI-TECTOS (2015)

O Centro Cultural El Tranque faz parte do grupo Corporación Cultural de Lo Barnechea, uma organização sem fins lucrativos que busca contribuir com a comunidade local através de ma-nifestações artísticas, associadas a todas as ex-pressões, tendências, disciplinas e faixas etárias. Para isso, o projeto apresenta em sua cen-tralidade um espaço vazio de convergência e integração entre as pessoas. A praça pública no miolo do edifício permite com que a ativi-dade cultural ocorra de forma livre e espontâ-nea, tornando todos os usuários participantes diretos e indiretos das manifestações artísticas. Sendo assim, o próprio projeto é a justificati-va para o vão central: de um lado apresen-ta-se o volume da base, firmado em pedra e arraigado na terra com suas tradições - que convida e acolhe o visitante; de outro, está o volume suspenso contemporâneo, etéreo - que delimita a praça central e configura a fachada urbana do edifício- (BRANT, 2018). Firmados nesse conceito, cada volume

recebe o seu programa: no pavimento térreo es-tão localizados os ambientes mais públicos e de difusão (auditório, sala de exposições, cafeteria, etc), enquanto que no pavimento superior se lo-calizam as áreas de formação (como ateliês de artes musicais, plásticas, cênicas, culinárias, etc). Ademais, Brant (2018) explica que do mesmo modo que abaixo do volume suspen-so existe uma praça pública, acima do vo-lume da base se dispôs uma cobertura verde que, além de ser o pátio para as oficinas de formação, faz com que a encosta adentre o edifício e a sensação de amplitude natural e paisagística seja vivenciada por seus usuários. A seguir, serão apresentados itens de análises específicas referentes ao estudo do edifício.

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIAS

PROJETUAIS

53, 54, 55, 56, 57. Edifício Centro Cultural El Tranque em funciona-mento.

58. Perspectiva da proposta, por BiS Arquitectos.

59. Esquema projetual da concepção do edifício - evidenciando as relações de gabarito, eixos conectivos, visuais e de circulação (tanto internos como externos).

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56 IMPLANTAÇÃO

O projeto se localiza em um terreno nas encostas da Cordilheira dos Andes e por isso não possui topografia nivelada. Os arquitetos optaram por manter parcialmente o curso natu-ral do sítio e implantaram o edifício de modo que adaptasse suas atividades aos diferentes níveis do projeto: na porção mais alta do terreno têm--se a cafeteria, salas multiuso e de exposições (fazendo contato visual com o acesso principal), transitando para um auditório e administração e logo mais abaixo, dispondo um amplo espa-ço aberto de integração ao público. Tal zonea-mento de espaços também respeita um fluxo-grama de interesses, partindo de um uso mais social (frente), a outro mais contido (fundos).

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60. Edifício Centro Cultural El Tranque com seu entorno. 61. Perspectiva da proposta, por BiS Arquitectos.

62. Desenho da implantação (pavimento térreo) do projeto.

63, 65. Salas de exposição do complexo. 64. Pátio central dando abrigo à evento.

66, 68. Ambientes externos passíveis de ocupação de diferentes usos de acordo com a demanda do público.

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58 ESTRUTURA

O projeto foi concebido através de uma união entre sistemas construtivos e estruturais. Considerando o método tradicional de edifica-ção do local, parte do Centro Cultural foi cons-truído através do uso de rochas e concreto. A outra porção se deu por intermédio do méto-do construtivo industrial e pré-fabricaméto-do, com o uso de chapas e perfis metálicos - que além de aparecerem em lajes, treliças e cobertura, surgem ainda como pilares escultóricos (supor-tando a extremidade da esquina do pavimento

superior) e convencionais. 70

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FECHAMENTO

O projeto apresenta fechamentos distin-tos, de acordo com cada volume: enquanto o térreo apresenta fechamento em alvenaria ora rebocada e ora revestida por rochas, o pavi-mento superior mescla a sua vedação com o uso de grandes janelas de vidro, chapas me-tálicas e paredes de alvenaria rebocadas com revestimento texturizado. 73 74 78 77 76 75

69. Encontro de sistemas construtivos: elementos metálicos apoiados sobre estrutura de alvenaria da base.

70. Detalhe dos ‘pilares escultóricos’ que sustentam a extremidade da esquina do volume superior.

71, 72. Desenho de cortes longitudinais do projeto.

73, 74, 75, 76, 77, 78. Diferentes materiais presentes no projeto a fim de revestir o edifício e constituir seu fechamento. Utilização de vidro, chapas metálicas, rochas, entre outros.

79. Desenho de fachada lateral do projeto com materiais de fecha-mentos descritos.

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60 DETALHE

Destaca-se no projeto o pátio ao ar livre do pavimento superior, que além de apresentar uma cobertura verde (regulando o microclima do local), atua como mirante, espaço para as oficinas de formação e ainda estende visual-mente a paisagem do entorno para dentro do edifício.

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80, 82. Detalhe para o pátio externo construído sobre o volume da base do edifício.

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COROAMENTO

O remate do centro cultural se dá atra-vés do encontro entre vigas de perfil “i”, que sustentam a cobertura (de 6 águas e constituída por telhas metálicas que percorrem perimetral-mente as faces do edifício), garantindo assim uma unidade plástica contínua ao conjunto. As vigas que sustentam o pavimento superior apa-recem fazendo referência à esse bloco, confe-rindo-lhe tamanha leveza, que traz a impressão de que o volume está flutuando.

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83. Relação entre vigas metálicas que sustentam e trazem leveza ao pavimento superior.

84. Detalhe para o remate do conjunto em perspectiva da esquina. 85. Desenho da cobertura do projeto.

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Pontos de interesse: volumetria; horizontalidade; materiais; sistema estrutural.

VOLUMÉTRICO: ARTCENTER COLLEGE OF DESIGN, CRAIG ELLWOOD (1976)

Projetado pelo arquiteto moderno Craig Ellwood - sendo o único edifício do segmento educacional ao longo da carreira do arquite-to -, o Hillside Campus Building foi inaugura-do 1976. Teve como inspiração o Instituto de Tecnologia de Illinois (Chicago, EUA) de Mies Van der Rohe, e situa-se em uma área de 71 hectares nas colinas de Pasadena (Califor-nia, EUA). O “edifício-ponte” possui sistema estrutural metálico e é assim designado por vencer um vão de 70 metros sobre uma ra-vina escavada pelo homem. Devido à monu-mentalidade da composição entre sua forma e estrutura - principalmente através das linhas horizontais e treliças expressivas -, o Hillsi-de Campus Building representa uma solução formal clara, extensa e agradável aos olhos. (Atlas Of Places - AOP, 2016)

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86. Implantação do edifício sobre o contexto natural do terreno. 87, 89. Relação das soluções estruturais com a volumetria da proposta. 88. Vista interna do edifício, detalhe para a estrutura compondo am-bientes.

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Pontos de interesse: espaço público; relação com a paisagem; materiais.

URBANO-PAISAGÍSTICO: OSLO OPERA HOU-SE, SNOHETTA (2007)

Localizado em Oslo (Noruega), o Ope-ra House é um projeto que dialoga completa-mente com a paisagem que o cerca (natural e artificial) e marca o início de um processo de transformação planejada para um setor da ci-dade, abordando o conceito geral de união, propriedade conjunta e acesso para todos de maneira simplificada.

Construído em 2007, tem como premis-sa a representação de um equipamento cul-tural junto à oferta de um espaço público de qualidade aos habitantes da cidade, alcança-dos através da conexão entre céu, terra e fior-de; relação entre urbanidade e natureza, arte e vida cotidiana dos usuários. Ao definir um “carpet” de superfícies horizontais e inclinadas no topo e laterais da edificação, o escritório Snohetta permitiu a circulação dos usuários ao longo de todo o conjunto, explorou os aspec-tos visuais do entorno e marcou um local de apropriação e uso pela população da cidade. (STOFELLA, 2015)

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90. Inserção do equipamento nao contexto da cidade. 91, 92. Relação do edifício com a paisagem natural e apropriação do local por seus usuários.

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37. Mapa do sistema viário

Pontos de interesse: volumetria, horizontalidade, sistema construtivo e estrutural; soluções sustentá-veis.

ESTRUTURAL E SUSTENTÁVEL: EL MAMM, UNA ARQUITETOS (2009)

O projeto desenvolvido pela Una Arqui-tetos é uma proposta para a ampliação do Mu-seu de Arte Moderna de Medellín (Colômbia), e abrange um total de 3000 m² construídos em um volume sobreposto ao museu original.

O arquiteto Fernando Viégas, integran-te da equipe do escritório, comenta que “[...] a proposta funde seus apoios como se a arquite-tura se amparasse diretamente nos mecanismos da arte.” Estruturalmente, o volume é composto por treliças metálicas paralelas de 8,5 metros de altura que se projetam a 36 metros para ambos os lados do eixo central e se contraba-lançam. Os planos de piso e cobertura, por sua vez, também se equilibram, formando uma pla-ca de 42 metros de largura. A utilização de es-truturas metálicas apresenta potenciais como: menor peso próprio (e consequentemente re-dução de esforços sobre as fundações), maior desenvoltura para atingir grandes vãos (através de menores dimensões e cargas das peças) e maior facilidade de montagem (com menos su-jeira) em um menor tempo de execução -

ilus-trados no esquema de construção estrutural, disponibilizado pela equipe.

A sustentabilidade também foi fator de atenção no projeto, sendo consideradas solu-ções para a economia de recursos e manuten-ção do edifício. Os programas de exposimanuten-ção do prédio se agrupam em volumes internos soltos, com fechamentos independentes das facha-das - o que permite que o condicionamento da temperatura e da umidade seja específico para cada ambiente e que os espaços de cir-culação possam ter trocas permanentes de ar. Devido à extensa superfície horizontal da pro-posta, é possível recolher um grande volume de água da chuva - armazenada no subso-lo e reaproveitada para os usos adequados. Além disso, réguas de madeira de refloresta-mento recobrem todo o edifício e assumem distintas qualidades: piso drenante no terraço, forro contínuo para a praça formada abaixo do vão livre e brise soleil para as fachadas. (UNA Arquitetos, 2009)

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93. Perspectiva da proposta, por UNA Arquitetos. 94. Desenho de corte longitudinal do projeto. 95. Esquema de construção estrutural do edifício.

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PARTIDO ARQUITETÔNICO

A proposta do Hub das Artes surge como solução às problemáticas encontradas através dos dados coletados, em resposta às deman-das provenientes da área e da população flo-rianopolitana. Incentivar a cultura é o processo mais simples na formação de um ser, e coleti-vamente para educar uma sociedade.

Inserindo-se em uma região de destaque na cidade, o projeto visa disseminar as mais variadas manifestações no cenário artístico-cul-tural, integrando o usuário com o espaço físico e informativo.

Tendo como uma das premissas a valori-zação do pedestre, propôs-se a criação de um elevador urbano seguido de passarelas que fa-çam a conexão entre Ponte Hercílio Luz, Parque da Luz, Hub das Artes, demais equipamentos culturais da região e oceano, retomando o eixo de circulação que foi perdido ao longo da his-tória.

Referências

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