U
NIVERSIDADEN
OVA DEL
ISBOAF
ACULDADE DEC
IÊNCIASM
ÉDICASR
ELATÓRIO
F
INAL
DE
E
STÁGIO
M
ESTRADO
I
NTEGRADO EM
M
EDICINA
A
NOC
URRICULAR DE 2013/2014IDENTIFICAÇÃO
Página | 1
Í
NDICE
Introdução 2
Corpo de Trabalho 2
I. Objectivos 2
II. Descrição das actividades 3
a. Estágio Parcelar de Medicina 3
b. Estágio Parcelar de Cirurgia 4
c. Estágio Parcelar de Pediatria 4
d. Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia 5
e. Estágio Parcelar de Saúde Mental 5
f. Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar 5
g. Estágio Opcional 6
Página | 2 INTRODUÇÃO
O presente relatório fundamenta-se nas actividades realizadas ao longo do ano curricular
de 2013/2014, no âmbito do ano de estágio profissionalizante do Mestrado Integrado em Medicina
(M.I.M.), da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.
O referido estágio promove o exercício orientado e programado da Medicina,
enfatizando-se práticas de diagnóstico diferencial e manuenfatizando-seamento de terapêuticas das patologias mais
prevalentes. Pretende-se que o estudante de Medicina integre a prática do exercício médico de
diversas especialidade e adquira e desenvolva competências e aptidões, de forma tutelada e
progressivamente autónoma, aplicando os conhecimentos adquiridos nos anos precedentes de
formação, de forma a prepará-lo para o ingresso na vida profissional enquanto médico.
Divido este relatório em três partes: a Introdução (que pretende delinear o respectivo
conteúdo), o Corpo de Trabalho (onde abordo os objectivos definidos para este ano
profissionalizante e o trabalho realizado em cada estágio parcelar, descrevendo sucintamente as
actividades desenvolvidas e enumerando os trabalhos de revisão e histórias clínicas efectuados,
incluindo uma breve menção ao Estágio Opcional) e a Reflexão Crítica Final (ferramenta de
auto-avaliação, na qual destaco o cumprimento dos objectivos pessoais, as dificuldades
experienciadas na sua concretização e o contraste entre estes e as expectativas e receios
gerados no decorrer deste ano curricular, o último enquanto estudante de Medicina.
CORPO DE TRABALHO
I. Objectivos:
No início do presente ano curricular estabeleci alguns objectivos que considerei
transversais aos diversos estágios parcelares e com repercussões marcadas para o futuro: 1)
Integrar-me nas diversas equipas médicas; 2) reconhecer as minhas capacidades, aptidões e,
sobretudo, limitações; 3) desenvolver autoconfiança e autonomia enquanto médico; 4) consolidar
conhecimentos teóricos e desenvolver raciocínio clínico, em consulta e em contexto de urgência;
5) praticar colheita de história clínica, exame objectivo e procedimentos; 6) aprofundar hábitos de
Página | 3 frequentes na população e 8) desenvolver hábitos de manuseamento de ferramentas informáticas
de apoio ao médico.
Os objectivos específicos para cada estágio parcelar foram definidos nos respectivos relatórios.
Destaco: assistir e participar em cirurgias; avaliar, com autonomia, doentes em contexto de
urgência de Medicina e desenvolver o contacto e práticas de anamnese e exame objectivo em
doentes pediátricos e psiquiátricos.
II. Descrição das actividades:
a) Estágio Parcelar de Medicina (16 de Setembro a 8 de Novembro)
O estágio de Medicina, com a duração de oito semanas, decorreu no Serviço de Medicina
1B do Hospital de Curry Cabral (H.C.C.), sob orientação da Dr.ª Cristina Lima. No decorrer do
estágio, foi possível acompanhar, de forma autónoma, alguns dos doentes atribuídos à equipa, ao
longo do seu internamento, sendo responsável pela sua avaliação diária, respectivo diário clinico
e discussão de plano. Tal permitiu o desenvolvimento de conhecimentos obtidos nos anos
clínicos anteriores e adquirir novas técnicas de abordagem ao doente internado. Contribuí,
através da realização de inquéritos aos doentes internados, para a angariação de dados
destinados a um estudo realizado pela equipa, que procura inferir da relação entre hábitos de
toma de medicamentos dos doentes e uma adaptação para Portugal do Hodgkinson’s
Abbreviated Mental Test Score. Frequentei semanalmente o Serviço de Urgência do Hospital de
São José - com a interna do ano comum da equipa - no qual observei exclusivamente doentes
triados como casos de baixa prioridade, possibilitando a avaliação autónoma e supervisionada de
doentes em contexto agudo. Presenciei também os seminários semanais de carácter obrigatório
propostos pela Unidade Curricular e as aulas teórico-práticas leccionadas pelos tutores de
Medicina Interna do H.C.C.. Em grupo, elaborei um trabalho de revisão sob a forma de artigo de
publicação científica, com posterior apresentação perante as equipas dos Serviços 1A e 1B do
Página | 4 b) Estágio Parcelar de Cirurgia (11 de Novembro a 17 de Janeiro)
As oito semanas de estágio de Cirurgia decorreram no Hospital Beatriz Ângelo (H.B.A.) e
Hospital da Luz. Este estágio foi dividido em duas componentes: um estágio quinzenal de
Gastrenterologia, sob a orientação da Profª. Dr.ª Marília Cravo e colaboradores, e um estágio de
Cirurgia Geral, durante o restante tempo, sob a orientação do Dr. Vítor Moura Guedes.
Nas primeiras duas semanas, em Gastrenterologia, foi possível a observação de técnicas e
a participação em consultas de gastrenterologia e proctologia, com a realização autónoma de
exames objectivos nesta última.
Durante Cirurgia Geral pude acompanhar diversas actividades: enfermaria, consultas
externas e bloco operatório – assistindo e participando como primeiro ou segundo ajudante em
diversas cirurgias gerais e ambulatórias, acompanhando o seguimento dos doentes operados
pela equipa, quer em regime de internamento ou em consulta e observando a realização de
pensos e remoção dos mesmos.
Em grupo, para o Mini Congresso de Cirurgia Geral, elaborei e apresentei um trabalho
denominado Esplenectomia de Necessidade, com base no caso clínico de um doente
previamente operado pelo tutor. Durante o estágio assisti ainda às aulas teóricas e
teórico-práticas programadas para os alunos, no H.B.A.
c) Estágio Parcelar de Pediatria (27 de Janeiro a 21 de Fevereiro)
Durante quatro semanas, o estágio parcelar de Pediatria foi orientado pela Dr.ª Rute
Neves, no Hospital Dona Estefânia. Acompanhei maioritariamente as actividades realizadas na
enfermaria da Unidade de Cuidados Especiais Respiratórios e Nutritivos (UCERN) e as
respectivas reuniões diárias de serviço. Foi ainda possível a passagem pela enfermaria de
Pediatria Médica, consultas de diferentes sub-especialidades - Pediatria Médica, Reumatologia e
Imunoalergologia- e Serviço de Urgência. Este estágio permitiu a observação diária de doentes
pediátricos, desenvolvendo práticas de exame objectivo e abordagem perante estes e seus
Página | 5 serviços do hospital. Elaborei e apresentei, em grupo, um seminário intitulado Alergia às
Proteínas do Leite de Vaca, abordando a patologia homónima.
d) Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia (24 de Fevereiro a 22 de Março)
Este estágio decorreu no Hospital S. Francisco Xavier, sem tutoria estabelecida. Consistiu
em diversos componentes, dos quais fizeram parte: enfermaria obstétrica e enfermaria
ginecológica, serviço de urgência, ecografias obstétricas e ginecológicas, consultas de Medicina
Materno-Fetal, Alto Risco e de Ginecologia, e bloco operatório. Permitiu prática de anamnese,
exame objectivo e procedimentos, interpretação dos principais exames complementares de
diagnóstico, estabelecimento de atitudes e terapêuticas e observação de partos por cesariana.
e) Estágio Parcelar de Saúde Mental (24 de Março - 24 de Abril)
O estágio parcelar de Saúde Mental teve lugar no Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca
(H.F.F.) e Centro de Saúde da Amadora, tendo sido integrado na Equipa Comunitária da
Amadora, sob a orientação do tutor Dr. José Flores. Permitiu sobretudo o contacto com a
abordagem ao doente compensado seguido em consulta médica, com a administração
terapêutica e acompanhamento regular de doentes em consulta de enfermagem e com as
reuniões de discussão de doentes da equipa. Acompanhei ainda a Equipa na realização de visitas
domiciliárias. Realizei uma história clínica de uma doente com o diagnóstico de Esquizofrenia
Paranóide, actualmente em remissão e um trabalho de revisão, em grupo, que foi apresentado a
todo o corpo clínico do Serviço de Psiquiatria do H.F.F., sobre a temática Perturbações
Psiquiátricas na Mulher.
f) Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar (28 de Abril a 23 de Maio)
Este estágio com a duração de quatro semanas, foi subdividido em duas vertentes: rural,
no decorrer das duas primeiras semanas, na UCSP de Serpa, sob orientação da Dr.ª Conceição
Soares e urbana, nas duas semanas seguintes, na USF Descobertas, sob orientação da Dr.ª
Página | 6 Infantil, Saúde Materno-Fetal, Planeamento Familiar, Avaliação de Diabetes e Avaliação de
Hipertensão. No estágio rural, foi-me proporcionada a oportunidade de acompanhar visitas
domiciliárias, enquanto no estágio urbano participei numa acção de formação sobre Hipertensão
aos alunos do 7º e 8º ano do Colégio de São José. Na sua globalidade, este estágio parcelar
possibilitou desenvolver práticas de anamnese e exame objectivo em duas populações com
abordagens distintas, contactar com as suas patologias mais frequentes e familiarizar-me com a
especialidade como meio de intervenção essencial no seio do Serviço Nacional de Saúde
português, ao estabelecer Cuidados de Saúde Primários e funcionar como ponte de referenciação
para outras especialidades.
g) Estágio Clínico Opcional (26 de Maio a 6 de Junho)
O último estágio passou pela realização de um Estágio Clínico Opcional. Neste caso, optei
pelo Serviço de Anestesiologia do Hospital Beatriz Ângelo. A minha proposta foi prontamente
aceite pela Directora de Serviço, a Dr.ª Fernanda Silva e decorreu sob a orientação da Dr.ª Filipa
Dias e da Dr.ª Patrícia O’Neill. Acompanhei as actividades das tutoras, distribuídas entre Bloco
Operatório, sobretudo, e, Consulta de Anestesiologia e Consulta de Dor. O estágio em questão
possibilitou: a aquisição de conhecimentos relativos a métodos de anestesia, analgesia e hipnose;
a realização, sob supervisão, de prática de diversos métodos de ventilação e entubação assim
como de acessos periféricos.
REFLEXÃO CRÍTICA FINAL
Como realçado anteriormente, o último ano do M.I.M. tem como principal intuito preparar o
estudante de Medicina para o início da sua vida profissional enquanto médico, ao aprofundar
conhecimentos previamente adquiridos ao longo do curso e, de forma tutelada, desenvolver as
competências necessárias à sua aplicação na prática.
Assim sendo, dada a importância deste ano curricular, torna-se compreensível que o jovem
estudante de medicina formule expectativas, estabeleça objectivos e gere receios. Durante todo
Página | 7 nem sempre correspondendo à realidade. As expectativas são inevitáveis, dado o convívio com
colegas do mesmo ano ou mais velhos e através do relato das suas experiências pessoais,
moldando-se, a partir destas, inúmeros objectivos e receios. Por um lado, existiu uma constante
curiosidade e vontade de aplicar a teoria à prática, de estabelecer um contacto mais próximo com
os doentes e de integrar o funcionamento e rotina dos diversos serviços, em preparação para o
futuro próximo. Por outro, o medo, sempre presente, de que as aptidões e conhecimentos
adquiridos até ao momento ficassem aquém do esperado, pelo próprio e pelos outros, quer estes
fossem orientadores, colegas ou doentes e, em especial, nas circunstâncias nunca antes
experienciadas ao longo do curso.
Considero que, globalmente, todos os objectivos propostos foram cumpridos. Em todos os
estágios, deparei-me com uma recepção exemplar por parte dos orientadores e integração nas
respectivas equipas, permitindo, através da observação diária e autónoma de doentes, redacção
de diários clínicos, pedido, discussão e interpretação de exames complementares de diagnóstico,
diagnóstico diferencial e terapêuticas, assim como pela realização de alguns procedimentos, as
condições ideais para se estabelecer o ambiente formativo necessário para a concretização dos
objectivos. Realço ainda, positivamente, o facto de os orientadores se mostrarem disponíveis
para esclarecimento de dúvidas ou qualquer tipo de ajuda.
Um objectivo em particular, muito importante para a minha formação enquanto futuro
médico, consistiu, como referido, no desenvolvimento de competências clínicas no contexto de
Serviço de Urgências. Em todos os estágios foi possível acompanhar os tutores nas suas
actividades, sendo possível constatar, de um forma geral e superficial, quais as patologias agudas
mais frequentes. No estágio de Medicina, apenas realizei urgência com os internos da equipa (a
tutora já não o fazia), o que, por um lado, limitou um pouco as patologias observadas, uma vez
que se trataram exclusivamente de casos de baixa prioridade; por outro lado, permitiu a
realização de consulta autónoma, o que considero uma mais-valia, por me ter preparado para o
exercício no próximo ano.
Abordando os estágios individualmente, creio que o estágio parcelar de Medicina foi, sem
Página | 8 acompanhamento autónomo longitudinal de diversos doentes internados e a responsabilidade
que deste advém. Contudo, receio ter sido prejudicado, pela existência de poucos doentes
atribuídos à equipa e respectiva partilha entre os membros da equipa médica integrada (tutora,
IAC, Interno, aluna 5º e aluna 3º ano). Receio não ter desenvolvido as minhas aptidões e
autonomia da forma tão ampla como pretendia neste estágio não só pelo escasso número de
doentes, como também pelo rácio tutor/internos e alunos, num dos estágios profissionalizantes
mais importantes e de maior duração de todo o curso, da forma que creio adequada para um
estudante de Medicina que se encontra no último ano de faculdade. No estágio parcelar de
Pediatria e tendo em conta o serviço que integrei, também se verificou um número reduzido de
doentes pediátricos, pelo que o mesmo não permitiu contacto com um grande número dos
mesmos. Contudo, creio que tal lacuna foi compensada pelas consultas de Saúde Infantil
realizadas no estágio de Medicina Geral e Familiar. Relativamente a Cirurgia, o contacto com o
doente com patologia aguda foi limitado, assim como a prática de alguns procedimentos (limpeza,
desinfecção de feridas, realização de pensos, anestesia local e sutura), devido à estrutura do
Serviço de Urgência do Hospital Beatriz Ângelo. No entanto fiquei extremamente satisfeito com a
participação activa num grande número de cirurgias, nunca antes possível no curso. O contacto
com doentes de foro psiquiátrico no estágio parcelar de Saúde Mental foi numeroso e permitiu o
desenvolvimento da abordagem e resposta deste tipo de doentes, nunca vivenciado nos anos
anteriores do curso e que é essencial para qualquer médico, independentemente da sua
especialidade. O estágio de Ginecologia e Obstetrícia, conduziu à aquisição de noções
importantes das patologias mais frequentes e da importância de cuidados de saúde primária.
Relativamente ao estágio de Medicina Geral e Familiar, destaco o contraste entre as abordagens
distintas, mas igualmente eficazes, por parte das tutoras, nos estágios rural e urbano. Creio que
este se reflecte a partir das características da população visada e foi um aspecto que introduziu
novos conceitos na minha abordagem ao doente e formas diferentes de estabelecer relações de
empatia com este e os seus familiares. Permitiu ainda adquirir uma noção das patologias mais
frequentes encontradas na população e a importância fulcral da especialidade como primeira
Página | 9 Atribuo ainda uma importância extremamente positiva à unidade curricular de Preparação
para a Prática Clínica, que permitiu integrar conhecimentos através de sessões multidisciplinares,
pelo treino de raciocínio clínico por apresentação de temas e casos clínicos transversais a várias
áreas da Medicina.
Creio necessário analisar a relação tutor/aluno nos diferentes estágios parcelares, uma vez
que este teve um grande impacto no ensino e no desenvolvimento de competências. O rácio
tutor/aluno de 1:1 ou 2:1 verificou-se nos estágios de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia,
Pediatria e em ambas as vertentes do estágio de Medicina Geral e Familiar, permitindo uma
transmissão de conhecimentos e aprendizagem mais aprofundada e uma maior participação
activa nas diversas actividades desenvolvidas. No estágio de Cirurgia verificou-se um rácio
constante de 3:1, por vezes maior, tendo em conta a presença marcada de alunos de outros
orientadores nas actividades do Bloco Operatório, que compuseram a maioria do estágio,
comprometendo a aprendizagem nesses momentos. É fundamental que a razão tutor-aluno no
decorrer do curso se mantenha adequada de forma a proporcionar oportunidades de
aprendizagem.
Este ano profissionalizante constituiu um ano de reforço de conhecimentos e aptidões
práticas, de uma forma mais interventiva do que a experienciada nos anos anteriores do curso.
Globalmente, penso que o 6° ano está bem organizado e equilibrado. Reconheço a
aprendizagem, formação e crescimento proporcionados, não só gratificantes, como
enriquecedoras do meu futuro profissional.
Termino o presente relatório com um profundo agradecimento a todos os orientadores e
profissionais pelas oportunidades concedidas ao longo deste último ano do curso e pelo
respectivo contributo para a minha formação não ignorando que a sua influência se repercutirá,