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ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLÓGICAS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PATRÍCIA DUARTE DA ROCHA

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Academic year: 2019

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CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PATRÍCIA DUARTE DA ROCHA

MORTE E MORRER: REPRESENTAÇÕES DE ALUNOS DE

ENFERMAGEM

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PATRÍCIA DUARTE DA ROCHA

MORTE E MORRER: REPRESENTAÇÕES DE ALUNOS DE

ENFERMAGEM

Monografia apresentada ao Departamento de Enfermagem da UNEMAT- Campus de Tangará da Serra, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem, pela Universidade do Estado de Mato Grosso.

Orientadora: Profª. Dra. Cecília de Campos França Co-orientadora: Enfª. Esp.Vanessa Malacrida de Moraes

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R672M ROCHA, PATRÍCIA DUARTEDA

MORTE E MORRER: REPRESENTAÇÕES DE ALUNOS DE ENFERMAGEM / PATRÍCIA DUARTEDA ROCHA – TANGARÁDA SERRA [MT], 2010.

39F.: 21X29,7 CM.

MONOGRAFIA (TRABALHODE CONCLUSÃODE CURSO) UNIVERSIDADEDO ESTADODE MATO GROSSO, CAMPUSDE TANGARÁDA SERRA, CURSODE ENFERMAGEM.

ORIENTADORA: CECÍLIADE CAMPOS FRANÇA CO-ORIENTADORA: VANESSA MALACRIDADE MORAES

1. MORTEE MORRER. 2. REPRESENTAÇÕES. 3. ENFERMAGEM. I. ROCHA, P.D. II. TÍTULO.

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PATRÍCIA DUARTE DA ROCHA

MORTE E MORRER: REPRESENTAÇÕES DE ALUNOS DE ENFERMAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus Tangará da Serra, como requisito parcial, para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem.

Resultado: ___________________________________

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________ Professora Dra. Cecília de Campos França. - Orientadora Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra

Curso de Letras

___________________________________________________________ Professora Ms. Cristiane Ferreira Lopes de Araújo - Examinadora Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra

Curso de Biologia

___________________________________________________________ Enfermeira Esp.Vanessa Malacrida de Moraes – Co-orientadora

Enfermeira

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DEDICATÓRIA

Dedico este estudo em especial ao meu Pai, minha Mãe e meu Irmão que aguentaram meus dias conturbados de aulas e estágios corridos.

Ao meu namorado que me suportou toda estressada e nervosa durante o curso todo, e sempre acreditou que eu chegaria até o fim, até quando eu mesma não acreditava.

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Principalmente, a Deus, pois sem ele, nada seria possível.

À minha orientadora Dra. Cecília de Campos França por toda a dedicação e empenho em me auxiliar nesse estudo.

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RESUMO

Esta pesquisa visou conhecer as representações sobre o processo morte e morrer de alunos do curso de Bacharelado em Enfermagem da Unemat, campus de Tangará da Serra em início e final do curso. Inicialmente realizamos pesquisa bibliográfica acerca do assunto para que pudéssemos ter acesso aos autores que discutem essa temática. Em seguida, fizemos entrevistas individuais e semi abertas com os sujeitos escolhidos com o intuito de identificar possíveis modificações ou permanências na atribuição de significados sobre o tema ao longo do curso. Os autores que nos deram subsídio teórico neste trabalho foram Kubler Ross (2003, 2008), Áries (2003), Kovács (2008), Bretas; Oliveira e Yamaguti (2007, 2006), Esslínger (2008), Franco (2004), Arruda (2004), Rey (2003) entre outros. Este estudo nos mostrou que as entrevistadas de final de curso puderam estudar e discutir sobre a morte e o morrer somente no primeiro semestre de enfermagem, na disciplina de Psicologia Aplicada à Saúde e depois no decorrer do curso nenhuma outra disciplina incluiu este tema em seus conteúdos. Algumas delas chegaram a verbalizar que este assunto deveria ser tratado em todo o percurso de formação para que pudessem chegar ao final mais preparadas para diferentes situações profissionais. A esperança de vida após a morte foi apontada pela maioria como um conforto à vivência de perda. A questão da proximidade com o paciente ou pessoa em processo de morte é fator determinante para gerar mais ou menos sofrimento diante do fenômeno. A postura distante, o controle emocional e a aparente frieza diante da morte de outrem foi apontada como conduta profissional necessária ao bom profissional. O cuidado com a família apareceu em algumas falas. Evidenciou-se a urgência da universidade e do curso incluir este assunto entre os que conteúdos de suas disciplinas.

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ABSTRACT

This research aims to know the representations about the process die and death from students of the nursing bachelor course from UNEMAT, campus of Tangará da Serra during the beginning until the end of the course. Initially we accomplished bibliographic research about the subject so we could have access to the authors that discuss this thematic. Then, we did individual and semi open interviews with the chosen individuals with the aim of identifying possible modifications or permanencies of meanings attributions about the theme along the course. The authors that gave us theoretical subsidy in this work were Kübler Ross (2003, 2008), Áries (2003), Kovács (2008), Brêtas; Oliveira and Yamaguti (2006, 2007), Esslínger (2008), Franco (2004), Arruda (2004), Rey (2003) among others. This study showed us that the interviewed, at the end of the course, could study and discuss about death and die just in the first semester of nursing, in the discipline of psychology applied to health, and then no other discipline included this theme in their matter. Some of the interviewed verbalized that this subject should be treated during the whole formation so they could be more prepared to the different professional situations at the end of the course. The hope of life after death was also appointed to the majority as a comfort to the loss. The proximity question with the patient or person in process of death is a determinant factor to generate more or less suffering against the phenomenon. A posture against the emotional control and an apparent coolness against the death of others was pointed as a professional conduct necessary to a good professional. The care with the family appeared in some words. It became evident the urgency to the university and to the course to include this matter among the subject of this discipline.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ………...…….……...… 11

CAPÍTULO I REFERENCIAL TEÓRICO………..………...… 13

CAPÍTULO II METODOLOGIA ... 20

CAPÍTULO III RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 35

REFERÊNCIAS ... 37

OBRAS CONSULTADAS ... 38

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INTRODUÇÃO

Desde criança a idéia de falar sobre a morte sempre me fascinou, quando alguém comentava sobre alguma pessoa que tivesse falecido, corria para ver como a pessoa ficava. Sempre me falavam que ela estava apenas dormindo e mais nada. Com o passar dos anos fui aprendendo que isso não era verdade. Minha curiosidade aumentava, e comecei buscar saber quais eram as características de um corpo morto, inerte, o que significava a morte para aqueles que permaneciam ao meu redor e o mais intrigante foi descobrir que não há concepções científicas sobre o que ocorre após ela. Este tema está fora do âmbito das ciências.

Ao entrar no curso de enfermagem despertei para a necessidade urgente de entender, discutir e pesquisar sobre o tema Morte já que, nesta profissão, vou ter como dever lutar para manter a vida e bem estar dos pacientes a mim confiados bem como suas famílias. Portanto, estarei sempre diante de uma atividade que busca retardar, afastar o fenômeno da morte como possibilidade real que se objetiva com constância no cotidiano profissional da enfermagem.

A morte faz parte do processo natural da vida do ser humano e, ao longo do tempo, recebeu muitas significações. É um assunto que interessa a muitos e aguça a curiosidade por entender este grande mistério imposto a nós pelo fenômeno da existência.

Pensar na Morte e no Morrer nos suscita uma mistura de curiosidade, medo e mistério, o que mobilizou a humanidade ainventar as religiões para nos dar certo alento, alimentar nosso desejo e nosso imaginário com idéias como uma vida após a morte e felicidade no paraíso, dentre tantas outras.

Há um contingente grande de pessoas ao nosso redor que vêem esse assunto como assustador. Quando interpeladas algumas justificam seu olhar dizendo que é assunto técnico, tétrico, feio, que preferem não pensar nisto.

Vida e morte compõem uma unidade polar, pois a definição de um ou outro fenômeno e sua compreensão se dá pelo seu oposto. Cada um deles e os dois fazem parte da existência. Este fato, por si só, nos estimula a estudar, pesquisar e refletir de maneira profunda. Dilthey (1905) sobre isto escreveu: “A relação que caracteriza de modo mais profundo e geral o sentido de nosso ser é a relação entre vida e morte porque a limitação da nossa existência pela morte é decisiva para a compreensão e a avaliação da vida” (apud ABBAGNANO, 2000, p.684).

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caminhos a serem percorridos pelos enfermeiros, em termos de conduta, com a situação de um paciente em estado grave, quais são os cuidados adequados nesta situação, e quais são os contatos a serem realizados com as famílias destes.

Entendemos que este trabalho pode contribuir no sentido de sensibilizar os acadêmicos e professores de enfermagem a respeito da importância deste tema, da necessidade de se prepararem para ter contato com a morte e o processo de morrer, bem como, aprenderem a lidar com os familiares dos pacientes. Fazemos um alerta a respeito da urgência de se inserir esta temática como prioridade na matriz curricular do curso de enfermagem.

Esta pesquisa visou conhecer as concepções sobre o processo morte e morrer atribuídos pelos alunos do curso de Bacharelado em Enfermagem da UNEMAT - Campus de Tangará da Serra, envolvendo tanto os alunos em início como os de final de curso, com o intuito de identificar possíveis modificações ou permanências na atribuição de significados sobre o tema ao longo do processo de formação acadêmica.

Este trabalho está organizado em três capítulos. O primeiro diz respeito ao referencial teórico que escolhemos para nos subsidiar. Para a discussão sobre representações sociais e a questão da morte e morrer trouxemos as discussões propostas por Franco (2004), Kübler Ross (2008), Kovács (2008), Ariès (2003) dentre outros. No capítulo dois nos baseamos em autores tais como Richardson (1999), Severino (2002) e Marconi & Lakatos (2008) para a metodologia de pesquisa e para planejarmos as ações no decorrer do percurso. No capítulo três apresentamos as análises e por fim nossas considerações finais.

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CAPÍTULO I

REFERENCIAL TEÓRICO

O conceito de representações sociais aqui utilizado está de acordo com a abordagem de Franco (2004). Este autor diz que elas são elementos simbólicos utilizados para se expressar com o uso de palavras ou gestos, na linguagem oral ou escrita. Através destes os indivíduos explicam o que pensam, como percebem esta ou aquela situação, quais são suas expectativas em relação a isto ou aquilo e, assim por diante. Os indivíduos constroem as representações sociais de acordo com a sua vivência sobre um assunto.

Já Jodelet (apud ARRUDA, 2002), traz uma definição mais consensual sobre representação social. Ela diz que é um conhecimento construído através de elaboração e compartilhamento social que tem um objetivo prático, e que contribui para construir uma realidade comum a um conjunto social.

Para Moscovici (apud BRÊTAS; OLIVEIRA E YAMAGUTI, 2007) representações sociais são:

Um conjunto de conceitos, proposições e explicações originadas na vida cotidiana no curso de comunicações interpessoais. Elas são equivalentes, em nossa sociedade, aos mitos e sistemas de crença das sociedades tradicionais; podem também ser vistas como a versão contemporânea do senso comum (p. 387).

Entendemos que as três proposições acima expostas são complementares e nos auxiliaram a compreender nosso objeto de estudo e subsidiaram teoricamente as análises. Assim para se falar sobre o processo morte e o morrer entendemos ser indispensável que esse assunto seja discutido com alunos da área da saúde para podermos ter uma compreensão de seus valores afetivos, mentais e sociais, para pensá-los de maneira articulada com a cognição, a linguagem e comunicação. Este estudo permite refletir sobre as relações que afetam suas representações e a realidade de suas idéias.

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Mesmo com o passar dos anos, das mudanças de conceitos, de pensamentos e filosofia da sociedade, o enfrentamento da morte não mudou, como afirma Kübler Ross (2008), morrer é um fato medonho, pavoroso que causa um medo universal, mesmo o ser humano sabendo controlá-la em vários níveis, a única coisa que mudou foi o modo de lidar e conviver com ela.

Quando se estuda a história da morte e do morrer nota-se que não é só um fato ou conceito biológico, sua dimensão é muito maior que isso, ela abrange toda uma estrutura social, cultural e emocional de uma sociedade, o modo de ver e enfrentar se altera ao longo dos anos (ARIÈS, 2003). Assim como coloca Morin (apud CARVALHO et al, 2006), a morte é um conceito relativo que depende de vários fatores como: “desenvolvimento social, cultural e histórico, excessivamente complexo, mutável, influenciado pelo contexto situacional e repercute no comportamento individual e grupal do morrer” (p.551).

Segundo Ariès (2003), nas sociedades antigas tinha-se que o moribundo sabia de seu fim prévio e que este tomava as providências necessárias para o seu fim, eram realizados os atos cerimoniais tradicionais: lamento da vida, das pessoas e coisas que iriam deixar. Tudo era bem discreto. Em seguida, lembranças da vida vinham à tona. Após os perdões mútuos, o leito era rodeado por familiares, amigos, religiosos e até pessoas desconhecidas, visto que, era uma cerimônia pública. Recebia-se a absolvição sacramental e esperava-se o seu fim.

Com o passar dos séculos essa cena foi se modificando, continuavam esses rituais, seguidos de cenas de choro, súplica e muitas gesticulações dos entes queridos e, às vezes, até de desconhecidos. Muitas vezes, eram contratados estranhos para que fizessem toda essa encenação em seu leito e durante o seu cortejo (ARIÈS, 2003).

Na segunda metade do século XIX o moribundo já não era informado de seu fim, sua família e seus amigos tendiam a poupar-lhe desta notícia ocultando a gravidade de seu estado. A morte começa a se tornar um problema para especialistas. E não há mais todos aqueles ritos e cerimônias públicas, tudo se torna algo bem discreto para mostrar que nada aconteceu. Ariès (2003) coloca um fato importante que auxiliou nessa mudança de comportamento. O morrer não ocorria mais em casa e sim em hospitais, o moribundo não tem mais domínio da sua morte. Outros detêm o poder de cuidar e intervir em seu processo de morte com legitimidade social.

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Na antiguidade, no quarto do moribundo sempre tinham crianças. Estas sabiam o que estava acontecendo e o que iria acontecer com a pessoa nestas condições. Não se escondia nada em relação a este assunto, com o passar dos séculos a criança foi proibida de estar no quarto do moribundo, e quando perguntava o que estava acontecendo simplesmente falavam que não era nada. Quando a pessoa morria falavam e, ainda falam, que ‘Deus levou fulano para junto dele’ ou, até mesmo, ‘Foi fazer uma longa viagem’, hoje em dia as crianças sabem como nascem os bebês, mas não sabem o que é morrer (KÜBLER-ROSS, 2008).

Maria Júlia Kovács (2008) é uma das grandes pioneiras no Brasil sobre o tema em questão, na obra sobre Morte e existência humana: Caminhos de Cuidados e Possibilidades de Intervenção, a autora traz um capítulo intitulado: Educação para morte: desafio na formação de profissionais de saúde e educação, em que inicia com um histórico sobre a morte apontando um paradoxo. Como fala Ariès (2003) a morte era considerada Domada, por ser um fato comum, considerado normal, esperada, passando no século XX e no século atual a ser vista como algo interdito, uma vergonha, que não deve ser mencionada. Kovács (2008) traz um conceito novo, que é o da morte escancarada:

Morte escancarada é o nome que atribuo à morte que invade, ocupa espaço, penetra na vida das pessoas a qualquer hora. Pela sua característica de penetração dificulta a proteção e controle de suas conseqüências: as pessoas ficam expostas e sem defesas. Ela não é aberta a comunicação como a morte rehumanizada, na qual se vê um processo gradual e voluntário regido pelo sujeito. Ou seja, a morte escancarada é brusca, repentina, invasiva e involuntária.

Exemplifico a morte escancarada com duas situações: a morte violenta das ruas, os acidentes e os homicídios; a morte veiculada pelos órgãos de comunicação, mais especificamente pela TV (KOVÁCS, 2008, p. 141).

O que traz um questionamento: Como pode a morte ser um assunto que não pode ser comentado entre pessoas e é ao mesmo tempo tão divulgado? Esse excesso de divulgação faz aumentar o pavor que as pessoas têm dela, fazendo com que as mesmas se portem como se ignorassem este fenômeno em seu pensamento. Isto se dá pela crença de que se não a mencionarem ela não vai existir e só ocorrerá com os outros.

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Os profissionais de saúde são formados para curar a doença, combater a morte, e não para lidar com o ser humano que está morrendo. Dispensar tempo com este tipo de atenção seria o mesmo que perder tempo de salvar-lhe a vida, pelo menos é o que justificam. Não seria essa uma forma de fuga das ansiedades vividas por um paciente em fase terminal e, assim, proteção para os profissionais para não serem tocados por esta mesma ansiedade diante deste fenômeno? Viver esta situação com um moribundo não seria lembrar que somos impotentes limitados e principalmente lembrarmos de nossa própria morte? (COMBINATO & QUEIROS, 2006; KÜBLER ROSS, 2008).

Muitos quando são questionados sobre quais de seus pacientes estão morrendo, fogem do assunto falando que os mesmos estão se recuperando, e ao mesmo tempo, dizem o mesmo aos próprios pacientes com receio de que eles comecem a realizar cenas dramáticas que possam vir a assustar outros pacientes. Estes profissionais entendem que o bom paciente é aquele que fica quieto, que não dá mostras de sentimentalismos, sejam discretos para não atrapalharem a serenidade do hospital (ARIÈS, 2003; OLIVEIRA & AMORIN, 2008). Cabe um questionamento aqui: Seria o hospital uma instituição, de fato, serena? Esta se ocupa de cuidar de certas fragilidades humanas relacionadas com a vida e sua manutenção, ou ainda, com a iminência da perda desta vida, condição esta, muitas vezes, que não se tem como modificar, não se sabe como interferir nesta dinâmica e em seus resultados. Esta afirmação a respeito da serenidade, tranqüilidade, silêncio no hospital, não deve ser entendida e analisada acriticamente como paz, mas sim, como um turbilhão de sentimentos, sensação de impotência socialmente reprimido.

O cuidado com o paciente vai além da técnica, é necessário observar as necessidades emocionais do paciente. Com a união da técnica e a psicologia, a equipe de saúde deve desenvolver suas ações objetivando não só auxílio quando o mesmo nasce, mas também quando morre (PALÚ; LABROCINI & ALBINI, 2004).

Os médicos e a equipe de enfermagem devem visar tanto o bem estar físico quanto o bem estar psicológico do paciente e seus familiares considerando as implicações destes aspectos constitutivos da pessoa e dos grupos.

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Para que se possam realizar esses cuidados com o paciente, temos que entender o que o paciente passa como ele se sente. Kübler Ross em seu livro Sobre a Morte e o Morrer explica detalhadamente através do método de análise de entrevistas, que foram realizadas com pacientes em fase terminal, como são os sentimentos e atitudes deles diante desse processo. Ela os classificou em 5 estágios:

Negação: primeiramente ele nega, não aceita seu diagnóstico, procura outros especialistas para provar que não tem nada, mas passa a verificar que estava errado;

Raiva: depois a negação é substituída por sentimentos de raiva, revolta, inveja e de ressentimento. “Por que eu?” é nessa fase que a equipe de saúde tem mais problemas de relacionamento com o paciente, não entendem o que se passa com o paciente;

Barganha: é uma tentativa de adiamento do paciente, normalmente é entre ele e Deus, pede para poder ficar mais um pouco, às vezes até uma ocasião especial como casamento de um filho ou coisa assim;

Depressão: quando o paciente não pode mais negar sua doença, quando nota seu estado debilitado ou de não conseguir esconder a doença. Aí vem a raiva e a revolta, mas estas cedem a um sentimento de grande perda (desde a aparência física até financeira), o paciente entra em uma grande tristeza. Essa fase é necessária para o mesmo alcançar a próxima fase;

Aceitação: esta fase é para aqueles pacientes que tiveram tempo necessário para chegar nela (não tiveram uma morte súbita) ele não sente mais raiva ou depressão quanto ao que vai lhe ocorrer, já terá lamentado por tudo que irá perder, estará cansado e bastante fraco, mais sonolento, sente necessidade de ficar sozinho. Alguns nunca chegam nessa fase querem lutar até o fim.

Entender esses estágios é de fundamental importância para o enfermeiro, pois ele precisa conhecer o processo que as pessoas nestas condições passam, a fim de atender melhor suas necessidades, e esses estágios nem sempre ocorrem nessa ordem e nem todos os pacientes passam pelos 5 estágios.

Parkes (apud KOVÁCS, 2003) quando fala sobre a família, diz que não somente o paciente sofre por causa de seu estado, sua família sofre junto, e que estes enquanto se adaptam diante de um diagnóstico que pode ser fatal passam por alguns estágios mencionados a seguir:

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adaptações necessárias e a proposição de novos investimentos em atividades que possam ser realizadas (PARKES apud KOVÁCS, 2002, p. 116).

Da mesma forma que o paciente, não são todos os familiares que passam por todos os estágios e nem na mesma seqüência, em relação aos familiares acorre ainda de cada um passar pelos estágios em momentos diferentes (KOVÁCS, 2003). O profissional de saúde tem que estar muito bem preparado para lidar com essa situação emocional multivariada que pode ser muito traumáticapara o paciente.

Muitos profissionais de saúde reagem com hostilidade com a família do paciente, essa reação é, muitas vezes, uma forma de proteção para os mesmos, pois agem dessa forma para não se envolverem com o caso, para que possam continuar a executar suas funções. Concordo com Esslínger (2008) quando diz que esta hostilidade é uma forma de proteção por não saberem como lidar com esse sofrimento. No entanto, para a família este comportamento é deveras prejudicial e não ajuda em nada, podendo mesmo deixar a situação mais tensa e mais difícil.

Kovács (apud ESSLÍNGER, 2008) aponta alguns temas que são de muita importância na formação de um profissional de saúde para que este possa estar preparado para lidar com o processo morte/morrer, esses temas são:

1) Como comunicar aos pacientes e familiares o agravamento da doença e a proximidade da morte;

2) Como lidar com pacientes que estejam apresentando intensa expressão de sentimentos: medo, raiva e tristeza;

3) Como desenvolver o tratamento de pacientes sem possibilidade de cura, aprofundando a diferença entre curar e cuidar;

4) Como cuidar de sintomas incapacitantes, que causam muito sofrimento e dor;

5) Como abordar a família quando da aproximação da morte e como acolher os fortes sentimentos presentes nessa situação;

6) Como lidar com a expressão do desejo de morrer por parte do paciente ou da família, que não suporta ver tanto sofrimento (p. 159).

Além desses temas ela ainda elenca a importância de haver grupos multidisciplinares nos hospitais para discussão de temas que envolvam a bioética no contexto hospitalar.

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Vários autores pesquisaram a importância de se estudar o tema e verificaram a mudança no comportamento de seus participantes fazendo com que os mesmos ficassem mais tranqüilos diante do tema, aprenderam a dividir isso com seus familiares e amigos, a buscar métodos de lidar com os pacientes e familiares dos mesmos (KOVÁCS, 2008).

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CAPÍTULO II

METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado através de uma abordagem qualitativa, pois visou analisar as representações sociais dos sujeitos acerca do processo morte e morrer. Este método é o que melhor se adequou para o estudo deste objeto de pesquisa, visto que estas abordagens:

[...] podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento de particularidades do comportamento dos indivíduos (RICHARDSON, 1999, p. 80).

Sendo assim entendemos que esse caminho é mais adequado, pois nos permitiu compreender os significados que cada indivíduo atribuiu ao tema e como essa compreensão influenciou as relações estabelecidas no cotidiano profissional.

Local de estudo

Universidade do Estado de Mato Grosso

O Campus Universitário de Tangará da Serra está situado à Rodovia MT – 358, Km 07, Jardim Aeroporto, em Tangará da Serra - MT município este distante da capital Cuiabá, 240 quilômetros, foi emancipado em 13 de maio de 1976, encontra-se localizado a sudoeste do Estado de Mato Grosso, com altitude média de 452 metros, entre os paralelos 14 e 15 graus e entre os meridianos 57° 15’ 00” e 59 10’ 00”. O município possui uma área total de 11.423,04 km², sendo que aproximadamente, 53% é área indígena do povo Paresi, habitante primeiro de toda a área dos campos do Tapirapuã, local onde está edificada a cidade e a zona rural de Tangará da Serra (UNEMAT, 2008a).

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governador daquela gestão a adquirir o prédio do CESUT e a UNEMAT a encampar os três cursos que existiam na ocasião. Este ato representou muito mais do que simplesmente tornar-se uma universidade gratuita, significou principalmente a possibilidade de expandir, ampliar os horizontes dos conhecimentos já produzidos até então, repensar o fazer pedagógico e atender a demanda crescente da região com ensino, pesquisa e extensão (UNEMAT, 2008a).

Atualmente o Campus conta com 7 cursos sendo: Administração em Empreendedorismo, Administração em Agronegócios, Ciências Contábeis, Letras, Ciências Biológicas, Agronomia e Enfermagem. Ao todo conta com aproximadamente com 2200 universitários.

Curso de Bacharelado em Enfermagem

Em 2006 é criado o Curso de Bacharelado em Enfermagem na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) – Campus de Tangará da Serra, com o intuito de formar um profissional crítico, reflexivo e humanista, competente técnica e politicamente, capaz de atuar na atenção individual, coletiva, educar em saúde, gerenciar serviços de saúde e de enfermagem e produzir conhecimentos em saúde. Atendendo uma carência desses profissionais na região, conforme reivindicação da população (UNEMAT, 2008b).

O quadro docente é composto em sua maioria por enfermeiros contratados, possuindo somente alguns professores efetivos disponibilizados por outros cursos. Sendo que a maioria desses enfermeiros não possui curso de licenciatura, somente o curso de bacharelado.

Os estágios são realizados conforme a sua área podendo ser realizados em Unidades de Saúde da Família, Centro de Atenção Psicossocial, Lar do Idoso, Unidade Mista de Saúde e Hospital das Clínicas.

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População e amostra

A pesquisa foi realizada com alunos do 1º e 7º semestres do curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Tangará da Serra.

Os sujeitos foram selecionados de acordo com a disposição dos mesmos em participar da pesquisa, sendo utilizados 3 alunos de cada turma. Devido à pesquisa ser do tipo qualitativa esta não exige quantidade de participantes, mas maior profundidade nas análises do fenômeno.

Depois foram apresentadas aos participantes as linhas gerais da pesquisa e a importância dos mesmos participarem dela, foi explicitado que a mesma iria respeitar todos os aspectos éticos conforme a resolução Nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Em seguida assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.

Instrumentos de medida e coleta de dados

Foram utilizadas como instrumento de coleta de dados a entrevista semi-estruturada e a observação, porque a entrevista proporciona um recurso viável e promissor de retratar o pensamento do outro, visto que, há uma interação face a face. Através dessa proximidade entre as pessoas é possível conhecer sua vida e compreender as concepções dos sujeitos sobre o objeto de interesse da pesquisa (RICHARDSON, 1999).

A observação se utiliza dos sentidos do pesquisador para conseguir captar certos aspectos da realidade. Ela oportuniza examinar os fatos ou fenômenos da realidade, bem como os afetos implicados no fenômeno que se está estudando (MARCONI & LAKATOS, 2008).

As entrevistas foram gravadas, realizadas individualmente em local reservado e silencioso, sendo o horário e o local determinados em comum acordo com os alunos.

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Foram observadas durante as entrevistas as reações ocorridas dos entrevistados e pode-se notar expressões de dúvida, insegurança, desvios de olhar, pausas para pensar, nervosismo (mãos suadas e repetição de certos gestos), também expressões de convicção e naturalidade. Estas observações foram escritas em forma de relatório e compõem os dados de coleta de informações. Estes comportamentos denunciam a dificuldade que temos em lidar, falar e tratar com o objeto de nossa pesquisa.

Para a preservação da identidade dos entrevistados seus nomes foram substituídos por nomes de pedras preciosas cabendo somente a pesquisadora em questão a informação sobre suas identidades.

Análise dos dados

Durante a análise dos dados, para compreender as representações sociais dos sujeitos sobre as concepções de morte e morrer foram analisadas as suas falas, e também foram comparadas as falas do 1° semestre com as do 7° semestre.

Caracterização dos sujeitos

Aluno Situação no Curso Sexo Idade Religião

Ônix Iniciando Feminino 38 Evangélica

Safira Iniciando Feminino 19 Católica

Topázio Iniciando Masculino 23 Espírita

Esmeralda Finalizando Feminino 23 Católica

Diamante Finalizando Feminino 22 Espírita

Rubi Finalizando Feminino 22 Católica

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CAPÍTULO III

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para analisarmos os dados levantados em nossa pesquisa optamos por ler e reler as entrevistas a fim de identificar categorias que pudessem organizar nossas análises.

As categorias que identificamos denominamos representações e a partir da construção destas categorias fizemos uma subdivisão que compreende:

Morte e Religião

Medo da Morte do outro significativo Enfrentamento da morte

Morte e Faixa- Etária

Morte no contexto Profissional

Em seguida comparamos algumas falas dos alunos do primeiro semestre com as dos alunos do sétimo semestre.

Morte e Religião

Esta categoria diz respeito à crenças sobre uma possível continuidade de vida, em uma garantia sobrenatural de salvação ou de condenação, prestação de contas de atos cometidos em vida na face da Terra. Diz-se sobrenatural no sentido de situar-se fora e além dos limites circunscritos pelos poderes dos seres humanos, de agir ou poder agir onde tais poderes são impotentes e de ter um modo de ação não compreensível e impenetrável. A crença na garantia sobrenatural da existência e as técnicas que permitem obter ou conservar tal garantia é fundamental para organizar a vida humana de uma dada maneira. Assim sendo, quem não tem uma religião organiza-se de maneira diferente daqueles que a tem. Por técnicas, entende-se todos os atos ou práticas de culto como: oração, sacrifício, ritual, cerimônia, serviço divino ou serviço social. A crença na garantia sobrenatural é atitude religiosa fundamental, podendo ser interior ou pessoal; ao contrário, as técnicas destinadas a obter e conservar essa garantia constituem o lado objetivo e público da religião, seu aspecto institucional, social e cultural. (ABBAGNANO, 2000, p.846-847).

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[...] a gente sente falta como todo mundo sente, mas não é aquele desespero,

que tem de ver assim e quando a gente sabe, que qualquer pessoa, amigo ou parente morreu com Cristo, a gente

fica calmo, a gente fica calmo [...] (Ônix).

A religião é usada como preparação e compreensão do processo de morte nas situações do cotidiano. A morte para a entrevistada é o fim de um ciclo em um tempo e espaço, mas representa o início de uma nova existência. Existência que se pensa em condição diferente daquela conhecida. Esta idéia de continuidade é, portanto, a oportunidade de resgatar e refazer algumas ações. Pensar assim pode trazer conforto para aqueles que se vêem privados do convívio da pessoa que foi subtraída da convivência diária. A idéia de estar com Cristo acalma e suspende o desespero, pois funciona como um porto seguro ao qual se deve agarrar quando se está diante do desconhecido.

Ao longo de milênios o ser humano utiliza-se da religião para poder suportar a idéia da morte, chegando a utilizar nas sociedades antigas até meados do século XIX de rituais que agradassem a um ser superior para garantir uma vida pós morte tranqüila (ARIÈS, 2003).

[...] a bíblia fala que você morreu acabou, o seu corpo volta para o pó como do pó você veio, e aí depois disso o que, [...] vai acontecer. Você vai esperar o dia em que vai encontrar com Deus e prestar contas do que você fez aqui né [...] (Ônix) [Grifo nosso].

[...] a morte para mim, a minha no caso, eu tenho uma base religiosa que me, que faz com que eu não tenha medo disso, que isso para mim é uma, é só um recomeço uma outra fase que vai começar [...] (Diamante) [Grifo nosso].

A morte para mim é a morte de um corpo, matéria morta, um, eu acredito no espírito e na alma quando deixa esse ambiente, e depois sim, vem a verdadeira vida [...] vamos dizer assim, aí você analisa você vê o que você fez o que você não fez [...] (Topázio) [Grifo nosso].

Nos fragmentos temos o término de uma existência em certas condições, mas ao mesmo tempo, a crença de continuidade em outras condições. É possível identificar a possibilidade de se fazer um balanço do que foi feito e o que se deixou de realizar.

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Nesse sentido podemos entender que o desconhecimento sobre a morte nos faz buscar uma explicação supra sensível que pode nos confortar e nos facilitar a lidar com esse processo.

Medo da morte do outro significativo

Em épocas primitivas o ser humano vivia em bandos para poder se proteger dos perigos que sempre o cercava, como os animais selvagens e também de outros seres humanos, havia uma grande preocupação quando ocorria alguma perda no grupo, pois o mesmo acabava por se tornar mais vulnerável aos perigos, com o passar dos tempos este convívio necessário fez o ser humano aprender a ter relações de amor e carinho para com o próximo, tornando esta relação inicial de necessidade de proteção física para relações mais próximas e com laços afetivos estreitos.

Quando se fala da morte do outro, há uma angústia, um medo de perder aquela pessoa que tanto amamos. A perda de um vínculo afetivo significativo e intenso nos remete, a uma condição de solidão e enfraquecimento para enfrentar as adversidades em nossa vida, ainda que de forma circunstancial.

Como evidenciado nas seguintes falas:

[...] se é um alguém perto de mim, eu não me dou bem com isso [...] (Diamante).

[...] eu morrer, eu não tenho medo, não me trás nenhum tipo de medo da morte, eu tenho medo das pessoas que eu gosto morrerem [...] (Esmeralda).

Estas perdas além da solidão e do enfraquecimento psicológico, citados anteriormente, podem suscitar uma crise de identidade, já que esta se constrói considerando as relações que estabelecemos ao longo de nossas vidas. A ‘maneira como me vejo é constituída em relação estreita com o outro’ (FRANÇA, 2005).

Há com a morte do outro a consciência da ausência e da separação, fazendo com que haja o medo de ser abandonado (BRÊTAS; OLIVEIRA & YAMAGUT, 2006).

Morte e Faixa Etária

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idéia de morte próxima, porque morrendo escapava-se da decadência e degeneração que iria ocorrer com a velhice (ARIÈS, 2003; KOVÁCS, 2003). Atualmente a morte de um jovem não é mais vista desta maneira e sim como uma perda inestimável para a sociedade, sendo motivo de muita tristeza e comoção, já a idéia de decadência e degeneração ainda estão associadas a velhice, tornando a morte de um idoso algo natural.

Quando o tema morte e morrer direciona-se para a faixa etária, a morte de um idoso é na maioria das vezes a mais aceita, ainda mais em uma sociedade capitalista como a nossa que entende que quem produz certas coisas é útil e quem não mais as produz não o é mais. O idoso muitas vezes é visto como alguém que não tem mais interesse social. É importante lembrar aqui que a sociedade ocidental vive, desde algum tempo uma espécie de apologia à juventude. Esta tem sido exemplo e modelo para vestimentas, comportamentos dentre outras coisas. O idoso é visto como aquele que viveu o que tinha que viver. Esse conceito fica evidenciado na seguinte fala:

[...] quando morre uma pessoa idosa, uns 80 anos, no caso do meu avô ele tinha 87 anos, então, a gente ficou conformado até, ele teve uma vida toda dele, fez muitas coisas [...], viveu um bom período [...], então e a gente sabe que é inevitável a morte né, a gente fica mais conformado [...] (Esmeralda).

A idéia de descanso, de alívio para um provável sofrimento de um idoso faz com que se enfrente com mais aceitação e naturalidade a sua morte:

Morte é uma maneira e um descanso, a bíblia fala, embora a bíblia católica tenha umas poucas diferenças que, a partir dos 70 anos é canseira e enfado, então assim, você pode viver mais que isso, mas é canseira, e realmente é [...] (Ônix).

[...] tem pessoas que nem o meu avô, [...] ficou 5 anos de cama né, e no final assim, quando ele faleceu [...] todo mundo, até, vamos dizer [...], aliviou ele, porque acabou aquele sofrimento dele [...] (Topázio).

Já a morte da criança é vista como precoce, injusta, acidental em nossa sociedade visto que a mesma está começando a viver o que faz com que as pessoas sintam dificuldade de lidar com esse tipo de morte:

[...] quando morre criança, por exemplo, um jovem agente fica muito nossa (expressão de tristeza) [...] (Esmeralda).

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A surpresa, o inesperado gera uma condição em que as pessoas suspendem sua ordenação lógica do fenômeno da vida como processo linear e submetido a lógica mais aceita de que a morte é fenômeno certo e previsto para quem está na fase denominada de idosa e não é prevista para a criança ou jovem.

Enfrentamento da morte

Cada pessoa tem uma maneira diferente de confrontar a situação de morte, uma maneira única que adquiriu com o decorrer de sua vida, através de ensinamentos que lhe foram repassados ou situações já vividas. Atitudes de medo, pavor, angustia, negação diante desse assunto são comuns, mas também sentimentos de naturalidade são encontrados.

É um processo difícil e angustiante o de enfrentar a morte, sendo este mais angustiante e difícil para quem observa, porque "a morte provoca rupturas profundas entre quem morreu e o outro que continua vivendo" (CARVALHO et al, 2006, p. 551), fazendo com que haja a necessidade do ser humano se ajustar, entender e perceber o mundo em que vive.

Enfrentamento da morte, essa é uma categoria que fez revelações interessantes, visto que muitos utilizaram situações já vividas para analisar como vai ser quando formado, o que pode ser visto na seguinte fala:

[...] eu já vi uma pessoa [...], vir a óbito na nossa frente, na minha frente, como os demais colegas que estavam ali presente, e assim, a gente ficava meio apreensivo, porque era, e tava assistindo ali só, então ficava apreensivo, de não morre não morre, e acaba dando um choque assim [...]. Primeira impressão, assim também levei numa boa, porque a partir do momento que eu resolvi fazer faculdade de enfermagem, sabia que ia passar por tudo isso né, de conviver com a morte, de conviver com a enfermidade, sofrimento, então meio uma preparação assim (Esmeralda).

[...] uma das coisas assim, que eu percebi que ao longo de profissão a gente vai se tornando muito frio, na enfermagem, você não tem muito tempo pra emoção [...] (Ônix).

Durante as situações vividas, já colocam na prática o que aprenderam de manter e recuperar a vida, sem se envolverem sentimentalmente com a situação para não interferir na “qualidade” do seu trabalho, isso fica evidenciado na seguinte fala:

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Alguns mesmo sem ter experiência na prática, ou seja, não terem visto um paciente morrer, também expressaram como irão reagir quando profissionais, já tendo a idéia do que é “ser profissional” :

[...] se eu trabalhar com ela, se eu cuidar dela, é claro que eu vou sentir tipo, porque é uma pessoa que eu cuidei, que eu tava ali todos os dias e tal. Mas assim, [...] sei assim, que eu vou ter que ser profissional, também eu não vou chegar junto com a família e chorar [...] (Safira).

Como já dito, o ser humano utiliza de situações ocorridas ou mesmo de observações feitas ao longo da vida, para formular as suas concepções e em relação ao futuro profissional da saúde não deixa de ser diferente, ele se cerca de suas concepções para analisar como vai ser e analisa a profissão em que irá trabalhar.

Verificou-se que os entrevistados se empenharam em sempre mostrar que vão superar e não vão se envolver sentimentalmente, para eles será até que uma situação “natural”:

[...] tem todo o sentimento, o respeito [...], pela pessoa, pela família que ta ali que perdeu [...] um parente querido, alguém querido, mas é mais natural assim, eu vejo que vai ser mais natural (Esmeralda).

O ser profissional já vem atrelado a idéia de não se envolver, fazendo assim com que possa continuar as suas atividades normalmente. Porque se envolver traz a tona os sentimentos de medo e angústia o pensar na morte faz emergir.

Brêtas, Oliveira & Yamagut (2006) através de pesquisas verificaram que há o despertamento de sentimentos de culpa e impotência em profissionais que tiveram proximidade com seus pacientes e estes chegaram a falecer.

Mesmo com esse empenho foi possível verificar além de suas falas como também através de expressões faciais e tons de voz, o medo que os mesmos têm da morte, o medo que tem de como irão reagir, os mesmos já imaginam como irão:

[...] na hora que tiver que tomar as providências, tiver que dar a notícia pra família, tiver que fazer todos os procedimentos cabíveis, no momento eu vou fazer. Porque eu não vou ser daquelas que vai travar, eu vou fazer normalmente, vai correr tudo tranqüilo. Mas na hora que eu parar e pensar na situação atrás eu vou sofrer junto, digamos assim com a família (Rubi).

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tempo se você, se eu me envolver com o paciente tiver uma historia ali, quando, se, ele chegar a falecer em minhas mãos em algum procedimento que eu esteja realizando com certeza isso vai me abalar também (Diamante).

Um sentimento que surgiu, que mostra como o acadêmico esta preocupado com o seu comportamento, é o medo de se tornar frio, e isso ao mesmo tempo em que vemos o quão estão empenhados em não se envolver:

[...] ‘ Ah, morreu, morreu’ aí você já vira, tem estágio e você tem que tocar pra frente às vezes, você não dá nem importância, depois que você chega em casa, você fala: ‘Poxa mais fulano morreu’, e não sei o que, mas na hora você nem, então às vezes eu tenho medo de me tornar fria, tenho medo de estar e de me tornar, não sei se estou, ainda (Rubi).

Ao se tocar em um assunto tão profundo e ao mesmo tempo tão ‘escondido’, há primeiramente a intenção de mostrar que isso não lhe causa problema, que é algo ‘natural’, mas o ser humano aos poucos vai se abrindo e mostrando o quão difícil pode ser enfrentar essa situação, pois o mesmo começa a analisar todo o contexto e unir com os seus sentimentos e ver como pode ficar envolvido.

Algo que pode-se notar é que o aluno ainda não tem noção dos seus sentimentos, ele esta confuso, não sabe o limite que os mesmos podem chegar, mostrando a importância de se ter experiências práticas seguidas de orientações por seu professores.

Quando abordados em relação se tiveram alguma preparação para encarar a morte, não somente os acadêmicos em início de curso, mas os em finalização relataram ter tido pouco ou nenhum preparo ou discussão de como se comportar perante tal situação. Os em início de curso relatam sobre as aulas de anatomia:

É, falaram sobre respeito na hora, agora sobre como encarar, como fazer, passar por isso, mostrar mesmo, não (Topázio)

[...] pediu respeito, que querendo ou não era uma pessoa embora pra gente seja desconhecido, mas era uma pessoa, pediu respeito [...], falou que ele tinha família. Foi muito bacana o trabalho do professor, mas preparar em si para a situação não. Teve gente assim que ficou em choque [...], mas apesar de que todo mundo saiu muito bem [...] (Ônix).

Também falaram de como é ensinado somente os cuidados físicos e burocráticos:

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Os acadêmicos em finalização de curso também relataram ter havido pouco ou nenhum preparo para lidar com a situação:

Não, o que fez parar e pensar na situação de morte do paciente foi a perca do meu pai (Rubi).

Contam suas experiências práticas e como não foi oferecido nenhum suporte por parte de seus professores, fazendo com que continuassem a rotina como se nada tivesse ocorrido, aproveitando para realizar os procedimentos físicos com o corpo:

Não, não, não teve nada de apoio [...] foi assim, ainda [...] tinha uma disciplina, na disciplina tinha a parte de preparação de corpo, então a gente aproveitou [...] esse acontecimento e a gente acabou fazendo o procedimento [...] (Esmeralda).

Não, na realidade, não, não teve nada, nenhum tipo de conversa nem nada a respeito disso. Por quê?Eu não sei, se ele imaginou que era uma, que era coisa de rotina pra nós, que a gente já teria vido, vivenciado ou alguma coisa assim, mas, ele não falou nada a respeito disso, fez os procedimentos. Assim também realizou tudo ali, aí depois agente foi sentar pra conversar no final do dia, do estágio, ele falou, avaliou, analisou também só os procedimentos nada a questão mais emocional, psicológica dos alunos mesmo, quanto àquilo que a gente tinha vivenciado [...] (Diamante).

É observado que mesmo sendo algo rotineiro no curso o convívio com o tema, este não é abordado, mesmo o tendo à frente, é deixado de lado, e somente sendo dado atenção as ações a sua volta, fazendo tudo para que não atrapalhe a rotina.

A dificuldade que o professor tem de auxiliar no crescimento humano do aluno vem primeiramente da formação do mesmo, que provavelmente quando aluno também não teve um preparo adequado para lidar com a situação (BRÊTAS; OLIVEIRA & YAMAGUT, 2006).

Quando o professor não fala no assunto, para ele é uma forma de não pensar no mesmo, uma forma de dar continuidade a sua formação de se preocupar somente em salvar, fazendo com que o aluno também tenha essa formação, para assim dar continuidade a esta fuga de sentimentos na área da saúde.

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Morte no contexto Profissional

Os profissionais de saúde desde há muito tempo são colocados como deuses, que lutam pela vida contra a morte e por isso são adorados e admirados, mas também menosprezados quando seus ‘poderes’ falham. Mas o profissional da saúde é um simples ser humano, que sempre esta cercado do perigo de acreditar mesmo que realmente é um Deus, dono da vida e da morte, ainda mais porque o paciente que se encontra em uma situação de fragilidade, necessita de uma figura poderosa, divina ele projeta no profissional que o está cuidando esta figura. E, o profissional cai facilmente nessa armadilha e sente-se um Deus e torna aquele paciente especial, com a obrigação de salvar-lhe a vida. Às vezes ele é curado e o profissional realmente se sente um Deus, às vezes não, aí vem a decepção, e o profissional de Deus passa a ser um fracassado, que muitas vezes é atacado por nossa sociedade. Esse é um profissional que com isso tudo não aceita suas limitações, sua condição humana. Aí vem a realidade da morte e mostra a sua impotência, o que não é verdadeiro porque a potência do profissional é a capacidade de ‘estar ao lado’, dar as melhores condições aquele paciente (CASSORLA apud KOVÁCS, 2003).

Quando questionados sobre a preparação acadêmica para lidar com o tema no dia a dia os alunos demonstraram grande preocupação pelo fato de não terem essa preparação e acharem que necessitam ter. O que pode ser evidenciado nas seguintes falas:

[...] com certeza, uma preparação do que é a morte sobre vários aspectos [...], varias visões, vários pontos de vista diferentes do que é morte. Pro aluno que não, é, não tem isso consciente [...], ficar mais preparado [...] (Esmeralda).

Acho que tem, porque isso vai ter que vamos dizer, assim, diariamente você vai ter que conviver, fora que, quando você menos esperar você vai ter que tá nesse meio de vida (Topázio).

Deveria, deveria até porque é assim, que nem o quando é com os outros, a gente não importa, quando é com a gente importa. Até, tipo, foi uma coisa assim, eu estou terminando a faculdade, vou terminar, mas eu cheguei a pensar em parar, porque tem que se trabalhar isso, porque enquanto é com os outros vai se tornando frio e a gente vai ficando, é natural [...] (Rubi).

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As escolas de medicina e enfermagem deveriam modificar a preparação de seus alunos de somente praticantes de técnicas competentes, para poder torná-los capazes de lidar com seus sentimentos e saberem usá-los de modo humano na atuação profissional (KLÜBER- ROSS apud BERNIERR & HIRDES, 2007).

Quadro comparativo das entrevistas

Alunos iniciando (Ônix, Safira e Topázio) Alunos finalizando (Esmeralda, Diamante e Rubi)

[...] uma das coisas assim que eu percebi que ao longo de profissão a gente vai se tornando muito frio [...] você não tem tempo para ser emocional ou você cuida ou você chora [...] (Ônix).

[...] é diferente falar de um ente nosso querido e assim de uma pessoa que você só vai cuidar, entendeu? É tipo, a proximidade que você tem com a pessoa e pra mim se eu tiver no trabalho vou ter que ser mais profissional [...] (Safira).

[...] sempre que a gente perde ainda mais inesperado, que nem uma tia minha [...] começo não vou dizer para você que eu vou achar normal não vou, sei lá, depois acho que, meio que acostumo, né, não que vai ser a coisa mais normal do mundo às vezes, dependendo do tipo de morte e de como foi a morte às vezes acho que bate aquela coisa ruim, aquela tristeza [...] (Topázio).

[...] teve a situação em estágio de vivenciar isso, que um determinado momento a gente tava num procedimento de reanimação, e, quando eu tava lá, eu me via de uma outra forma, tentando fazer ao máximo alguma coisa dar o máximo de mim para ajudar naquela situação, e daí, quando chegou no fim que a médica falou que já não dava mais que tudo que dava para ser feito já tinha sido feito, [...] eu fixei em outra coisa [...] eu pensei só no, no profissional [...] assim que tiver que fazer for a enfermeira responsável no momento vai ser mais ou menos isso que eu vou fazer, eu vou dar tudo de mim [...], no caso da reanimação fazer todos os procedimentos necessários e possíveis pra, pra voltar se não for possível vou fazer a outra parte, burocrática [...] (Diamante).

[...] primeira experiência assim dentro do hospital, eu já vi uma pessoa [...], vir a óbito na nossa frente, na minha frente, como os demais colegas que estavam ali presente, e assim, a gente ficava meio apreensivo, porque era, e tava assistindo ali, só, [...] de não morre não morre, e acaba dando um choque assim né, primeira impressão, [...] também levei numa boa, porque, a partir do momento que eu resolvi fazer faculdade de enfermagem [...] acho que a minha reação vai ser mais natural, já falei, prestar um apoio pra família porque pra eles tá sendo um momento muito difícil, mas assim pra mim eu vou levar como natural [...] (Esmeralda).[...] não tive experiência [...] não tive pra poder

falar ‘Não, to fria, não, to sentimental demais’ [...] então ás vezes eu tenho medo de me tornar fria, tenho medo de estar e de me tornar, não sei se estou ainda (Rubi).

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próximas para analisarem o seu comportamento quando profissionais, já estabelecendo como irá ser o seu comportamento.

Os alunos ao final de curso além de suas vivências anteriores ao curso utilizam as experiências que possuem em prática acadêmica, fazendo que os mesmos expressem sentimentos de naturalidade (Esmeralda), fuga (Diamante) e de dúvida como no caso Rubi que mesmo estando no final do curso só possui vivências pessoais e nenhuma acadêmica.

Pode-se verificar que os alunos em início já sentem necessidade de que o assunto seja estudado mais profundamente, mas foram mesmo os alunos em finalização que expressaram uma maior necessidade, por causa de suas vivências, de que o tema seja discutido mais abertamente, para que os mesmos possam se preparar psicologicamente para enfrentar o tema no dia a dia sem prejuízo.

Carvalho et al (2006), confirma a importância que se tem em estimular desde a graduação até a natureza humana desde o seu nascimento até a sua morte, afirmando que o profissional da saúde enfrenta a morte no seu cotidiano sendo necessário que o mesmo saiba lidar com outro ser humano e consigo mesmo até a morte.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo morte morrer é algo que sempre vai estar no cotidiano do enfermeiro e este necessita estar preparado para enfrentar essa situação, esta pesquisa possibilitou conhecer as representações de alunos de enfermagem e verificar se os mesmos estão realmente preparados para enfrentar esse processo no seu cotidiano.

As representações encontradas foram organizadas em categorias: Morte e Religião, que evidenciou como que os mesmos utilizam a religião para entender e enfrentar o tema; Medo da Morte do outro significativo mostrou o quão os mesmos se preocupam com a perda de seus entes queridos; Enfrentamento da morte, nesta apresentação foi visto como os mesmos a enfrentam; Morte e Faixa- Etária, o como encaram a morte em faixas etárias diferentes principalmente que a morte de um idoso, por já ter vivido sua vida, é mais aceita socialmente e, Morte no contexto Profissional mostrou como os mesmos pretendem lidar com a mesma quando formados.

Encontramos várias concepções a cerca deste tema, com a expressão de sentimentos variados, mesmo porque cada pessoa traz consigo uma bagagem de vivências diferentes fazendo construir concepções diversas.

Pode-se ver que a maioria dos entrevistados utilizou a religião como base para poder compreender e enfrentar esse processo. Também que certos tipos de morte são mais aceitas do que outras, como a morte de uma pessoa idosa ou em sofrimento é mais aceita do que a de uma criança ou jovem.

Expressar os sentimentos a cerca do tema foi algo difícil, muitos pausavam a conversa, respiravam fundo, pensavam, sentiam muita dificuldade de falar, muitos inicialmente tentaram mostrar que o tema para eles seria encarado como ‘natural’ no seu dia a dia, mas com o prosseguir das entrevistas foi-se revelando que os mesmos, principalmente os que estão no final do curso, possuíam sentimentos de medo e dúvida quanto ao como irão reagir e o que irão sentir frente a essa situação, mostrando que se preocupam com a parte técnica e burocrática para não pensar e não se envolver, pois tem medo de sofrer por causa da perda.

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Quando analisamos as concepções dos entrevistados em início de curso e comparamos com os em finalização, vimos que há pequenas diferenças em suas concepções, havendo somente um aumento em relação a preocupação de como irão ser como profissionais por parte dos alunos em finalização visto que os em início não tiveram vivências práticas em curso, como os em finalização tiveram, e assim construíram novas concepções a cerca desse processo.

Concordo com Carvalho et al (2006) e Kovács (2008), quando afirmam a importância da formação do profissional de saúde, para poderem ter conhecimento necessário para enfrentar esse processo tão difícil para o ser humano, que o deixa tão fragilizado. Que sejam oferecidos desde o início de sua formação subsídios para que este realmente possa se tornar um profissional humano para com os pacientes e também consigo mesmo.

Através desta pesquisa entendemos o quão importante é a criação de espaços dentro do curso para que o tema seja discutido abertamente, desde uma disciplina direcionada ao tema, um curso extracurricular, grupos de debates e principalmente acompanhamentos durante os estágios devido ser nesse momento que o aluno se vê frente ao tema, e necessita de apoio e atenção.

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ANEXOS

Roteiro das entrevistas:

• Qual o seu semestre?

• Qual a sua idade?

• Qual a sua religião?

• O que é a morte para você?

• Você teve algum preparo em relação ao processo morte morrer aqui na graduação?

• Você acha que deveria haver algum preparo na graduação para enfrentar o processo morte morrer?

Referências

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