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J. Pediatr. (Rio J.) vol.93 número1

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www.jped.com.br

ARTIGO

DE

REVISÃO

Current

knowledge

of

environmental

exposure

in

children

during

the

sensitive

developmental

periods

Norma

Helena

Perlroth

a,b,∗

e

Christina

Wyss

Castelo

Branco

a,c

aUniversidadeFederaldoEstadodoRiodeJaneiro(Unirio),ProgramadePós-Graduac¸ãoemEnfermagemeBiociências,

RiodeJaneiro,RJ,Brasil

bUniversidadeFederaldoEstadodoRiodeJaneiro(Unirio),DepartamentodeMedicinaGeral/Pediatria,RiodeJaneiro,RJ,Brasil cUniversidadeFederaldoEstadodoRiodeJaneiro(Unirio),DepartamentodeCiênciasNaturais,RiodeJaneiro,RJ,Brasil

Recebidoem10dejulhode2016;aceitoem19dejulhode2016

KEYWORDS

Children’shealth; Environmental exposure; Vulnerability; Pathwaysoftoxicity penetration; Developmental disability

Abstract

Objective: Thisstudyaimstoidentifythescientificevidenceontherisksandeffectsofexposure toenvironmentalcontaminantsinchildrenduringsensitivedevelopmentalperiods.

Datasource:Thesearchwas performedintheBiremedatabase,usingtheterms:children’s health, environmental exposure, health vulnerability,toxicity pathways and developmental disabilitiesintheLILACS,MEDLINEandSciELOsystems.

Datasynthesis: Childrendifferfromadultsintheiruniquephysiological andbehavioral cha-racteristicsandthepotentialexposuretoriskscausedbyseveralthreatsintheenvironment. Exposuretotoxicagentsisanalyzedthroughtoxicokineticprocessesintheseveralsystemsand organsduringthesensitivephasesofchilddevelopment.Thecausedeffectsarereflectedin theincreasedprevalenceofcongenitalmalformations,diarrhea,asthma,cancer,endocrineand neurologicaldisorders,amongothers,withnegativeimpactsthroughoutadultlife.

Conclusion: Toidentifythecausesandunderstandthemechanismsinvolvedinthegenesisof these diseasesisachallengefor science,asthereisstillalackofknowledgeonchildren’s susceptibilitytomanyenvironmentalcontaminants.Preventionpoliciesandmoreresearchon childenvironmentalhealth,improvingtherecordingandsurveillanceofenvironmentalrisksto children’shealth,shouldbeanongoingpriorityinthepublichealthfield.

©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/ 4.0/).

DOIserefereaoartigo:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2016.07.002

Comocitaresteartigo:PerlrothNH,BrancoCW.Currentknowledgeofenvironmentalexposureinchildrenduringthesensitive

develop-mentalperiods.JPediatr(RioJ).2017;93:17---27. ∗Autorparacorrespondência.

E-mail:norma.perlroth@gmail.com(N.H.Perlroth).

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PALAVRAS-CHAVE

Saúdeinfantil; Exposic¸ãoambiental; Vulnerabilidade; Viasdepenetrac¸ão datoxicidade; Deficiências dodesenvolvimento

Oestadoatualdoconhecimentosobreaexposic¸ãoambientalnoorganismoinfantil duranteosperíodossensíveisdedesenvolvimento

Resumo

Objetivo: Opresenteestudobuscaidentificarasevidênciascientíficassobreosriscoseefeitos daexposic¸ãodecontaminantesambientaisnoorganismoinfantilduranteosperíodossensíveis deseudesenvolvimento.

Fontededados: Aspesquisas foramfeitas pelobanco de dadosda Bireme,com os termos

children’shealth,environmentalexposure,healthvulnerability,toxicitypathwayse develop-mentaldisabilitiesnossistemasLilacs,MedlineeSciELO.

Síntesededados: Acrianc¸adiferedoadultoporsuascaracterísticassingularesdeordem fisi-ológica,comportamentaledopotencialdeexposic¸ãoariscosfrenteàsameac¸asdoambiente. Aexposic¸ãoaagentestóxicoséanalisadapormeiodosprocessostoxicocinéticosnossistemas eórgãosduranteasjanelassensíveisdodesenvolvimentoinfantil.Osefeitoscausados trans-parecemnoaumentodaprevalênciademalformac¸õescongênitas, diarreia,asma,cânceres, distúrbiosendócrinoseneurológicos,entreoutros,comimpactosnegativosaolongodavida adulta.

Conclusão: Identificarascausasecompreender osmecanismosenvolvidosnagênese desses agravoséumdesafioqueseimpõeàciência,vistoqueaindaháumalacunadeconhecimento sobreasuscetibilidadeinfantilparamuitoscontaminantesambientais.Políticasdeprevenc¸ão emaispesquisasemsaúdeambientalinfantil,queimpulsionemoregistroeavigilância epi-demiológicadosriscosambientaisàsaúdedacrianc¸a,devemserumaprioridadecontínuano campodasaúdepública.

©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigo OpenAccess sobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/ 4.0/).

Introduc

¸ão

Em 1946, a Organizac¸ão Mundial da Saúde declarou em cartaabertaaosseusmembrosquetodasascrianc¸astêm direitoaumdesenvolvimentosaudávelnoqualpossamviver harmoniosamente num ambiente variável1 e, assim, num

futuro próximo,atingir seupleno potencial como cidadãos domundo.2 Numavisão maisampla,podemos sugerirque

esseconceitodeambienteincluanãosóomundonatural, mastambémocontextofísicodentrodoqualacrianc¸a inte-ragecomoseumundo:oambienteexterno(ar,água,terra eseresvivos);acomunidade(oambientesocial,aescolae obairroemquevive);eoambientedomiciliar.3

O interesse e o grau de conhecimento sobre distintos modosemqueoambientepodeinfluenciarasaúdeinfantil noslocaisondepermanecemnoseudiaadiaaumentaramde formaconsiderávelnasúltimasduasdécadas.2Elesincluem

nãoapenasacrianc¸acomoserbiológicocomumpotencial genético,mastambémainterac¸ãodeumamultiplicidadede influências(físicas,químicasebiológicas)edefatores (psi-cossociais,culturais eeconômicos) que refletemdemodo complexonavidainfantil.4---7

Ascrianc¸asconstituem26%dapopulac¸ãomundialeestão entreosgruposmaisvulneráveisaseexporariscos ambi-entais,queseestimamem maisde30%(31-40%)dacarga global de doenc¸as, principalmente nos menores de cinco anos.8,9 A frente desse retrato perverso, do total estado

dedesequilíbrioentreacrianc¸aeseuambiente,estáuma populac¸ão de 223 milhões de pequenos cidadãos que nas últimasduasdécadas,morreramantesdecompletar cinco anos.10

Ambientesinsalubres,situac¸õesdesfavoráveisaoacesso àáguapotável,destinac¸ãodedejetos(saneamento),renda familiar restrita, baixo nível de escolaridade dos pais e interrupc¸ão precoce do aleitamentomaterno podem con-tribuir para o adoecimento e a mortalidade infantis.11,12

Ao redor do mundo, 10% de todas asdoenc¸as registradas na populac¸ão infantil poderiam ser evitadas se os gover-nosinvestissemmaisemacessoàágua,medidasdehigiene dasmãosesaneamentobásico.13

Nãopodemosesquecerosmaisdeummilhãodemenores quemorremanualmenteemdecorrênciadedoenc¸as respi-ratóriasagudas,60%relacionadasapoluentesambientais.10

Ecossistemasdegradados,fumac¸aambiental,poluic¸ãodoar e mudanc¸as climáticas são os prováveis fatores que cau-samasalterac¸õesnoestadodesaúdedessapopulac¸ão.14,15

Oscaminhospelosquaisessesagentespodemagire atuar mutuamentenemsempresãoclaros,emuitasvezessão indi-retos, mas suas consequências são consideradas umrisco paraaintegridadedasviasaéreas,poralteraroequilíbriodo aparelhorespiratório,influenciarasinterac¸õesentreo hos-pedeiro,patógenoeambienteeaumentaraprobabilidade deinfecc¸ãonessapopulac¸ão.16,17

A depender de idade, sexo, região geográfica e sta-tus socioeconômico, crianc¸as têm hábitos peculiares de comportamento. São dependentes das etapas de desenvolvimento marcadas por transformac¸ões físicas, psicossociais e cognitivas, do potencial de exposic¸ão a riscose daspercepc¸õesparentaisquantoàsaquisic¸õesde habilidades e competências frente às diversas ameac¸as físicas noambiente domiciliar.18,19 O maisproblemáticoé

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produtos químicos são inevitáveis, pouco se sabe sobre osriscos de taisexposic¸ões na morbidade, mortalidade e alterac¸õessutis nessapopulac¸ão.4,20 Ressalta-seque esses

produtos expostos no ambiente podem atuar sinergica-mente,oquesignificaqueoseuefeitocombinadopodeser maislesivoaopúblicoinfantil.

Baseadosnapremissadequeapopulac¸ãoinfantilreage aoambientedemodomuitosingular,avanc¸oscientíficostêm fornecidohipóteseseatéfortesargumentac¸õessobrecomo hábitos devida e o ambiente social em que uma crianc¸a estáinseridapodemalterarofuncionamentodeseusgenes. Medicamentos, pesticidas, poluentes do ar, produtos quí-micos,metaispesados, hormônioseprodutosdenutric¸ão, entreoutros,sãoexemplosdeelementosquepodem impli-carmodificac¸õesdeexpressõesgênicasqueserãoherdadas naspróximasgerac¸ões.21,22

Essa susceptibilidade está sempre centrada em agen-tes ou compostos específicos em cenários de exposic¸ão específicos, incluindo exposic¸ões intraútero,23 que podem

interferir durante períodos cruciais e sensíveis do cresci-mentoedesenvolvimentoinfantileterumimpactonegativo aolongodavidaecausardéficitestruturalefuncional, inva-lideztransitóriaoupermanenteeatémesmooóbito.24Ela

ocorreporquecrianc¸asnãotêmcontrolesobreosambientes nosperíodospré-natalepós-natal,inclusiveaqualidadedo arquerespiram,aáguaquebebem,acomidaquecomem25

eaexposic¸ãoavetorestransmissoresdedoenc¸as.26

Com relac¸ão à infecc¸ão por vetores, há o reconheci-mentocientíficodequeoEstadobrasileiro,comepicentro naRegiãoNordeste,temapresentadodesdeoutubrode2015 umclaroexcessononúmerodecasosderecém-nascidosque apresentammicrocefaliaeanomaliascerebraisgraves,27,28

cujoresponsávelcomprovadamenteéozikavírus transmi-tidopelomosquitoAedesaegypti,resultantedeexposic¸ão maternaduranteos primeirosmesesdegestac¸ão.29---32 Por

tambémtransmitiradengueeachicungunha,aeliminac¸ão dessemosquitoéconsiderada,desdefevereirode2016,pela Organizac¸ãoMundialdaSaúde,umaemergência internacio-nalemsaúdepública.32

Ainda durante a gestac¸ão, a exposic¸ão materna a agentes químicos resultantes de atividades industriais, agrícolas e de explorac¸ão mineral pode refletir no possí-velaumentodaprevalênciadeprematuridade,33 cânceres

hematopoiéticos,34,35 malformac¸õescongênitas,asma,

dis-túrbiosendócrinos,neurológicosecomportamentaisdeseus filhos.36---39osefeitosbiológicosdecorrentesdaexposic¸ão

maternaaagentesfísicos,comoàradiac¸ãoionizante(dose acima de 250 mGy), podem levar a óbito intrauterino, malformac¸õescongênitas, distúrbios do crescimentofetal eefeitoscarcinogênicos.40

Diante desses fatos, oobjetivo desseartigo é explorar asevidênciascientíficassobreosimpactosdaexposic¸ãode contaminantesambientaisnoorganismoinfantilduranteos períodos sensíveis de seu desenvolvimento, com base em suasespeciaiscaracterísticas.

Característicasparticularesdascrianc¸as

Porque crescee sedesenvolve,apopulac¸ãoinfantilé um grupo demográfico peculiar com relac¸ão à biologia, aos processos fisiológicos, metabólicos e de comportamento,

processos esses complexos e multifacetados.8,41 Desde a

fase embrionária até o fim da adolescência, as crianc¸as sãofrequentemente submetidas a fatores de risco intrín-secos(genéticos,metabólicosehereditários,muitasvezes correlacionados)eextrínsecosouambientais(alimentac¸ão, condic¸õessocioeconômicas,geofísicasedeurbanizac¸ãoea relac¸ãomãe-filho)quepodeminterferirnegativamentenos processosdinâmicosdecrescimentoedesenvolvimento.42,43

Oquedeterminaanaturezaeagravidadedosefeitos des-sesfatoresna saúdeinfantilé aocorrênciadeexposic¸ões ambientais adversas nos diferentes estágios denominados de‘‘janelascríticasdeexposic¸ão’’ou‘‘janelasde vulnera-bilidade’’44 ou‘‘janelasdedesenvolvimento’’,45 nosquais

asfunc¸õesdematurac¸ão,diferenciac¸ãoecrescimentodas célulasseencontramemritmodiferenciado.

Desdeaconcepc¸ão,existeumaestreitarelac¸ãoentreo crescimentofetaleoambiente,apontode,apartirdecerto momento, esse crescimento ser limitado pelo espac¸o da cavidadeuterina.41Apósnovemesesdecrescimento

intrau-terino, os órgãos e sistemas do corpo infantil se tornam relativamentemaduros,osuficienteparaqueaadaptac¸ãoà vidasejamoderadamentesegura.46Ocrescimentofísicoea

maturac¸ãofuncionaldocorpovãocontinuar,podemvariar desistemaparasistema,deórgão paraórgão edetecido paratecido,poiscadacrianc¸adifereemestruturaefunc¸ão desimesmaemqualqueridade.45,47

A título deexemplo desseritmo diferenciado de cres-cimentoinfantil,estudossugeremque nosegundomêsde vidaintraúteroacabec¸afetaldevacorresponderàmetade docorpo,aonascer passaaserde25% e naidade adulta corresponda a 10% da estrutura física total.42,48 Aos seis

meseso cérebro deve atingir 50% do seu peso de adulto e aos três anos já atingiu aproximadamente 90% desse peso.39,45 Em torno de 50% da estatura de umadulto são

atingidosaosdoisanos.42,48 Em contraste,50%dopesodo

fígado, corac¸ão e dos rins de um adulto não é atingido atéque a crianc¸a tenha cerca de nove anos. Osmesmos pontos nocrescimento domúsculo esquelético e do peso corporaltotalnãosãoatingidosatépróximoao11◦ anode

vida.46Essesperíodosdodesenvolvimentoinfantilsão

espe-cialmente sensíveisà exposic¸ão de determinados agentes biológicos,químicose fatoresfísicosencontradosnomeio ambiente.46

Nosmenoresdecincoanos,ainfluênciadefatores ambi-entais é muito mais importante do que a de fatores genéticos. Quanto mais jovem a crianc¸a, mais depen-dente e vulnerável é em relac¸ão ao ambiente que a cerca. E se esse ambiente não for adequado, surge a possibilidadedeumfracassoem algumaspectodo desen-volvimentoinfantil.42,49Nessecontexto,odesenvolvimento

embrionárioqueocorrenointeriordoúteromaterno (ambi-ente) não estaria protegido de efeitos embriotóxicos de agentes nocivos ambientais.50 Como exemplo, a

tragé-dia do uso da talidomida durante a gestac¸ão, a partir dosanos1950, levou àespecial atenc¸ão depesquisadores sobre a ocorrência de efeitos teratogênicos do medica-mentonahigidezdefetosquelhescausoufocomelia,com danos irreversíveis.5 Em 2010, cientistas japoneses

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Fases da toxicocinética no organismo infantil

Absorção

Ingestão

Boca

Trato gastrointestinal

Distribuição e/ou biotransformação

Excreção Fezes

Bile

Fígado

Pulmões

Ar exalado Urina

Bexiga Rins

Secreções

Tecidos Glândulas

secretoras Cérebro

Órgãos

Ossos

Doce

Pele, unha

Cabelo Fluido

extracelular Sangue

e linfa Nariz ou

boca inalação

Pele Contado dérmico

Tecido lipídoco

Figura1 AdaptadadeRuppenthal104.

Aprecocidadeeapersistênciadesituac¸õesadversasem sistemasouórgãosdacrianc¸aantesdesuamaturac¸ão com-pletapodemprovocarsequelastransitóriasoupermanentes namaturac¸ãofísicanormal e,consequentemente,emsua saúdeatualefutura.52

Viasdeexposic¸ãoàtoxicantesambientais nossistemaseórgãosalvoduranteestágios dedesenvolvimentoinfantil

Acontaminac¸ãoocorrepormeiodeumaviadeexposic¸ão, conforme a figura 1, entre o agente no ambiente físico (inutero,leitematerno,oral, parenteral) e operíodo do desenvolvimentonaqualacrianc¸afoiexposta(fetal, neona-tal,infância,puberal).53Édesumaimportânciaconhecera

magnitudedasubstânciaadversa,adurac¸ãoeafrequência dessaexposic¸ão e a suscetibilidade individualdacrianc¸a, alémde levar em conta asvias de introduc¸ão do agente agressor.54,55

Aleitamentomaterno:formaidealdenutric¸ão infantil, temsido agarantia dasobrevivência daespécie humana, fornece vantagens nutricionais, imunológicas, cognitivas, psicoafetivas,econômicasesociais56,57e diminui

significa-tivamente o risco de a crianc¸a desenvolver umasérie de doenc¸as. Influenciadas por fatoresda nutriz, do lactente e/oudotoxicante,alactac¸ãopodecolocarem circulac¸ão no bebê uma série de substâncias tóxicas, como dioxi-nas, bifenilos policlorados (PCBs), mercúrio e pesticidas clorados,58 nicotina,59 chumbo60 e medicamentos,61 entre

outras.Enquanto na toxicocinética maternaa razãoleite materno/plasmaparaPCB é alta, variade 4a 10, parao mercúrioorgânicoeinorgânicoéde0,9.60 Anicotinapode

estarpresentenoleitematernocomamesmaconcentrac¸ão

plasmáticamaternalesuameia-vidatambémésimilar,com 60 a90 minutosde eliminac¸ão em ambos.59 o chumbo

excretadopeloleitematernotemaconcentrac¸ãodometal nessemeioentre10a30% daplumbemiamaterna,pois o chumbonãoseconcentranoleitepornãoserlipofílico.60A

recomendac¸ãodesuspenderoaleitamentopelapresenc¸ade químicosnoleitematernonãoencontrarespaldona litera-tura,desdequeoencontrodessassubstânciasnãooferec¸a toxicidadeparaolactente.53

Sistemarespiratório---Aonascer,umbebêatermotem cerca de 10 milhões de alvéolos, enquanto que aos oito anosacrianc¸aterá300milhões.62 Oimpactodofumo

pas-sivodesdea faseintraútero podelevar orecém-nascidoa reduc¸ãodepeso,decomprimentoedeperímetrocefálico,63

alémdoaumentonaresistênciadesuasviasaéreascomuma reduc¸ãodefluxoexpiratórioforc¸adoemmédiade20%.64 A

continuidadedofumoparentalpós-natalpodegerarefeitos adversosnosistemaimunológicocontrapatógenoseno cres-cimentoedesenvolvimentopulmonarinfantileprovocarum riscoquatrovezesmaiordesibilânciaduranteoprimeiroano devida.64---66

Acrianc¸arespiramaiorquantidadedeardoqueoadulto emrepouso, mesmotendooadulto maiorcapacidade pul-monar total,quecorresponde amaisoumenos6,5 litros, enquantoquenumacrianc¸aessacapacidadeédecercade doislitros.62Combasenopesocorporal,ovolumedearque

passaatravésdasviasrespiratóriasdacrianc¸aem repouso éodobrodaquelenosadultosemcondic¸õessemelhantes.6

Umlactentetemtrêsvezesaventilac¸ãoporminuto(volume dearmovimentadopelospulmõesacadaminuto)doqueum adultoeacrianc¸aaosseisanostemodobrodessevolume.45

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tóxicos podecomprometersuafunc¸ãopulmonar67 ou

exa-cerbar condic¸ões pré-existentes, elevar a incidência de infecc¸ões respiratórias agudas nessa populac¸ão, expressa no aumento de internac¸ões hospitalares68 e absenteísmo

escolar.69Essassubstânciasincluem:materiaisparticulados

emsuspensão(pó,poeira,fumac¸aeaerossóis);70poluentes

de grande preocupac¸ão para a saúdepública, como O3,71

NO2,72COeSO2;73chumbo,mercúrioecompostosorgânicos

voláteis;14 alémderesíduosdequeimadebiomassa45 eda

fumac¸adecigarros.74---76

Sistema endócrino-reprodutor --- Desde a vida embri-onária, eventos relacionados à formac¸ão, ao crescimento eaodesenvolvimentodacrianc¸anecessitamdeinterac¸ões hormonaisemtemposdefinidos.77,78Esseshormônios

desem-penhamumpapel fundamentalnacoordenac¸ãodas múlti-plasatividadescelulares,pormeiodaregulac¸ãodefunc¸ões biológicas, como as do eixo hipotalâmico-hipofisário, da tireoide e de órgãos sexuais, mantêm em homeostase o metabolismo, o equilíbrio hidroeletrolítico, o sono e ohumor.77,79 Noentanto, essasatividades podemsofrer

impactosnegativosquandosusceptíveisaagentesdeorigem exógenaaoorganismo.Dentreessesagentesencontram-se substâncias conhecidascomo desruptoresouinterferentes endócrinos,tambémconhecidascomoeco-hormônios, subs-tânciascomatividadehormonalouxerormônios.77,78,80

Osdesruptores endócrinospodemchegar ao ambiente, principalmente pormeiodedejetos industriaise urbanos, escoamento agrícolae liberac¸ão de resíduos, a exposic¸ão infantilaessestoxicantespodeocorrerpormeioda inges-tãodealimentos,póeágua,inalac¸ãodegasesepartículas noar e em contato com a pele.81 Algunssão substâncias

naturais,comoestrogêniosefitoestrogênios,enquanto vari-edades sintéticas podem ser encontradas em pesticidas, alquilfenóispolicloradosdebifenilas(PCB),bisfenolA, adi-tivosadicionadosaalimentos,produtosdehigienepessoal ecosméticos.82

Duranteoperíodopré-natal,osdesruptoresendócrinos podemgerarconsequênciasnodesenvolvimentofetalcom umriscomaiordesensibilizarsuacompetênciareprodutiva futura.77,78 Essassubstâncias agem pormimetismo à ac¸ão

estrogênicaouantagonizamaac¸ãoandrogênica,oquepode resultaremumapuberdadeprecoce,83alémdegerarefeitos

adversossobre adiferenciac¸ão sexual,o desenvolvimento gonadal,a fecundidade e afertilidade e sobreo compor-tamentosexual.78,79,84 Segundo Alves etal.,53 a literatura

sugerequeaprematuridadesexualtambémpodeestar rela-cionadacomexposic¸ãoacidentalacosméticosquecontêm estrogênioouextratosplacentários,comoxampu, condici-onadores e cremes corporais, entreoutros, o que produz aumentodemamaseimpotênciatransitórias,comregressão doquadroapósasuspensãodousodessesprodutos.

Sistema nervoso --- Desde o período da embriogênese o sistema nervoso continua a modelar sua estrutura não apenasnoinício,masaolongodetodooperíodode desen-volvimentoinfantilatéofimdaadolescência,emresposta aeventosgeneticamenteprogramadoseainfluências ambi-entais,numasériedeprocessoscomplexosqueocorremem períodosespecíficosnotempoenoespac¸o.25,39

Aonascer,océrebrodeumacrianc¸aalcanc¸a24%doseu pesodeadulto.Opesodocérebronodiadonascimentotem entre300e330g.Comumano,amassaencefálicaserá tri-plicada,cresceemritmobemmaislentoatéos1.500gda

faseadulta.39,85 A populac¸ão de células nervosasse

com-pletaporvoltadosdoisanos, masa mielinizac¸ãototalde tecidoneuronalnãoestaráconcluídaatéos18anos.39Como

o cérebro é o principal órgão de estressee adaptac¸ão, é aomesmo tempovulnerávele adaptável.Eleinterpretae regulareac¸õescomportamentais,neuroendócrinas, autonô-micaseimunológicas.85

Períodosvulneráveisduranteo desenvolvimentodo sis-tema nervoso são sensíveis a insultos ambientais, pois são dependentes do surgimento temporal e regional de processoscríticosdodesenvolvimento, comoproliferac¸ão, migrac¸ão, diferenciac¸ão, sinaptogênese, mielinizac¸ão e apoptose.39 Nesse sentido, umamploleque decategorias

de produtos químicos (benzeno, etanol, nicotina, metil--mercúrio, bifenil policloradas (PCBs), arsênico, chumbo, manganês, diclorodifeniltricloroetano, tetracloroetileno e inseticidasdaclassedosorganofosforados)36podeinterferir

emumoumaisdessesprocessoselevaràneurotoxicidade desenvolvimental,39 seja pormeiodaingestão de

alimen-toselíquidoscontaminados,inalac¸ãodegaseseemcontato comapele.81Oresultadodessasinterferênciasnaontogenia

normaldosprocessos dedesenvolvimentonosistema ner-vososãocrianc¸asquepoderãoapresentardistúrbiosclínicos, como déficit cognitivo,ADHD, retardo mental, autismo e paralisiacerebral,entreoutros,quepermanecerãoportoda avida.36Odesenvolvimentoeamaturac¸ãodosistema

ner-voso, a dose e a durac¸ão da exposic¸ão, além do estado nutricionaldacrianc¸a,influenciamessatoxicidade.86

Alémdaexposic¸ãoasubstânciasquímicastóxicas, agen-tes biológicos também podem ter um efeito negativo no desenvolvimento do cérebro infantil. Como já foi dito, há uma associac¸ão entre a infecc¸ão pré-natal pelo vírus zikaecasosdemicrocefaliaeoutrasalterac¸õesdosistema nervoso em fetos e recém-nascidos, denominada Conge-nital Zika Syndrome.29 Osfetos analisados em necropsias

apresentaram alterac¸ões no cérebro, como hidropsia,87,88

hidrocefalia e calcificac¸ões distróficas multifocais no córtex,87 calcificac¸ões intracranianasnoparênquima

peri-ventricular e regiões do tálamo,89 degenerac¸ão celular e

necrose.90 Tambémfoiconfirmadaadetecc¸ãodeRNAviral

eantígenosnostecidoscerebraispesquisados.87,90Ademais,

estudooftalmológicofeitoem lactentes commicrocefalia causadapelovírusdemonstrou oriscoameac¸adorde defi-ciênciana visão infantil, pela presenc¸a de lesão macular bilateraleperimaculareseanormalidadesdonervoóptico.91

Em certos casos, a vulnerabilidade da crianc¸a a neu-rotoxinas pode estar relacionada não só às fases de desenvolvimento neurológico, mas também à imaturi-dade ou falha de outras barreiras protetoras, como a hematoencefálica92,93eaplacentária.54,55,94

Barreira hematocefálica --- Temcomo func¸ão precípua manter umambiente químicoprotegido e constante para o bomfuncionamento docérebro, além de protegê-lode xenobióticos,bactérias,fungos, parasitas,vírus e reac¸ões autoimunes.46 Essa protec¸ão deve-se a sua menor

per-meabilidade, tem mecanismos de exclusão que impedem a difusão de substâncias adversas polares de baixo peso molecular,comodrogas,aditivosalimentares,pesticidase metais,como níquel, cromo e mercúrio.54,93 Essa barreira

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é a vulnerabilidade do cérebro neonatal a exposic¸ão da bilirrubina,quepoderesultarnumaencefalopatia( kernic-terus)nasprimeirassemanasdevidacomdanoneurológico irreversível. Enquanto concentrac¸ões de bilirrubina em 40mg/dl não são toleradas em neonatos, parecem não causarquaisquerefeitosadversosemadultos.46

Barreiraplacentária---Alémdeprotegerofetocontraa passagemdesubstânciasnocivasprovenientesdoorganismo materno, faz a troca de nutrientes vitais para o desen-volvimentofetal.46Naverdade,aplacentanãorepresenta

umabarreira protetora efetiva contraa entrada de subs-tânciasestranhas na circulac¸ão, num períodode extrema vulnerabilidade fetal.Embora existam alguns mecanismos de biotransformac¸ão (ou metabolizac¸ão) que podem pre-venira passagemplacentária dessas substâncias por meio demecanismodedesativac¸ão,oquetransformaoproduto resultantemenostóxicodoqueoprecursor,54,55,94maisde

200produtosquímicosestranhosaoorganismoforam detec-tadosnosanguedocordãoumbilical.36

Estudos recentes divulgaram que a placenta não está imuneaozikavírus.UmgrupodepesquisadoresdaFiocruz26

identificou vestígios do DNA do vírus no tecido placentá-rio deumagestante que tevea gravidezinterrompida. O estudorevelouaimunopositividadeemcélulasdeHofbauer, presentesnaplacenta,queemgrávidasdeveriamfuncionar comoprotetorasdofeto.Ospesquisadoressuspeitamqueo víruspodeusaracapacidademigratóriadessascélulaspara alcanc¸arosvasosfetais.Martinesetal.90tambémrevelaram

emseu estudoadetecc¸ãodeRNA viraldozikaemtecido placentáriodeabortosprecoces.

Exposic¸ão pré-natal a substâncias como nicotina, chumbo,gasesanestésicos,monóxidodecarbono,agentes antineoplásicosesolventes,entreoutros,podegerarefeitos negativosnodesenvolvimentofetal54,94eproduzirdanosque

nãopodemserpreditosatéaobservac¸ãodesuas consequên-cias na fase adulta.95 O metil mercúrio, ao atravessar a

placenta,podeatingirfacilmenteníveiselevadosnosangue docordãoumbilicaleproduzirumavariedadedeanomalias congênitas,inclusivemicrocefalia,retardomentaledéficit motor.96ochumbo,alémdepassarabarreiraencefálica

eaplacentáriaesersecretadonoleitematerno,sedistribui fácilerapidamenteportodosostecidos.Atoxicidadedesse agentequandoingeridoporlactentesecrianc¸aspequenas podeterumataxadeabsorc¸ãode50%,comac¸õesnosistema nervosocentraleperiférico.97

Como visto, efeitos de agentes tóxicos ambientais no complexo processo de desenvolvimento do sistema ner-voso podemlevara umdesenvolvimentoneuropsicomotor anormalcomdéficitstransitóriosoupersistentes,com pos-síveis consequências mais insidiosas na vida adulta.39,46

O desenvolvimento, a maturac¸ão do sistema nervoso e dos mecanismosde desintoxicac¸ão, a dose, a durac¸ão da exposic¸ão e o estadonutricional dacrianc¸a influenciama toxicidade.86

Metabolismoedigestão---Otratogastrointestinal(GI), como a pele e o sistema respiratório, está em constante interac¸ãocomoambiente.Adependerdaidadedacrianc¸a, afunc¸ãodotratoGIcomoumabarreiradeprotec¸ãoétão importantequantoassuasfunc¸õesdedigestãoeabsorc¸ão.96

Crianc¸aspequenastêmsuataxametabólicamaisacelerada edigerem suarefeic¸ão maisrapidamentedoqueos adul-tos. Ingerem maiságua e alimentos por unidade de peso

corporal.98 Um recém-nascido consome uma quantidade

muitomaiordeágua(equivalentea10% a15%depesode corpo) em comparac¸ão com um adulto (2% a 4% de peso corporal).99 Bebêsquesealimentamcomfórmulaslácteas

podemterumconsumomédiodiáriode140a180ml/kg/dia deágua,oqueequivaleriaàingestão,emmédia,de35latas (360ml)debebidasnãoalcoólicasparaumadultomasculino médio.99Opré-escolar(umacincoanos)ingeretrêsa

qua-trovezesmaiscomidaporquilodepesocorporaldoqueo adultomédio.98

Ospequenos,porterem umadietapoucovariada, com mais frutas e vegetais, têm maior chance de exposic¸ão a alimentos e líquidos contaminados.96 Toxinas

ambien-tais ingeridas por via oral podem ser modificadas no trato GI pelo pH gástrico, pelas enzimas digestivas ou mesmo por bactérias que vivem no intestino. Quando absorvidas através da pele ou por inalac¸ão (pela dre-nagem dos seios para a faringe e o esôfago), podem ser secretadas para o lúmen intestinal pelo sistema biliar e conduzir à toxicidade gastrointestinal.96 Como

o sistema digestório não é capaz de eliminar todas as toxinas facilmente, as crianc¸as podem continuar expos-tas aesses agentespor umperíodomaisprolongado.82,100

Transtornos comuns na infância, tais como constipac¸ão intestinal, também pode aumentar significativamente a absorc¸ão de toxinas pelo retardo do tempo do trânsito intestinal.96

Nessecontexto,podemoscitarqueotransportede cál-cionoorganismoderecém-nascidoselactentesécercade cincovezesodataxaem adultos.101 Seadietadacrianc¸a

for deficiente em ferro ou cálcio e ocorrer exposic¸ão ao chumbo,ointestinodelgadoaindaemdesenvolvimento avi-damenteabsorveráesseagentenocivo,quepoderácompetir comocálcioparaotransportecelularnumritmoelevado. Assim,aabsorc¸ãodochumboingeridoporcrianc¸astambém poderásercincovezesmaiordoquequandoingeridopelos adultos.96,101Essasconcentrac¸õesdechumbonosanguede

crianc¸as,principalmentenaprimeirainfância,podem tam-bémestarcorrelacionadasàingestãodepoeiracommetal, devidoàsatividadesdeexplorac¸ãooralnessafasedo desen-volvimento,apartirdefontesnointeriordaresidência,bem comonosolocontaminado.44,102

Exposic¸ões agudas asubstância toxicas deabsorc¸ão no trato GI às vezes são de difícil diagnóstico. Quadros de náuseas,vômitos, diarreiae hemorragiaGI podemsugerir contaminac¸ão deetiologia infecciosa, porágua não potá-velealimentoscontaminadosporfaltadehigienedasmãos no preparo das refeic¸ões.13 No entanto, se as crianc¸as

apresentarem, alémdesses sintomas,sinaisque envolvam outrosórgãos,comosonolência,deve-selevantarsuspeitas deexposic¸ãoatoxinasambientais,especialmenteosmetais pesados, como níquel, cádmio, chumbo e mercúrio.96 Na

intoxicac¸ão por etanol, os limitados estoques de glicogê-nionolactenteepré-escolarpodemaumentarosriscosde hipoglicemia.103

Sistemaexcretor---Diferenc¸asentrecrianc¸aseadultos, noqueserefereàsusceptibilidadea intoxicac¸ões,podem resultar da combinac¸ão da toxicocinética, da toxicodinâ-micaedefatoresdeexposic¸ão.104 Osfatorescinéticossão

(7)

excrec¸ãorenal.105 Duranteavidafetal,osrinstêmpouca

func¸ão excretora grac¸as à placenta, que também exerce essafunc¸ão.106Oamadurecimentoeainduc¸ãonefrogênica

geralmenteocorremapartirda36a

semanadegestac¸ão.107

Nessesentido,osbebêsprematurosparecemestar particu-larmenteem risco paradoenc¸arenalmuito tempodepois donascimento,poiscadavezmaisessesbebêssobrevivem e entre eles muitos nascidos bem antes de a nefrogê-nese estar completa. Dados indicam que no processo de tratamento de pré-termos em UTIs neonatais os menores recebemmedicamentosmuitasvezesnefrotóxicos,que pro-duzem, como consequência, glomérulosmaiores, masem menornúmero.108

Ataxadefiltrac¸ãoglomerulardeumacrianc¸arepresenta umterc¸odataxaencontradanoadulto,oquepermiteque substânciasquímicasnocivaspermanec¸ampormaistempo noorganismoinfantil,dentreelasochumboeomercúrio.41

SegundoCapitani,97ascrianc¸astêmumataxaderetenc¸ãono

processodeexcrec¸ãodochumboporvoltade30%,enquanto quenosadultoselagiraemtornode1%a4%.Essesmetais pesadospodemprovocarumainabilidadedeosrinsfiltrarem resíduos,saiselíquidosdosangue,oquepoderesultarnuma perdadahomeostasehidroeletrolíticaelevaraumquadro deinsuficiênciarenalaguda.109

Exposic¸ãodérmica---Apeleéoórgãoderivadodo meso-derma e ectoderma embrionário mais extenso do corpo humano.110 O desenvolvimento e o crescimento da pele

fetalsão caracterizados porumasérie de etapas sequen-ciais, estritamente controladas e que dependem de uma variedade de interac¸ões celulares que compõem o órgão. Sua presenc¸a é vital para as func¸ões de protec¸ão mecâ-nica, termorregulac¸ão, imunovigilância e manutenc¸ão de uma barreira que impede a perda insensível de fluidos corporais.111

Enquanto a permeabilidade da barreira epidérmica encontra-se ainda em desenvolvimento em bebês pré--termo,o queresultaemumamaiorabsorc¸ãopercutânea dassubstânciasquímicas,9umrecém-nascidoatermotem

umapelemadura,compropriedadesdebarreira semelhan-tesàsdecrianc¸asmaisvelhasedeadultos.112Osbebêstêm

uma áreade superfície em relac¸ão ao volume três vezes maior do que dos adultos e nas crianc¸as essa proporc¸ão é duas vezes maiorpor unidade depeso corporal quando comparadatambémcomosadultos.45,99Comosãomuito

ati-vas, tendem a ter a pele com mais cortes, escoriac¸ões e erupc¸ões cutâneas, o que aumenta o seu potencial de absorc¸ão cutânea a toxicantes, como xenobióticos e a poeira contaminada com metais pesados.45,111,112 O

amo-níacoconcentradopodeproduzir,emcontatocomapeleda crianc¸a,necrosedostecidoseprofundasqueimaduras.Essas queimaduras, a depender do tamanho da área atingida, podem provocar secundariamente uma insuficiência renal aguda.109

Desenvolvimento comportamental --- O desenvolvi-mento comportamental infantilpodeincluir mudanc¸as de suamaturac¸ão, adepender darelac¸ãoque acrianc¸a tem com o ambiente. Esse desenvolvimento pode apresentar quatroaspectosinter-relacionados,comoatividades moto-ras(grossaefina);capacidadecognitiva;desenvolvimento emocional; e desenvolvimento social. Qualquer alterac¸ão emumdessesdomíniospodeafetarodesenvolvimentode cadaumdosoutrostrês.46

As crianc¸aspequenas sãoimpotentese indefesas. Com seus hábitos peculiares de comportamento vivem num mundolúdico,semtemoraseulimiardeexposic¸ãoa qual-querenergiamecânica.Comsuaextraordináriacuriosidade seaproximamdeobjetoscomfontesdeenergiatérmicae elétrica,colocamnabocaouaspiramagentesquecontém energiaquímica,19queachamemseucaminho,deixadosao

seualcance,oquecontribuidemodoefetivopara aumen-taronúmeroderelatosdecasosdeagravos consequentes aagentesquímicos,físicosebiológicos,nagrandemaioria nãointencionais,comresultadosmuitasvezesnefastospara todaafamília.113

Emsíntese,gostaríamosdedestacar:

1. Crianc¸asnãosãopequenosadultos.Diferementresicom relac¸ão afisiologia, metabolismo, crescimento, desen-volvimentoecomportamento.Desdeafaseinuteroaté ofimdaadolescênciaocrescimentofísicoeamaturac¸ão funcionaldoseucorpoestãoemritmodiferentee conti-nuado.Aocorrênciadeameac¸asambientaisnessasfases sensíveisdavidainfantilpodeinterferirnegativamente nessesprocessosdinâmicosecausardanosirreversíveis. 2. Ao redor do mundo, crianc¸as estão expostas a con-taminantes ambientais reconhecidos ou não, que silenciosamente deterioram a sua saúde, prejudicam suas realizac¸ões futuras, com consequências físicas, emocionaisesociais,alémdoônusàfamília,àsociedade eaoEstadocomoumtodo.

3. Identificar as causas e compreender os mecanismos envolvidosnagênesedoagravoambientalemum paci-enteinfantilémuitodifícileumdesafioqueseimpõeà ciência.Dadosepidemiológicosgeralmentetêmumolhar para exposic¸ões a contaminantes individuais em doses relativamentealtas.Masmuitassituac¸õesnomundoreal, como hábitos devida, envolvemexposic¸õesem baixas dosesaagentesúnicosoumúltiplosdelongoprazo.Com aexcec¸ãodealgunsprodutosquímicos,existem relativa-mentepoucosdadossobreosmecanismosenvolvidosna gênesedesses agravos nodesenvolvimentode doenc¸as infantis.

4. A ocorrência desses agravos e seus determinantes na infância têm como fatores-chave a pobreza e a falta de acesso à informac¸ão sobre práticas inerentes de saúde. Os impactos produzidos na saúde infantil pela combinac¸ãoderiscosclássicos(poluic¸ãoambiental domi-ciliare água nãopotável)e riscos modernos(produtos químicostóxicos,resíduosperigosos,poluic¸ão atmosfé-ricaealterac¸õesclimáticas)variammuitoentreedentro depaísesemdesenvolvimento.

5. Osdireitosdacrianc¸aporumambienteseguropara cres-cer,sedesenvolver,brincareaprendersãoargumentos determinantesparaoEstadodefinirestratégiasefetivas para apromoc¸ãode ambientes saudáveis,que proteja acrianc¸adeeventosdeletériosasuasaúde,que moni-tore essas tendências ao longo do tempo e promova intervenc¸ões onde é necessária maior atenc¸ão. Ac¸ões intraeintersetoriaisarticuladas,quepromovamo regis-tro ea vigilânciaepidemiológica dos riscosambientais à saúde dacrianc¸a, devem serprioridade contínua no campodasaúdepública.

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vice-versa. Pesquisae política maisparecemfuncionar como grupos paralelos, àsvezes interligados por inte-resses, ocasionalmente alimentam-se uns dos outros. Discussões acadêmicas relevantes em diferentes cam-pos do sabere um Estadoatuante sobre as principais questões que afetam a vida das crianc¸as são ac¸ões estratégicasparaasobrevivênciadasfuturasgerac¸ões. Estudos sobre impactos econômicos, sociais e das relac¸ões da crianc¸a com o seu ambiente físico em diferentes campos do saber são fundamentais para a sobrevivênciadasfuturasgerac¸ões.

7. Asaúdeambientalinfantilprecisasetornarumaciência adultanaacademiaenasociedade.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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Figura 1 Adaptada de Ruppenthal 104 .

Referências

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