• Nenhum resultado encontrado

Download/Open

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Download/Open"

Copied!
452
0
0

Texto

(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO - UMESP DIRETORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO. SILAS KLEIN CARDOSO. REDES MÁGICO-MÍTICAS NO ALVORECER DE ISRAEL “RELIGIÃO” NO PLATÔ DE BENJAMIM NO FERRO I-IIA. São Bernardo do Campo, 2019.

(2) SILAS KLEIN CARDOSO. REDES MÁGICO-MÍTICAS NO ALVORECER DE ISRAEL “RELIGIÃO” NO PLATÔ DE BENJAMIM NO FERRO I-IIA. Tese apresentada em cumprimento às exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo, para obtenção do grau de Doutor em Ciências da Religião.. Orientador: Prof. Dr. José Ademar Kaefer . São Bernardo do Campo 2019.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA C179r. Cardoso, Silas Klein. Redes mágico-míticas no alvorecer de Israel: “religião” no platô de Benjamim no Ferro I-IIA / Silas Klein Cardoso - São Bernardo do Campo, 2019.. 450 f.. Tese (Doutorado em Ciências da Religião) — Diretoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2019.. Bibliografia. Orientação de: José Ademar Kaefer. 1. Religião – História 2. Israel – História 3. História antiga – Síria – Palestina 4. Arqueologia – Israel 4. Religião – Teoria 5. Iconografia I. Título. CDD 200.9.

(4) A tese de doutorado intitulada “Redes mágico-míticas no alvorecer de Israel: ‘religião’ no platô de Benjamim no Ferro I-IIA”, elaborada por Silas Klein Cardoso, foi apresentada e aprovada com louvor (“Summa Cum Laude”) em 24 de setembro de 2019, perante banca examinadora composta por Prof. Dr. José Ademar Kaefer (Presidente/UMESP), Prof. Dr. Christoph Uehlinger (Titular/Universität Zürich), Profa. Dra. Katia Maria Paim Pozzer (Titular/UFRGS), Prof. Dr. Paulo Augusto de Souza Nogueira (Titular/ UMESP), Prof. Dr. Tércio Machado Siqueira (Titular/UMESP).. __________________________________________________. Prof. Dr. José Ademar Kaefer Orientador e Presidente da Banca Examinadora. __________________________________________________. Prof. Dr. Lauri Emilio Wirth Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião. Programa: Pós-Graduação em Ciências da Religião. Área de Concentração: Linguagens da Religião. Linha de Pesquisa: Literatura e religião no mundo bíblico .

(5) Esta pesquisa foi financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), através de dois programas: (1) Programa Suporte à Pós-Graduação IES Comunitárias (PROSUC) ligado à Universidade Metodista de São Paulo, Brasil, entre agosto de 2015 e agosto de 2019 (Processo: 88887.165025/2018-00); e (2) Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE), ligado à Universität Zürich, Suíça, entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019 (Processo: 88881.190593/2018-01)..

(6) Para minha família: Karina, Ana Helena, Benjamin. .

(7) PREFÁCIO E AGRADECIMENTOS. Este trabalho é, em muitos aspectos, a culminação de oito anos de estudos. Seus primeiros passos, cambaleantes, deram-se em minha graduação teológica. Em 2011, a convite do Prof. Dr. Tércio M. Siqueira, passei a integrar seu grupo de pesquisa sobre a História da Religião de Israel. O rigor metodológico e humildade do Prof. Siqueira me inspiraram a seguir por esse campo e, em 2011, fui contemplado com a bolsa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), com o tema “Assim desenha Javé: arte profética e vocação artística no Antigo Testamento”. Mesmo no estágio inicial, a pesquisa me ajudou a fazer ponte entre meu passado como Diretor de Arte e minha recém-adquirida curiosidade exegética.. Reagindo aos interesses do Prof. Siqueira — p.ex., o “conceito ‘palavra’ na BH” e a “religiosidade do Pós-Exílio” —, iniciei em 2013 uma pesquisa que analisava o papel do livro sagrado na Judá pós-exílica. O projeto fez nascer a dissertação de mestrado “A imagem se fez livro: a materialidade da Torá e a invenção do aniconismo pós-exílico”, aprovada Summa Cum Laude em 2015. Ao contrário da religiosidade abstrata esperada, a pesquisa indicou uma religiosidade intrinsecamente material (CARDOSO, S., 2016), mesmo na utilização do livro sagrado (CARDOSO, S., 2017c). Assim, discuti com professor sobre um projeto de doutorado que verificasse práticas religiosas de períodos anteriores. Pela indisponibilidade para orientações do Prof. Siqueira e sob o convite do Prof. Dr. José Ademar Kaefer para integrar seu corpo de doutorandos, voltei os olhos ao Período do Ferro. A mudança se deu por dois fatores: meu trabalho na tradução — com Élcio Mendonça — do livro “Forgotten Kingdom” de Israel Finkelstein e meus estudos em 1Sm, na disciplina “Metodologia Exegética da Bíblia Hebraica”, junto ao Prof. Kaefer.. Em junho de 2015 elaborei um projeto de pesquisa para análise de práticas religiosas na região de Benjamim. A perspectiva interdisciplinar do projeto, tal qual a lacuna de estudos histórico-religiosos sobre o objeto, me fizeram lograr êxito no ingresso do doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Umesp (PPG Ciências da Religião). O projeto rendeu bolsa integral pelo Programa Suporte à PósGraduação IES Comunitárias (Prosuc) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A escolha pelo programa do Prof. Kaefer como orientador, nesse ínterim, abriu caminhos para discussões com pesquisadores nacionais e internacionais..

(8) A escassez de fontes de pesquisa no país, porém, me levaram a buscar outros meios de acesso ao objeto e, nisso, a participação do Prof. Dr. Christoph Uehlinger, referência na pesquisa arqueológica e iconográfica de Israel/Palestina, foi fundamental. Conhecendo seu trabalho, no contexto da “Escola de Friburgo”, iniciei contato virtual que, depois, se deu pessoalmente em um ciclo de palestras na Umesp em 2017. Em junho de 2018 fui agraciado com a bolsa do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) da Capes e, entre agosto de 2018 e final de fevereiro de 2019, integrei o Religionswissenschaftliches Seminar (RWS) da Universität Zürich (UZH), sob a supervisão do Prof. Uehlinger. O período na Suíça, além de possibilitar acesso às fontes de pesquisa — do qual destaco a oportunidade de manusear selos ancestrais nas visitas ao Bibel+Orient Museum da Universität Freiburg —, também foi fundamental pela orientação segura e substancial do Prof. Uehlinger, além do afinamento de perspectivas teóricometodológicas nas discussões qualificadas em seu colóquio sobre Religionsgeschichte.. Além dos limites acadêmicos, também vivi inúmeras transformações nesses oito anos. Deixei de ser um jovem recém-casado, para ser pai de dois filhos. Sofri duas internações. Conheci novos países. Andei pelas areias do deserto e fui vítima da neve das montanhas. Assim, embora seja impossível nomear todas as contribuições diretas e indiretas, é minha obrigação agradecer a uma série de nomes valiosos desse processo.. Em primeiro lugar, agradeço à minha família. Minha esposa, Karina, não apenas pelo incansável incentivo à continuação e aprimoramento dos estudos, mas pelas leituras de textos enfadonhos e, muitas vezes, inacabados, aos quais sempre reagiu com sagacidade. Minha filha, Ana Helena, e meu filho, Benjamin, que além da contagiante alegria e paz, demonstraram particular resiliência ao suportar a ausência do pai em períodos que, na cronologia infantil, foram eternos. Meus pais, Douglas e Teresa, que pavimentaram meu caminho de estudos, fornecendo o suporte necessário. Minha irmã, Priscila, que, além de emprestar suas habilidades linguísticas, sempre estendeu a mão. Meus irmãos, cunhadas, cunhados, sobrinhas e sobrinhos, sempre presentes. Meus sogros e demais familiares, que deram suporte à minha família em minha ausência física.. Aos colegas e interlocutores na Umesp. Prof. Kaefer, que ofereceu espaço para que eu continuasse com minhas pesquisas no departamento. Prof. Siqueira, que com sua amizade e exemplo abriu meu caminho de pesquisas desde a graduação teológica. Prof. Dr. Paulo A. S. Nogueira, que em sua amizade e acuidade acadêmica me incentivou à buscar patamares de excelência na pesquisa. Prof. Dr. Helmut Renders, que contribuiu.

(9) ativamente na conquista do PDSE. Regiane Vitalino e Andréia Catto, que auxiliaram, de perto e de longe, na resolução de múltiplas questões nesses anos de PPG e no período na Suíça. Colegas dos grupos de pesquisa Arqueologia do AOP, Oracula e Rimago, que forneceram espaço e ocasiões para que diversas ideias dessa tese fossem gestadas. Amigos e amigas de PPG, especialmente “Kadu” Mattos, Cecilia Toseli, Denilson Matos e Élcio Mendonça, que promoveram discussões qualificadas durante todos esses anos.. Aos colegas e interlocutores na UZH. Prof. Uehlinger, que me acolheu com hospitalidade inigualável, disponibilizando não apenas infraestrutura para a pesquisa e diálogo e orientação impecáveis mas, indo além, forneceu todo o suporte para que a estadia em Zurique não fosse traumática. Marcia Bodenmann, que em sua amizade, eficiência profissional e habilidade na tradução cultural, me fez sentir acolhido no departamento e na Suíça. Aos demais colegas de RWS, cuja gentileza e bondade, de diversos modos e em incontáveis momentos da estadia em Zurique, me impressionou.. Além das fronteiras de Umesp e UZH, outros nomes contribuíram direta ou indiretamente na elaboração desta tese: Katia Pozzer (UFRGS, Brasil), que qualificou ainda mais minha banca qualificatória; Israel Finkelstein (TAU, Israel), com quem estive em Megido, São Paulo, Tel Aviv e Zurique; Amihai Mazar (HUJI, Israel), com quem estive duas vezes em Jerusalém; Oded Lipschits (TAU, Israel), com quem estive em São Paulo e Azekah; Etienne Higuet (UEPA, Brasil), pelas reações no grupo Rimago; Leonardo Pajarola (Uni Freiburg, Suíça), que assessorou minhas visitas ao Bibel+Orient Museum; David Morgan (Duke, EUA), com quem estive em São Paulo; Peter Burke (Cambridge, Inglaterra), que ouvi em São Paulo; Ryan Bonfiglio (Emory, EUA), Ido Koch (TAU, Israel), Stefan Münger (Uni Bern, Suíça) e Omer Sergi (TAU, Israel), que disponibilizaram artigos para análise.. Lembro também das alunas e alunos do Instituto Bíblico Kalleyano (São Paulo, Brasil), do Seminário Teológico Pentecostal do Brasil (Santo André, Brasil) e da PósGraduação em Profetismo e Apocalíptica da Umesp. Não foram raras as vezes que discussões em sala provocaram epifanias e revisões de conceitos e perspectivas. De igual modo, expresso minha profunda gratidão pelo suporte institucional da Associação Basiléia (Campinas, Brasil); Igreja Evangélica Congregacional de São Bernardo do Campo; Igreja Evangélica Congregacional de Vila Vera (São Paulo, Brasil); e Instituto Bíblico Kalleyano. O auxílio deles, especialmente no período na Suíça, foi inestimável.. Sem cada um desses nomes, e sem o nome que está sobre todos os demais, essa pesquisa jamais seria possível. A cada um e a cada uma, minha mais sincera gratidão..

(10) CARDOSO, Silas Klein. Redes mágico-míticas no alvorecer de Israel: “religião” no platô de Benjamim no Ferro I-IIA. São Bernardo do Campo: Umesp, 2019. 450 f. Tese (Doutorado em Ciências da Religião) — Diretoria de Pós-Graduação e Pesquisas, Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).. RESUMO. A pesquisa investiga as práticas religiosas na região do platô de Benjamim, atual Israel/Palestina, no Período do Ferro I-IIA (aprox. 1125-875), período e local de provável origem do “Antigo Israel”. Defende-se duas hipóteses, respectivamente, de ordem empírica e teórica: (1) que houve um sistema simbólico-religioso identificável no platô de Benjamim no Período do Ferro I-IIA; e que (2) esse sistema simbólico-religioso pode ser visualizado a partir do conceito original de redes mágico-míticas. Em resposta aos objetivos teóricos, foi realizada pesquisa bibliográfica de textos seminais da História da Religião de Israel e, a partir de uma análise crítica, foi proposto que a religião de Benjamim pode ser visualizada através do conceito de “redes mágico-míticas”, i.e., sistemas simbólico-religiosos expressos pela comunicação oral compartilhada (p.ex., mitos, estórias) e fixada em objetos (p.ex., selos, talismãs) em estruturas comunicacionais circulares centradas em vilas graduadas, que retinham particularidades devido ao contato com o ambiente e dinâmicas sociais. Em adição, em resposta à hipótese empírica, foram analisados sistematicamente os nove sítios arqueológicos escavados na região (Beitin; Tell el-Jîb; Et-Tell; Khirbet Abū-Musarraḥ; Khirbet ed-Dawwara; Khirbet Nisieh; Khirbet Raddana; Tell el-Fûl; Tell en-Nasḅeh), estes respectivamente analisados em sua cultura material, cultura visual e cultura textual. Por meio da metodologia proposta, pôde-se confirmar a existência de um sistema cultural-religioso benjaminita que, em resumo, pode ser descrito entre práticas e crenças. As práticas se distribuíam em dois níveis: (1) familiar (i.e., relativo à casa e família), em espaços residenciais e funerários, com práticas ligadas à preocupações do nível doméstico; e (2) comunitário (i.e., relativo à vila e coletivo), em santuários provinciais ou ao ar livre, com práticas ligadas à preocupações da vila e cidade, como produção de alimento. Com relação às crenças, há três conceitos que aparecem de forma transversal no registro e que foram considerados centrais à imaginação sócio-religiosa dos benjaminitas: (1) o conceito de família extensa; (2) convicções d’além mundo; (3) a violência e guerra.. Palavras-chave: Benjamim; História da Religião de Israel e Judá; Redes MágicoMíticas; Arqueologia Siro-Palestinense; Iconografia Siro-Palestinense.

(11) CARDOSO, Silas Klein. Redes mágico-míticas en los albores de Israel: “religión” en la meseta de Benjamín en Hierro I-IIA. São Bernardo do Campo: Umesp, 2019. 450 f. Tesis (Doctorado en Ciencias de lá Religión) — Diretoria de Pós-Graduação e Pesquisas, Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).. RESÚMEN. La investigación estudia las prácticas religiosas en la región de la meseta de Benjamín, ahora Israel/Palestina, en la Edad de Hierro I-IIA (aprox. 1125-875), época y lugar de probable origen del “antiguo Israel”. Se defienden dos hipótesis, respectivamente, de orden empírico y teórico: (1) que había un sistema simbólicoreligioso identificable en la meseta de Benjamín en el Período del Hierro I-IIA; y que (2) este sistema simbólico-religioso puede ser visualizado desde el concepto original de redes mágico-míticas. En respuesta a los objetivos teóricos, se realizó una investigación bibliográfica de textos seminales de la Historia de la Religión de Israel y, a partir de su análisis crítico, se sugirió que la religión de Benjamín puede ser visualizada a través del concepto de "redes mágico-míticas", es decir, sistemas simbólico-religiosos expresados por comunicación oral compartida (por ejemplo, mitos, historias) y fijados en objetos (por ejemplo, sellos, talismanes) en estructuras de comunicación circular centradas en aldeas graduadas, que retenían las particularidades debido al contacto con el entorno y la dinámica social. Además, en respuesta a la hipótesis empírica, los nueve sitios arqueológicos excavados en la región (Beitin; Tell el-Jîb; Et-Tell; Khirbet Abū-Musarraḥ; Khirbet ed-Dawwara; Khirbet Nisieh; Khirbet Raddana; Tell el-Fûl; Tell en-Nasḅeh) fueron analizados sistemáticamente, respectivamente, en su cultura material, cultura visual y cultura textual. A través de la metodología propuesta, se podría confirmar la existencia de un sistema cultural-religioso benjaminita que, en resumen, puede ser descrito entre prácticas y creencias. Las prácticas se distribuyeron en dos niveles: (1) la familia (es decir, en relación con el hogar y la familia), en espacios residenciales y funerarios, con prácticas vinculadas a las preocupaciones domésticas; y (2) la comunidad (es decir, en relación con la aldea y el colectivo), en santuarios provinciales o al aire libre, con prácticas vinculadas a las preocupaciones de la aldea y la ciudad, como la producción de alimentos. En cuanto a las creencias, hay tres conceptos que aparecen transversalmente en el registro y que se consideraban centrales en la imaginación socio-religiosa de los benjaminitas: (1) el concepto de familia extendida; (2) creencias de más allá del mundo; (3) violencia y guerra.. Palabras clave: Benjamin; Historia de la antigua religión israelita; Redes mágicomíticas; Arqueología siro-palestina; Iconografía siro-palestina..

(12) CARDOSO, Silas Klein. Magical-mythical networks in the Dawn of Israel: “religion” in Benjamin’s plateau on the Iron Age I-IIA. São Bernardo do Campo: Umesp, 2019. 450 p. Thesis (Ph.D. in Sciences of Religion) — Diretoria de Pós-Graduação e Pesquisas, Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).. ABSTRACT. This research investigates the religious practices in the region around Benjamin’s plateau, current Israel/Palestine, in the Iron Age I-IIA (c. 1125-875), place and time of the probable origin of “Ancient Israel.” It sustain two hypotheses, respectively of empiric and theoretical dimensions: (1) that Benjamin’s plateau in the Iron Age I-II have seen and an identifiable religious-symbolical system; (2) that this religious system can be visualized from the (original) concept of Magical-Mythical Networks. Regarding the theoretical objectives, it was conducted a bibliographical research in the seminal works of the History of Ancient Israelite Religion and, from its critical evaluation, it was suggested that Benjamin’s religion can be seen from the concept of “Magical-Mythical Networks”, i.e., religious-symbolic systems expressed in shared oral communication (e.g., myths, stories, legends) and materialized in objects (e.g., pottery, seals, talismans, figurines) in circular communication structures centered on ranked villages, whose peculiarities creates and were created due to the contact with the environment and social dynamics. In addition, in response to the empirical hypothesis, nine archaeological sites excavated in the region were analyzed in the region (Beitin; Tell el-Jîb; Et-Tell; Khirbet Abū-Musarraḥ; Khirbet edDawwara; Khirbet Nisieh; Khirbet Raddana; Tell el-Fûl; Tell en-Nasḅeh), from which material, visual, and textual cultures were researched. From the proposed methodology, it was possible to probe the existence of a Benjaminite religioussymbolical system that could be described in practices and beliefs. The practices were distributed in two levels; (1) familiar (i.e., related to the house and family), in residential and funerary architectural compounds, and with practices linked to preoccupations within the domestic environment; (2) village level (i.e., related to the village and collective), in village sanctuaries and open-air cults, and with practices connected to preoccupations of the village, as food production. Regarding the beliefs, three central concepts emerge transversally in the record, and that were considered central to the socio-religious imagination of the Benjaminites: (1) the idea of extended family; (2) beliefs in the after-life; (3) violence and war.. Key-Words: Benjamin; History of Ancient Israelite Religion; Magical-Mythical Networks; Syro-Palestinian Archaeology; Syro-Palestinian Iconography. .

(13) LISTA DE ARTEFATOS Artefato 3.1 Suporte cúltico, L65, Et-Tell. 137. Artefato 3.2 Cratera, L65, Et-Tell. 138. Artefato 3.3 Cálice, L65, Et-Tell. 138. Artefato 3.4 Estatueta de cavalo, L65, Et-Tell. 139. Artefato 3.5 Fragmento de suporte cúltico cilíndrico, R616/622, en-Nasḅeh. 160. Artefato 3.6 Fragmento de suporte cúltico fenestrado, R616/622, en-Nasḅeh. 161. Artefato 3.7 Morteiro cosmético, R616/622, en-Nasḅeh. 161. Artefato 4.1 Suporte cúltico, L65, Et-Tell. 267. Artefato 4.2 Estatueta de cavalo, L65, Et-Tell. 269. Artefato 4.3 Vaso decorativo com imagem de Leão, Kh. ed-Dawwara. 270. Artefato 4.4 Cratera com múltiplas alças, Kh. Raddana. 271.

(14) LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 Círculo de Criatividade de Krebs aplicado à pesquisa histórico-religiosa. 37. Figura 2.1 Interpretação visual da definição de religião de Clifford Geertz. 63. Figura 2.2 Interpretação pessoal do processo antropológico de Clifford Geertz. 64. Figura 2.3 Interpretação pessoal das semiosferas de Iuri Lotman. 72. Figura 2.4 Tradução cultural na teoria semiótica de Iuri Lotman. 73. Figura 3.1 Área I (escavação 1934), L42/44, Beitin. 128. Figura 3.2 Tumba n. 3, el-Jîb. 133. Figura 3.3 Área D, Locus 65/69, Et-Tell. 136. Figura 3.4 Caverna, Abū-Musarraḥ. 141. Figura 3.5 Site R, Muralha casamata de Khirbet Raddana. 151. Figura 3.6 Área AB-AC 15-17, Room 616/622, Tell en-Nasḅeh. 159. Figura 4.1 Hipótese de panteão benjaminita no Ferro I-IIA. 285. Figura 5.1 Inscrição em alça de jarro de Khirbet Raddana. 309. Figura 5.2 Inscrição “ʾIšbaʿal, filho de Bedaʿ”, de Khirbet Qeiyafa. 312. Figura 5.3 Relevo de Vitória de Sheshonq I, Templo de Amun em Karnak. 315. Figura 6.1 Hipótese de panteão benjaminita no Ferro I-IIA. 380.

(15) LISTA DE MAPAS Mapa 2.1 Platô de Benjamim (amarelo), Judá (azul) e Efraim (vermelho).. 78. Mapa 2.2 Mapa aplicando o conceito de Redes Mágico-Míticas à Benjamim do Ferro I/II. 90. Mapa 3.1 Quadriculamento do Levantamento do sul de Samaria. 113. Mapa 3.2 Sítios do Ferro I-IIA escavados em Benjamim (cor cinza escura). 122. Mapa 4.1 Distribuição de temas agrícolas. 278. Mapa 4.2 Distribuição de temas pecuários. 279.

(16) LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS. Tabela 3.1 Ondas de assentamentos no sul levantino. 111. Tabela 3.2 Assentamentos na região de Benjamim. 117. Tabela 2.3 Possível função ritual dos artefatos de L315, Beitin. 127. Tabela 3.4 Possível função ritual dos artefatos de L65/69, Et-Tell. 140. Tabela 3.5 Identificação de Ai, cf. Livingstone (2012, p. 210, 219). 147. Tabela 3.6 Possível função ritual dos artefatos de R616/622, en-Nasḅeh. 162. Tabela 3.7 Pertença territorial de Khirbet Qeiyafa. 169. Tabela 3.8 Sumário ocupacional dos sítios escavados de Benjamim no Ferro I-IIA. 178. Tabela 3.9 Possíveis práticas religiosas em Benjamim no Ferro I-IIA. 190. Tabela 4.1 Método iconológico de Erwin Panofsky (2014, p. 64-65). 201. Tabela 4.2 Visão panorâmica de ocorrência de temas iconográficos. 272. Tabela 4.3 Tipologia dos selos/amuletos de Benjamim do Ferro I-IIA. 280. Tabela 4.4 Materialidade dos selos/amuletos de Benjamim do Ferro I-IIA. 281. Gráfico 5.1 Ocorrência de teóforos em antropônimos, segundo BH. 358. Tabela 5.2 Ocorrência de teóforos em antropônimos e topônimos, segundo BH. 361. Tabela 6.1 Objetos pessoais ou não funcionais nas tumbas de Benjamim. 381.

(17) LISTA DE SELOS E AMULETOS Beitin 1 Escarabóide; esteatita; brasão de peixe. 211. Beitin 2 Escarabóide; pedra; padrão roseta. 212. Beitin 3 Conóide; basalto; leão atacando antílope. 213. Beitin 4 Escaravelho; compósito; padrão estilizado. 214. Beitin 5 Escarabóide; calcário; avestruz e ramos. 214. Beitin 6 Impressão retangular; argila; leão atacando (?). 215. Beitin 7 Impressão em alça; argila; quadrados estilizados (?). 216. Beitin 8 Escaravelho; enstatita; grifo, homem e uraeus. 217. Beitin 9 Escarabóide; calcário; árvore com duas figuras antropomórficas. 218. Beitin 10 Placa oval; pedra; caprino e ramo. 220. Beitin 11 Conóide; marfim; perfurações e ranhuras (?). 221. El-Jîb 1 Placa redonda; pedra (?); galos lutando (?). 221. El-Jîb 2 Placa retangular; marfim; círculos (?). 222. El-Jîb 3 Escarabóide; calcário; árvore com duas figuras antropomórficas. 223. El-Jîb 4 Escarabóide; osso; cavalo, Astarte e outra figura antropomórfica. 224. El-Jîb 5 Escarabóide; calcário; mestre dos avestruzes. 225. El-Jîb 6 Escaravelho; pedra; uraeus e falcão. 226. El-Jîb 7 Selo; material desconhecido; tema desconhecido. 227. El-Jîb 8 Escarabóide; osso; cavalo, cavaleiro em pé e outra figura antropomórfica. 227. El-Jîb 9 Conóide; calcário; três caprinos e círculo. 229. El-Jîb 10 Conóide; calcário; cavaleiro em pé e lua. 230. El-Jîb 11 Placa retangular; osso; padrão de grade. 231. El-Jîb 12 Escaravelho; enstatita; touro, crocodilo, sol, escorpião. 232. El-Jîb 13 Escarabóide; compósito; três figuras antropomórficas de mãos dadas. 233. El-Jîb 14 Escaravelho; enstatita; flor de lótus e palmeira. 234. El-Jîb 15 Escaravelho; pedra; leão caminhando com cauda erguida. 235. El-Jîb 16 Escaravelho; enstatita; escaravelho, colar e dois uraei. 236. El-Jîb 17 Conóide; argila; senhor dos animais (?). 237. Kh. Nisieh 1 Escaravelho; osso; roseta de quatro folhas. 238. Kh. Nisieh 2 Pirâmide truncada; osso; figura antropomórfica. 239. En-Nasḅeh 1 Escaravelho; material azul; abutre e escaravelho. 240. En-Nasḅeh 2 Escaravelho; enstatita; Rā-men-kepher. 241. En-Nasḅeh 3 Escaravelho; madeira (?); senhor dos animais (?). 242. En-Nasḅeh 4 Escarabóide; enstatita; homem e caprino. 243. En-Nasḅeh 5 Escarabóide; enstatita; rei, homem, árvore. 244. En-Nasḅeh 6 Escarabóide; material desconhecido; caprino amamentando, escorpião. 245. En-Nasḅeh 7 Escarabóide; enstatita (?); caprinos lutando. 246.

(18) En-Nasḅeh 8 Escarabóide; osso; senhor dos avestruzes. 247. En-Nasḅeh 9 Conóide; material desconhecido; caprino com homem (?). 248. En-Nasḅeh 10 Conóide; enstatita; caprino amamentando abaixo de escorpião (?). 249. En-Nasḅeh 11 Conóide; enstatita; caprino amamentando abaixo de escorpião. 250. En-Nasḅeh 12 Conóide; enstatita; guerreiro e cabeça de touro (?). 251. En-Nasḅeh 13 Conóide; pedra; 9 pontos irregulares. 252. En-Nasḅeh 14 Conóide caprino; enstatita; homem e caprino. 253. En-Nasḅeh 15 Escarabóide; osso; quadrúpede (caprino?). 254. En-Nasḅeh 16 Conóide; pedra; figura antropomórfica e árvore. 255. En-Nasḅeh 17 Conóide; calcário; caprinos amamentando. 256. En-Nasḅeh 18 Placa retangular; calcário; padrão de grade. 257. En-Nasḅeh 19 Escarabóide; pedra; árvore com duas figuras antropomórficas. 258. En-Nasḅeh 20 Escaravelho; hematita; caprino e touro. 259. En-Nasḅeh 21 Conóide; calcário; caprinos amamentando e escorpião. 260. En-Nasḅeh 22 Escarabóide; osso; duas figuras antropomórficas de mãos dadas. 261. En-Nasḅeh 23 Escaravelho; pedra; leão com três sinais egípcios: was, neb, ankh. 262. En-Nasḅeh 24 Pirâmide truncada; pedra; dois caprinos e ramos. 263. En-Nasḅeh 25 Amuleto; compósito; Bes. 264. En-Nasḅeh 26 Amuleto; compósito; Falcão (Hórus). 265. En-Nasḅeh 27 Impressão; Baal sobre leão nas montanhas. 265.

(19) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. 1.1 Textos antigos Ag Am At 1Cr 2Cr Ct Dn Dt Ec Eco Ed Et Ex Ez Gn Hc Is Jl Jn Jó Jr Js Jub Jud. Ageu. Amós. Atos dos Apóstolos. 1 Crônicas. 2 Crônicas. Cântico dos Cânticos. Daniel. Deuteronômio. Eclesiastes. Eclesiástico / Sirácida. Esdras [= 2Ed, LXX]. Ester. Êxodo. Ezequiel. Gênesis. Habacuque. Isaías. Joel. Jonas. Jó. Jeremias. Josué. Jubileus Judite. Jz Lm 1Mac 2Mac Ml Mq Mt Na Ne Nm Ob Os Pv Rt 1Rs 2Rs Sab Sf Sl 1Sm 2Sm Tob Zc. Juízes. Lamentações. 1 Macabeus. 2 Macabeus. Malaquias. Miquéias. Mateus Naum Lv Levíticos. Neemias [= 2Ed, LXX]. Números Obadias. Oséias. Provérbios. Rute. 1 Reis [= 3Rs, LXX]. 2 Reis [= 4Rs, LXX]. Sabedoria de Salomão. Sofonias. Salmos. 1 Samuel [= 1Rs, LXX]. 2 Samuel [= 2Rs, LXX]. Tobias. Zacarias . 1.2 Textos. ANET. PRITCHARD, James B. Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old Testament. Third Edition with Supplement. New Jersey: Princeton University Press, 1969.. APIN. GITIN, Seymour (ed.). The Ancient Pottery of Israel and its Neighbors: from the Iron Age through the Hellenistic Period. 2vols. Jerusalem: Israel Exploration Society; W. F. Albright Institute of Archaeological Research; Israel Antiquities Authority; American Schools of Oriental Research, 2015.. ATI. I. FRANCISCO, Edson de Faria. Antigo Testamento Interlinear.

(20) Hebraico-Português: Volume 1 Pentateuco. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012.. II. FRANCISCO, Edson de Faria. Antigo Testamento Interlinear Hebraico-Português: Volume 2 Profetas Anteriores. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2014.. III. FRANCISCO, Edson de Faria. Antigo Testamento Interlinear Hebraico-Português: Volume 3 Profetas Posteriores. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.. b. Talmude Babilônico, seguido pela abreviatura do tratado, p.ex., bZeb (Talmude Babilônico, Zebah). NEUSNER, J. The Babylonian Talmud: A Translation and Commentary. Peabody: Hendrickson, 2011.. BDB. BROWN, F.; DRIVER, S. R.; BRIGGS, C. A.. Enhanced BrownDriver-Briggs Hebrew and English Lexicon. Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, 2000.. BHS. WEIL, G. E.; ELLIGER, K.; RUDOLPH, W. Biblia Hebraica Stuttgartensia: SESB Version. Eletronic ed. Stuttgart: German Bible Society, 2003.. WEIL, G. E.; ELLIGER, K.; RUDOLPH, W. Biblia Hebraica Stuttgartensia: Apparatus Criticus. 5. Aufl., rev. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 1997.. BJ. Bíblia de Jerusalém. Nova edição revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2010.. CAT. COS. DIETRICH, O. M.; LORETZ, O.; SANMARTÍN, J. (eds.). The Cuneiform Alphabetic Texts from Ugarit, Ras Von Hani and Other Places. Münister: Ugarit-Verlag, 1995.. 1. HALLO, W. W.; YOUNGER, K. L. Context of Scripture 1: Canonical Compositions from the Biblical World. Leiden; New York: Brill, 1997.. 2. HALLO, W. W.; YOUNGER, K. L. Context of Scripture 2: Monumental Inscriptions from the Biblical World. Leiden; Boston: Brill, 2000.. 3. HALLO, W. W.; YOUNGER, K. L. Context of Scripture 3: Archival Documents from the Biblical World. Leiden; Boston: Brill, 2002.. CSAJ. KEEL, O.; EGGLER, J. Corpus der Siegel-Amulette aus Jordanien. Vom Neolithikum bis zur Perserzeit. In Zusammenarbeit mit Daphna Ben-Tor, Denyse Homès-Fredericq, Melanie Jaggi, Nancy Lapp, Stefan Münger, Christoph Uehlinger und mit Zeichnungen von Ulrike Zurkinden-Kolberg. Fribourg/Suíça; Göttingen/Alemanha: Universitätsverlag; Vandnhoeck & Ruprecht, 2006. (Orbis Biblicus et Orientalis. Series Archaeologica, 25).. CSSPI Einl.. KEEL, O. Corpus der Stempelsiegel-Amulette aus Palästina/.

(21) Israel: Von den Anfängen bis zur Persezeit: Eiletung. Fribourg/ Suíça; Göttingen/Alemanha: Universitätsverlag; Vandnhoeck & Ruprecht, 1995. (Orbis Biblicus et Orientalis. Series Archaeologica, 10).. I. KEEL, O. Corpus der Stempelsiegel-Amulette aus Palästina/ Israel: Von den Anfängen bis zur Persezeit: Katalog Band I: Von Tell Abu Farag bis ‘Atlit With Three Contributions by Baruch Brandl. Fribourg/Suíça; Göttingen/Alemanha: Universitätsverlag; Vandnhoeck & Ruprecht, 1997. (Orbis Biblicus et Orientalis. Series Archaeologica, 13).. II. KEEL, O. Corpus der Stempelsiegel-Amulette aus Palästina/ Israel: Von den Anfängen bis zur Persezeit: Katalog Band II: Von Bahan bis Tel Eton Mit Beiträgen von Daphna Ben-Tor, Baruch Brandl und Robert Wenning. Fribourg/Suíça; Göttingen/Alemanha: Universitätsverlag; Vandnhoeck & Ruprecht, 2010a. (Orbis Biblicus et Orientalis. Series Archaeologica, 27).. III. KEEL, O. Corpus der Stempelsiegel-Amulette aus Palästina/ Israel: Von den Anfängen bis zur Persezeit: Katalog Band III: Von Tell el-Far’a Nord bis Tell el-Fir Mit Beiträgen von Daphna Ben-Tor und Robert Wenning. Fribourg/Suíça; Göttingen/Alemanha: Universitätsverlag; Vandnhoeck & Ruprecht, 2010b. (Orbis Biblicus et Orientalis. Series Archaeologica, 31).. IV. KEEL, O. Corpus der Stempelsiegel-Amulette aus Palästina/ Israel: Von den Anfängen bis zur Persezeit: Katalog Band IV: Von Tel Gamma bis Chirbet Husche Mit Beiträgen von Baruch Brandl, Daphna Ben-Tor und Leonardo Pjarola. Fribourg/Suíça; Göttingen/ Alemanha: Universitätsverlag; Vandnhoeck & Ruprecht, 2013. (Orbis Biblicus et Orientalis. Series Archaeologica, 33).. V. KEEL, O. Corpus der Stempelsiegel-Amulette aus Palästina/ Israel: Von den Anfängen bis zur Persezeit: Katalog Band V: Von Tel el-‘Idham bis Tel Kitan Mit Beiträgen von Daphna Ben-Tor, Baruch Brandl, Stefan Münger und Leonardo Pajarola. Fribourg/ Suíça; Göttingen/Alemanha: Universitätsverlag; Vandnhoeck & Ruprecht, 2017. (Orbis Biblicus et Orientalis. Series Archaeologica, 35).. DDD. EDB. GGIG. TOORN, K V. D.; BECKING, B.; HORST, P. W. V. D. (orgs.). Dictionary of deities and demons in the Bible. Leiden; Boston; Köln; Grand Rapids; Cambridge: Brill; Eerdmans, 1999.. FREEDMAN, David Noel; MYERS, Allen C.; BECK, Astrid B. Eerdmans dictionary of the Bible. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2000.. KEEL, O.; UEHLINGER, C. Gods, Goddesses and Images of God in Ancient Israel. Trad. T. Trapp. Minneapolis: Fortress Press,.

(22) 1998.. HALOT. KOEHLER, L.; BAUMGARTNER, W.; RICHARDSON, M. E. J.; STAMM, J. J. (eds.). The Hebrew and Aramaic lexicon of the Old Testament. Leiden; New York: E.J. Brill, 1999.. HCL. GESENIUS, W.; TREGELLES, S. Gesenius’ Hebrew and Chaldee lexicon to the Old Testament Scriptures. Bellingham: Logos Bible Software, 2003.. HI. DOBBS-ALLSOPP, F. W.; ROBERTS, J. J. M.; SEOWS, C. L.; WHITAKER, R. E. Hebrew Inscriptions: Texts from the Biblical Period of the Monarchy with Concordance. New Haven; London: Yale University Press, 2005.. IDD. EGGLER, J.; UEHLINGER, C. (eds.). Iconography of Deities and Demons in the Ancient Near East: An Iconographic Dictionary with Special Emphasis on First-Millennium BCE Palestine/Israel. Zurich, 2019?. No prelo.. IPIAO I. SCHROER, S.; KEEL, O. Die Ikonographie Palästinas/Israels und der Alte Orient: Eine Religionsgeschichte in Bildern. Band 1: Vom ausgehenden Mesolithikum bis zur Frühbronzezeit. Fribourg: Schwabe; Bibel + Orient Museum, 2005.. II. SCHROER, S. Die Ikonographie Palästinas/Israels und der Alte Orient: Eine Religionsgeschichte in Bildern. Bd. 2: Die Mittelbronzezeit. Fribourg: Schwabe; Bibel + Orient Museum, 2008.. III. SCHROER, S. Die Ikonographie Palästinas/Israels und der Alte Orient: Eine Religionsgeschichte in Bildern. Bd. 3: Die Spätbronzezeit. Fribourg: Schwabe; Bibel + Orient Museum, 2011.. IV. SCHROER, S. Die Ikonographie Palästinas/Israels und der Alte Orient: Eine Religionsgeschichte in Bildern. Bd. 4: Die Eisenzeit bis zum Ende der achämenidischen Herrschaft. Gesamtregister. Fribourg: Schwabe; Bibel + Orient Museum, 2018.. LSJ. LIDDELL, H. G.; GEORGE, H.; SCOTT, R.; JONES, H. S.; McKENZIE, R. A Greek-English lexicon. Oxford: Clarendon Press, 1996.. LTW. MANGUM, Douglas; BROWN, Derek R.; KLIPPENSTEIN, Rachel; HURST, Rebekah (orgs.). Lexham Theological Wordbook. Lexham Bible Reference Series. Bellingham, WA: Lexham Press, 2014.. LXX. RAHFLS, A.; HANHART, R. (orgs.). Septuaginta: SESB Edition. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 2006.. NEAEHL. STERN, E. (ed.). The New Encyclopedia of Archaeological Excavations in the Holy Land. 4 vols. Jerusalem: Carta; The Israel Exploration Society, 1993.. STERN, E. (ed.). The New Encyclopedia of Archaeological Excavations in the Holy Land. Vol. 5: Supplementary. Jerusalem:.

(23) Carta; The Israel Exploration Society, 2008. NOAB. COOGAN, M. D. (ed.); BRETTLER, M. Z.; NEWSON, C. A.; PERKINGS, P. (eds. ass.). The New Oxford Annotated Bible: New Revised Standar Version With the Apocrypha, an Ecumenical Study Bible. Fully Revised Fourth Edition. Oxford; New York: Oxford University Press, 2010.. ODO . Oxford Dictionary Online. Disponível em: https:// en.oxforddictionaries.com. Acesso em: 03/04/2019.. OLD. GLARE, P. G. W. (org.). Oxford Latin Dictionary. Oxford: Oxford University Press, 2012. E-book.. RIK. III. EPIGRAPHIC SURVEY. Reliefs and Inscriptions at Karnak: Volume III, The Bubastite Portal. Chicago: The University of Chicago Press, 1954. (Oriental Institute Publications, 74).. TDOT . BOTTERWECK, G. J; RINGGREN, H.; FABRY, H. J. Theological Dictionary of the Old Testament. 14 Vols. Grand Rapids/ Cambridge: William B. Eerdmans Publishing Company, 1975-2013.. WSS. AVIGAD, N.; SASS, B. Corpus of West Semitic Stamp Seals. Jerusalém: The Israel Academy of Sciences and Humanities; The Israel Exploration Society; The Institute of Archaeology, The Hebrew University of Jerusalém, 1997.. 1.3 Outras # § Abb. acad. aEC al. apud aprox. ar. aram. AT AOP BH c. Cap. Cf. cm col. EA EC. número(s). “sinal de sessão” (lat. signum sectiōnis). “figura” (al. Abbildung) acádio. antes Era Comum.. alemão. lat. “em”, “dentre”.. aproximadamente. árabe.. aramaico. Antigo Testamento. Antigo Oriente Próximo. Bíblia Hebraica. “cerca [de]” (lat. circa). Capítulo.. confronte.. centímetros. coluna. El-Amarna. Era Comum.. ed./ed(s). edição/editor(es).. ed(s).ass(s). editor(es) associados(s).. eg. egípcio. esp. especialmente. et al. “e outros [autores]” (lat. et alii).. etc “e para o restante” (lat. et cetera). esp. especialmente ou espanhol. fem. feminino.. fig(s). figura(s).. fr. francês.. gr. grego.. hpleg “contado/dito uma vez” (gr. hapax legomenon). heb. hebraico.. i.e. “isto é” (lat. id est). ing. inglês.. Kh. “ruína” (heb. khirbet).. L “local” (lat. locus; pl. loci). lat. latim.. lit. literalmente..

(24) LXX masc. mil. mm MR n(s). OHD org(s). p. p.ex.. Septuaginta.. masculino. milênio(s). milímetros. “Quadrícula de Mapa de Referência” (ing. Map Reference Grid). número(s) ou nota.. Obra Historiográfica Deuteronomista. organizador(es).. página. por exemplo.. pl. poss. prov. R sic sir. sing. T Tab. TM Trad. v. Vols./V.. plural / “lâmina” (ing. plate).. possivelmente.. provavelmente.. “cômodo” (ing. room).. lat. “assim”, “dessa forma”. siríaco. singular.. “tumba” (ing. tomb).. tabela.. Texto Massorético. tradução.. verso/versículo.. volumes/volume. .

(25) SUMÁRIO. 1 Introdução: as razões, os objetivos e o escopo da investigação. 30. 1.1 Introdução ao problema. 30. 1.2 Relevância da investigação. 32. 1.3 Escopo de investigação. 33. 1.4 Sobre minha perspectiva antidisciplinar. 35. 1.5 Uma observação sobre posicionamento acadêmico. 38. 2 Reflexões para uma nova “História da Religião de Israel” 2.1 Histórias da Religião de Israel: uma avaliação crítica 2.1.1 O uso de “religião” nas “Histórias da Religião de Israel”. 39 39. 39. 2.1.1.1 “Religião” como conceito auto-evidente na História da Religião de Israel 43. 2.1.1.2 “Religião” sob múltiplas camadas nas Histórias da Religião de Israel 45. 2.1.1.3 Perspectivas preliminares 46. 2.1.2 Estratégias delimitativas nas “Histórias da Religião de Israel” 2.1.2.1 Cânon como estratégia delimitava 2.1.2.2 “Antigo Israel” como estratégia delimitativa 2.1.2.3 Conceitos histórico-geográficos como estratégia delimitativa 2.1.2.4 Perspectivas preliminares 2.1.3 O uso das fontes nas “Histórias da Religião de Israel” 2.1.3.1 Fontes escritas na História da Religião de Israel 2.1.3.2 Fontes materiais na História da Religião de Israel 2.1.3.3 Fontes visuais na História da Religião de Israel 2.1.3.4 Perspectivas preliminares. 2.2 Para uma nova “História da Religião de Israel e Judá” 2.2.1 Para uma definição de trabalho de “religião” 2.2.1.1 Aspectos teóricos: “religião” enquanto sistema-cultural 2.2.1.2 Aspectos metodológicos: como identificar “religião” nas fontes? 2.2.2 Para uma nova estratégia delimitativa. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 53. 55. 56. 57. 59. 59. 61. 67. 68. 2.2.2.1 Aspectos teóricos: “religião” e modelos comunicativos 69. 2.2.2.2 Aspectos metodológicos: como identificar limites de sistemas-religiosos? 76. 2.2.3 Para um uso apropriado das fontes 2.2.3.1 Aspectos teóricos: relações entre mídia e produção de sentido 2.2.3.2 Aspectos metodológicos: como hierarquizar fontes de pesquisa?. 2.3 Perspectivas: redes mágico-míticas como acesso à “religião”. 80. 80. 85. 87.

(26) 3 Cultura material e o platô de Benjamim no Ferro I-IIA. 92. 3.1 Preâmbulo: cultura material como fonte histórica. 92. 3.1.1 Cultura material e acesso ao passado: limites e possibilidades 3.1.1.1 Métodos de investigação arqueológica 3.1.1.1.1 Reconhecimento arqueológico 3.1.1.1.2 Escavações arqueológicas. 92. 96. 96. 97. 3.1.1.2 Métodos de análise arqueológica. 98. 3.1.1.2.1 Análise estratigráfica 3.1.1.2.2 Análise de tipologia cerâmica. 98. 100. 3.1.2 Elementos da cultura material de Benjamim no Ferro I-IIA 3.1.2.1 Elementos arquitetônicos 3.1.2.1.1 Planejamento urbano 3.1.2.1.2 Espaços residenciais 3.1.2.1.3 Espaços funerários 3.1.2.1.4 Espaços cúlticos. 3.1.2.2 Artefatos 3.1.2.2.1 Potes de cozimento 3.1.2.1.2 Jarros de armazenamento 3.1.2.1.3 Pithoi 3.1.2.1.4 Recipientes para libação 3.1.2.1.5 Crateras e jarras. 100. 101. 101. 102. 102. 104. 106. 107. 107. 107. 108. 108. 3.1.3 Perspectivas: cultura material e História da Religião. 108. 3.2 Cultura material de Canaã na transição entre Bronze e Ferro. 109. 3.3 Cultura material de Benjamim no Ferro I-IIA. 112. 3.3.1 Levantamentos arqueológicos de Benjamim no Ferro I-IIA 3.3.1.1 Levantamento do sul de Samaria por Finkelstein e Lederman 3.3.1.2 Levantamento da região de Benjamim por Finkelstein e Magen 3.3.1.3 Dicionário geográfico de sítios do Ferro I por Robert D. Miller II. 112. 112. 116. 119. 3.3.2 Escavações de Benjamim no Ferro I-IIA. 123. 3.3.2.1 Beitin (Betel) (MR 172.148). 123. 3.3.2.1.1 Explorações em Beitin 3.3.2.1.2 Histórico de interpretações 3.3.2.1.3 Beitin no Ferro I-IIA. 123. 124. 126. 3.3.2.2 El-Jîb (Gibeão) (MR 1676.1397). 129. 3.3.2.2.1 Explorações em el-Jîb 3.3.2.2.2 Histórico de interpretações 3.3.2.2.3 El-Jîb no Ferro I-IIA. 129. 129. 131. 3.3.2.3 Et-Tell (Ai?) (MR 175.147) 3.3.2.3.1 Explorações em Et-Tell 3.3.2.3.2 Histórico de interpretações 3.3.2.3.3 Et-Tell no Ferro I-IIA. 134. 134. 134. 135. 3.3.2.4 Khirbet Abū-Musarraḥ (MR 17730.13730). 140. 3.3.2.4.1 Explorações em Abū-Musarraḥ 3.3.2.4.2 Histórico de interpretações 3.3.2.4.3 Abū-Musarraḥ no Ferro I-IIA. 140. 140. 142.

(27) 3.3.2.5 Khirbet ed-Dawwara (MR 17865.17000) 3.3.2.5.1 Explorações em Khirbet ed-Dawwara 3.3.2.5.2 Histórico de interpretações 3.3.2.5.3 Khirbet ed-Dawwara no Ferro I-IIA. 3.3.2.6 Khirbet Nisieh (MR 17175.14495) 3.3.2.6.1 Explorações em Khirbet Nisieh 3.3.2.6.2 Histórico de interpretações 3.3.2.6.3 Khirbet Nisieh no Ferro I-IIA. 3.3.2.7 Khirbet Raddana (MR 1694.1467). 142. 142. 143. 145. 145. 145. 146. 148. 150. 3.3.2.7.1 Explorações em Khirbet Raddana 3.3.2.7.2 Histórico de interpretações 3.3.2.7.3 Khirbet Raddana no Ferro I-IIA. 150. 150. 151. 3.3.2.8 Tell el-Fûl (Gibeá? Faraton?) (MR 172.137). 153. 3.3.2.8.1 Explorações em Tell el-Fûl 3.3.2.8.2 Histórico de interpretações 3.3.2.8.3 Tell el-Fûl no Ferro I-IIA. 153. 154. 155. 3.3.2.9 Tell en-Nasḅeh (Mispa) (MR 1706.14355). 156. 3.3.2.9.1 Explorações em Tell en-Nasḅeh 3.3.2.9.2 Histórico de interpretações 3.3.2.9.3 Tell en-Nasḅeh no Ferro I-IIA. 156. 157. 158. 3.3.2.10 Sítios de períodos posteriores 3.3.2.10.1 El-‘Eizariya (MR 17440.13095) 3.3.2.10.2 El-Qubeibeh (MR 16300.13855) 3.3.2.10.3 Khirbet Hayian (MR 17570.14640) 3.3.2.10.4 Nebi Samwil (MR 16720.13780) 3.3.2.10.5 Khurvat Shilha (MR 18195.14090). 164. 164. 164. 164. 164. 165. 3.3.2.11 Excurso: sobre a pertença territorial de Khirbet Qeiyafa 165. 3.3.2.12 Excurso: sobre a pertença territorial de Deir el-‘Azar (Quiriate-Jearim) 171. 3.3.2.13 Excurso: sobre a pertença territorial de Tel Moẓa 174. 3.4 Discussão. 177. 3.4.1 Histórico ocupacional de Benjamim no Ferro I-IIA. 177. 3.4.2 Padrões arquitetônicos de Benjamim no Ferro I-IIA. 179. 3.4.2.1 Planejamento urbano 3.4.2.2 Espaços residenciais 3.4.2.3 Espaços funerários 3.4.2.4 Espaços cúlticos 3.4.2.4.1 Esfera familiar 3.4.2.4.2 Esfera comunitária. 3.4.3 Práticas e crenças religiosas de Benjamim no Ferro I-IIA 3.4.3.1 Esfera familiar 3.4.3.2 Esfera comunitária. 3.5 Perspectivas. 179. 182. 184. 187. 187. 189. 190. 192. 194. 195. 4 Cultura visual e o platô de Benjamim no Ferro I-IIA. 197. 4.1 Preâmbulo: cultura visual como fonte histórica. 197. 4.1.1 Cultura visual e acesso ao passado: limites e possibilidades. 197.

(28) 4.1.1.1 Métodos de análise de imagens 4.1.1.1.1 Análise iconológica 4.1.1.1.2 Excurso: sobre cultura visual e a “religião material”. 4.1.2 Elementos da cultura visual de Benjamim no Ferro I-IIA 4.1.2.1 Amuletos e selos 4.1.2.1.1 Escaravelho (14) 4.1.2.1.2 Escarabóide (17) 4.1.2.1.4 Conóide (14) 4.1.2.1.5 Placa retangular (5) 4.1.2.1.6 Pirâmide (1). 4.1.2.2 Estátuas e estatuetas 4.1.2.3 Suportes cúlticos e modelos de templos. 200. 200. 203. 204. 204. 206. 206. 206. 206. 206. 207. 207. 4.1.3 Perspectivas: cultura visual e História da Religião. 209. 4.2 Cultura visual de Canaã na transição entre Bronze e Ferro. 209. 4.3 Cultura visual de Benjamim no Ferro I-IIA. 211. 4.3.1 Selos e amuletos de Benjamim no Ferro I-IIA 4.3.1.1 Beitin (Betel) (MR 172.148) 4.3.1.2 El-Jîb (Gibeão) (MR 1676.1397) 4.3.1.3 Et-Tell (Ai?) (MR 175.147) 4.3.1.4 Khirbet Abū-Musarraḥ (MR 17730.13730) 4.3.1.5 Khirbet ed-Dawwara (MR 17865.17000) 4.3.1.6 Khirbet Nisieh (MR 17175.14495) 4.3.1.7 Khirbet Raddana (MR 1694.1467) 4.3.1.8 Tell el-Fûl (Gibeá? Faraton?) (MR 172.137) 4.3.1.9 Tell en-Nasḅeh (Mispa) (MR 1706.14355) 4.3.2 Iconografia dos conjuntos rituais de Benjamim no Ferro I-IIA 4.3.2.1 Beitin (Betel) (MR 172.148) 4.3.2.2 El-Jîb (Gibeão) (MR 1676.1397) 4.3.2.3 Et-Tell (Ai?) (MR 175.147) 4.3.2.4 Khirbet Abū-Musarraḥ (MR 17730.13730) 4.3.2.5 Khirbet ed-Dawwara (MR 17865.17000) 4.3.2.6 Khirbet Nisieh (MR 17175.14495) 4.3.2.7 Khirbet Raddana (MR 1694.1467) 4.3.2.8 Tell el-Fûl (Gibeá? Faraton?) (MR 172.137) 4.3.2.9 Tell en-Nasḅeh (Mispa) (MR 1706.14355). 4.4 Discussão. 211. 211. 221. 238. 238. 238. 238. 239. 239. 239. 267. 267. 267. 267. 270. 270. 271. 271. 271. 271. 272. 4.4.1 Principais temas encontrados em Benjamim do Ferro I-IIA 4.4.1.1 Temas ligados à fertilidade e produção. 272. 272. 4.4.1.1.1 “Árvore com duas figuras antropomórficas” e “pessoa frente à árvore” 273. 4.4.1.1.2 “Figuras antropomórficas de mãos dadas” e “círculo de caprinos” 273. 4.4.1.1.3 “Caprinos mamando” e “aleitamento sob Escorpião” 274. 4.4.1.2 Temas ligados à guerra e violência 4.4.1.2.1 Divindades sobre animais 4.4.1.2.2 “Senhor dos avestruzes” e “senhor dos caprinos”. 4.4.1.3 Temas abstratos geométricos e de interpretação desconhecida. 275. 275. 276. 276.

(29) 4.4.2 Padrões de distribuição de temas e tipologia material 4.4.2.1 Padrões de distribuição de temas iconográficos de selos e amuletos 4.4.2.2 Padrões de distribuição tipológica e material de selos e amuletos 4.4.3 Apontamentos sobre a representação divina 4.4.3.1 A presença de uma deusa-mãe (Aserá?) 4.4.3.2 A presença de um deus do clima (Baal?) 4.4.3.3 A presença de uma deusa da guerra e da caça (Astarte? Anate?) 4.4.3.4 A presença de um deus guerreiro (Resefe?) 4.4.3.5 A presença de um deus desértico (Cos? yhwh?) 4.4.3.6 Um panteão benjaminita?. 4.5 Perspectivas. 277. 277. 280. 282. 282. 283. 284. 284. 284. 284. 286. 5 Cultura escrita e o platô de Benjamim no Ferro I-IIA. 287. 5.1 Preâmbulo: cultura escrita como fonte histórica. 287. 5.1.1 Cultura escrita e acesso ao passado: limites e possibilidades. 287. 5.1.2 Elementos da cultura escrita de Benjamim no Ferro I-IIA. 293. 5.1.2.1 Inscrições (gr. epigrăphē) 5.1.2.1.1 Grafite 5.1.2.1.2 Inscrições votivas. 5.1.2.2 Escritos antigos (gr. pălaios + grăphē) 5.1.2.2.1 Óstracos 5.1.2.2.2 Papiros e pergaminhos. 5.1.2.3 Excurso: sobre coleções de textos. 293. 294. 294. 294. 295. 295. 296. 5.1.3 Perspectivas: cultura escrita e História da Religião. 296. 5.2 Cultura escrita de Canaã na transição entre Bronze e Ferro. 297. 5.3 Cultura escrita de Benjamim no Ferro I-IIA. 300. 5.3.1 Inscrições de Benjamim no Ferro I-IIA 5.3.1.1 Beitin (Betel) (MR 172.148) 5.3.1.2 El-Jîb (Gibeão) (MR 1676.1397). 300. 300. 301. 5.3.1.2.1 Inscrições em alças de jarro 5.3.1.2.2 Selos com inscrições pessoais. 301. 307. 5.3.1.3 Et-Tell (Ai?) (MR 175.147) 5.3.1.4 Khirbet Abū-Musarraḥ (MR 17730.13730) 5.3.1.5 Khirbet ed-Dawwara (MR 17865.17000) 5.3.1.6 Khirbet Nisieh (MR 17175.14495) 5.3.1.7 Khirbet Raddana (MR 1694.1467). 308. 308. 308. 308. 308. 5.3.1.7.1 A “inscrição em alça de jarro” de Khirbet Raddana. 308. 5.3.1.8 Tell el-Fûl (Gibeá? Faraton?) (MR 172.137) 5.3.1.9 Tell en-Nasḅeh (Mispa) (MR 1706.14355) 5.3.1.10 Excurso: inscrições epigráficas de Khirbet Qeiyafa. 310. 310. 310. 5.3.1.10.1 O “óstraco de Khirbet Qeiyafa” 5.3.1.10.2 A “inscrição de ʾIšbaʿal” de Khirbet Qeiyafa. 310. 311. 5.3.1.11 Excurso: o relevo de Sheshonq I do Templo de Amun em Karnak 5.3.2 Escritos antigos sobre Benjamim no Ferro I-IIA 5.3.2.1 Eúde, salvador-sacerdote benjaminita (Jz 3.12-30). 313. 317. 318.

(30) 5.3.2.1.1 Introdução 5.3.2.1.2 Observações exegéticas 5.3.2.1.3 Mnemohistória religiosa de Benjamim em Jz 3.12-30. 5.3.2.2 Saul, o líder-nābîʾ benjaminita (1Sm 9.1-10.16). 318. 320. 325. 326. 5.3.2.2.1 Introdução 5.3.2.2.2 Observações exegéticas 5.3.2.2.3 Mnemohistória religiosa de Benjamim em 1Sm 9-10. 326. 329. 341. 5.3.2.3 Banquete de ḥōdeš de Saul e seu clã (1Sm 20.24-34). 342. 5.3.2.3.1 Introdução 5.3.2.3.2 Observações exegéticas 5.3.2.3.3 Mnemohistória religiosa de Benjamim em 1Sm 20.24-34. 5.4 Discussão. 342. 345. 352. 353. 5.4.1 Cultura escrita e história religiosa de Benjamim no Ferro I-IIA 5.4.1.1 História religiosa a partir da onomástica 5.4.1.1.1 Antropônimos na região do platô de Benjamim 5.4.1.1.2 Topônimos na região do platô de Benjamim 5.4.1.1.3 Relação entre antropônimos e topônimos. 5.4.2.2 História de locais de culto 5.4.2.3 História de práticas religiosas 5.4.2 Cultura escrita e mnemohistória religiosa de Benjamim no Ferro I-IIA 5.4.2.1 Mnemohistória religiosa a partir da onomástica 5.4.2.1.1 Antropônimos benjaminitas 5.4.2.1.2 Topônimos benjaminitas 5.4.2.1.3 Relação entre antropônimos e topônimos. 5.4.2.2 Mnemohistória de locais de culto. 353. 353. 353. 354. 355. 355. 356. 357. 357. 358. 360. 360. 362. 5.4.2.2.1 Santuários regionais (heb. bāmôt) 5.4.2.2.2 Tumbas (heb. qĕbûrâ) 5.4.2.2.3 Santuários abertos (heb. gilgāl)?. 362. 363. 364. 5.4.2.3 Mnemohistória de práticas religiosas. 364. 5.4.2.3.1 Sacrifícios (heb. zebaḥ) 5.4.2.3.2 Divinação 5.4.2.3.3 Rituais de purificação 5.4.2.3.4 Rituais de lamento e choro. 364. 365. 366. 366. 5.4 Perspectivas 6 Conclusão: Redes mágico-míticas benjaminitas no Ferro I-IIA. 366. 368. 6.1 Sinopse dos capítulos anteriores. 368. 6.2 História do platô de Benjamim no Período do Ferro I-IIA. 370. 6.2.1 O cenário pós-colapso internacional (Bronze III-Ferro IA). 370. 6.2.2 O povoamento do platô de Benjamim (Ferro IA). 371. 6.2.3 Nasce uma unidade política no platô (Ferro IB-C). 371. 6.2.4 A derrocada da unidade política (Ferro IC-IIA). 373. 6.3 Redes mágico-míticas benjaminitas no Ferro I-IIA 6.3.1 Espaços e práticas religiosas no platô de Benjamim no Ferro I-IIA. 373. 374.

(31) 6.3.1.1 Espaços e práticas religiosas no nível familiar 6.3.1.1.1 Práticas religiosas em complexos residenciais 6.3.1.1.2 Práticas religiosas em complexos funerários. 6.3.1.2 Espaços e práticas religiosas no nível comunitário 6.3.1.2.1 Práticas religiosas em complexos provinciais 6.3.1.2.2 Práticas religiosas sem estruturas arquitetônicas. 375. 375. 376. 376. 377. 377. 6.3.2 Crenças no platô de Benjamim. 378. 6.3.2.1 Traços de família. 378. 6.3.2.1.1 Arquitetura familiar 6.3.2.1.2 Um panteão familiar. 379. 379. 6.3.2.2 Convicções d’além-mundo. 380. 6.3.2.2.1 Arquitetura funerária 6.3.2.2.2 Presenças misteriosas. 380. 381. 6.3.2.3 Matizes de violência 6.3.2.3.1 Arquitetura para a guerra 6.3.2.3.2 Um panteão militarizado. 6.4 Caricaturas: a religião na história e na memória de Benjamim 6.4.1 Espaços e práticas religiosas na história e memória de Benjamim 6.4.1.1 Santuários regionais (heb. bāmôt) 6.4.1.2 Tumbas (heb. qĕbûrâ) 6.4.1.3 Santuários abertos (heb. gilgāl?) 6.4.1.4 Convergências e divergências entre memória e história. 382. 382. 382. 383. 383. 383. 384. 384. 384. 6.4.2 Crenças na história e memória de Benjamim. 385. 6.4.2.1 Benjamim e a crença na morte 6.4.2.2 Benjamim e a violência. 385. 386. 6.5 Epílogo. 386. Referências. 387. APÊNDICE A — Lista sinótica de antropônimos e topônimos. 435. 1. Antropônimos e Teônimos utilizados. 435. 2. Topônimos utilizados. 440. APÊNDICE B — Teóforos benjaminitas segundo a Bíblia Hebraica. 447. 1. Antropônimos benjaminitas. 447. 2. Topônimos benjaminitas. 450.

(32) 1 INTRODUÇÃO: AS RAZÕES, OS OBJETIVOS E O ESCOPO DA INVESTIGAÇÃO. 1.1 Introdução ao problema. O alvorecer da Idade do Ferro em Canaã viu a concentração de um grande número de assentamentos numa parte pequena e essencial de sua região montanhosa central. A área que os textos tardios da Bíblia Hebraica associaram ao lendário patriarca binyāmîn (heb. Benjamim1, cf. Js 18.11-18), de fato, prosperou todas as vezes que o poder de seus vizinhos Siquém (atual Tel Balâṭah) e Jerusalém (atual Al-Quds) desvaneceu2 . Essa gravidade peculiar ao redor do território nos entremeios da história política do local parece evidente tanto no registro bíblico3 , quanto no arqueológico4. Além da proeminência política digna de nota, sua história religiosa é ainda mais atrativa, haja vista o texto bíblico designar ao menos cinco centros religiosos à região5, um número tanto significativo quanto atípico, segundo o próprio cânon da Bíblia Hebraica6 .. Nesta pesquisa, sigo o aportuguesamento da ARA. No §Apêndice A há lista sinótica desses termos. As transliterações de termos grego e hebraico seguem o The SBL Handbook of Style (SBL, 2014). 2 A partir de análises geológicas, hidrológicas (HOROWITZ, 1997), bio-climáticas (LEV-YADUN, 1997) e etno-históricas (FINKELSTEIN 1997a, 1997b), Finkelstein (1994, p. 158-159; FINKELSTEIN; LEDERMAN, 1997, p. 5) propôs que, desde tempos ancestrais, as fronteiras da região foram determinadas, além desses centros, pela zona árida ao leste e reinos territoriais a oeste. O insight o fez propor que a história de assentamentos da região se deu de forma cíclica entre 1-2 mil. aEC (FINKELSTEIN, 2013, p. 6). 3 Em perspectiva de longa-duração, esse mesmo movimento pode ser observado em outras épocas. Pelo texto bíblico, p.ex., isso pode ser visto no momento da “Conquista da Terra” (Js 2-9), no início da monarquia (1Sm 8-13), o exílio judaíta (2Rs 25.22-23; Jr 40.6) e na reestruturação de Jerusalém (Ed 4). 4 Modelos gravitacionais foram aplicados duas vezes na região: (1) Miller II (2005, p. 20, 29-30, 81-82) testou a hipótese de “chefaturas complexas” usando a mobilidade de produtos e transferência de tributos entre sítios da região; e (2) Lehmann (2004, p. 158-164) analisou a relação entre as vilas sob o conceito de endogamia. Ambos assinalaram a gravidade populacional maior ao redor do platô. 5 Para Blenkinsopp (1972, p. 68-69) havia cinco templos: (1) santuário sem nome (1Sm 10.1); (2) gib’at hā’elohîm (1Sm 10.5, 10); (3) Gilgal (1Sam 11.15); (4) Mispa (1Sm 10.24); (5) Nobe (1Sm 22.19). Langston (1998), por sua vez, contabilizou onze locais de culto: (1) Jerusalem (?); (2) Geba/Gibeá; (3) Bete-Áven; (4) Betel; (5) Gibeão; (6) Gilgal; (7) Ramá; (8) Mispa; (9) Nob; (10) Quiriate-Jearim; (11) Anatote. 6 Me refiro aos templos considerados legítimos (p.ex., 1Sm 7.17; 9-10; 22.6; 1Rs 3.5 etc). Não há termo técnico para templos na BH, mas metáforas. O DCH (v. 9, p. 367, 430), lista oito”: (1) bîrâ (heb. fortaleza, 1Cr 29.1); (2) bayit (heb. casa, 1 Sm 5.5; 1Rs 6.1); (3) hêkāl (heb. palácio, 1Sm 1.9); (4) ʿērek (heb. casa, Jó 28.13); (5) ṣĕbāʾôt (heb. santuário, 1Sm 1.3); (6) qōdeš (heb. santuário, Ez 45.3); (7) miqdāš (heb. santuário, Ex 25.8); (8) māqôm (heb. local, 2Rs 5.11). Adicionaria miškān (heb. habitação, Ex 20) e bāmâ (heb. lugar alto, 1Rs 3.4) e Langston (1998) adicionou: rāmâ (heb. altura, 1Sm 22.6) e gibʿâ (heb. colina, 1Sm 10.5). A BH indica santuários benjaminitas identificados com os termos bayit, bāmâ, rāmâ e gibʿâ. 1.

(33) 1. Introdução. 31. Apesar da atratividade desses fatos à empreitada histórica, as práticas religiosas de Benjamim no início do Período do Ferro não foram rigorosamente estudadas. Enquanto é verdade que, desde a chamada de atenção de Yigal Levin (2004) e Phillip R. Davies (2007, p. 93-94) sobre a falta de estudos sobre o setor desde os anos 1960 (i.e., desde SCHUNCK 1963, 1992; cf. BLENKINSOPP, 1972), houve um interesse renovado na região, os estudos recentes lidaram prioritariamente com a história e memória política de Benjamim7 . O único estudo, ao meu conhecimento, que lidou com a história religiosa nessa delimitação foi o de Scott M. Langston (1998), que investigou a questão sob um olhar filologicamente enviesado, mesmo quando tratou questões materiais.. No contexto da História das Religiões8 , acredito que duas tendências levaram à esse estado. Em primeiro lugar, há uma predisposição acadêmica à negligência de pequenas unidades do “Antigo Israel” em prol de reconstruções generalizantes que assumam uma “distinção israelita”9. É possível que isso se derive de idiossincrasias do campo de estudos que se convencionou chamar “História da Religião do Antigo Israel”. Visto que o próprio conceito “Antigo Israel” é um construto acadêmico criado pela Exegese Bíblica (DAVIES, 2015), os produtos dessa empreitada geralmente mantém as linhas-guias da narrativa bíblico-canônica seja na periodização (p.ex., ALBERTZ, 1994; HESS, 2007) ou mesmo nas (hipotéticas) fontes textuais (p.ex., WELLHAUSEN, 1885; HARAN, 1978). Ademais, por ter nascido num ambiente textocêntrico (BONFIGLIO, 2017, p. 444), a disciplina recebeu marcas indeléveis de polarização conceitual em suas reconstruções acadêmicas (STAVRAKOPOULOU, 2013; UEHLINGER, 2015, 2019).. Apenas para mencionar alguns, cabe mencionar os estudos sobre a história (DAVIES, 2007; FAUST, 2006; FINKELSTEIN, 2015b; FINKELSTEIN; MAGEN, 1993; NA’AMAN, 2009a, 2009b; SERGI, 2017) e memória (p.ex., BLENKINSOPP, 2003, 2006; FLEMING, 2012; GIFFONE, 2018; KOFOED, 2011; MILSTEIN, 2016, p. 174-206; PARK, 2015) política da região. Enquanto os textos sobre a memória trazem uma palavra ou outra sobre a memória religiosa da região, os estudos históricos geralmente assinalam como impossível acessar à história religiosa da região. Não obstante, não seria exagero dizer que o lapso de estudos histórico-religiosos sobre a região tem influenciado mesmo os estudos históricos da região. Israel Finkelstein (2015a, p. 71, n. 6), p. ex., disse, em sua monografia sobre a história do “Reino do Norte”, não haver meios pelos quais identificar as divindades cultuadas nas montanhas no Ferro I, espaço onde o autor situa a antiga unidade política benjaminita. Para o autor, isso se deve às distorções deuteronomistas contidas no texto bíblico. Há uma fina ironia na asserção de Finkelstein, a julgar pelo fato de ser ele próprio o maior defensor do status de “High Court” (ing. tribunal supremo) da Arqueologia para a história de Canaã no Período do Ferro frente às fontes bíblicas (p.ex., FINKELSTEIN, 2015a, p. 65-68; cf. NA’AMAN, 2010a), uma posição que tendo a concordar. 8 Segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, apresentado pelo Senado Federal (2014, p. 29), o uso da primeira letra maiúscula é opcional em campos do saber, como cursos e disciplinas. O utilizo para facilitar a visualização dos termos disciplinares durante o decorrer desta pesquisa. 9 Faço ressonância ao estudo de J. Assmann (1997), que notou o conceito de “distinção mosaica”, i.e., a distinção entre religião verdadeira e falsa elaboradas no monoteísmo ocidental sobre a figura de Moisés. A dicotomização da religião israelita e canaanita, p.ex., parece seguir esse mesmo modus operandi. 7.

(34) 1. Introdução. 32. A segunda tendência é aquela que prioriza padrões recorrentes e gerais em lugar de práticas localizadas. Mesmo com esforços pontuais para destacar padrões locais (p.ex., BECK, 2000; UEHLINGER, 2006) ou dimensões pessoais e domésticas da religiosidade antiga (p.ex., ALBERTZ; NAKHAI; OLYAN; SCHMITT, 2014; BODEL; OLYAN, 2008; STAVRAKOPOULOU; BARTON, 2013; TOORN 1996), o maior número de reconstruções que lidaram com a História da Religião de Canaã10 no primeiro milênio aEC favoreceu as conexões e não peculiaridades regionais (p.ex., GGIG; ZEVIT, 2001; ALBERTZ; SCHMITT, 2012; HUNDLEY, 2012). As diferenciações feitas, geralmente, se constroem sobre problemáticas distinções étnico-políticas (p.ex., “filisteu”, “edomita”, “israelita” etc) e não em práticas localizadas. Esse procedimento implica não apenas problemas de ordem metodológica, mas evidencia tentativas de dicotomizar evidências em prol de agendas contemporâneas (cf. HUDSON, 2018; UEHLINGER, 2006; 2019).. 1.2 Relevância da investigação. Além do manifesto ineditismo desta investigação, perguntar sobre as práticas religiosas do platô de Benjamim também é relevante pela centralidade do questionamento às disciplinas História da Religião e Exegese da Bíblia Hebraica.. Convém dizer, primeiramente, que além do mencionado movimento incomum de sítios da região, parece certo que o local teve importante papel no surgimento do (segundo? terceiro?11) Israel (FAUST, 2006; FINKELSTEIN, 2015a, p. 65-68), aspecto ressaltado pela formulação do título desta pesquisa. Como relembrei acima, o conceito de “Antigo Israel” não é meramente central à investigação exegética da BH, mas pode ser considerado uma lente que amplia ou ofusca os estudos da área (DAVIES, 2015). A história religiosa do local, portanto, se torna fundamental pela necessidade de estudos históricos que sustentem interpretações literárias advindas do cânon da BH.. Com relação à História da Religião, um outro aspecto deve ser mencionado é o peso da história religiosa desse mesmo (construto acadêmico chamado) “Antigo Israel” sobre a civilização ocidental contemporânea. Aspectos como monoteísmo (ASSMANN, J., 1997; cf. SMITH, 2001, 2002, 2010) e o próprio conceito de “religião” (ASAD, 1993; Utilizo a nomenclatura “Canaã” ao tratar da região histórica que abrange minha pesquisa e os termos “Israel/Palestina” para designar esforços contemporâneos de pesquisa no local. Sobre as dificuldades do uso do termo “Israel” na pesquisa acadêmica, cf. §2.1.2.2, abaixo. 11 É difícil precisar qual o início de Israel frente às evidências escritas, que poderiam nomear movimentos populacionais na região montanhosa central. O texto de Merneptah geralmente não é levado a sério, visto que denota a destruição de uma entidade que, depois, se tornou pólo político da região, citado na epigrafia. Para o problema do primeiro ou segundo Israel, cf. FINKELSTEIN, 2019; KNAUF, 2016. 10.

(35) 1. Introdução. 33. cf. UEHLINGER, 2018, p. 138-139), centrais ao arrazoado da História da Religião, são fundamentados sobre processos históricos que se originaram nesse pequeno pedaço de terra, apesar das óbvias distorções nesse processo (UEHLINGER, 2019, p. 117-119). Seria conveniente, senão mera manifestação de justiça poética, discutir a requerida desnaturalização e problematização do conceito “religião” a partir dessa região.. 1.3 Escopo de investigação. A partir do panorama apresentado acima, estabeleço como objetivo central a compreensão das redes mágico-míticas do platô de Benjamim do Período do Ferro IIIA12. A caracterização, em detalhes, pretende responder o meu problema central de pesquisa que, como atinei, pergunta sobre as práticas religiosas na região de Benjamim no período em questão. De igual modo, a forma como disponho meu objetivo geral pressupõe as duas hipóteses de trabalho sobre as quais organizo meu arrazoado, estas de respectivas ordens empírica e teórica: (1) houve um sistema simbólico-religioso identificável no platô de Benjamim no Período do Ferro I-IIA; (2) esse sistema simbólicoreligioso pode ser visualizado a partir do conceito intitulado redes mágico-míticas.. Apesar de especificar a formulação e conceito acima dispostos no capítulo seguinte (§2), é importante elucidar alguns aspectos de antemão. É imprescindível notar que a minha pesquisa, que se iniciou no ano de 2015 com o objetivo de investigar o sistema cultural-religioso benjaminita no Ferro I-IIA, elencou uma série de problemáticas teórico-metodológicas. De forma geral, apesar de utilizar a teoria de Clifford Geertz (2015) como ponto de partida, me vi aprisionado pelos pressupostos ocidentaiscristãos de seu conceito antropológico (ou generalista, cf. ASAD, 1993) de religião, assim como notei as dificuldades da utilização diacrônica de seu conceito (cf. GOODY, 2012). Por conseguinte, embora mantenha os parâmetros inicialmente traçados, i.e., o 12. A NEAEHL (v. 4, p. 1529) apresenta o Período do Bronze Tardio entre 1550-1200 aEC (IA: 1550-1450; IB: 1450-1350; IIA: 1350-1250; IIB: 1250-1200), enquanto apresenta o chamado “período israelita” entre 1200-586 aEC (IA: 1200-1150; IB: 1150-1000; IIA: 1000-900; IIB: 900-700; IIC: 700-586). O chamado “período israelita”, especialmente na transição do Ferro I-IIA, entretanto, é alvo de debates, pela proposta da “Baixa Cronologia” de Israel Finkelstein (1996a, 2005; FINKELSTEIN; PIASETZKY, 2011; cf. MÜNGER, 2005) e as reconsiderações de Amihai Mazar (1997, 2005, 2011, 2015a). Assim, a Baixa Cronologia apresenta o Período do Bronze Tardio entre 1550-1125/1100 (IA: 1550-1450; IB: 1450-1350; IIA: 1350-1300/1275; IIB: 1300/1275-1250/1225; III: 1250/1225-1125/1100) e o Ferro I-IIA em cinco períodos entre 1125/1100-800/775 (IA: 1125/1100-1050; IB: 1050-1025; IC: 1025-950/925; IIA antigo: 950-925/875; IIA tardio: 875-800/775). Conforme tratarei no terceiro capítulo (cf. §Tabela 3.8), classifico o período de estudo da seguinte forma: Ferro IA, c. 1125-1050 aEC; Ferro IB, c. 1050-1025; Ferro IC, c. 1025-950 aEC; Ferro IIA, c. 950-875 aEC. Cabe salientar que, ao contrário de Finkelstein (2015a, p. 22-23; cf. FINKELSTEIN; PIASETSKY, 2006, 2011), na presente pesquisa não foi possível distinguir três fases do Ferro I, pelo estado das evidências. Assim, a associação entre Ferro IB/IC é aproximada..

Referências

Documentos relacionados

Ao participar da Promoção, os participantes estarão automaticamente: (i) autorizando, com exclusividade, a utilização e exploração das receitas em qualquer

De seguida, vamos adaptar a nossa demonstrac¸ ˜ao da f ´ormula de M ¨untz, partindo de outras transformadas aritm ´eticas diferentes da transformada de M ¨obius, para dedu-

O(a) candidato(a) que não receber a confirmação até o dia 18 de dezembro de 2020, dentro do prazo de inscrição, deverá entrar em contato com a Coordenação do PPGEEB, pelo

Embora uma rápida avaliação do funcional B3LYP perante outros métodos, mostre a importância de seus funcionais de troca e correlação, pois mesmo superestimando o valor de

Observou-se que pelo cálculo do heat input (definido pela ASME seção IX), o mesmo reduziu quando houve o aumento da quantidade de arame, porém para este não apresentou melhora

Na verdade, a assistência social passa a ser condição necessária para a eficácia das demais políticas de inclusão social, sejam aquelas oriundas da área da saúde,

- Para tratar os pontos inflamatórios de menisco interno, coloca-se o paciente em decúbito com o membro inferior fora da maca, e realiza flexão de joelho, adução de tíbia e

Pela razão de explorarem, principalmente, o efeito da força de empuxo, costuma-se utilizar os flutuadores em exercícios aquáticos, tanto para sustentar o corpo (se o objetivo