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Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.19 número2

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Academic year: 2018

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R e v is t a d a S o c ie d a d e B r a s i le i r a d e M e d i c i n a T r o p ic a l 1 9 (2 ) : 9 9 - 1 0 0 , A b r - J u n , 1 9 8 6

C O M U N IC A Ç Õ ES

INFECÇÃO NATURAL DE TRIATOMÍNEOS DO ESPÍRITO SANTO POR FLAGELADOS

MORFOLOGICAMENTE SEMELHANTES AO

TRYPANOSOMA CRUZI

Paulo August o Se ssa e Valquiria Rocha Daher Carias

O fato de se r o T r ia to m a v ittic e p s o triatom íneo m ais freqüentem ente c ap tu rad o em dom icílios e anexos, no E sta d o , quase sem pre no estádio adulto, já havia sido assin alad o p o r S antos e co ls6 e p o r Silveira e cols8. D e hábitos prim ariam ente silvestres nas áreas de o co rrên cia, foi p ela prim eira vez en contrado colonizando o dom icílio em nosso m eio por S antos e cols6 no M unicípio de A lfredo C haves. M ais tarde Silveira e co ls8 d e tectaram e ssa co lonização em m ais sete m unicípios, sendo em m aio r núm ero em C a- choeiro do Itapem irim e G u a ra p a ri. R ecentem ente um outro caso de dom iciliação oco rreu em C ariacica, constatado pela S uperintendência de C am p an h as de Saúde P ú b lica do M inistério d a S aúde - D ireto ria R egional do E sp írito S anto (T ab ela 1).

A in fecção natu ral desses insetos por flagelados m orfologicam ente sem elhantes ao T r y p a n o s o m a c r u z i foi d em o n strad a p o r Santos e cols6 que obti­ veram um percentual de positividade de 4 % , por B arros e c o ls 1 que en co n traram positiva a m aioria dos b arbeiros exam inados e p o r Silveira e co ls8 que registraram 2 5 ,2 % de positivos.

N o período de o u tubro de 1979 a m aio de 1984 recebem os p a ra exam e, na D isciplina de P arasitologia d a U niversidade F ed e ra l do E spírito S anto, 140 exem plares de triatom íneos, cap tu rad o s nos dom i­ cílios ou anexos, procedentes de vários m unicípios do E sta d o (T a b e la 1). A s espécies identificadas foram T . v ittic e p s, P a n s tr o n g y lu s m e g is tu s e P . g e n ic u la tu s

T a b e la i - D i s t r i b u i ç ã o , p o r m u n i c í p i o d e p r o c e d ê n c i a , d a s e s p é c i e s d e t r i a t o m í n e o s e r e s p e c t i v o s e s t á d i o s e v o l u t i v o s r e c e b i d o s p a r a e x a m e p e l a D i s c i p l i n a d e P a r a s i t o l o g i a d a U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o

Espírito Santo no período út ouiuòro tít

ÍSTS

a m fo

flfc

ffí fí

E s p é c i e s E s t á d i o E v o l u t i v o T o t a l

T r i a t o m a v i t t i c e p s

P a n s t r o n g y l u s m e g i s t u s

P a n s t r o n g y l u s g e n i c u l a t u s

A d u l t o N i n f a *

A le g r e 4 3 7 — 7

A lf r e d o C h a v e s 6 — 5 1 6

A n c h ie ta 7 1 1 — 9

A r a c r u z 1 _ — 1 — 1

C a c h o e iro d o Ita p e m irim 1 — — 1 — 1

C a r i a c i c a 2 2 1 — 7 1 6 * * 2 3

C a s te lo 1 — — 1 — 1

C o n c e i ç á o d o C a s t e l o I I 4 — 14 1 15

D o m in g o s M a r t i n s 12 2 — 14 — 14

E c o p o r a n g a 1 — — 1 — 1

G u a r a p a r i 6 1 — 7 — 7

I c o n h a 10 — — 7 3** 10

L i n h a r e s 2 — — — 2

R io N o v o d o S u l 1 — — 1 — 1

S a n ta L c o p o ld in a 5 — — 5 — 5

S a n ta T e r e z a 4 — — 4 — 4

V a in a 2 3 3 3 2 8 1 2 9

V ila V e lh a 3 — — 3 — 3

V itó ria 1 - - 1 - 1

T o ta l 1 2 1 .0 0 1 2 .0 0 7 ,0 0 1 1 8 ,0 0 2 2 , 0 0 1 4 0 ,0 0

% 8 6 , 4 2 8 ,5 7 5 ,0 0 8 4 ,2 8 1 5 ,7 1 1 0 0 ,0 0

* T o d as perten cen tes à espécie T r i a to m a v ittic e p s.

** M a te r ia l c o l e t a d o p e l a S u p e r i n t e n d ê n c i a d e C a m p a n h a s d e S a ú d e P ú b lic a d o M i n i s t é r i o d a S a ú d e - D .R . d o E s p i r i t o S a n to .

T rab alh o realizad o n a D iscip lin a de P arasito lo g ia d o D e ­ partam ento d e P ato lo g ia d o C en tro B iom édico - U F E S . E ndereço p a ra correspondência: R u a P inheiro Jú n io r 183 — Santo A n tô n io 2 9 0 0 0 V itória. E sp írito Santo .

R ecebido p a ra publicação em 3 /7 /8 4 .

(T ab ela 1), havendo predom ínio de fêm eas (78 exem ­ plares).

D o s 102 (7 2 ,8 5 % ) que chegaram vivos ou com m orte recente (85 T . v ittic e p s, 10 P . m e g is tu s e 7 P .

(2)

C o m u n ic a ç ã o . S e s s a P A , C a r ia s V R D . I n f e c ç ã o n a tu r a l d e t r ia t o m í n e o s d o E s p ír it o S a n t o p o r f l a g e l a d o s m o r fo l o g ic a m e n te s e m e lh a n te s a o T ry p an o so raa cruzi. R e v is t a d a S o c ie d a d e B r a s i le i r a d e M e d i c i n a T r o p ic a l 1 9 : 9 9 - 1 0 0 , A b r - J u n , 1 9 8 6

g e n ic u la tu s ) perm itindo o exam e do co nteúdo intes­ tinal, 64 (6 2 ,7 4 % ) foram positivos p ara flagelados m orfologicam ente sem elhantes ao T. c r u z i , sendo 55 T. v ittic e p s (6 4 ,7 0 % ), 6 P . m e g is tu s (6 0 ,0 0 % ) e 3 P . g e n ic u la tu s (4 2 ,8 5 % ). E m nosso m aterial não encon­ tram os ninfas positivas. A s p essoas suspeitas de terem sido picadas por esses hem ípteros foram subm etidas à reação de im unofluorescência in d ireta p a ra doen ça de C hagas e os resultados foram sem pre negativos.

D e um ex em plar adulto de T . v ittic e p s pro­ veniente d a lo calidade de B iriricas, m unicípio de V iana, isolam os, p o r in oculação em cam undongos jo vens, u m a cep a c aracterizad a com o de T . c r u z i por

G o m es e cols2 3.

E ste alto percentual de positividade p o r nós encontrado em oposição aos poucos casos de doença de C hagas autóctones conhecidos no E stad o , descritos por P in to e cols5, S antos e cols7, B arros e c o ls1, P eçan h a e cols4, pem ite-nos concluir que esta doença perm anece em baixos níveis endêm icos pelo fato de não te r ocorrido a com pleta dom iciliação d a espécie de triatom íneo predom inante em nossa região, o T. vitticeps.

R E F E R Ê N C IA S B IB L IO G R Á F IC A S

1. B arros G C , M ayrink W , S algado A A , B arros R C G , Sessa P A . C on trib u ição p ara o conhecim ento d a do en ça de C hagas autóctone no E sta d o do E spirito Santo. R evista do In stitu to de M edicina T ro p ical de S ão P aulo 17: 319 -3 2 9 , 1975.

2. G om es N G L , P ereira F E L . D ev elo p m en t o f T r y p a n o -s o m a c r u z i infection in m ice chronically intoxicated w ith

eth anol. In: R esum os de C om unicações d a X R eunião A n u a l d e P esq u isa B ásic a em D o e n ç a d e C h ag as, C a- x am b u -M G , p. 3.33, 1983.

3. G o m es N G L , P e re ira F E L , S essa P A . A quan titativ e study o f the occurrence o f m ast cells in the skeletal m uscle o f m ice in fected w ith T r y p a n o s o m a c r u z i. In: R esu m es de C o m u n icaçõ es d a X R eu n ião A n u a l de P esq u isa B á­ sica em d o e n ç a de C h ag as, C a x am b u -M G , p. 3 .3 3 ,1 9 8 3 . 4. P e ç a n h a P M , S essa P A , Silva F J D , Pe re ira

MS-A lm eid a IM . D o e n ç a de C h ag as - MS-A p resen tação de Três C a so s A u tó cto n es d o E s ta d o d o E sp írito Santo. In: R esum os do X IX C ongresso d a S ociedade B rasileira de M edicina T ro p ica l, R io d e Jan e iro -R J, 1983.

5. P into A F S , S an to s U M , M u ra d V, P ereira F E L , Z aganelli F L , A lm eida A Z . D o en ça de C hagas no E sta d o do E sp írito S anto. V - P rim eiro caso de Chagas diagnosticado no m unicípio de A lfredo C h av es, Espírito Santo. R ev ista d a Sociedade B rasileira de M edicina T ropical 3 :5 3 , 1969.

6. Santos U M , P in to A F S , A lm eid a A Z , Z aganelli F L , C arran ch o PV , N e to A N . D o en ça de C hagas no Estado do E sp írito S anto - III - V etores do tripanossom a. R evista d a S ociedade B rasileira de M ed icin a T ropical 3:5 1 -5 2 , 1969.

7. S antos U M , M u rad V, C h ap ad eiro E , P ereira F E L . D o e n ç a de C h ag as do E sta d o d o E sp írito S anto - IV. P rim eiro caso diagnosticado do m unicíp io de R io N ovo do Sul. R ev ista d a S ociedade B rasileira de M edicina T ro p ica l, 3:5 2 -5 3 , 1969.

8. Silveira A C , A len car T A , M áxim o M H C . Sobre o T r i a to m a v ittic e p s S tal, 1859, no E sta d o do E spírito Santo, B rasil. R esum os de C om unicações d a X R eunião A nual de P e sq u isa B ásica em D o e n ç a de C h ag as,

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Referências

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