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ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLÓGICAS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLÓGICAS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

ARIANE LEITE NASCIMENTO

CONSEQUÊNCIAS SOCIOPSICOLÓGICAS DO PACIENTE

ACOMETIDO POR CÂNCER.

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ARIANE LEITE NASCIMENTO

CONSEQUÊNCIAS SOCIOPSICOLÓGICAS DO PACIENTE

ACOMETIDO POR CÂNCER.

Monografia apresentada ao Departamento de Enfermagem da UNEMAT- Campus de Tangará da Serra, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem, pela Universidade do Estado de Mato Grosso sob orientação da Profª. Me. Ana Lúcia Andruchak e co-orientação de Me. Tatianne Leite Nascimento.

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DADOS INTERNACIONAIS DE CATOLOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

Bibliotecária: Rosimeire Ritter Reis CRB: 1/1796 N244C ARIANE,LEITE NASCIMENTO

CONSEQUÊNCIAS SOCIOPSICOLÓGICAS DO PACIENTE ACOMETIDO POR

CÂNCER /ARIANE LEITE NASCIMENTO –TANGARÁ DA SERRA -MT,2010. 41P.

MONOGRAFIA (TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO)UNIVERSIDADE DO

ESTADO DE MATO GROSSO, CAMPUS DE TANGARÁ DA SERRA, CURSO DE ENFERMAGEM.

ORIENTADORA:ANA LÚCIA ANDRUCHAK

CO-ORIENTADORA:TATIANNE LEITE NASCIMENTO

1.CÂNCER. 2. FAMÍLIA. 3. CONSEQUÊNCIAS SOCIOPSICOLÓGICAS.

I.TÍTULO.

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CONSEQUÊNCIAS SOCIOPSICOLÓGICAS DO PACIENTE

ACOMETIDO POR CÂNCER

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus Tangará da Serra, como requisito parcial, para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem.

Resultado: ___________________________________

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________

Professora Me. Ana Lúcia Andruchak.– Orientadora

Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra

Coordenadora de TCC do curso de Enfermagem

___________________________________________________________

Bióloga Me. Tatianne Leite Nascimento. – Co- Orientadora Universidade Federal de Pernambuco – Departamento de Micologia

___________________________________________________________

Enfermeira Esp. em Nefrologia Alcione Oliveira de Souza.– Examinadora

(5)

Dedico em especial a minha Mãe, minha Família e parentes, que mesmo de longe sempre me apoiaram e forneceram suporte para que pudesse concluir a Graduação.

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Em primeiro lugar, agradeço a Deus, por me dar suporte e força para enfrentar todas as dificuldades encontradas.

À minha Orientadora Me. Ana Lúcia Andruchak pela paciência e disposição em ajudar a concluir o estudo.

À minha querida irmã e Co-orientadora Me. em Biologia Tatianne Leite Nascimento por acreditar em mim e me auxiliar no estudo.

Aos amigos e companheiros Cristiano, Jenifer, Jessika e Quéli pelas horas de estudos juntos e pelas horas de farra.

À amiga Tatianne que me ajudou e acompanhou de perto minha ansiedade em concluir o trabalho.

A todos os Profissionais que abriram as portas de seus locais de trabalho para que pudéssemos aprimorar nossos ensinamentos e nos tornar profissionais.

Aos nossos Mestres que proporcionaram a nosso estudo e crescimento interior.

Ao GAO- Luz e Esperança de Tangará da Serra por abrir suas portar e me receber e permitir assim que essa pesquisa se findasse.

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(8)

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo investigar as conseqüências sociopsicológicas do processo vivido por pacientes oncológicos e seus familiares apoiados por visitas semanais dos voluntários do GAO - Grupo de Apoio Oncológico Luz e Esperança em Tangará da Serra - MT. O embasamento teórico para esse estudo foi aprofundado em artigos científicos, livros e revistas que tratam sobre o câncer, utilizamos as bibliografias propostas por Nettina (2003), Lopes (2005), Gyton (2003), Silva (2000), Furtado (2006) bem como por outros autores que privilegiam o assunto. A pesquisa é de natureza qualitativa. Após a seleção dos sujeitos foram realizadas entrevistas individuais e observação minuciosa com o intuito de demonstrar o trauma sofrido a partir do diagnóstico da doença e mostrar quais possíveis transtornos sociais, mentais e afetivos as pessoas oncológicas manifestam. Os dados foram organizados em categorias para facilitar a análise. A pesquisa permitiu compreender que cada sujeito é único e vive de forma muito particular o enfrentamento da doença, no entanto em alguns momentos os sentimentos se assemelham. Compreendeu-se que a necessidade de apoio social e o conhecimento acerca da doença e tratamento são imprescindíveis para o enfrentamento do processo-doença.

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ABSTRACT

This study aimed to investigate the social and psychological consequences of the process experienced by cancer patients and their families supported by weekly visits from volunteers GAO - Grupo de Apoio Oncológico Luz e Esperança in Tangará da Serra - MT. The theoretical basis for this study was detailed in scientific articles, books and magazines that deal with cancer, we used the bibliographies offered by Nettina (2003), Lopes (2005), Gyton (2003), Silva (2000), Furtado (2006) as well as by others who favor it. After the selection of subjects, individual interviews were conducted, and careful observation in order to demonstrate the trauma suffered from the disease diagnosis and to show what possible social upheavals, mental and emotional of people with cancer. Data were organized into categories to facilitate analysis. The survey allows us to understand that each individual is single and lives in a very particular coping with the disease, though at times the feelings are similar. It was understood that the need for social support and knowledge about the disease and treatment are essential for confronting the disease process.

(10)

LISTA DE QUADROS

Pág.

Quadro 1. Caracterização geral dos pacientes envolvidos na pesquisa... 20

Quadro 2. Caracterização geral dos familiares envolvidos na pesquisa... 21

Quadro 3. Categorias e as subcategorias elaboradas a partir dos relatos dos sujeitos da pesquisa... 21

Quadro 4. Questões primárias no ajustamento psicológico do câncer... 23

Quadro 5. Percepção do paciente em relação à reação familiar... 26

Quadro 6. Comparativo de tempo de aceitação: Paciente & Familiar... 26

(11)

SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS ... 9

INTRODUÇÃO ... 11

CAPÍTULO I ... 13

REFERENCIAL TEÓRICO ... 13

CAPÍTULO II ... 18

METODOLOGIA ... 18

CAPÍTULO III ... 21

RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 21

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 37

ANEXOS ... 40

I) ROTEIRO DE ENTREVISTA AO PACIENTE ... 41

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INTRODUÇÃO

A pesquisa trata-se de trabalho de conclusão do curso de Enfermagem, da Universidade do Estado de Mato Grosso realizada em duas fases distintas, na qual a primeira houve a elaboração do projeto de pesquisa, que passou por avaliação do Comitê de Ética, onde obtivemos a aprovação da pesquisa com seres humanos, ficando evidenciado o valor científico da mesma. Já a segunda fase trata-se da execução da pesquisa, um estudo com familiares que acompanharam o trajeto da doença e pacientes que tem ou já tiveram câncer, e que são visitados semanalmente pelos voluntários do GAO (Grupo de Apoio Oncológico) – Luz e Esperança em Tangará da Serra - MT, por meio do qual recebem auxílio para seus tratamentos, apoio psicológico, e ajuda alimentícia. O estudo acerca do tema “Conseqüências sociopsicológicas do paciente acometido por câncer”, surgiu de um interesse especial em focar as transformações vividas pelo paciente oncológico e familiares, identificando suas necessidades específicas, com a intenção de proporcionar alguma melhoria na saúde.

Estima-se que para o ano de 2010, válidas também para o ano de 2011, haverá a ocorrência de 489.270 novos casos de câncer, sendo que desses 253.030 para o sexo feminino e 236.240 novos casos para o masculino adquirindo assim status de epidemia, pois as estatísticas mostram números cada vez mais elevados, essas são fontes do INCA – Instituto Nacional do Câncer, (2010b). A doença acomete a população sem distinguir sexo, idade, classe social e nem credo. Porém se a descoberta for precoce a recidiva é baixa, contudo, os tratamentos são longos, dolorosos e às vezes mutilantes. O paciente acometido por câncer desencadeia uma série de fenômenos psicológicos e sociais, colocando-o num momento existencial único.

Para uma melhor compreensão do momento vivenciado, foram buscadas informações em artigos científicos, livros e revistas contendo informações sobre o tema permitindo demonstrar o trauma sofrido e os possíveis transtornos sociais, mentais e afetivos que as pessoas oncológicas manifestam.

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O método de pesquisa escolhido é de abordagem qualitativa. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se a entrevista semi-estruturada e a análise dos dados se deu através de categorias identificadas após a transcrição das entrevistas.

A presente pesquisa divide-se em três capítulos. O primeiro expõe o referencial que abrange bibliografias que respaldam o assunto proposto. Para a discussão acerca do tema utilizamos as bibliografias propostas por Nettina (2003), Lopes (2005), Gyton (2003), Silva (2000), Furtado (2006) bem como por outros autores que privilegiam o assunto. O segundo capítulo trata-se da descrição metodológica apoiada em autores como Marconi & Lakatos (1996) e Gil (2004) permitindo definir melhor o percurso da pesquisa. As informações coletadas e analisadas unem-se para formar o terceiro capítulo. E por findo as considerações finais.

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CAPÍTULO I

REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Nettina (2003) “o câncer é uma doença da célula em que os mecanismos normais de controle do crescimento e proliferação são prejudiciais, o que resulta em alterações morfológicas distintas da célula e em aberrações nos padrões teciduais”; ou seja, o câncer se desenvolve devido a mutações celulares. De acordo com Gyton (2003) uma pequena fração das células onde ocorreu mutação evolui para câncer, isso devido a quatro razões principais. A primeira destaca que a maioria das células que sofreram mutação tem menor capacidade de sobrevivência que as células normais. Segunda, apenas algumas das células mutantes que sobrevivem se tornam cancerosas, porque essas são controladas por feedback

que impedem o crescimento excessivo da célula. Terceira, as células potencialmente cancerosas provavelmente serão destruídas pelo sistema imunológico antes que cresçam até se tornar um câncer. E, a quarta razão, é que são necessários vários genes anormais (oncogênes) diferentes ativos, ao mesmo tempo, para causar um câncer.

Quando o câncer instala-se gera um aglomerado de células cancerosas que poderão ser distinguidas em tumor benigno onde o tecido é semelhante ao seu original e cresce de forma mais vagarosa e tumor maligno ou neoplasia maligna onde as células começam a dividir-se de forma incontrolável (NETTINA, 2003). Vale destacar que o tumor benigno dificilmente institui risco ao paciente. Há ainda os tumores que apresentam um crescimento muito rápido constituindo propriedade invasiva, que podem atingir tecidos e órgãos circunvizinhos e distantes através da migração das metástases por via sanguínea.

Os diferentes tipos de cânceres recebem nomes de acordo com o tecido de onde se iniciou. Por exemplo, se o inicio foi em tecidos epiteliais passa a chamar-se de carcinoma, em tecidos conjuntivos de sarcoma, nas células sanguíneas linfoma.

Sobre a história da patologia é importante ter em mente que por ser uma doença resultante de mutações celulares, subentende-se que essa sempre existiu desde o primeiro ser vivo na terra.

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com a cauterização de hoje. A palavra câncer foi descrita pelo pai da medicina Hipócatres (460 e 370 a.C), foi ele quem usou o termo “carcino” e “carcinoma”, para diferenciar tumor benigno e tumor maligno, do latim significa caranguejo, pois lembra o aspecto do tumor e suas irrigações sanguíneas (EGGERS, 2002) ou “a escolha pela expressão se deveu à constatação de que o câncer se agarra de uma maneira obstinada a qualquer parte de que se apodera como o caranguejo” (BERGEROT, 2006 apud SANT et. al., 2010).

Entre 130 e 200 d.C., um médico romano conhecido por Galeno foi referência no tratamento do câncer, considerado a maior autoridade na área, onde definiu que a doença era incurável e uma vez diagnosticada, pouco se podia fazer, sua definição durou cerca de mil anos. O cirurgião escocês John Hunter no século XVIII começou a mudar o termo de doença incurável sugerindo que alguns cânceres poderiam ser curados por cirurgia (UNIAP Unidade de Apoio aos Portadores de Câncer, 2010).

“De acordo com os historiadores, o século XIX marca o nascimento da oncologia científica, decorrente da descoberta e utilização do microscópio, seguidas pelo desenvolvimento da patologia celular (Rudolf Virchow, 1821-1902) da anestesia (Willian Morton, 1819-1868) e da antissepsia (Joseph Lister, 1827-1912), que possibilitaram o avanço da cirurgia em geral, e por conseguinte, operações clássicas de câncer, como a mastectomia radical” (SANT et al., 2010).

Sendo assim as primeiras cirurgias realizadas geravam uma série de complicações como infecções e hemorragias. Somente a partir do século XIX após o surgimento da anestesia assepsia, foram obtidos melhores resultados.

Em 1896, o raio-X foi descoberto por Wilhelm Röentgen, e anos após a descoberta, pacientes que faziam uso semanal de raio-X apresentaram uma melhora significativa, assim a radioterapia passou a ser utilizada como tratamento paliativo. Durante a II Guerra Mundial foi observado em soldados expostos a gás mostarda uma depressão da medula, que os levou a descoberta que esse gás possuía agentes destrutivos as células cancerígenas. Nessa mesma época o médico Sidney Farber testava os primeiros agentes quimioterápicos em crianças desenganadas com leucemia. Em 1956, com o quimioterápico metotrexato, aconteceu a primeira cura de um câncer metastático (SANT et al., 2010).

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O diagnóstico da doença é dado através de exames minuciosos, os locais a serem investigados e os instrumentos utilizados variam de acordo com os sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Após a identificação do tumor os métodos mais comuns de diagnóstico incluem a biopsia, exame microscópico de tecido retirado cirurgicamente para detecção de células neoplásicas; o diagnóstico por imagem incluem as radiografias, tomografia computadorizada uma espécie de raio-X em programa de computador que é mais detalhado e mais claro; a ressonância magnética, que usa um campo magnético que mapeia os tecidos macios do corpo, vasos sanguíneos e órgãos, porém é um procedimento muito caro. O ultra-som também é importante para a avaliação de alguns tumores, podendo através deste identificar se um nódulo é sólido ou líquido. E por último, mas não de menor importância o exame sangüíneo, pois alguns tumores libertam substâncias chamadas marcadores tumorais que podem ser detectados no sangue, esse exame deve ser associados a outros para confirmar o diagnostico de câncer (ITC - Instituto de Tratamento do Câncer, 2009). O diagnóstico é importante, pois é fundamental para determinar a modalidade de tratamento a ser adotada para cada paciente de acordo com o tipo de tumor, de sua extensão e localização, é importante ressaltar que as condições gerais do paciente também influenciam na opção de tratamento.

Os fatores que favorecem o desenvolvimento da doença são multifatoriais, ou seja, há necessidade vários fatores para que esta se instale, podendo ser por pré-disposição genética, exposição a fatores ambientais de risco e fatores habituais, como alimentação por produtos cancerígenos, uso de álcool e tabaco.

Por isso o melhor tratamento ainda é de prevenção, ou seja, é aquele que tem por intuito evitar o surgimento da doença. Para tal prevenção as pessoas devem manter equilíbrio entre corpo e mente, uma alimentação natural e rica em fibras pode evitar um câncer intestinal, evitando o fumo pode-se também evitar os cânceres de pulmão boca traquéia, ter uma vida tranqüila, sem estresse pode evitar um câncer de estômago, usar bloqueadores solares para evitar câncer de pele e sempre realizar exames de rotina para detecção precoce da doença evitando tratamentos mais radicais que são utilizados em casos avançados das neoplasias malignas.

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levá-las a morte, os efeitos colaterais incluem a queda de cabelos e fraqueza. O tratamento biológico ou imunoterápico é aquele que combate a doença a partir do próprio sistema imunológico do corpo. Já a terapia combinada é aquela que uni dois ou mais dos tratamentos citados anteriormente (INCA-Instituto Nacional do Câncer, 2010c)

Ao citar o aspecto psicológico do paciente com neoplasia é muito importante descrever a psico-oncologia é uma subdivisão da oncologia que segundo Furtado (2006), visa “sistematizar os fatores psicossociais envolvidos na prevenção do câncer, na reabilitação e na qualidade de vida em sua fase final”. A autora destaca também a importância dessa área auxiliar o paciente, seus familiares e aos profissionais da área de saúde envolvidos com o tratamento.

Ao se deparar com o diagnóstico de câncer cada paciente reage de maneira única e singular. Porém de acordo com Lopes (2005), antes mesmo de se dar a explicação técnica da doença e de seus tratamentos, ouvir a pronúncia da palavra câncer desperta no paciente “fantasias de dor, morte e sofrimento, com caráter persecutório tão evidente que é comum as pessoas negarem-se a pronunciá-la, substituindo por “aquela doença”, como se ela evocasse uma entidade demoníaca de grande poder de destruição”.

É necessário manter um diálogo franco e aproximar-se do paciente portador de neoplasia para que assim ele possa expressar seus medos e anseios, pois “algumas evidências sugerem que aqueles pacientes que são capazes de expressar seus sentimentos relacionados à doença conseguem enfrentar melhor o câncer” (LOPES, 2005).

Ao se propor a relatar ao paciente sobre sua condição Silva (2000), afirma que é preciso que o profissional envolvido esteja preparado para toda e qualquer reação, pois o paciente pode reagir com choro, com irritação, agressão ou até mesmo calmo e tranqüilo, essas reações devem ser acatadas, “pois representam a expressão dos seus sentimentos num momento crucial”.

Lopes (2005), descreveu baseado em Kubler Ross os cinco estágios psicológicos que o paciente pode passar desde a recepção da notícia até a morte:

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familiares. Talvez esta seja a fase mais difícil, pois é necessária muita compressão das pessoas que a rodeiam.

 O terceiro estágio é conhecido como barganha, é uma espécie de negociação principalmente com Deus, o paciente promete bom comportamento e colaboração em troca de ter sua morte adiada.

 A depressão é o quarto estágio, é a fase do pesar onde o paciente reclama sobre as perdas do que tem e de seus sonhos ilustres.

 O quinto e último estágio, é o momento em que o paciente já expôs todos os seus sentimentos estando assim livre da raiva e depressão, o paciente começa a desinteressar-se pelos fatos cotidianos e tende a excluir-se para partir de forma mais serena e tranqüila.

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CAPÍTULO II

METODOLOGIA

Caracterização da pesquisa

A escolha da abordagem qualitativa envolveu o conhecimento e a análise da realidade apresentada pelo paciente portador de doença oncológica, onde o ambiente natural é fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave para interpretar e descrever os focos principais e atribuir-lhes um significado (LAKATOS et al., 1986).

Utilizou-se o levantamento bibliográfico para fundamentar a pesquisa através da reunião de fontes escritas por meio de consulta a livros, revistas e trabalhos científicos da área para melhor compreensão do paciente oncológico. Utilizou-se como delimitação da pesquisa o levantamento de informações que de acordo com Gil (2004), caracteriza-se pela “interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer”.

Local de estudo

O estudo foi realizado com pacientes e familiares residentes em Tangará da Serra e intermediado o pelo GAO (Grupo de Apoio Oncológico) - Luz da Esperança localizado no mesmo município. O GAO - Luz da Esperança é uma entidade civil sem fins lucrativos fundado em junho de 2002 e oficializado através de registro em cartório em novembro de 2002, sendo a primeira Presidente a Nutricionista Nereide Lúcia Martinelli. A missão do grupo é apoiar as famílias e as pessoas acometidas pelo câncer. O GAO é formado por voluntários que dedicam parte de seu tempo sem receber retorno financeiro. Esses realizam reuniões semanais as segundas feiras às 18 horas, exceto a última segunda-feira do mês. Na 1a e 2a reunião é exposto o relatório de visitas pelos voluntários, a 3a reunião é liberada para cada voluntário levar para o paciente o que foi identificado como necessidade.

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O GAO ajuda através de visitas domiciliares, visitas hospitalares, grupos de apoio, atividades educativas como palestras em escolas e faculdades, seminários sobre prevenção do câncer, distribuição de folders educativos e participa também de debates em meios de

comunicação, enfim, estas entre tantas outras são as atividades realizadas pelo GAO.

O grupo oferta apoio emocional, financeiro para despesas com alimentação e passagens quando em tratamento fora do município, auxílio em agendamento de consultas através do SUS, apoio em medicamentos prescritos pelo médico, doação de fraldas, cestas básicas e outros.

Para ter acesso a esta ajuda alguém da família ou um conhecedor de doentes que necessitam auxílio procura algum voluntário do GAO. O voluntário faz uma visita domiciliar, preenche o cadastro faz triagem das necessidades e informa com que o GAO pode ajudar e ou viabilizar. Uma vez cadastrado o paciente recebe visita mensal.

População e Amostra

Os sujeitos da pesquisa foram os pacientes oncológicos que recebem visitas do GAO - Luz da Esperança de Tangará da Serra, e seus familiares. Antes do início da pesquisa foi realizado um contato prévio com os sujeitos para verificar a disponibilidade de cada um para participara da presente pesquisa.

Os sujeitos foram selecionados através dos voluntários do GAO que possuíam o conhecimento prévio da pesquisa recorrendo aos pacientes e familiares que demonstraram interesse em contribuir com a pesquisa e responder aos questionamentos. Devido à pesquisa ser do tipo qualitativa esta exige um menor universo e maior profundidade no fenômeno, sendo assim foram selecionados três pacientes e três familiares, totalizando seis sujeitos. Os sujeitos familiares não necessariamente são parentes dos sujeitos pacientes entrevistados.

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Instrumentos de medida e coleta de dados

Como instrumento de coleta de dados foi utilizado a entrevista semi- estruturada, que permitiu obter as informações necessárias para a pesquisa sem fugir do foco principal e simultaneamente ofereceu maior liberdade do paciente expressar-se, podendo assim também compreender mais claramente os problemas vividos durante a doença. As entrevistas foram gravadas de forma individual e continham perguntas prévias para servir como guia, porém por essa permitir flexibilidade foram formuladas novas questões ao decorrer da entrevista de acordo com a necessidade. Ao término das entrevistas estas foram transcritas de imediato, para poder verificar a qualidade do conteúdo gravado e avaliar a necessidade de realizar uma nova entrevista.

Análise dos dados

A análise dos dados obtidos foi construída a partir de categorias para melhor organização do conteúdo analisado. A entrevista semi-estruturada (Apêndice I/II), a observação e o levantamento teórico foram triangulados resultando nesse Trabalho de Conclusão de Curso.

Caracterização dos sujeitos

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CAPÍTULO III

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão apresentadas a descrição e análise dos dados coletados por meio das entrevistas com os sujeitos, bem como a discussão dos mesmos, no intuito de alcançar o objetivo geral desta pesquisa que busca investigar as mudanças psicossociais ocorridas em pacientes oncológico em decorrência do processo de descoberta da doença. Também serão identificados o processo afetivo vivido pelo paciente oncológico durante e após ser acometido pela doença e serão caracterizadas as facilidades e/ou dificuldades da família frente ao processo de adoecimento do paciente oncológico.

Para um melhor entendimento dos sujeitos esses foram descritos separadamente em dois quadros, para obtermos uma visão mais ampla de suas características.

No quadro 1 estão presentes os sujeitos da pesquisa acometidos pela neoplasia maligna, sendo três sujeitos do sexo feminino que coincidentemente portavam a doença inicial no mesmo órgão. Dos sujeitos estudados um obteve cura e dois estão em tratamento por novos casos, sendo que um dos sujeitos apresentou metástase.

Quadro 1. Caracterização geral dos pacientes envolvidos na pesquisa.

Sujeito Idade Sexo Escolaridade Diagnóstico Situação da Doença

Paciente I 62 Feminino Completo e Curso Ensino Médio

técnico Câncer de Mama Cura

Paciente II 59 Feminino

Ensino Médio Completo, Agente

de Saúde (Aposentada).

Câncer de Mama

Nódulos em Fígado e Pulmão

Cura

Tratamento

Paciente III 46 Feminino Ensino Superior Completo (Dentista)

Câncer de Mama

Câncer em intestino.

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metástases em ovário, peritônio e Fígado

Tratamento

O quadro 2 é a representação de dados dos familiares entrevistados, onde dos entes acometidos por neoplasia maligna um obteve cura, outro obteve cura e encontra-se em tratamento por novo caso e o terceiro veio a óbito durante o tratamento.

Quadro 2. Caracterização geral dos familiares envolvidos na pesquisa.

Sujeito Idade Sexo Escolaridade Indivíduo Doente Diagnóstico do Familiar Situação da doença

Familiar I 44 Masculino Fundamental Ensino

Completo Mãe Câncer de mama Cura

Familiar II 61 Masculino Fundamental Ensino

Incompleto Esposa

Câncer de mama Nódulos em Fígado

e Pulmão

Cura

Tratamento Familiar III 49 Feminino

Ensino Superior Completo (Nutricionista)

Pai

(Falecido) Rinofaringe Câncer em Falecimento

Os dados coletados através das entrevistas semi-estruturadas foram transcritos, e representados por meio de categorias e subcategorias para uma melhor organização da análise. O quadro abaixo (Quadro 3) demonstra as categorias e as subcategorias elaboradas:

Quadro 3. Categorias e as subcategorias elaboradas a partir dos relatos dos sujeitos da pesquisa.

Categorias Subcategorias

1. Compreensão sobre a doença -

2. Diagnóstico da Doença

 Reação ao diagnóstico

 Tempo de aceitação paciente x familiar

3. Dificuldades e facilidades -

4. Preconceito

 Exclusão social

 Distúrbio de auto-imagem

5. Motivação para enfrentamento da doença -

6. Experiência obtida no processo doença  Visão de mundo

 Lição de vida

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1. Compreensão sobre a doença

Nesta categoria foram expostos os entendimentos dos sujeitos sobre a doença e sua causa. De acordo com o INCA (2010a), “cânceres é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo”.

Quando questionamos os sujeitos sobre o conhecimento acerca da doença e suas causas as respostas obtidas foram:

“-Não. Eu sabia o que o câncer não era boa coisa né, mas até então aquele carocinho que tinha lá, nunca eu achava que era câncer, quando eu fui fazer a biopsia, quando eu fui fazer o exame, nunca que eu achava” (Paciente I).

“-Sobre o que é a gente já tem um leve noção né, sabe as características tudo, mas o que causa na realidade não sei até hoje (...)” (Paciente III).

“-Já sabia, sabia por que tava estudando” (Paciente II).

“-Não, mas a gente tem uma noção do que causa o câncer, (...) são as toxinas” (Familiar I).

“-Sim (...) já teve um problema com nosso netinho em 98 né” [Falecimento] (Familiar II).

Através dos fragmentos percebemos o quanto a informação é falha para os pacientes e familiares. O relato da paciente I deixa clara a falta de conhecimento a respeito das características do câncer de mama; a paciente III mesmo com curso superior e atuante na área da saúde relatou desconhecer as causas da doença; a paciente II relatou saber por estudar sobre o assunto, porém não expôs seus conhecimentos. Com relação ao familiar I esse foi o único que citou uma causa externa ao utilizar a palavra toxina, associando a causa apenas a forma de alimentação errônea.

As causas de câncer são multifatoriais, podendo ser causado por fontes externas ou internas, ou por ambas. As fontes de causa interna estão relacionadas à predisposição genética e as externas “relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais”(INCA, 2010a).

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bem como, ficam menos ansiosos com as situações enfrentadas.” A partir desse entendimento podemos compreender que a informação sobre a doença torna-se indispensável para um prognóstico positivo.

A experiência anterior vivenciada pelo Familiar II serve de referência para seu entendimento a respeito da doença, deixando claro que não recebeu informação do diagnóstico atual do familiar, pois esse associa a doença à morte, trazendo-lhe lembranças e sentimentos dolorosos.

Uma das causas mais importantes, a predisposição genética não foi citada em nenhum momento. Percebemos que os sujeitos associam o câncer a suas características visíveis, ou seja, aquelas que se destacam e demonstram que a pessoa está realmente doente.

2. Diagnóstico da Doença

O câncer é uma doença muito impactante, que mesmo com o avanço da medicina e suas tecnologias ainda está associada pela sociedade à sentença de morte.

Para uma melhor adaptação psicológica do paciente com câncer Rowland (1990) apud Silva (2000), descreveu três variáveis que são apresentadas abaixo (Quadro 4):

Quadro 4. Questões primárias no ajustamento psicológico do câncer.

Determinantes Características

Socioculturais  Atitudes sociais sobre o câncer, seu estigma e significados a ele atribuídos.

Relacionados ao paciente

 Intrapessoais: tarefas do desenvolvimento, que estão ameaçadas pelo câncer; personalidade, capacidade prévia de lidar com fatores estressantes da vida.

 Interpessoais: natureza e disponibilidade de apoio social seja da família, amigos, grupos filiados.

Relacionados à doença

 Fatores clínicos: curso e estágio clínico; local do câncer; natureza da disfunção e sintomas produzidos.

 Tratamentos requeridos: cirurgia; quimioterapia; radioterapia; combinação de tratamentos; opções de reabilitação; ajuda psicológica dada pelo pessoal médico. Fonte: Holland (Apud Silva 2000).

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O diagnóstico deve ser revelado em um diálogo entre o especialista o paciente e o familiar, em lugar reservado e calmo, pois a manifestação ao receber o diagnóstico é variável, podendo ser branda, chorosa, ou até mesmo de raiva e indignação. A reação não depende única e exclusivamente da forma como lhe é revelada, porém o médico deve ser cauteloso ao dar a má noticia (SILVA, 2000). A autora ainda verificou através de seus estudos que a “revelação mais franca teve, com certeza, efeitos positivos na participação do paciente, no que concerne nos cuidados com a doença. No entanto, revelar o diagnóstico de câncer, e manter ao mesmo tempo a esperança, é uma tarefa desafiadora”

Os relatos dos pacientes entrevistados confirmam as diferentes reações que podem ocorrer ao receber o diagnóstico, assim como a forma de receber tal notícia:

“-Recebi a notícia aqui no consultório do Dr. [...]. Foi o Dr. [...] que detectou a

doença.(...) - É eu fiquei um bocado triste, não foi muito boa a notícia , mas eu superei, eu estava sozinha, vim pra casa, cheguei em casa dei a notícia pro resto do pessoal” (Paciente I).

“-Eu já estava mais ou menos preparada né, porque... que eu sentia que tinha os nódulos (...) e a gente acha que é uma íngua, mas aí eu comecei a ter muita hemorragia né, aí fui fazer exames para retirar o útero, aí nesse exame mostrou que era um problema na mama e não no útero” (Paciente II).

“-Eu queria fazer o perinio (...) eu fiz um check up (...) no exame da mama ele

falou que tinha um caroço (...) fiz o ultrasson e ele viu uma imagem estranha lá e falou que era melhor fazer uma biopsia, eu fiz em dezembro de 2007, como ele falou pra mim que tinha certeza que não era nada eu também achei que não era nada. Só quando eu peguei o resultado em janeiro 2008, ai que fui ver que era um CA (...). Eu já tinha lido né aquela mania que agente tem de abrir o exame antes do médico, eu abri estava lá. Eu sabia porque eu já tinha estudado em odontologia e eu sabia os termos. Ah eu não fiquei revoltada num fiquei chocada nada, eu só acho, eu fiquei assim, eu só queria resolver o mais rápido possível entendeu. Eu não fiquei revoltada debilitada” (Paciente III).

No relato da paciente I podemos perceber que a notícia foi dada pelo seu médico, porém a paciente encontrava-se sozinha, situação essa errônea, pois é um momento muito difícil e angustiante onde a pessoa encontra-se desamparada, sendo ainda porta voz da complexa notícia a família.

A paciente II apesar de se deparar com alterações em seu corpo, apresentou-se um tanto despreparada em reconhecer sintomas típicos do câncer da mama (nódulos), vindo a descobrir ser portadora da enfermidade ao procurar o médico para tratar de uma hemorragia. Sintoma que não é típico do câncer de mama.

Outra forma de descobrir-se com a doença é através de “check-up preventivo, a

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laudos, que é portadora de nódulos ou outras anormalidades” (FIGUEIREDO; TONINI, 2003), como foi verificado no relato do paciente III.

Segundo Lopes (2005) antes mesmo de se dar a explicação técnica da doença e de seus tratamentos, ao ouvir a pronuncia da palavra câncer desperta no paciente “fantasias de dor, morte e sofrimento, com caráter persecutório tão evidente que é comum as pessoas negarem-se a pronunciá-la, substituindo por “aquela doença”, como se ela evocasse uma entidade demoníaca de grande poder de destruição.” Esse fato confirma-se quando a paciente III evita pronunciar a palavra câncer substituindo-a por CA, que trata-se de uma sigla para a doença.

Todos os pacientes entrevistados optaram por aderir o tratamento de imediato, exceto a paciente I que demonstrou uma pequena resistência em realizar a mastectomia total. O comportamento em querer resolver a questão de imediato é visto por Figueiredo e Tonini (2003), como uma forma de se libertar da doença e voltar a viver sua vida. Também pode ser vista como uma forma de não aceitação do que está vivenciando buscando libertar-se rapidamente do que a perturba. Nessa fase a busca por ajuda se traduz em auxílio para enfrentar os caminhos a serem percorridos no processo doença, parecendo “haver o intento de devolver a si mesma a tranqüilidade anteriormente perdida” (FIGUEIREDO; TONINI, 2003). Trechos da entrevista dos pacientes referente ao assunto estão transcritos abaixo:

“-O mais difícil foi quando eu soube que tinha que tirar a mama toda, ai a gente “esperneia um pouco né”. Aí fala com o médico se não tem jeito, ele fala que não tem jeito, mas tinha que tirar tudo mesmo” (Paciente I).

“- (...) quando conversei com o médico ele disse pra mim: acho que sua ficha não caiu ainda, porque assim... eu não chorei, num fiquei histérica nem nada, só olhei pra ele e falei assim: é. Ele falou: é. Ele falou pra mim: entendeu? Eu disse: entendi, eu vou tratar não tem o que fazer” (Paciente III).

O relato do paciente I caracteriza de forma clara o primeiro estágio psicológico que o paciente com câncer pode passar como descrito por Lopes (2005) baseado em Kubler Ross. O mesmo refere-se ao estágio de negação, desconfiança e dúvida sobre o diagnóstico médico, no entanto a fase não é duradoura.

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“-Eu já tinha me preparado, cortei meu cabelo curtinho, porque na quimioterapia vai cai cabelo né, aí eu não quis abrir, vou deixar pra Dra. Abrir, porque eu não sei qual vai ser a minha reação na hora” (Paciente II).

O Quadro 5 demonstra a percepção dos sujeitos pacientes com relação a reação de seus familiares, onde podemos identificar que a reação familiar, assim como do próprio paciente, também é diversificada, conforme descrito por Silva (2000), ao afirmar que o paciente pode reagir com choro, com irritação, agressão ou até mesmo calmo e tranqüilo. Assim, exige-se dos profissionais envolvidos preparo e sensibilidade para lidar com tal gama de sentimentos e reações que podem ser expressas pelos pacientes e seus familiares.

Quadro 5. Percepção do paciente em relação à reação familiar.

Paciente Percepção da reação familiar

I “-Aparentemente foi normal, ninguém se desesperou, não sei se foi também pra não me alarmar e pra não me deixar mais confusa”.

II “-Eles ficaram pior do que eu. O meu marido mesmo não sabia, quando a médica abriu o exame, e deu a notícia não achava nem a porta do consultório pra sair”.

III “-A família normalmente se aproxima dessa vez minha irmã veio ficou quando operei todo mundo veio também aquela coisa toda”.

Através do quadro abaixo (Quadro 6), pode-se perceber que os sujeitos pacientes mesmo que relutantes verbalizaram a aceitação como imediata, já os familiares se mostraram bem emocionados, sendo que o sujeito familiar II ao relatar que “não aceita até hoje”, estava choroso. A negação verificada no relato do familiar II, demonstra que assim como os pacientes, os familiares podem manifestar os diferentes estágios psicológicos descritos por Lopes (2005) baseado em Kubler Ross.

Quadro 6. Comparativo de tempo de aceitação: Paciente & Familiar.

Aceitação verbalizada pelos Pacientes Aceitação verbalizada pelos Familiares

“-Não eu já fiquei ciente de que era câncer, eu tive que aceitar, o mais difícil foi quando eu soube que tinha que tirar a mama toda, ai a gente “esperneia um pouco né” (Paciente I).

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“-Eu encarei logo, eu só não tive coragem de abrir o resultado da biopsia, porque eu não sabia qual seria minha reação” (Paciente II).

“-Até hoje a gente não aceita, até hoje” (Familiar II).

3. Dificuldades e facilidades encontradas

Uma das dificuldades citadas pelos familiares está relacionada ao deslocamento de seu ente, uma vez que na cidade onde foi realizada a pesquisa não há um centro Oncológico, o mais próximo localiza-se a 240 km de distância na cidade de Cuiabá-MT.

“-As dificuldades de ela deixar a casa e saudade. A gente reforçou mais a fé que ela ia ficar boa” (Familiar I).

“-Acho que a principal dificuldade era que ele ficava longe de nós, a gente fez a opção de tratar lá, acho que foi a melhor opção, a gente não teve dificuldade financeira sabe” (Familiar III).

Outra dificuldade enfrentada está ligada aos tratamentos, pois esses são muitas vezes agressivos, e até mutilantes, possuindo muitos efeitos colaterais:

“-A quimioterapia. É que a gente via o sofrimento dela e queria ajudar mas de que forma. (...) É difícil né, só de a gente pensar que ela vai começar de novo a quimioterapia, a gente entrega na mão de Deus” (Familiar II).

A quimioterapia age no organismo de forma sistêmica, se dá através da administração de drogas, com intuito de impedir a reprodução das células doentes, e levá-las a morte, os efeitos colaterais incluem a queda de cabelos, fraqueza, hiperpigmentação, diarréia, náuseas e vômitos (INCA, 2010c).

As facilidades ressaltadas estão ligadas aos familiares em que seus entes em tratamento possuíam estadia fixa em casa de parentes, já o familiar II que necessita acompanhar o tratamento oncológico de sua parceira e desloca-se semanalmente até o centro mais próximo relatou não encontrar nenhuma facilidade:

“-Lá era mais confortável em relação ao tratamento a gente já sabe que é bastante desconfortável, já vi gente reclamar que vem nessas vans é desconfortável tremendamente” (Familiar I).

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“-Ficou na casa da minha tia ele tinha muito carinho e conforto, e ele era o caçula das irmãs dele, então tu imagina como as irmãs dele ficaram com ele né. A facilidade foi que ele não ficou em um lugar estranho, não ficou só, ele ficou com minha mãe” (Familiar III).

Percebemos que o paciente ao optar em realizar o tratamento necessita deslocar-se no mínimo 240 km, tornando-se mais complexa ainda a tomada de decisão em aderir ao tratamento devido à distância a ser enfrentada, a mudança de rotina e separação da família e do lar.

4. Preconceito

A palavra preconceito como a mesma sugere é quando já possuímos conceito antecipado de algo, Crochík (2006) exemplifica uma situação cotidiana de preconceito da seguinte forma: “(...) quando, frente a uma pessoa que apresenta particularidades que rompem com nossa percepção usual do que é uma pessoa no cotidiano, temos que disfarçar o susto ou justificá-lo para desculpar a nossa reação”.

Com citado anteriormente o câncer ainda é visto como “aquela doença”, as pessoas apresentam uma resistência em pronunciar a palavra câncer como se a mesma representasse destruição e morte (LOPES, 2005). Tal visão sobre a doença acaba por afastar do portador outras pessoas ou até mesmo despertar curiosidades, porém ao portador da doença torna-se constrangedor como podemos perceber no relato dos sujeitos pacientes:

“-Um dia eu de lenço né, e meu marido tinha ido lá na rua né e a gente tava esperando ele e eu parei no portão, onde tinha bastante movimento, passava um passava outro, e nem me olhava, acho que me via de longe né como eu tava de lenço encostada no muro ali, deviam pensa o que essa mulher ta fazendo, saiam e entravam e não me cumprimentavam. Aquele dia eu percebi assim ai como que a pessoa quando fica doente, não tem conhecimento nenhum,quanto que sofre, aquele dia eu senti” (Paciente II).

“-(...) eu assim percebi assim as pessoas olham pra você como se fosse uma coisa contagiosa, muita gente se afastou fica com medo de chegar aquela coisa toda, agora dessa segunda vez ta mais tranqüilo porque já sabe (risos) as reações das pessoas então se já nem liga muito” (Paciente III).

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“-Então passou muito tempo, até mais de ano, vamos supor mais de três anos, eu tinha dificuldade de me olhar no espelho, a diferença né e achava muito feia, mais foi indo e eu me acostumei eu fui aceitando, porque a gente vai vendo tantos jovens, olha tantas pessoas novas faltando a mama, faltando a perna, as vezes faltando as duas pernas , quando eu vi na televisão aquela menina que sofreu um acidente e perdeu as duas mãos e as pernas também , e ela pintava com o pincel na boca, ai meu Deus eu não tenho que reclamar, o meu peito não ta fazendo falta, aí eu aceitei, eu coloco uma prótese” (Paciente I).

A mastectomia é um procedimento invasivo que consiste na retirada de parte ou de toda mama, danificando a integridade física e a imagem psíquica que a mulher tem de si mesma e de sua sexualidade e geralmente vem acompanhado de situações “dolorosas relacionadas a uma sensação de perda interna gera alterações na auto-imagem da mulher, causando sentimentos de inferioridade e medo de rejeição” (ROSSI, 2003).

A principal dificuldade enfrentada pelas mulheres e relatada pela paciente I, após a mastectomia, é sua própria aceitação, olhar no espelho e aceitar que seu corpo está diferente, faltando algo. A negação é uma forma de defesa psicológica utilizada devida a perda da mama, causando um turbilhão de sentimentos. É importante a informação adequada sobre a doença e suas conseqüências, pois possibilita o enfrentamento e adaptação à sua condição (CAMARGO; SOUZA, 2003).

Os fatos ligados a realidade de outrem foi fundamental para a aceitação da paciente I em relação a sua condição de mutilação, usando o fato de haver pessoas em piores condições funcionou como um amparo para sua ressocialização.

5. Motivação para enfrentamento da doença

A família sofre junto com paciente, se desespera, se anima, sente pena, se deprime, a exteriorização desses sentimentos pode funcionar como ajuda ou até mesmo fortalecer a condição de dependência do seu ente. “Em geral, as famílias mais coesas renovam e tendem a unir-se para atender as necessidades imediatas, elaborar a aceitação da doença e enfrentar as dúvidas quanto ao futuro incerto. As mais vulneráveis costumam se fragmentar” (COSTANZE, 2010). O autor também destaca que o portador da doença está sempre atento ao que lhe ocorre e a tudo que ocorre ao seu redor, necessitando de pessoas que estejam dispostas a ofertar-lhe apoio e afeto, e não de pessoas que estejam ao seu lado apenas por obrigação ou dever.

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estratégias de enfrentamento, como também foi verificado no estudo realizado por Barros (2007). Trechos dos relatos estão descritos abaixo:

“-Eu queria viver, nunca eu pensei eu quero morrer, não desanimei eu tinha muito pra viver ainda, tinha meus filhos que eu queria ver, apesar de eles já estarem criados tinha, meus netos que ainda estavam pequenos, e elas sofriam comigo, elas faziam oração (...) (...)minha filha tava com a filhinha,a minha segunda neta lá em Maringá, a minha neta tava com quatro dias de nascida, aí e fui ficando lá, quando eu chegava das quimio das radio, e eu cuidava daquele bebê, “vixi” aquela menina me deu uma força tremenda, eu ficava com ela nos braços (...)Me ajudou muito aquela menina” (Paciente I).

“-Acho que o que pesa muito é a família, filho, marido né. Nessa hora você só pensa nisso eu tenho que ficar boa, ainda mais que tenho filho pequeno, tenho que ficar boa porque tenho três lá né” (Paciente III).

Compreendemos que é de suma importância o auxilio psicológico para o paciente e seu familiar para que lhe ofertem o suporte necessário para enfrentar essa fase angustiante e perturbadora, trazendo um melhor entendimento e melhorias para o enfrentamento da doença. Os pacientes precisam sentir-se valorizados no meio social em que se encontram, pois isso proporciona efeitos emocionais e comportamento positivos.

6. Experiência obtida no processo doença.

O câncer é uma doença que provoca muitos pensamentos, onde as pessoas revêem seus conceitos, sua rotina, sua maneira de viver, pois essas pesam muito ao se deparar com uma doença com risco de morte.

Ao indagar os sujeitos sobre o que mudou em sua visão de mundo e que lição de vida tomaram pra si, obtivemos várias respostas, com as quais construímos um quadro para demonstrar a exposição dos sujeitos pacientes e dos sujeitos familiares (Quadro 7).

Quadro 7. Visão de mundo e lição de vida dos sujeitos pacientes e sujeitos familiares.

Sujeitos Visão de Mundo Lição de vida

Paciente I “-Primeiro eu costurava muito, eu não tinha tempo pra nada (...) eu não tinha tempo nem pra visitar os doentes(...)Então eu vi que eu também tinha uma missão para cumprir”

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Paciente II “-O valor é o mesmo que se tem, eu procuro ser forte, pra não passar pra elas, porque tem muita gente que se entrega né”.

“-A lição que eu tirei, é que a gente deve ver assim: cada dia como se fosse o último dia da vida da gente. Procura tratar bem, viver bem, tratar sempre bem porque não sabe a hora que a gente vai.. né”.

Paciente III “-Melhora as oportunidades de ficar junto, porque é esquisito uma pessoa chegar de repente e falar assim pra você: você só tem hoje pra aproveitar, porque normalmente você aproveita o mínimo”.

“-Ah eu acredito assim que o que ta escrito pra você ninguém vai viver pra você, eu acho que dá uma apertada justamente nisso, o que é importante para você?(...) você começa a dar valor nas coisas pequeninas do dia a dia”.

Familiar I “-Muda muita coisa né, a gente vê as pessoas ai fora os pais, o seu próximo cai e levanta e daí pode acontecer com eles também né, a gente vê nós não somos nada”.

“-Eu não sei dizer, mas a gente deve acreditar no impossível, é isso que eu sempre passo pra ela, e gente tem que acreditar no impossível, que pra Deus tudo é possível”.

Familiar III “-Eu me motivei a montar o GAO (...)

eu achei que eu tinha que ajudar”. “somos nada, não adianta, a gente tem que -Que nós não somos ninguém, nós não ter humildade, nós estamos aqui realmente pra uma passagem, uma passagem pra aperfeiçoar”.

7. Melhora para enfrentamento da doença

As melhorias para enfrentamento foram mencionadas para que pudéssemos identificar o que aflige os sujeitos ao se deparar com a doença. Os principais apontamentos citados foram à falta de informação, a dificuldade de enfrentamento social e principalmente a falta de humanidade dos profissionais cuidadores:

“-(...) as pessoas acham que porque você tá com câncer você tem que tá morrendo, você tem que ta magra, tem que tá careca, e tá assim com aquela cara de doente mesmo, não pode tá aparentemente bem sabe. Eu acho o mais difícil isso a pessoa chega e fala: nossa porque você não tá trabalhando seu marido tá se matando por que você não tá trabalhando por que? Você ta tão bem! Falta mais conhecimento de uma maneira geral po que você tem que explicar pra pessoa que você não tá trabalhando (...)Tem que explicar” (Paciente II).

“-O carinho, e os nossos médicos devem olhar de uma forma mais humana” (Familiar II).

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principalmente com as coisas que a gente pode evitar (...) o profissional ele tem que olhar mais o paciente como um todo, cada um só quer olhar a sua parte (...) tem que olhar diferente, que ele é um sujeito que ele tem sentimentos que ele tem vida que ele é portador de necessidades (...) a gente precisa de profissionais que escutem mais (...) eu acho que nós estamos precisando de profissionais um pouco mais humanos que sintam na pele do outro” (Familiar III).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O câncer é uma doença que provoca muitos traumas e que necessita de assistência social, econômica, física e principalmente emocional. A adequada assistência ao paciente pode minimizar os traumas provocados pela doença e seu tratamento. O diagnóstico precoce pode diminuir a recidiva da doença, a identificação tardia pode estar ligada a educação cultural do paciente que muitas vezes procura o atendimento médico apenas quando é portador de alguma mudança física ou dor aparente, e também ao método de prevenção de saúde falho, que deixa passar batido muitos diagnósticos.

Quando falamos em diagnóstico são vários os critérios para reação, esses estão ligados a nível cultural, social e intelectual de cada um, pois cada ser é único, percebemos que os sujeitos com escolaridade alta e conhecedores de pelo menos parte de como ocorre ou trata-se a doença, demonstraram maior facilidade em adaptar-se a nova condição imposta pela doença.

O diagnóstico pode ser descoberto pelo paciente de várias formas, através da percepção de mudança física, antecipação ao abrir laudos, ou noticiado pelo médico. A forma de noticiar o paciente demonstrou-se falha por parte dos profissionais da saúde, fazendo com que sujeitos em um momento tão frágil, recebam a notícia da doença sozinhos, tendo que transmití-la a seus familiares.

Percebemos que os transtornos psicológicos mais comuns são principalmente o de ansiedade e depressão, que podem ser confirmados através de sofrimento por antecipação e a tristeza. Porém os sujeitos demonstraram uma habilidade formidável em adaptar-se ao diagnóstico e ao tratamento do câncer.

Através da comparação de aceitação da doença entre os sujeitos pacientes e sujeitos familiares, percebemos que essa é mais tardia para os familiares, talvez devido participarem dos momentos mais angustiantes e de sofrimento de seu ente querido ou talvez por medo da perda.

Ao indagar sobre as dificuldades encontradas pelos familiares as respostas foram unânimes, sendo apontada a distância para realizar o tratamento e a distância dos familiares como o principal problema. A facilidade destacada foi relacionada à estadia em casa de familiares, como sinônimo de conforto, carinho, e apoio.

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preconceito, pois esse perdura, mesmo após a fase de isolamento social. O paciente sente-se vitimado devido a condição em que se encontra, enfatizando a forma como percebem a reação da sociedade sobre si, deparando-se em um momento de extrema sensibilidade. O preconceito sobre si mesmo também aparece devido a mudanças físicas adquiridas durante o tratamento (mastectomia), causando a dificuldade em identificar seu eu interior.

O fator que serviu de base para enfrentamento da doença está ancorado na família, amigos e grupos de apoios, sendo esses essenciais para seguirem em frente e enfrentar a doença.

O câncer devido seu estigma, causa inúmeros pensamentos, as pessoas revêem seus conceitos, sua rotina, sua maneira de viver. Adoece o paciente e a família, fazendo com que todos mudem suas visões de mundo e recebam lições de vida com o enfrentamento da doença. Passam a dar mais valor ao tempo de vida, a família, valorizar o pouco que possuem, e ainda passam a ajudar ao próximo e até crer no impossível.

Podemos identificar também a difícil relação entre os pacientes, os familiares e os profissionais de saúde, pois esse foi o principal foco de discussão acerca da exigência de melhoria para enfrentamento da doença. Esse fato merece destaque, por tratar-se de nós profissionais de Enfermagem que somos os principais contribuintes da prevenção, promoção e detecção precoce de doenças, somos o principal elo entre o paciente e sua perspectiva de vida, cabe a nós ofertarmos as informações e orientações necessárias ao paciente e sua família com muita paciência.

Devemos passar as orientações sobre todos os tratamentos presentes na trajetória da doença, de forma real e usando linguagem adequada a cada paciente, de uma forma com que esse entenda e sane suas dúvidas. O enfermeiro passa mais tempo com o paciente, por isso deve se mostrar presente, tratá-lo com cuidado e carinho, com intuito de atender suas necessidades.

O paciente portador de câncer passa por sofrimentos consecutivos, momentos de crise de existência, medo e dor, esses sentimentos interferem na vivência do paciente e sua família. Olhar o paciente como um todo, em todas as esferas sociais, espirituais, emocionais são de suma importância para traçar um plano de tratamento adequado e humanizado, mas para isso é necessário possuir um conhecimento prévio da situação com a qual se depara.

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do profissional da enfermagem está em compreender os processos vivenciados por esses pacientes, para assim promover sentimentos e qualidade de vida positivas tais como: amor, carinho, alegria, auto-estima e socialização.

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I) ROTEIRO DE ENTREVISTA AO PACIENTE A) Identificação e diagnóstico paciente.

Nome:_____________________________________________________________________ Idade:_______________Sexo:______________ Est. Civil:____________________________ Naturalidade:___________________UF:____Residencia:_____________________UF_____ Escolaridade:__________________________Religião:_______________________________ Profissão:___________________________________________________________________ Diagnóstico:_________________________ Data do diagnóstico:_______________________ Tipo de Tratamento: ( ) Cirúrgico.( ) Quimioterápico.( ) Radioterápico.( ) Outros__________ Nº de Sessões:__________ Local da cirurgia:________________Outros:_________________

B) Questões Prévias:

1) Qual foi sua reação diante do diagnóstico de câncer?

2) Você sabia o que era ou o que causava essa doença?

3) Quanto tempo demorou a aceitar que estava realmente doente?

4) Durante ou após o tratamento você sentiu alguma diferença física ou emocional?

5) Devida essas alterações algo mudou em sua vida?

6) Como sua família e as pessoas que você convive reagiram apos o diagnóstico?

7) Quais foram as dificuldades e facilidades enfrentadas durante a doença?

8) Algo te motivou a enfrentar a doença?

9) O que mudou em sua visão sobre o mundo?

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II) ROTEIRO DE ENTREVISTA AO FAMILIAR

A) Identificação do familiar e conhecimento sobre o diagnóstico do doente.

Nome:_____________________________________________________________________ Idade:_______________Sexo:______________ Est. Civil:____________________________ Naturalidade:___________________UF:____Residencia:_____________________UF_____ Escolaridade:__________________________Religião:_______________________________ Profissão:___________________________________________________________________ Diagnóstico do familiar:_______________________________________________________ Data do diagnóstico:__________________________________________________________ Tipo de Tratamento: ( ) Cirúrgico.( ) Quimioterápico.( ) Radioterápico.( ) Outros__________ Nº de Sessões:__________ Local da cirurgia:________________Outros:_________________

B) Questões Prévias:

1) Qual foi sua reação diante do diagnóstico de câncer de seu familiar?

2) Você sabia o que era ou o que causava essa doença?

3) Quanto tempo você demorou a aceitar que seu familiar estava realmente doente?

4) Durante ou após o tratamento do seu familiar você sentiu alguma diferença física ou emocional?

5) Devida essas alterações você percebeu algo mudou em sua vida?

6) Como você sua família e as pessoas que você convive reagiram apos o diagnóstico?

7) Quais foram as dificuldades e facilidades percebidas durante o enfrentamento da doença?

8) Algo motivou você e sua família a enfrentar a doença?

9) Mudou algo em sua visão sobre o mundo devido acompanhamento do processo doença?

Referências

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