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CULTURA MATERIAL E POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO NO FORTE SANT ANA, ILHA DE SANTA CATARINA. FABIANA COMERLATO

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CULTURA MATERIAL E POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO NO FORTE SANT’ANA,

ILHA DE SANTA CATARINA.

FABIANA COMERLATO IV Congresso Internacional de Estudos Ibero-Americanos

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IV Congresso Internacional de Estudos Ibero-Americanos

CULTURA MATERIAL E POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO NO FORTE SANT’ANA, ILHA DE SANTA CATARINA.

FABIANA COMERLATO*

Introdução

Este trabalho teve como objetivo a recuperação de material arqueológico

existente na pequena praia abaixo do Forte Sant’Ana1. Com base em relatos

de antigos freqüentadores da área e fotos anteriores, a construção de um trapiche para o Corpo de Bombeiros próximo ao forte, provocou uma alteração do movimento das águas no local, levando a erosão de parte do terreno que circunda a edificação.

Neste processo de erosão marinha, diversos fragmentos de louça e vidro ficaram espalhados pela dita prainha. Em visita ao local no dia 11/07/99, constatamos esta perturbação no sítio, sendo comunicado posteriormente à 11ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de Santa Catarina.

A orientação do referido órgão foi de efetuar-se coleta de superfície e organização deste material, sendo esta atividade financiada e creditada por esta Superintendência Regional.

As Fortalezas da Ilha de Santa Catarina e Ilhas Adjacentes:

* Historiadora e Mestre em Arqueologia pela PUCRS. Professora Colaboradora do Curso de História da

UDESC.

1 O acesso ao forte dá-se pela Av. Oswaldo Rodrigues Cabral nº 525 (Beira Mar Norte), endereço do

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História e Cultura Material

Os estudos existentes sobre as fortalezas da Ilha de Santa Catarina e ilhas adjacentes resumem-se geralmente a livros com a proposta de dar uma introdução ou um panorama geral, de forma a reconhecer a ampla documentação existente e a possibilidade de várias abordagens e análises referentes a esta temática.

As fortalezas de Santa Catarina também integram e fazem parte de livros que abordam a história regional e estadual. Outras fontes muito importantes para consulta são os relatórios de restauração arquitetônica e os de pesquisa arqueológica, que fornecem informações relativas as intervenções realizadas nas fortalezas e a recuperação de parte de sua cultura material. Outras fontes, de menor interesse ao pesquisador, porém importantes para a divulgação pública são os vídeos educativos e turísticos e folhetos afins.

Dentre os livros que tratam especificamente das fortalezas destaca-se a obra intitulada “As Defesas da Ilha de Santa Catarina no Brasil-Colônia”. Nesta

publicação, Cabral divide as dezesseis fortalezas2, fortes3, baterias4 e

fortalezas passageiras5 existentes no perímetro da Ilha de Santa Catarina e

ilhas adjacentes, em três grupos, espacial e historicamente distintos: os situados na barra do norte, os da estreita faixa ocupada pela Vila de Desterro e os dispersos em vários pontos da Ilha de Santa Catarina.

2 “Fortaleza: é uma fortificação maior, cujo armamento está repartido em várias baterias de artilharia,

instaladas em locais independentes e intervalos.” (Souza: 1981, 62-63)

3 “Forte: é a fortificação constituída de algumas baterias de artilharia, mas localizadas na mesma obra. É

de proporções menores.” (Souza: 1981, 63)

4 “Bateria: é uma pequena fortificação, armada somente com alguns canhões. Compõem-se geralmente de

uma muralha.” (Souza: 1981, 63)

5 “Fortaleza passageira: destina-se a satisfazer as necessidades que se apresentam no decorrer de uma

campanha. Serve mais como abrigo de homens e armas.” (Souza: 1981, 63)

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As da barra norte são a Fortaleza Santa Cruz de Anhatomirim, a Fortaleza Santo Antônio dos Ratones e a Fortaleza São José da Ponta Grossa com a bateria São Caetano. Os fortes no perímetro urbano são os seguintes: São Francisco Xavier, São Luiz, São João, Santa Bárbara e Sant’Ana. As da barra sul e interior da Ilha de Santa Catarina são a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba e Nossa Senhora da Conceição da Lagoa. As fortalezas passageiras ficavam localizadas próximas a Ponte do Lessa, a Ponte das Almas e outras três em morros e praia da Ilha de Santa Catarina (Cabral: 1972, 48).

No século XVIII, estas edificações militares tinham como objetivo proteger a terra e os habitantes de ataques de nações inimigas e corsários, garantindo a posse portuguesa da Ilha de Santa Catarina. No século XIX, os fortes mais próximos do porto e do ancoradouro da Praia de Fora tiveram a tarefa de manter a segurança das intensas atividades portuárias que sustentavam o comércio em Nossa Senhora do Desterro. Após a metade do século XIX, foram construídas fortalezas passageiras em locais sujeitos a ação de contrabandistas que adentravam as baías para comercializar ilegalmente. Dentro deste contexto, devemos entender o forte Sant’Ana como parte indissociável da história da Ilha de Santa Catarina, o qual desde a sua construção foi palco de diversas atividades cotidianas relacionadas não somente com a sua função militar.

O Forte de Sant’Ana

O forte foi construído entre 1761 e 1763 sob o governo do Coronel Francisco Antônio Cardozo de Menezes e Souza (1761-1765). Era composto de quartel da tropa, casa da pólvora, quartel do comandante e cozinha, além de um pátio onde ficavam os canhões.

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Sua localização era importante porque protegia o canal mais estreito entre a Ilha de Santa Catarina e o continente, cruzando fogos com o Forte São João localizado na cabeceira continental.

Durante o século XIX, o forte sofreu sucessivas reformas e reparos conforme pode-se perceber na leitura da Correspondência dos Engenheiros com o

Presidente da Província entre os anos de 1829 a18816. Enquanto os fortes da

baía norte estavam sendo vendidos e soterrados, o forte Sant’Ana permaneceu em uso pela sua função de servir como local de comemoração nos dias de festa cívica e militar.

Em 1857 foi local de aquartelamento da Escola de Aprendizes de Marinheiros, e em 1876 foram aquartelados alguns oficiais da Companhia dos Inválidos. Em 1880 foi posto do Serviço de Polícia do Porto, sendo em 1893 guarnição de Desterro no combate da Revolução Federalista.

Pela sua importância como patrimônio do Estado, o forte foi tombado em 1938 e está dentro da poligonal que compreende o entorno insular e continental da Ponte Hercílio Luz, definidos em 1997 e tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

A Pesquisa Arqueológica

No dia 11/07/99, em visita ao referido forte constatamos que em uma pequena prainha abaixo da edificação estavam espalhados centenas de fragmentos cerâmicos em sua maioria faiança fina, além de porcelana e cerâmica vidrada. Na ocasião, deparamo-nos com um caco de cerâmica guarani sendo este imediatamente coletado.

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Pela grande densidade de material arqueológico em pequena área, acreditamos ser este local de descarte do forte Sant’Anna, funcionando com uma grande lixeira, onde o material que não era orgânico era enterrado após a queima (visto que, muitos fragmentos vítreos estão contorcidos pelo contato com o fogo).

Em retorno ao local no dia 17/07/99, coletamos parte do material que estava nas areias da prainha da fortaleza. Nesta ocasião, comunicamos aos policiais militares o problema da ação das marés e a importância daquele material para o conhecimento daquele espaço específico.

Quando da comunicação do fato à 11ªSR/IPHAN/SC, ficou acertada a realização do salvamento imediato deste importante acervo arqueológico. Em seguida, realizamos saídas de campo nos dias 04, 26, 31/08 e dias 04,18/09 onde por meio de coleta assistemática, recuperamos o material arqueológico que tinha sido perturbado pela ação marítima. O material podia ser melhor coletado em horas de maré baixa, e percebemos que o retrabalhamento no local pelo mar é intenso, formando linhas de acumulação de material arqueológico.

Após a etapa de coleta, o material foi devidamente limpo, ensacado e colocado em recipientes de plástico, sendo possível a identificação de alguns padrões de louças e procedências.

O Material Coletado

Dentre o conteúdo coletado encontram-se bordas, fundos e alças de faiança fina, porcelana fina e cerâmica vidrada (colonial), fragmentos de vidro, de procedência nacional e estrangeira, além de um fragmento de cerâmica guarani, os quais poderão contar sobre o consumo, uso e hábitos cotidianos

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nos séculos XVIII, XIX e início do século XX, dos moradores e usuários do forte Sant’Ana .

Do material coletado, o primeiro material que provoca questionamento é o fragmento de cerâmica indígena da cultura Guarani, com acabamento superficial externo ungulado em barra longitudinal. Sabemos que no período do contato o local onde está fixado o forte Sant’Ana era transitado pelos carijós em 1550, como relata Hans Staden. Isto sugere que este fragmento seja de uma fase de contato entre indígenas e colonizadores europeus. Cabe observar que na pesquisa arqueológica da fortaleza de São José da Ponta Grossa também foram encontrados fragmentos de origem indígena, indicando o trabalho dos índios na construção do respectivo forte (Fossari, 1992: 45). Quanto a cerâmica vidrada ou vitrificada de origem local foi abundante com fragmentos de borda, alça e fundo, com tratamento de superfície em vitrificado amarelo e laranja, alguns com incisos em linhas onduladas paralelos a borda. Alguns objetos zoomorfos de cerâmica de barro cozido sem vitrificação foram identificados, porém sua origem e finalidade nos é desconhecida, apesar de parecerem ser de produção local e ter sido algum tipo de brinquedo ou peça decorativa.

O material predominante na amostra é a louça branca com decoração impressa, pintada a mão, ou de técnica mista e lisa. Quanto aos motivos e padrões pudemos identificar preliminarmente: motivos florais monocrômicos,

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motivos florais policrômicos, motivos orientais, motivos de frisos7, o padrão

Shell Edged8azul e verde inciso, o padrão Willow9 e padrão Trigal10.

A marca inglesa J. & G. Meakin, fabricada na China, foi a estrangeira mais

encontrada apresentando três tipos de carimbos diferentes, os mais antigos são os fragmentos que apresentam um brasão com um leão e unicórnio (fabricados em 1890), os que representam um sol inteiro e um sol pela metade (fabricado em 1912) possuem números de série e são mais recentes. As

outras marcas estrangeiras presentes foram: Woods & Sons, Thomas Hughes

(fabricada de 1910 a 1930) & Son e Ridgways (fabricada após 1891), todas da

Inglaterra, Villeroy & Boch da Alemanha, Maestricht da Holanda, Sarregemines

da França entre outras. As marcas brasileiras também estão presentes como a São Caetano, Campo Largo, Iguassú e P. II.

Os fragmentos vítreos apresentam uma variabilidade de formas, cores e usos. As cores encontradas foram rosa, verde, azul, marrom e branco. Quanto as formas, apareceram gargalos, fundos e paredes com superfície lisa e também trabalhada. Encontramos duas tampas de perfume em formato de coração de

7 Os motivos de frisos são geralmente duas linhas pintadas, próximas uma da outra na borda da peça,

estando mais presente no último quartel do século XIX. (Symanski, 1998: 181)

8 O padrão Shell Edged, “(...) apresenta a borda moldada e com suaves incisões, estando a decoração

pintada limitada a um friso ao redor da borda (...)”, foi a variedade mais barata de louça decorada durante a primeira metade do século XIX. (Symanski, 1998: 172)

9 Segundo Symanski, o Willow Pattern foi de uso comum no século XIX, tendo a denominação popular de

“louça dos pombinhos”. O padrão decorativo é feito na técnica do transfer-printing, sendo o mais barato impresso deste tipo durante a primeira metade do século XIX. (1998: 177) Cabral ao descrever as salas de jantar das casas térreas residenciais de Desterro em fins do séc. XVIII e início do XIX, refere-se a este tipo de padrão encontrado nos guarda-louças: “(...) com “aparelhos” importados, azul pombinha, com marca das fábricas de Macau ou das estearias do Reino, ou então inglêsa, de variado desenho e de outras côres.” (1979: 235-236)

10 Faiança fina branca, decorada com pés de trigo em relevo moldado, que segundo Symanski

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cor marrom, fragmentos de frasco de perfumes e remédios, além de fragmentos de cálices, e garrafas.

Também encontramos alguns fragmentos de grês, provavelmente de garrafas, sendo um destes de origem holandesa, e um braço e uma perna de bonequinhas de porcelana.

Resultados e Proposta de Intervenção

A coleta do material arqueológico do Forte Sant’Ana foi uma ação emergencial no sentido de resguardar parte da cultura material desta fortificação. A amostra coletada que reuniu centenas de fragmentos cerâmicos e vítreos, caracterizou-se pela grande variedade de padrões que correspondem a décadas que utilização do forte e a um padrão de consumo bem variado, de louças mais caras a tipos mais populares.

O material coletado, após as etapas de limpeza e acondicionamento, foi armazenado na Reserva Técnica do Museu Universitário “Prof. Oswaldo Rodrigues Cabral”. Desta forma, estamos garantindo o acondicionamento correto e disponibilizando o material para futuras análises arqueológicas.

Para solução do problema da erosão marinha na área do forte, elegemos duas possibilidades de intervenção:

1) A erosão ocorreu devido a mudança na circulação de água da baía, provocada pela construção de um trapiche do Corpo de Bombeiros. Este trapiche é em parte de pedra, obstruindo a passagem da água no local. O evento da erosão da prainha acelerou-se nos últimos anos, segundo antigo

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morador do local, destruindo o pacote arqueológico. Desse modo, sugerimos a retirada das pedras embaixo do trapiche pelo Corpo de Bombeiros.

2) Outra alternativa, seria a construção de um muro de contenção (podendo ser de concreto) abaixo do forte, após o gramado. Porém esta proteção em hipótese alguma deverá interferir esteticamente com o bem edificado. Este serviço deve ser acompanhado por arqueólogo em sua execução, e posteriormente o local deve ser monitorado para avaliar os resultados da intervenção.

A primeira proposta de intervenção procura solucionar a causa do problema e a segunda tenta impedir a conseqüência da mudança da circulação de água no local, que acabou pondo à mostra grande quantidade de material arqueológico relacionado com o forte Sant’Ana. As duas propostas poderão ser avaliadas conjuntamente, proporcionando uma adequada solução ao problema de erosão na área contígua ao referido forte.

Bibliografia

CABRAL, Oswaldo R. As Defesas da Ilha de Santa Catarina no Brasil-Colônia. Florianópolis: Conselho Federal de Cultura, 1972.

CALDAS, Candido. História Militar da Ilha de Santa Catarina. Florianópolis: Lunardelli, 1992.

FOSSARI, Teresa Domitila (coord.). A Pesquisa Arqueológica do Sítio Histórico São

José da Ponta Grossa. In: Anais do Museu de Antropologia 1987/1988.

Florianópolis: UFSC, n 19, 1992.

KOVEL, Ralph & KOVEL, Terry. Kovel’s New Dictionary of Marks. New York: Crown, 1986.

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__________________________. Kovel’s Dictionary of Marks. Pottery and

Porcelain. New York: Crown Publishers, 1995.

LA SALVIA, Fernando & BROCHADO, José Proença. Cerâmica Guarani. 2ª ed. PortoAlegre: Posenato Arte e Cultura, 1989.

MACHADO, Rosangela M. de Melo. Fortalezas da Ilha de Santa Catarina: Um

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SOUZA, Alcídio Mafra de. Guia dos Bens Tombados, Santa Catarina. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1992.

SOUZA, Sara Regina Silveira de. A presença portuguesa na arquitetura da Ilha de

Santa Catarina: séculos XVII e XVIII. Florianópolis: FCC, 1981.

_________________________. As Fortificações Catarinenses: Notas para uma

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UCHÔA, Carlos Eduardo. Fortalezas Catarinense: a estória contada pelo povo. Florianópolis: Imprensa Universitária da UFSC, 1992.

VEIGA, Eliane Veras da. As Fortificações Catarinenses no Brasil Colonial:

Referências

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