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ESTADO DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLÓGICAS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM SÍLVIA SOARES DOS SANTOS

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ESTADO DE MATO GROSSO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLÓGICAS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

SÍLVIA SOARES DOS SANTOS

DSTs: ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE DSTs EM UNIDADES DE SAÚDE

DA FAMÍLIA DE TANGARÁ DA SERRA/MT.

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SÍLVIA SOARES DOS SANTOS

DSTs: ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE DSTs EM UNIDADES DE

SAÚDE DA FAMÍLIA DE TANGARÁ DA SERRA/MT.

Monografia apresentada ao Departamento de Enfermagem da UNEMAT- Campus de Tangará da Serra, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem, pela Universidade do Estado de Mato Grosso.

Orientadora: Profrª. Msc. Cristiane Ferreira Lopes de Araújo.

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S237D SANTOS, SILVIA SOARESDOS

DSTS: ANÁLISEDAINCIDÊNCIADE DSTSEM UNIDADESDE SAÚDEDA FAMÍLIA DE TANGARÁ DA SERRA/MT / SILVIA SOARES DOS SANTOS– TANGARÁ DA SERRA

[MT], 2010.

47F. 21X29,7 CM.

MONOGRAFIA (TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO) UNIVERSIDADE DO

ESTADO DE MATO GROSSO, CAMPUS DE TANGARÁ DA SERRA, CURSO DE

ENFERMAGEM.

ORIENTADORA: M.SC. CRISTIANE FERREIRA LOPESDE ARAÚJO.

1. MULHER. 2. EXAME 3. PREVENÇÃO. 4. DOENÇAS SEXUALMENTE

TRANSMISSÍVEIS. I. SANTOS, S.S. II. TÍTULO.

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SÍLVIA SOARES DOS SANTOS

DSTs: Análise da incidência de DSTs em Unidades de Saúde da família de

Tangará da Serra/MT.

Monografia apresentada ao Departamento de Enfermagem da UNEMAT- Campus de Tangará da Serra, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem, pela Universidade do Estado de Mato Grosso.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________ Profª. MSc. Cristiane Ferreira Lopes de Araujo

Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra Orientadora

___________________________________________________________ Profª Enfermeira Neli Guidotti de Vargas

Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra Examinadora

___________________________________________________________ Profº Drº Rogério Alexandre Nunes dos Santos

Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra

Examinador

CONCEITO FINAL:__________________

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem Ele, nada seria possível e eu não estaria aqui desfrutando destes momentos que são tão importantes para mim.

Ao meu esposo Robson, pelo seu esforço e empenho em me ajudar a alcançar meus sonhos, pela sua compreensão em todos os instantes desta minha caminhada, que por hora se finda mais uma etapa.

Ao meu filho Thalles pelo seu amor e carinho incondicional, o qual me deu forças para continuar em frente, que mesmo nos momentos mais difíceis me encorajava e confiava em mim, às vezes mais do que eu mesma.

A minha mãe pelo seu apoio, por ser minha confidente, amiga meu exemplo de pessoa, e sem dúvida a maior incentivadora.

A minha irmã e meus sobrinhos, que confiaram e me deram forças.

A todos os meus colegas de turma, aos quais se fizeram tão presentes no decorrer desses quatro anos, ficarão para sempre na lembrança, os momentos que sorrimos, choramos, brigamos e lutamos , quando fomos mal interpretados, demos cabeçadas, tivemos atitudes impensadas, o inesquecível zero coletivo, na verdade queríamos apenas reivindicar nosso direitos, esse tempo jamais será esquecido queríamos mudar o mundo, hoje olhamos para traz e vemos que não mudamos mas contribuímos para que algumas mudanças acontecessem.

A minha amiga Patrícia Duarte, que apesar de sermos as duas geniosas, fomos parceiras, amigas e confidentes, e sempre esteve me apoiando e me ajudando.

A minha amiga Nathalie que foi minha companheira, sempre me estimulou, e seu sorriso contagiante jamais esquecerei, pois amigos jamais são esquecidos, os de verdade serão eternos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelas bênçãos derramadas sobre mim, pois sem elas com certeza não chegaria aonde cheguei. Obrigado Senhor por fazer parte da minha vida, e estar sempre comigo em todos os momentos.

Agradeço a minha orientadora professora Mestre Cristiane Ferreira Lopes de Araujo, pelo seu incentivo, simpatia e paciência no auxílio à execução deste trabalho.

A professora Mestre Ana Lúcia, em não medir esforços para nos orientar no decorrer desses dois semestres, que foram cruciais para nossa turma.

A todos os professores que lecionaram no decorrer dos quatro anos de faculdade, os quais tiveram uma grande contribuição no meu aprimoramento tanto como ser humano quanto como futura profissional enfermeira.

A todos os funcionários da Universidade, que direta e indiretamente contribuíram para minha formação.

A todos os profissionais que atuam no setor da saúde, os quais foram importantíssimos nesse período.

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RESUMO

Esta pesquisa visa conhecer as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) que ocorrem nas mulheres que realizam exames preventivos de colo uterino, em quais faixas etária são mais predominantes e qual o tipo de serviço é disponibilizado à saúde da mulher nas Unidades de Saúde da Família do município de Tangará da Serra - MT. A metodologia utilizada foi quantiqualitativa, O recorte foi feito em quatro unidades sendo elas em bairros distintos. Inicialmente foi realizada pesquisa bibliográfica acerca do assunto para obtenção de conhecimento teórico, posteriormente foram coletados dados de forma direta nos livros de catalogação de coleta e resultados de exames preventivos realizados nas unidades no período de 2008 a 2009. Em cada unidade foram observados os atendimentos prestados às mulheres no momento anterior ao exame. Os autores que subsidiaram essa pesquisa foram: Araujo, Bucher e Bello (2004), Brasil (2007), Mandú (2004), Oliveira (2007), Passos (1990), Patrício (2007) entre outros. Este estudo demonstrou que as DSTs que acometem as mulheres em Tangará da Serra são Gardnerella, HPV, Trichomonas, Chlamydia e Candida, com predominância nas faixas etárias de 20 a 45 anos. Observou se que o atendimento prestado as mulheres é de maneira integral vendo-as como um todo, oferecendo atenção, orientação e tratamento, de acordo com sua necessidade, seja ela física, mental ou emocional.

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ABSTRACT

This research seeks to know the Sexually Transmitted Diseases (STDs) that occur in women who carry out preventive examinations of the cervix, in which age groups are more prevalent and what type of service is available to women's health at the Family Health Units in the city of Tangará da Serra - MT. The methodology used was quantitative and qualitative. The clipping was done in four units they are in different neighborhoods. Literature search was initially conducted on the subject to obtain theoretical knowledge, then data were collected directly in the books cataloging the collection and results of preventive examinations conducted in units in the period 2008 to 2009. In each unit were observed services rendered to women before examination. The authors which supported this research were: Allen, Bucher and Bello (2004), Brazil (2007), Mandú (2004), Oliveira (2007), Passos (1990), Patricio (2007) among others. This study demonstrated that STDs that affect women in Tangará da Serra are Gardnerella, HPV, Trichomonas, Chlamydia, and Candida, predominantly in the age groups 20-45 years. Noted that the care provided to women is so integral seeing them as a whole, giving attention, guidance and treatment, according to your need, be it physical, mental or emotional.

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LISTA DE SIGLAS

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

CAPs Caixas de Aposentadorias e Pensões

CLT Consolidação de Leis Trabalhista

CNS Conferência Nacional de Saúde

DIP Doenças Inflamatórias Pélvicas

DST Doenças Sexualmente Transmissíveis

HIV Vírus da Imunodeficiência Humana

HPV Papilomas Vírus Humano

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INAMPS Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência

IAPM Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Marítimos

IAP Instituto de Aposentadorias e Pensões

INPS Instituto Nacional de Previdência Social

LVG Linfogranuloma Venéreo

MESP Ministério da Educação e Saúde Pública

NOAS Norma Operacional de Assistência a Saúde

OMS Organização Mundial de Saúde

PACS Programa de Agentes Comunitários de Saúde

PAISM Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher

pH Potencial Hidrogeniônico

PSF Programa de Saúde da Família

SUS Sistema Único de Saúde

USF Unidade de Saúde da Família

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa de localização do Município de Tangará da Serra – MT...29

Figura 2. Coeficiente de Incidência de casos de DSTs a USF 1 /TGA ... 33

Figura 3: Coeficiente de Incidência por faixa etária de DSTs USF 1/TGA ... 34

Figura 4; Coeficiente de Incidência de casos de DSTs USF 2/TGA ...35

Figura 5: Coeficiente de Incidência por faixa etária de DSTs USF 2 /TGA ... 36

Figura 6: Coeficiente de Incidência de casos de DSTs USF 3 /TGA ...37

Figura 7: Coeficiente de Incidência por faixa etária de DSTs USF 3 /TGA ...38

Figura 8: Coeficiente de Incidência de casos de DSTs USF 4 /TGA...39

Figura 9: Coeficiente de Incidência por faixa etária de DSTs USF 4 /TGA ...40

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 13

I. HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL ... 15

1.1 A SAÚDE PÚBLICA DO BRASIL NOS TEMPOS DE COLÔNIA E IMPÉRIO ... 15

1.2 A SAÚDE PÚBLICA E A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA ... 15

1.3 A SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL NA ERA DE VARGAS ... 17

1.4 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) ... 19

1.5 PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) ... 20

1.6 PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER (PAISM) ... 21

1.7 HISTÓRICO DAS DSTS ... 22

1.8 PRINCIPAIS DSTS DIAGNOSTICADAS NA REALIZAÇÃO DO EXAME PREVENTIVO DO COLO UTERINO ... 24

1.9 O TRABALHO DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DAS DSTS ... 26

II. METODOLOGIA ... 28

III. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 43

REFERÊNCIAIS BIBLIOGRÁFICOS ... 45

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INTRODUÇÃO

Esta pesquisa buscou identificar quais tipos de DSTs tem sido diagnosticadas nos exames preventivos em USFs (Unidade de saúde da Família) do município de Tangará da Serra. Essa investigação tem como base um estudo bibliográfico a partir do histórico das DSTs que são evidenciadas em mulheres no Brasil.

O recorte estudado identifica quais DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) que corresponde à denominação dada a todas as doenças que podem ser adquiridas durante o ato sexual, isto é, no coito propriamente dito ou nos eventos que o cercam, são diagnosticadas com maior freqüência nas mulheres que realizam exames preventivos em Tangará da Serra,

bem como caracterizar a faixa etária na qual ocorre maior incidência. Essas patologias podem ser causadas por vírus, fungos, protozoários ou bactérias. Estima se que no mundo, a cada ano, cerca de 333 milhões de novos casos de DSTs surgem, representando a segunda maior causa de perda de vida saudável entre as mulheres de 15 a 49 anos.

Mesmo sendo as DSTs de possível prevenção, isso não ocorre, de acordo com a literatura e a observação do número de casos diagnosticados nas Unidades de Saúde da Família (USF) através da realização do exame de prevenção de câncer de colo uterino, observou-se que as DSTs são patologias que ocorrem com freqüência nas mulheres com vida sexualmente ativa. Conhecidas pela população feminina, seus sinais e sintomas são bem definidos, através de alguma modificação fisiológica aparente nos órgãos genitais, o que possibilita notar a presença de alguma DST. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a população feminina um programa destinado a cuidar da saúde da mulher oferecendo, prevenção, diagnóstico e tratamento, sendo a sua demanda de procura espontânea.

Além da coleta de dados documentais também foi utilizado a observação para evidenciar o atendimento oferecido às mulheres com o intuito de perceber se as mesmas são acolhidas de forma holística.

Esta pesquisa esta dividida em três capítulos, onde o primeiro trás toda a trajetória da Saúde Pública no Brasil, o segundo a metodologia utilizada no desenvolvimento do mesmo e o ultimo os resultados e a discussão dos dados obtidos e considerações finais.

Quanto à comprovação da periodicidade de exames realizados pelos pacientes das

USFs a forma que são controlados os registros não garante a comprovação desse dado.

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I HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

1.1 A Saúde Pública do Brasil nos Tempos de Colônia e Império.

Com a vinda da corte Portuguesa para o Brasil em 1808, vieram mudanças tanto na administração pública como na área de saúde, nessa época a cidade do Rio de Janeiro tornou-se tornou-sede provisória do Império Português e o principal porto do país. A cidade tornou-tornou-se centro das ações sanitárias, e em conjunto com essas ações houve a necessidade de criar rapidamente centros de formação de médicos, o que quase não existia até então, em virtude da proibição de ensino superior em colônias (BRASIL, 2007).

No ano de 1829 foi criada a junta de higiene pública, não sendo muito eficaz apesar de

passar por várias formulações não conseguia atingir o seu objetivo primordial que seria a saúde pública. Em 1851 as instâncias médicas assumem o controle das medidas de saúde pública, e transforma a mesma em Junta Central de Saúde Pública, tendo como objetivo a inspeção da vacinação, o controle do exercício da medicina e a política sanitária da terra, englobando a inspeção de alimentos, farmácias, armazéns de mantimentos, restaurantes, açougues, hospitais, colégios, cadeias, cemitérios, oficinas, laboratórios, fábricas, ou seja, todos os lugares que representassem fontes de danos à saúde pública (BRASIL, 2007).

Nessa época as atividades de saúde pública englobavam apenas a delegação das atribuições sanitárias às juntas municipais e o controle de navios e saúde dos portos. O interesse primordial limitava-se a um controle sanitário mínimo da capital do Império, tendência essa que se alongou por quase um século. Apesar da junta não ter resolvido os problemas de saúde pública, ela marca uma nova etapa na organização da higiene pública no Brasil. Findou-se a fase imperial da história brasileira, sem êxito em solucionar os graves problemas de saúde da coletividade (BRASIL, 2007).

1.2 A Saúde Pública e a Proclamação da República

Proclama-se a república em 1889, embalada pela idéia de modernização do Brasil, procura-se atualizar urgentemente os campos da economia e a sociedade, o mundo capitalista avançado redefine os trabalhadores brasileiros como capital humano, essa idéia baseia-se no

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Na constituição de 1891, cabia aos estados a responsabilidade pelas ações de saúde, de saneamento e de educação. No início do século XX, a cidade do Rio de janeiro apresentava um quadro sanitário caótico caracterizado pela presença de diversas doenças graves que acometiam a população, como a varíola, a malária, a febre amarela e, posteriormente a peste, esse quadro era agravado pela não existência de um modelo sanitário no país, o que implicou em sérias conseqüências tanto nos setores de saúde coletiva, quanto no comércio exterior, causando a recusa de navios estrangeiros em atracar no porto por conseqüência da situação que o país se encontrava (BRASIL, 2007).

O governo republicano em virtude da incorporação de novos conhecimentos clínicos e epidemiológicos às práticas de proteção a saúde coletiva, traçou minuciosos planos com o intuito de acabar com as enfermidades que acometiam as pessoas e em conseqüência

diminuíam a vida útil. A participação do estado diferente de outros tempos, a partir de então passou a ser de maneira global, estendendo-se por todo tempo e a todos os setores da sociedade, não apenas durante os surtos epidêmicos. Essa contínua intervenção estatal nas questões relativas à saúde individual e coletiva revela uma política de saúde.

Com a criação das duas principais instituições de pesquisas biomédica e saúde pública do país: o Instituto Soroterápico Federal que posteriormente viria ser o Instituto Oswaldo Cruz (1908) e a Fundação Oswaldo Cruz (1970), no Rio de janeiro, e o instituto Butantan, em São Paulo, deu origem a uma atenção voltada para as epidemias nas cidades, como por exemplo, a peste bubônica no porto de Santos em 1899 (BRASIL, 2007)

Essas duas instituições compostas por novos médicos, os quais possuíam uma formação segundo o paradigma da bacteriologia e influenciados pelas pesquisas praticadas na França e Alemanha, começaram a exercer fortes influências sobre as concepções de doenças transmissíveis com propostas de ações em saúde pública (BRASIL, 2007).

Em 1920, cria-se o departamento nacional de saúde pública, fruto de um ativo movimento de reforma sanitária, liderado por uma nova geração de médicos higienistas, nesse período foram estabelecidas as bases para criação de um Sistema Nacional de Saúde com características de concentração e verticalização das ações do governo central.

A aprovação da lei Eloi Chaves em 1923 foi resultado do crescente impacto que definiu a saúde como uma questão social do país, com isso veio o reconhecimento da necessidade de medidas de proteção social e assistência médica. Essa lei regulamentou a criação das caixas

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os quais eram organizados segundo direito social, onde os benefícios dependiam das contribuições dos segurados (BRASIL, 2007).

Essa lei deveria abranger todos os trabalhadores, em virtude do congresso nacional ser na sua maioria dominado pela oligarquia rural, porém, foram impostas condições em que a mesma não beneficiaria os trabalhadores rurais. Essa situação arrastou-se até o ano de 1960, quando se criou o Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural o Funrural.

1.3 A Saúde Pública no Brasil na era de Vargas

O primeiro governo de Vargas em 1930 foi considerado um marco na configuração das políticas sociais do Brasil. Em 1937 foi promulgada a nova constituição, reforçando o centralismo e a autoridade presidencial (ditadura). Em 1937 regulamenta-se a justiça do trabalho, em 1940 é homologada a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) (BRASIL, 2007).

O crescimento da massa assalariada urbana passa a ser um ponto de sustentação do governo de Vargas, são criadas leis trabalhistas e as estruturas sindicais do estado, essa ações são vistas como dádivas do Governo do Estado e não como conquistas dos trabalhadores (BRASIL, 2007).

Substituiu se as antigas CAPs pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP), para envolver todas as categorias de operariado urbano. Os mesmos eram organizados por categorias profissionais (marítimos, comerciários e bancários), nos institutos e não por empresas. Em 1933 criou-se o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Marítimos (IAPM). Até o fim dos anos de 1950 a assistência médica previdenciária não era vista com muita importância, tanto pela parte dos técnicos do setor, quanto pelos próprios segurados que não a colocavam como objetivo para suas reivindicações (BRASIL, 2007).

Segundo Brasil (2007) a saúde pública do Brasil se arrastava, apenas com a criação de institutos, que não conseguiam resolver os problemas, que só aumentavam. As políticas até então implementadas constituem algumas mudanças, uma delas foi a criação do MESP (Ministério da Educação e Saúde Pública), ao MESP cabia a assistência de saúde pública a

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Promulgada em 1946 uma nova constituição, então o país passa por alguns anos de experiência democrática. A dinâmica política da sociedade brasileira começava, desde meados da década de 1950, a permitir a compreensão das proposições de mudanças nas políticas da saúde, promovidas pelos “desenvolvimentistas” que defendiam a idéia da saúde como questão de superestrutura, isto é, não como causa do desenvolvimento econômico e social, mas uma conseqüência dele (BRASIL, 2007).

A 3ª Conferência Nacional de Saúde (3ª CNS), realizada em dezembro de 1963, foi o último evento na experiência democrática. Um dos principais pontos de discussão da 3ª Conferência Nacional de Saúde foi à distribuição de responsabilidades entre os entes federativos, a realidade sanitária vista e avaliada de forma crítica propunha uma municipalização dos serviços de saúde (BRASIL, 2007).

Na década de 70 a assistência médica financiada pela Previdência Social estava no ápice, teve um crescente aumento do número de leitos disponíveis, dispunha do maior orçamento da história, e o pagamento realizado aos serviços prestados às unidades de serviços, tornou-se uma fonte de corrupção (BRASIL, 2007).

Com a crise em 1975 do modelo econômico implantado pela ditadura militar, a saúde do Brasil enfrenta um caos, o desemprego e baixos salários trazem consigo suas conseqüências engrandecem uma população marginalizada sem carteira assinada e contribuição, aumenta o surgimento de favelas e a mortalidade infantil, ficando claras as deficiências do modelo de saúde previdenciário utilizado, o qual priorizava a medicina curativa, oferecendo serviços apenas à população que contribuía com os institutos, ou seja, não resolveu a gama de problemas de ordem coletiva que surgiram em conseqüência da própria crise (BRASIL, 2007).

As denúncias referentes a situação caótica da saúde pública e dos serviços previdenciários de atenção médica, ampliaram as reivindicações de soluções imediatas para os problemas criados pelo modelo de saúde existente. Diante disso várias categorias profissionais da saúde como médicos, acadêmicos e cientistas, discutiam em seminários e congressos problemas como as epidemias, endemias e a má qualidade de vida da população (BRASIL, 2007).

Nessa fase surge o Movimento da Reforma Sanitária, tendo seu grande marco na 8ª Conferência Nacional de Saúde, que fora realizada em Brasília no ano de 1986, chegando ao

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capítulo da saúde constituído durante a elaboração da Carta Magna de 1988, cuja vigência perdura até os dias atuais (PATRÍCIO, 2007).

O Sistema de Saúde que surge da luta do movimento da Reforma Sanitária possui o propósito de acabar com a iniqüidade e tornar a saúde publica algo acessível a todos, independente de cor, raça, credo ou classe social (BRASIL, 2007).

Então nessa conferência aprovou se a criação do SUS (Sistema Único de Saúde), que se constituiu em um novo arcabouço institucional, com a separação total da saúde em relação a previdência, pois nessa época a assistência prestada a saúde se dava através do Ministério da Saúde, que oferecia quase que exclusivamente ações de promoção a saúde e prevenção de doenças, através de campanhas de vacinações e controle de endemias. A assistência médico hospitalar era através do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência

Social) esse instituto beneficiava apenas trabalhadores da economia formal, segurados pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e seus beneficiários (BRASIL, 2007).

1.4 Sistema Único de Saúde (SUS)

O Sistema Único de Saúde que tem o objetivo de reorganizar a saúde publica do país, difere dos sistemas anteriores. Esse sistema é constituído pelo conjunto de ações e serviços de saúde sob gestão pública. Ele atua em todo território nacional, sendo organizado em redes regionalizadas e hierarquizadas com direção única em cada esfera do governo (BRASIL, 2007).

O SUS nasce da idéia de que a saúde é direito de todos e dever do Estado, como afirma o artigo 196 da Constituição Federal “Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e outros agravos e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 1988).

A regulamentação do SUS se dá pela Lei 8080/90 de 19 de setembro de 90, que

determina em seu artigo 9º que a direção do SUS deve ser única, conforme o inciso I do artigo

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Segundo Brasil (2007), todas as ações e serviços que integram o SUS, são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição Federal de 1988, e obedecem aos princípios organizacionais e doutrinários tais como: universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; integralidade de assistência, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízos de serviços assistenciais; eqüidade; descentralização político - administrativa com direção única em cada esfera do governo, conjunção dos recursos financeiros, tecnológicos materiais e humanos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da população; participação da comunidade; regionalização e hierarquização.

Os princípios fixados pela constituição são resultados de um longo processo histórico e social que busca interferir nas condições de saúde e na assistência prestada à população

brasileira (BRASIL, 2007).

Segundo Patrício (2007), o sistema de saúde implantado com uma visão universalizante, que visa o cuidado igualitário com enfoque na prevenção, passou por alguns problemas em sua execução, pois advinha de um modelo dependente de duras tecnologias, centrado no atendimento hospitalar, com custos altíssimos e pouca resolutividade. Para conseguir solucionar essas limitações o Ministério da Saúde no ano de 1993 idealizou e criou no ano seguinte o Programa de Saúde da Família (PSF), com o ideal de modificar o modelo hegemônico e recuperar os princípios e diretrizes do SUS.

1.5 Programa de Saúde da Família (PSF)

Antes da criação do PSF criou-se primeiro o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) que segundo Patrício (2007), foi implementado no ano de 1991, com o intuito de enfrentar os graves índices de morbimortalidade materno infantil na região Norte e Nordeste do País. Este programa traz como seu enfoque principal a família.

A família já era um tema que vinha sendo discutido por várias décadas no setor da saúde, tanto nos serviços como nas universidades. No Brasil iniciou-se em 1990 junto com as discussões de políticas públicas, a reforma do Sistema Único de Saúde (SUS) o qual possui seu alicerce no modelo de atenção primária à saúde com ênfase no médico da família, baseado no sucesso do modelo cubano.

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da comunidade, e tem seu alicerce sobre grandes pilares: a família, o território e a responsabilização, e priorização dos grupos populacionais com maior risco de adoecer. O PSF nasce com o propósito de superação de um modelo de assistência à saúde, responsável pela ineficiência do setor, insatisfação da população, desqualificação profissional e iniqüidades.

Os PSFs devem ter uma equipe composta por um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Essa equipe multidisciplinar possui responsabilidade de atender cerca de 1000 famílias. Essas unidades de saúde são responsáveis em oferecer atenção básica, entre as ações estratégicas mínimas que foram definidas na Norma Operacional de Assistência a Saúde NOAS/SUS 01/2001, cabe aos municípios desenvolverem no âmbito de atenção básica: controle da Tuberculose, eliminação da Hanseníase, controle da Hipertensão, controle da Diabetes mellitus, ações de Saúde Bucal,

ações de Saúde da Criança e ações de Saúde da Mulher (BRASIL, 2003).

No estado de Mato Grosso a implantação das unidades iniciou no ano de 1997, primeiramente seis municípios implantaram o PSF, com oito equipes atendendo uma população estimada em 30.600 habitantes, que representava 1,33% da população coberta. Segundo dados do Ministério da Saúde em 2007 os números são de 500 Equipes de Saúde da Família implantadas no estado correspondendo a cerca de 54,85 % de cobertura populacional (BRASIL, 2007).

Em Tangará da Serra existem 10 USFs distribuídas no município, essas unidades de saúde atendem vários bairros, em média quando estão com seu quadro de Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) que são de seis a sete agentes, as unidades prestam cerca de oitenta atendimentos diários, os quais são diversificados no decorrer da semana, e buscam contemplar todos os programas e públicos variados, de acordo com as necessidades.

1.6 Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher (PAISM)

O Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM), foi criado antes do PSF, no ano de 1984, sendo ele fruto da constatação do Ministério da Saúde que o serviço oferecido a saúde da mulher, era falho, pois sua abrangência se limitava ao ciclo gravídico puerperal e com deficiência (OSIS, 1988).

O PAISM já trazia consigo alguns princípios e diretrizes como a descentralização,

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Dentro desse novo programa para saúde da mulher são incluídas ações educativas, preventivas, diagnósticos, tratamento e recuperação, englobando assistência clínica ginecológica, pré natal e puerpério, climatério, planejamento familiar, DSTs, prevenção e detecção de câncer de colo uterino e mamas, além de outras necessidades identificadas de acordo com o perfil epidemiológico, respeitando as necessidades e características de cada uma delas.

Segundo Vieira et al,( 2002) (apud Santana 2005), os principais problemas da saúde reprodutiva da mulher são a alta prevalência de esterilização cirúrgica associadas a cesarianas desnecessárias, mortalidade materna incompatível com o nível de desenvolvimento, altos índices de gravidez indesejadas, aborto induzido ilegalmente e aumento da mortalidade pela AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).

Os objetivos gerais do PAISM são diminuir a morbimortalidade feminina por causas preveníveis e controláveis, melhorar a qualidade assistencial do atendimento à mulher em todas as fases do seu ciclo vital. Os objetivos específicos do programa são detectar patologias sistêmicas do aparelho reprodutor e DSTs, câncer de útero e mamas e assegurar o tratamento; orientar sobre o planejamento familiar e escolha do método contraceptivo, assegurar encaminhamento a níveis de maior complexidade se necessário; diminuir a mortalidade perinatal com os cuidados a gestante de risco; contribuir para que ocorra a participação das mulheres idosas na busca dos serviços de saúde (BRASIL, 2004).

1.7 Histórico das DSTs.

As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) existem a milhares de anos, acompanham a evolução da espécie humana, acometendo pessoas de todas as classes, sexos e religiões, a gonorréia foi descrita em algumas passagens da Bíblia, muito embora seu agente etiológico só tenha sido identificado em 1879. A sífilis, que até o século XV era desconhecida, teve seus primeiros registros em figuras encontradas em tumbas do Egito no tempo dos faraós. No início do século XX, o cientista Shaudinn descobre que a sífilis é causada por uma bactéria, chamada de Treponema pallidum. Em seguida, outro cientista, Wassermann, desenvolve um teste feito no sangue, o VDRL (Venereal Disease Research Laboratory), que serve para detectar a infecção.

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venérea vem de Vênus a deusa do amor, e amor não é estritamente igual ao sexo(PASSOS, 1990).

As doenças sexualmente transmissíveis são doenças graves (DSTs) que mobilizam e preocupam as mais diversas autarquias da Saúde Pública. São todas as doenças que podem ser adquiridas durante o ato sexual, isto é, no coito propriamente dito ou nos eventos que o cercam essas patologias, podem ser causadas por vírus, fungos, protozoários ou bactérias. Estima-se que no mundo, a cada ano, cerca de 333 milhões de novos casos de DSTs, representando a segunda maior causa de perda de vida saudável entre as mulheres de 15 a 49 anos (ARAÚJO et al, 2004).

As DSTs sempre tiveram significado importante para a saúde pública, apesar de serem subestimadas e vista de maneira tímida. Com a descoberta da penicilina, na década de 40, as

epidemias de algumas DSTs começam a recuar. Nos anos 60 e 70, com a descoberta da pílula anticoncepcional e com a maior liberdade sexual entre os jovens, voltaram a aumentar os números de casos de DSTs em todo mundo. Nos anos 80 e 90 observou-se um aumento dramático dos casos de sífilis e gonorréia. Com o surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), ficou evidente a relevância das DSTs como fator de risco para o surgimento da mesma, desta forma passaram a ser reconhecidas e valorizadas pelas autoridades de saúde, comunidade científica e população em geral (BRASIL, 1999).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) as doenças sexualmente transmissíveis estão entre os problemas de saúde pública mais comum em todo mundo. Em países industrializados ocorre um novo caso de DST a cada 100 pessoas por ano, já em países em desenvolvimento as DSTs estão entre as cinco principais causas de procura ao serviço de saúde. Estimativas feitas recentemente pelo Ministério da Saúde mostram que no Brasil surgem cerca de 12 milhões de novos casos de DSTs ao ano, em virtude das notificações de DSTs não serem compulsórias e grande parte da população buscar tratamento sem receitas médicas em drogarias. Os casos que são notificados apontam números muito abaixo da estimativa da OMS (Organização Mundial de Saúde), essa ausência de notificação e de estudos de base populacional dificulta a visibilidade do problema e a implantação de intervenções prioritárias (ROCHA, 2008).

Existem vários fatores que influenciam a ocorrência de DSTs, segundo Eleutério-Junior et al (2001) (apud Rocha, 2008) os altos níveis de incidências das principais DSTs, são

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As DSTs causam inúmeros danos à saúde de milhares de mulheres hoje no país, vários estudos comprovam que essas infecções de transmissão sexual, são responsáveis por problemas como, doenças inflamatórias pélvicas (DIP), infertilidades, nascimentos de bebês prematuros, gravidez ectópica que contribuem para óbitos maternos, outras conseqüências das DSTs é a evolução do HPV (Papilomavírus Humano) que pode causar câncer uterino (BRASIL, 2006).

Segundo Silveira (2000) (apud Carret et al, 2004) as mulheres são especialmente vulneráveis as DSTs por características biológicas e de papéis sociais (gênero).

As DSTs consideradas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como de mais freqüente transmissão são: herpes genital, condiloma acuminado, tricomoníase, candidíase, infecções causadas por Chlamydia trachomatis e vaginose bacteriana como de fácil detecção

pelo método de Papanicolaou (ROCHA 2008).

Segundo Lara et al (1999) (apud Rocha, 2008), o exame periódico de Papanicolau é reconhecido como um importante método na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo uterino bem como no diagnóstico das inflamações cervicovaginais sendo de fácil execução e baixo custo.

A principal queixa é alteração da secreção vaginal, que aumenta em quantidade e podem apresentar odor forte e proeminente, a presença de leucorréia com odor característico em conjunto a um prurido intenso constitui, na maioria dos casos, os principais sintomas associados aos processos inflamatórios das DSTs (ROCHA, 2008).

1.8 Principais DSTs diagnosticadas na realização do exame preventivo de colo uterino.

Entre as doenças mais comuns diagnosticadas no exame preventivo Papanicolaou destacam-se a Gardnerella vaginalis, HPV, Trichomonas vaginalis, Chlamydia trachomatis e Candida sp (ROCHA et al, 2008)

Gardnerella vaginalis trata-se de uma espécie de bactéria comum da microbiota

vaginal de mulheres sexualmente ativas, elas causam infecções quando o equilíbrio de sua população é afetado, essa alteração se dá de várias formas podendo ser pelo uso de fármacos, traumas vaginais, estresse, alteração do pH (Potencial Hidrogêniônico) da região, ou associação desta com outros micróbios.

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putrecina, cadaverina e trimetilamina), elas são volatizadas em pH elevado produzindo odor característico, causam esfoliação das células epiteliais e corrimento vaginal por serem citotóxicas.

A infecção por Gardnerella pode causar algumas complicações como, por exemplo: infertilidade, salpingite, endometrite, doenças inflamatórias pélvicas, ruptura prematura de membranas, aborto e aumenta o risco de infecção pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) se houver contato com o vírus e de outras infecções como gonorréia e a tricomoníase. Durante a gestação pode ocasionar prematuridade ou baixo peso do recém nascido (CERRI, 2010).

O Trichomonas vaginalis é um protozoário anaeróbico facultativo, cresce perfeitamente na ausência de oxigênio, em meios de cultura com baixo pH entre 5 a 7,5 e em

temperaturas de 20 a 40º C ( NEVES et al, 2005).

Segundo Maciel et al (2004), a OMS estimou que ocorrem cerca de 170 milhões de casos de tricomoníase no mundo anualmente entre as faixas etárias de 15 a 49 anos. É uma doença infecto contagiosa do sistema gênito-urinário do homem e genital da mulher, podem apresentar pouca ou nenhuma manifestação clínica, podendo ser corrimento vaginal amarelo esverdeado ou acinzentado, espumoso e com odor forte. Pode apresentar irritações na região genital, dor ao urinar e micções freqüentes, as complicações que podem ocorrer são prematuridade no parto, baixo peso do recém-nascido e ruptura precoce das membranas uterinas (CERRI, 2010)

O HPV é um tipo de vírus da família Papilomaviridae, este provoca verrugas com aspecto de couve flor de tamanhos variados nos órgãos genitais (Condiloma acuminado), pode estar relacionados com o aparecimento de alguns tipos de câncer como o de colo uterino, pênis e ânus (BRASIL, 2010).

Geralmente as manifestações são as verrugas, ou às vezes apresentam-se assintomáticas, a infecção pelo HPV pode ter complicação como câncer de colo uterino, de ânus ou pênis (CERRI, 2010).

Chlamydia trachomatis é o agente causador da doença do trato urogenital,

Linfogranuloma Venéreo (LVG), tracoma, conjuntivite de inclusão e pneumonia do recém-nascido. A organização mundial de Saúde estima que ocorram cerca de 90 milhões de casos novos de clamídia no mundo, o maior impacto da infecção pela clamídia ocorre no sistema

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proctite (inflamação do reto) e epididimite (inflamação do epidídimo), assim como a gonorréia são as principais causas de infertilidade feminina (CERRI, 2010).

Candida albicans são leveduras que causam infecções na mucosa genital, são

microrganismos considerados oportunistas, pois em condições propícias e com fatores predisponentes locais ou sistêmicos se proliferam e causam processos infecciosos. Entre os fatores que podem contribuir para a proliferação da candidíase estão os fatores hormonais, número de parceiros, uso de anticoncepcional, antibioticoterapia, diabetes, tabagismo, uso de preservativos e maus hábitos de higiene. As manifestações clínicas mais comuns são disúria (micção difícil e dolorosa), hiperemia (aumento da quantidade de sangue), ardência, corrimento, prurido (coceira), dispareunia (dor durante a relação sexual) e fissuras (fenda) (CORREIA, 2009).

As complicações são raras, pode ocorrer disseminação sistêmica, principalmente em imunodeprimidos (CERRI, 2010).

1.9 O Trabalho do Enfermeiro no Controle das DSTs.

Segundo Reis e Gir (2002), a enfermagem tem papel fundamental no controle das DSTs, seja desenvolvendo atividades de promoção e prevenção, seja individualmente, na família ou na comunidade, tendo como intuito detectar fatores e situações de risco, promovendo educação em saúde, contribuindo para o diagnóstico precoce a adesão e tratamento efetivo do paciente e seu parceiro sexual. É também responsável em acolher o paciente de forma ampla, sem discriminação ou julgamentos prévios, vendo o mesmo de forma holística.

O profissional enfermeiro durante sua consulta à saúde sexual deve contemplar o mais amplamente possível aspectos biológicos, sociais, subjetivos e de comunicação pertinentes às experiências eróticas, autopercepção corporal, às trocas afetivas e relacionais humanas significativas, lidando com vulnerabilidades potenciais, necessidades e problemas relacionados (MANDÚ, 2004).

Durante a consulta deve ser estabelecida uma relação de confiança entre ambas as partes, constituindo um espaço de expressão e captação de necessidades e de resolução dos problemas do âmbito da competência profissional dos enfermeiros com a participação ativa

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II METODOLOGIA

3.1 Desenho do Estudo

O presente estudo trata é de abordagem quantiqualitativa, sendo seus dados levantados a partir de pesquisa realizada nos livros de catalogação de preventivos realizados nas Unidades de Saúde da Família.

A pesquisa quantiqualitativa se deu por este ser um método que associa análise estatística as investigações dos significados das relações humanas facilitando a melhor compreensão do tema a ser estudado facilitando assim a interpretação dos dados obtidos

(FIGUEIREDO, 2008).

A pesquisa bibliográfica foi realizada através de literaturas especializadas no assunto, e buscas em base eletrônica de dados. Lakatos & Marconi (2001), destacam que a pesquisa bibliográfica procura explicar um assunto, a partir de referências teóricas as quais já foram publicadas. No qual tange a finalidade da pesquisa é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, falado ou filmado sobre determinado assunto.

A observação foi utilizada para conseguir captar certos aspectos da realidade, ela examina os fatos ou fenômenos da realidade, ela examina afetos ou fenômenos que se deseja estudar (MARCONI & LAKATOS, 2008).

Foram utilizadas as palavras DSTs, Saúde da Mulher, PSF e SUS nas buscas realizadas nessas bases eletrônicas. Ressalta-se que o levantamento das obras on line foram realizadas no período de setembro 2009 a abril de 2010, dados esses que contribuíram para a sistematização das informações obtidas.

Diante do grande número de DSTs, e segundo a OMS as doenças sexualmente transmissíveis estão entre os problemas de saúde pública mais comum em todo mundo. Elas estão entre as cinco principais causas de procura ao serviço de saúde, sendo o exame preventivo um dos meios que mais diagnostica as mesmas, este estudo aponta quais as principais DSTs que ocorrem em Tangará da Serra e em qual faixa etária.

3.2 Área e população do estudo

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belezas naturais, fica localizada na região sudoeste do estado de Mato grosso conhecida como médio norte, distante cerca de 240 quilômetros da capital Cuiabá, o município possui uma área urbana de 9.514.474,58 m², com 92 loteamentos divididos em sete macro-setores ( A, B, C, D, E, F, G) e quatro setores (S. N. W e E) sua extensão territorial é de 11.556 km², segundo estimativa do IBGE, o clima do município é tropical chuvoso quente e úmido. Os dados do último censo populacional de 2007 estimam uma população de 76.655 habitantes. A economia do município tem como base a agricultura, pecuária, comércio e indústrias.

Figura 1: Localização do Município mostrando a distância em relação a capital Cuiabá.

(NOTICIAS NX, 2010).

O município é referência em saúde na região, atendendo inúmeras pessoas advindas de outras localidades, seja através do consórcio municipal de saúde que existe entre os municípios, ou pelos planos de saúde particulares. Conta com dez Unidades de Saúde da Família (USF) em funcionamento, sete postos satélites, uma Unidades Mista se Saúde, que atende a população das áreas não cobertas pelas USFs, oferecendo serviços de consultas, raios-X, internações atendimentos de urgência e emergência a toda população.

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ações são a prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas de forma integral e contínua. Dentro das unidades são desenvolvidos programas como: Saúde da Criança, Saúde da Mulher, Hipertensão, Diabetes, Hanseníase, Tuberculose e Educação em Saúde. Dentro do atendimento à mulher são oferecidos: pré-natal, prevenção do câncer ginecológico e planejamento familiar.

Esta pesquisa buscou levantar as principais doenças sexualmente transmissíveis diagnosticadas nas mulheres que realizavam os exames preventivos, bem como verificar a faixa etária de maior incidência e a periodicidade de realização desses exames. Observou-se a forma de atendimento que cada profissional enfermeiro oferece a essas usuárias no momento do exame. Apenas o levantamento da freqüência de realização dos exames ficou inviabilizado em virtude de alguns profissionais da área da enfermagem não disponibilizarem os nomes das

pacientes durante a coleta de dados, com a argumentação de evitar a exposição das mesmas. Ao longo dessa coleta observou-se que esse tipo de dado não poderia ser utilizado para subsidiar essa afirmação, pois não existe uma exigência que os exames só possam ser colhidos em mulheres dessa respectiva área, ou seja, a pesquisa não poderá afirmar que as pacientes não realizaram exames no ano seguinte, apenas por não terem ido a essa unidade de saúde, porque elas podem ter utilizado o serviço de outra unidade de saúde, ou mesmo procurado um serviço particular.

As unidades foram identificadas por números em ordem crescente conforme a ordem de coleta de dados, critério esse utilizado para não expor tanto as unidades como as pessoas que a utilizam.

As observações das consultas de enfermagem foram feitas com todos os profissionais enfermeiros das unidades, sem nenhuma resistência por parte dos mesmos.

Os dados desta pesquisa foram coletados a partir dos resultados dos exames Preventivos de Colo Uterino, realizados nas USFs, através de demanda espontânea das mulheres, os mesmos são realizados em dois dias durante a semana, sendo terça feira no período da tarde e quinta feira no período da manhã. Para que as pacientes possam realizar as coletas se faz necessário apenas que elas agendem os mesmo com pelo menos três dias de antecedência e siga algumas recomendações solicitadas, como não manter relação sexual a pelos menos três dias antes da coleta e não estar no período menstrual, estas são necessárias para obtenção de um grau satisfatório de material, a ser enviado ao laboratório para análise.

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III RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta pesquisa teve como campo de coleta de dados quatro USFs (Unidades de Saúde da Família), pertencentes ao Município de Tangará da Serra, o município conta com dez unidades que prestam serviços diversificados a população que fazem parte de sua área de abrangência, alguns serviços fazem parte de programas criados pelo Governo Federal e são desenvolvidos pelas unidades, como exemplo Saúde da Criança, Programa de Hipertensão e Diabetes, Tuberculose e Hanseníase e Saúde da Mulher, o qual subsidiou esta pesquisa, em virtude do mesmo garantir a mulher prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis, acompanhamento pré-natal orientação sobre planejamento familiar, e distribuição de métodos contraceptivos.

Os dados da presente pesquisa foram obtidos através de coleta direta em livro de catalogação de resultados de exames preventivos, esses dados são anotados através dos resultados dos exames, que ao retornar para unidade ficam a disposição das pacientes para fazerem sua retirada, foram utilizados os dados referentes ao período de 2008 a 2009.

Entre as quatro unidades que subsidiaram na coleta dos dados as DSTs que foram diagnosticadas com maior freqüência em todas as unidades são: Gardnerella vaginalis, HPV, Trichomonas vaginalis, Chlamydia trachomatis e Candida sp.

Na Unidade de Saúde Família denominada 1 como foram realizados 1063 exames preventivos de colo uterino durante o período estudado de janeiro de 2008 a janeiro de 2010. Houve 433 resultados alterados, os quais apresentaram as seguintes DSTs: HPV, Trichomonas vaginalis, Chlamydia trachomatis e Candida sp. Nessa unidade no ano de 2008

foram realizados 475 exames, apresentando as seguintes alterações: HPV 6,10% (29 casos), Chlamydia 1,89 % (9 casos), Candidíase 4,21% (20 casos) e Trichomonas 1,68% (8 casos).

Em 2009 foram realizados 513 exames, e houve os seguintes casos de DSTs, HPV 6,62% (34 casos), Chlamydia 0,77% (4 casos), Candidíase 5,65% (29 casos) e Trichomonas 0,58% (3 casos) (Figura 2).

Comparando o período dos dois anos observou-se que o HPV e a Candidíase ocorreu um aumento de 0,52% na primeira DST e 1,43% na segunda. Aos casos de Candidíase pode ser atribuído esse aumento a vários fatores o seu aparecimento por exemplo uso de antibióticos, anticoncepcional, estresse e a alta ingestão de carboidratos (RIBEIRO et al,

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Faz-se necessário enfatizar como causa principal o aumento de todas as DSTS a realização de um número superior de exames coletados no ano seguinte em quase todas as unidades e mesmo onde foram coletados menos os números não se apresentaram menores, o que reflete a adesão da população feminina em estar procurando as Unidades de Saúde pra realizar exames preventivos, evidenciando a importância tanto da procura quanto ao serviço oferecido.

Figura 2. Coeficiente de Incidência de casos de DSTs diagnosticadas através de coleta de exame preventivo nos anos de 2008 e 2009 na USF 1 /TGA.

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Figura 3. Coeficiente de Incidência por faixa etária de DSTs diagnosticadas através de coleta de exame preventivo nos anos de 2008 e 2009 na USF 1/TGA.

Na USF 2, foram coletados 489 exames preventivos no ano de 2008, apresentando os seguintes resultados HPV 4,25 % (21 casos), Chlamydia 2,65% (13 casos), Candidiase 3,27% (16 casos), Trichomonas 0,20 % (1 caso). No ano posterior a quantidade de exames preventivos foram 374, sendo HPV 3,74% (14 casos), Chlamydia 1,33% (5 casos), Candidiase 6,41% (24 casos), Trichomonas 1,33% ( 5 casos) (Figura 4).

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Figura 4. Coeficiente de Incidência de casos de DSTs diagnosticadas através de coleta de exame preventivo nos anos de 2008 e 2009 na USF 2/TGA.

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Figura 5. Coeficiente de Incidência por faixa etária de DSTs diagnosticadas através de coleta de exame preventivo nos anos de 2008 e 2009 na USF 2 /TGA.

Na USF 3, foram realizados 426 coletas de exames preventivos no ano de 2008, apresentando os seguintes números: HPV 3,99% (17 casos), Chlamydia 1,17% (5 casos) , Candidíase 3,05% (13 casos ), Trichomonas 0,46% (2 casos). Em 2009 foram realizados 570

exames sendo: HPV 2,80% (16 casos), Chlamydia 1,22% ( 7 casos), Candidíase 4,21% (24 casos ), Trichomonas 0,35% (2 casos) e Herpes Vírus 0,0035%. (2 casos). (Figura 6).

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Figura 6. Coeficiente de Incidência de casos de DSTs diagnosticadas através de coleta de exame preventivo nos anos de 2008 e 2009 na USF 3 /TGA.

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Figura 7. Coeficiente de Incidência por faixa etária de DSTs diagnosticadas através de coleta de exame preventivo nos anos de 2008 e 2009 na USF 3 /TGA.

Na figura 8 corresponde a USF 3, onde foram realizados no ano de 2008 459 coletas de exames preventivos sendo, HPV 3,92% (18 casos), Chlamydia 0,63 % (3 casos), Candidíase 3,70% (17 casos), Vírus Herpes 0,21% ( 1 caso). No ano de 2009 foram realizadas 579 coletas de exames: HPV 4,83 % (28 casos), Chlamydia 1,20% (7 casos),Candidíase 7,94% ( 46 casos), Trichomonas 1,03 (6 casos) e Vírus grupo Herpes 0,17% ( 1 caso).

O aumento nos casos de DSTs na unidade justifica-se pelo aumento na realização de coletas de exames preventivos. A DST que se destacou entre as demais foi a Candidíase, isso se explica pelo fato da mesma fazer parte da microbiota humana normal, e o seu aparecimento advém do desequilíbrio dessa microbiota.

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Figura 8. Coeficiente de Incidência de casos de DSTs diagnosticadas através de coleta de exame preventivo nos anos de 2008 e 2009 USF 4 /TGA.

Figura 9 – USF 4, observa-se uma oscilação nos casos de DSTs entre as faixas etárias, e reafirmando o que já foi descrito nos gráficos anteriores, as faixa etária de maior ocorrência está entre 20 a 45 anos, sendo esta, a fase que a mulher possui vida sexual ativa. Entretanto na faixa etária de 15 a 20 anos também ocorreram vários casos. Segundo Eleutério-Junior et

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Figura 9. Coeficiente de Incidência por faixa etária de DSTs diagnosticadas através de coleta de exame preventivo nos anos de 2008 e 2009 na USF 4 /TGA.

A figura 10 corresponde aos casos de Gardnerella que ocorreram nas quatro Unidades de Saúde da Família pesquisadas, observou-se que os números dessa infecção tiveram um aumento significativo de um ano para o outro, apresentando percentuais maiores que as demais em todas as unidades, os números de casos chegam a representar em média 25% das alterações ocorridas nos exames realizados.

Segundo Ribeiro (2008), a Gardnerella é uma bactéria, que pode causar uma vaginose em conseqüência da diminuição de Lactobacillus sp, a qual é uma espécie de bactérias predominante no meio vaginal, responsável pela determinação do pH (potencial hidrogeniônico) ácido (3,8 a 4,5) que inibe o crescimento das demais espécies bacterianas. Sua baixa ou ausência favorece o aumento de bactérias anaeróbicas como é o caso da

Gardnerella, existem fatores que podem contribuir para essa alteração como a freqüência de

coitos vaginais, a irritação pelo uso do preservativo ou eventual deposição de sêmen na vagina (GIRALDO et al, 2005).

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Houve um aumento no número de casos de Gardnerella, até mesmo na unidade que realizou menor número de coleta de exames em relação o ano de 2008. Isso em virtude da unidade ter realizado mais números de coletas de exames que no ano anterior. Segundo Ribeiro (2007), esse resultado é comumente encontrado, pois se trata de uma vaginose bacteriana de maior prevalência em mulheres sexualmente ativas, favorecendo a proliferação dessas bactérias.

Figura 10. Coeficiente de Incidência de casos de Gardnerella por Unidades de Saúde diagnostica através de coleta de exames preventivos nos anos de 2008 a 2009

Durante a observação da coleta de exames, nota-se que todos os profissionais enfatizam a necessidade de realizar pelo menos um exame preventivo anualmente, buscam obter queixas diversas, não somente relacionadas as DSTs, eles fazem uma anamnese rápida, onde pergunta se as pacientes possuem outras queixas, se as tiverem são relatadas nos

prontuários e tomadas as providencias necessárias.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa evidenciou que as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) afetam as mulheres em todas as faixas etárias, após iniciarem sua vida sexual ativa. O curioso observado nos dados coletados foi a ocorrência de um grande número de Gardnerella, isso em todas as unidades que subsidiaram a coleta de dados, independente de suas realidades socioeconômicas e culturais. Evidenciando assim que não está sendo dada a atenção necessária a essa DST, pois mesmo sendo ela advinda de duas formas diferentes, através do desequilíbrio da flora vaginal e através de relação sexual, as complicações que podem surgir

como infertilidade, infecções pélvicas, aborto e aumento do risco de infecção pelo HIV, faz-se necessário tratá-la com mais rigor, promover medidas de prevenção e conscientização quanto a essa patologia também.

A população está iniciando sua vida sexual mais cedo, os dados dessa pesquisa demonstraram que na população estudada no município em questão as mulheres iniciam sua vida sexual ainda mais cedo, antes mesmo dos 20 anos, já que foram apresentados dados significativos na faixa etária de 15 a 20 anos.

Confirmou-se também o que já fora citado por Eleutério-Junior et al, (2001) (apud ROCHA et al, 2008), a faixa etária mais acometida é a de 20 a 45 anos, fase essa que coincide com o pico da vida sexual ativa. Evidenciou-se que a população feminina de Tangará da Serra não possui o hábito de utilizar métodos preventivos já que todas as DSTs podem ser prevenidas com a prática de sexo seguro com o uso de preservativos.

A realização de Educação em saúde seria crucial para a prevenção das infecções por DSTs, realizar ações de impacto direcionadas as faixas etárias, ou seja, desde o início da vida sexual até o termino, essa medida poderia ser pensada envolvendo os acadêmicos do curso de enfermagem, os quais serão futuros enfermeiros e talvez atuantes em alguma dessas comunidades, sendo esse um bom momento de por em prática toda a teoria vivenciada na academia. Visto que existem DSTs como o caso do HPV onde a mulher pode ser infectada durante a primeira relação sexual, e ser diagnosticado apenas anos após, em primeiro lugar por ser uma infecção subclínica ou inaparente, em alguns casos a infecção é eliminada pelo

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Imagem

Figura   1:   Localização   do   Município   mostrando   a   distância   em   relação   a   capital   Cuiabá
Figura 2. Coeficiente de Incidência de casos de DSTs diagnosticadas através de coleta de exame preventivo  nos anos de 2008 e 2009 na USF 1 /TGA.
Figura 3. Coeficiente de Incidência por faixa etária de DSTs diagnosticadas através de coleta de exame  preventivo nos anos de 2008 e 2009 na USF 1/TGA.
Figura 4. Coeficiente de Incidência de casos de DSTs diagnosticadas através de coleta de exame preventivo  nos anos de 2008 e 2009 na USF 2/TGA.
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