REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
Publicação Oficial da Sociedade Brasileira de Anestesiologiawww.sba.com.br
ARTIGO
CIENTÍFICO
Necessidade
de
anestésicos
avaliada
com
a
análise
do
índice
bispectral
bilateral
e
bloqueio
femoral
em
artroplastia
total
de
joelho
Maylin
Koo
∗,
Javier
Bocos,
Antoni
Sabaté,
Vinyet
López
e
Carmina
Ribes
HospitalUniversitariodeBellvitge,ServiciodeAnestesiayMedicinaIntensiva,Barcelona,Spain
Recebidoem14dejaneirode2016;aceitoem20dejulhode2016 DisponívelnaInternetem22demaiode2017
PALAVRAS-CHAVE
Bloqueiodenervos; Tratamentodador; Monitordeíndice bispectral; Cloridratode levobupivacaína; Artroplastiadejoelho
Resumo
Justificativaeobjetivos: Obloqueiocontínuo denervosperiféricosprovouserbenéficopara
reduzir o consumo de morfina no pós-operatório.A combinac¸ão de um bloqueio femoral e
anestesia geralpara reduzir anecessidade deanestésicos nointraoperatório ainda não foi
avaliada.Oobjetivodesteestudofoideterminararelevânciadomomentopropíciodurante
obloqueiofemoralparaanecessidadedeanestésicosnointraoperatórioduranteaanestesia
geralparaartroplastiatotaldejoelho(ATJ).
Métodos: EstudoprospectivodecoortedepacientesagendadosparaATJ.Ospacientesforam
sequencialmentealocadosemgrupospararecebermepivacaínaa2%(20mL)duranteainserc¸ão
docateterfemoral,antesdainduc¸ãodaanestesia(pré-operatório)ounoiníciodofechamento
dapele(pós-operatório).UmalgoritmocombasenosvaloresdoBISorientouomanejoda
anes-tesianointraoperatório.Analgesianopós-operatóriofoiadministradaviabombaelastomérica
delevobupivacaínaa0,125%conectadaao cateterfemoral ecomplementadacomanalgesia
(morfina)controladapelopaciente durante48 horas.Ostestes deKruskall-Wallisedo
qui--quadradoforamusadosparacompararasvariáveis.Asignificânciaestatísticafoiestabelecida
emp<0,05.
Resultados: Foramestudados94pacientes,47nopré-operatórioe47nopós-operatório.Houve
menosnecessidadedefentanilesevofluranoduranteoperíodointraoperatórionogrupo
pré--operatório;medianasevariac¸õesdosvalores:250(100-600)vs.450(200-600)ge21(12-48)
vs.32(18-67)mLp=0,001,respectivamente.Nãohouvediferenc¸asnasmedianasdosvalores
dasescalasdeclassificac¸ãonuméricaeverbal,4(0-10)vs.3(0-10),enasmedianasdoconsumo
demorfina,9(2-73)vs.8(0-63)mgnopós-operatório.
Conclusões:Obloqueiofemoralnopré-operatórioéútilparadiminuiranecessidadede
anes-tésicosemATJ,masnãotemefeitoadicionalnocontroledaanalgesianopós-operatório.
©2017PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedadeBrasileiradeAnestesiologia.
Este ´e um artigo Open Access sobuma licenc¸a CC BY-NC-ND(http://creativecommons.org/
licenses/by-nc-nd/4.0/).
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:mkoo@bellvitgehospital.cat(M.Koo).
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2017.04.012
KEYWORDS
Nerveblock; Painmanagement; Bispectralindex monitor; Levopubicaine hydrochloride; Kneearthroplasty
Anestheticrequirementsmeasuredbybilateralbispectralanalysisandfemoral blockadeintotalkneearthroplasty
Abstract
Backgroundandobjectives: A continuous peripheral nerve blockade hasproved benefits on
reducing postoperative morphine consumption;the combination ofafemoral blockade and
generalanesthesiaonreducingintraoperativeanestheticrequirementshasnotbeenstudied.
Theobjectiveofthisstudywastodeterminetherelevanceoftimingintheperformanceof
femoral block tointraoperativeanesthetic requirementsduringgeneralanesthesiafor total
kneearthroplasty.
Methods:Asingle-center,prospectivecohortstudyonpatientsscheduledfortotalknee
arth-roplasty,weresequentiallyallocatedtoreceive20mLof2%mepivacainethroughoutafemoral
catheter,priortoanesthesiainduction(Preoperative)orwhenskinclosurestarted
(Postopera-tive).Analgorithmbasedonbispectralvaluesguidedintraoperativeanestheticmanagement.
Postoperativeanalgesiawasdonewithanelastomericpumpoflevobupivacaine0.125%
con-nectedtothefemoralcatheterandcomplementedwithmorphinepatientcontrolanalgesiafor
48hours.TheKruskallWallisandthechi-squaretestswereusedtocomparevariables.Statistical
significancewassetatp<0.05.
Results:There were94patients,47 preoperativeand47postoperative.Lowerfentanyl and
sevofluranewereneededintraoperativelyinthePreoperativegroup;medianvaluesandrange:
250(100---600)vs450(200---600)gand21(12---48)vs32(18---67)mLp=0.001,respectively.There
werenodifferencesinthemedianverbalnumericratingscalevalues4(0---10)vs3(0---10);and
inmedianmorphineconsumption9(2---73)vs8(0---63)mgpostoperatively.
Conclusions: Apreoperativefemoralblockadeisusefulindecreasinganestheticrequirements
intotalkneearthroplastysurgerybutnoaddedeffectinthepostoperativeanalgesiccontrol.
©2017PublishedbyElsevierEditoraLtda.onbehalfofSociedadeBrasileiradeAnestesiologia.
ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/
licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc
¸ão
A incidência de artroplastia total de joelho (ATJ) pri-mária relatada anualmente varia de 30 a 199 por 100.000 habitantes.1 Diferentes técnicasde anestesia são
usadas para fazer ATJ, inclusive anestesia geral e dife-rentes formasde anestesia regional:bloqueio neuraxiale bloqueiodenervosperiféricosdosmembrosinferiores.2ATJ
éumprocedimentoqueproduzdorintensanoperíodo pós--operatórioeodesafiodotratamentodessacomplicac¸ãoé proporcionarconfortoereabilitac¸ãoprecoceaopaciente.O tratamentopadrãoparaanalgesiaeficazemATJconsistena administrac¸ãobalanceadadeopioidesporviaintravenosa, combinadoscomagentesanti-inflamatóriosnãoesteroides. Recentemente, o bloqueio contínuo de nervos periféricos demonstrouserbenéfico,basicamente atravésdareduc¸ão doconsumo demorfinae, consequentemente,dosefeitos colateraisrelacionadosàmorfinanopós-operatório.3,4
Umcateterfemoralpodesercolocadoempacientes sub-metidos à ATJ antes da induc¸ão da anestesia ou após a conclusãodacirurgia.Afeituradobloqueioantesda cirur-giatemcomoobjetivoprevenirador,masnãomostrouum resultado benéfico evidente.5---7 A associac¸ão de bloqueio
neuraxiale anestesiageral mostroureduzira necessidade de hipnóticos e opioides8---10 e proporcionou melhor
con-troledadornopós-operatório.11Noentanto,acombinac¸ão
debloqueiofemoralcontínuoeanestesiageralaindanãofoi avaliada.
A hipótese deste estudo foi que um bloqueio femoral pré-incisãocirúrgicareduziria,emgeral,anecessidadede anestésicos durante o procedimento e também a dor e o consumodeanalgésicosnopós-operatório.Oobjetivo prin-cipaldoestudofoideterminararelevânciadomomentode aplicac¸ãodobloqueiofemoralparaanecessidadede anes-tésiconointraoperatórioduranteaanestesiageralparaATJ. Tambémavaliamosseomomentodaaplicac¸ãodobloqueio femoral influenciou as variáveis no pós-operatório, como dor,consumodeopioideeperdadesangue.
Métodos
Este foi um estudo prospectivo de coorte em um único centro. Ospacientes foram alocados em um de dois gru-pos;oanestesiologistaresponsávelpelopacientenãoestava cegadoparaaalocac¸ãodospacientesnosgrupos.Omanejo de todos os pacientes durante o período intraoperatório seguiu um rigoroso protocolo de anestesia. Os cirurgiões emédicosque acompanharamospacientes,bemcomo os enfermeirosdaSaladeRecuperac¸ãoPós-Anestesia(SRPA)e daenfermaria,eramcegadosparaaalocac¸ãodosgruposde pacientes.
BIS < 40 BIS 40-60 BIS > 60
Pressão arterial < 90 mmHg
Cada 4 minutos
Cada 4 minutos
Cada 4 minutos
Cada 4 minutos
Cada 4 minutos
Cada 4 minutos
Cada 4 minutos Diminuição de
sevoflurano em 0,4%
Diminuição de sevoflurano em
0,4% Urapidil 2,5 mg
Efedrina 5 mg
Valores hemodinámicos normales BIS = 40-60
Fentani1 1 µg.kg–1
Fentani1 1 µg.kg–1 Aumento de
sevoflurano em 0,4% 250 mL de cristaloides
CAM > 1,3 Pressão arterial
> 165 mmHg Aumento de sevoflurano em 0,4% Pressão arterial
> 165 mmHg
Pressão arterial > 165 mmHg
Pressão arterial > 165 mmHg Pressão arterial
< 90 mmHg
Pressão arterial < 90 mmHg
Figura1 Manejoanestésiconointraoperatório.
Oscritériosdeinclusãoforamtodosospacientes adul-tosagendados paraATJ.Todososcandidatos conseguiram entendero protocoloanalgésico. Oscritérios deexclusão forampresenc¸adedoenc¸aneurológica,usode medicamen-tosqueatuamnosistemanervoso central,intolerânciaou alergiaaanti-inflamatóriosnãoesteroides,alergiaaos anes-tésicoslocais,históriadedoenc¸adiabéticanãocontrolada, viaaéreadifícil,asma,cirurgiavascularemmembros infe-rioresoutrombose venosa profundadealtorisco, doenc¸a cardíacagraveeincapacidadedeusarumsistemade analge-siacontroladapelopaciente(Patient-ControlledAnalgesia
--- PCA).Oestudofoiexplicadoatodosospacientesque tam-bémreceberaminformac¸õesporescrito.Ospacientesque entregaramotermodeconsentimentoassinadoforam ins-critos.Orecrutamentoparaoestudoocorreudejaneirode 2010ajunhode2011.
Todosospacientesforaminternadosnodiadacirurgia. Antesdainduc¸ãodaanestesia,umcateter(PajunkStimulong Bonus216×64mm2)foicolocado,emcondic¸õesassépticas,
próximo ao nervo femoral com um ultrassom (Ultrasound scannerS-NerveSonosite)comoguiaparalocalizaronervo, massemestimulac¸ãodonervo.Ainjec¸ãodesoluc¸ãode dex-trose(3-5mL)aoredordonervofoiusadaparaconfirmara colocac¸ãodocateter.
Ospacientesforamalocadossequencialmenteemblocos dequatroparacadagrupofemoral.Trêsanestesiologistas, não cegados para a sequência aleatória, participaram da alocac¸ão edomanejointraoperatóriodospacientes.Após acolocac¸ão docateter, ospacientes receberam20mLde mepivacaína a 2%, 5minutos (min) antes da induc¸ão da anestesia (grupo pré-operatório), ou o mesmo volume deanestésicolocalnofimdacirurgiaquandoofechamento dapele foiiniciado (grupopós-operatório). Novamente,o administradordaanestesia estava cientedaalocac¸ão dos grupos.
Oxigênio foi administrado por 5min antes da induc¸ão daanestesia,aplicadacomfentanil(3g.kg−1)seguidode propofol(2mg.kg−1)paraobterumíndice bispectral (BIS)
<60erocurônio(0,6mg.kg−1).Apósaintubac¸ãotraqueal,
asconcentrac¸õesdesevofluranoforamestabelecidaspara atingirvaloresBISde40-60.Amanutenc¸ãodaanestesiafoi iniciadacomumafrac¸ãoinspiradadesevoflurano(FISEVO)a
2,5%emfluxodegásfresco(4L.min---1)por4minpara
atin-girumaconcentrac¸ãoalveolarmínima(CAM)de1,3,como objetivodemanterosvaloresBISentre40-60.Quandoesse objetivofoiatingido,ofluxodegásfrescofoidiminuídopara 2L.min---1 e, consequentemente,ovaporizador de
sevoflu-ranofoicalibradoparaaumentos oureduc¸õesgraduaisde 0,4% para atingir osvalores BIS predeterminados (fig. 1). Ospulmões foramventiladosparamanter a concentrac¸ão expirada de dióxido de carbono (ETCO2) a 30-35mmHg.
Rocurônioseriaadministradoembolusde0,15mg.kg---1caso
houvesse duas respostas à sequência de quatro estímulos (TOF)ouopacienteapresentassesinaisdebloqueio neuro-muscularinadequadoparaacirurgia,taiscomoassincronia ventilatóriaoumovimentoclaramenteperceptíveldo paci-ente.Apósacirurgia,obloqueioneuromuscularfoirevertido com uma dose apropriada de neostigmina. A extubac¸ão traquealfoifeitaquandoopacienteestavaconscientee res-piravaconfortavelmente,comsaturac¸ãodeoxigênioacima de92%.
Todosospacientesforamaquecidoscomumsistemade convecc¸ãotérmica(Warmtouch,Mallinckrodt,St.Louis,MO) paramanteratemperaturacorporalentre35,5◦Ce36,5◦C.
Omonitoramento incluiuoximetriadepulso, temperatura esofágica, ETCO2, TOF, BIS, índice de variabilidade
com-posto(CVI)e FISEVO−FESEVO desevoflurano(sistemaDatex
Ohmeda).
Um monitor de análise bispectral bilateral (BIS Vista, AspectMedicalSystemInc.,Natick,MA)foicolocadoantes dainduc¸ão,apóscuidadosapreparac¸ãodapele,eos valo-res deimpedância doeletrodo foraminferioresa 5k. O CVI, derivado dos desvios-padrão do BIS e de um eletro-miograma, foi definido como ummodo útil para detectar níveis baixos de analgesia e pode indicar antinocicepc¸ão inadequada.12BISeCVIforamobtidoscomumeletrodo
1200) foi ajustado para 350mmHg, como indicado pelo ortopedista.
OsvaloresdoBIS,doCVIehemodinâmicosforamtodos medidosapartirdoDatexOhmedaeregistadosemum com-putadorportátilcomoprogramadecoletadedadosRugloop emexecuc¸ãoquecalculouasincronizac¸ãodasinformac¸ões domonitor BISVISTAedomonitorDatexOhmedado paci-ente. Para a análise comparativa, os médicos usaram o programa Rugloop para registrar os seguintes tempos de mensurac¸ão: fase basal; 1min após a induc¸ão da aneste-sia;5minapósaisquemiadomanguitoeantesdoinícioda cirurgia;5minapósaincisão;5minapósliberac¸ãodo man-guitoeisquemia;términodacirurgiaeapósofechamento dovaporizadordesevoflurano (quandoopaciente já con-seguiaresponderaoscomandosoraiseotubotraquealfora removido).A dose total defentanil e oconsumo total de sevofluranoforamregistradosnofimdoprocedimento.Esse últimofoiobtidoapartirdovalorregistradopelamáquinade anestesiaemmLconsumidodurantetodooprocedimento.
Uma amostra de sangue basal foi colhida do paciente nomomento dainduc¸ãoda anestesia e outraamostra foi colhidanofimdacirurgiaparadeterminaroequilíbrio ácido--base, lactato,glicose, creatinina, creatinofosfoquinasee potássio.
Para garantirahomogeneidadee seguranc¸a domanejo anestésico, um protocolo anestésico específico para o períodointraoperatóriofoiestabelecido (fig.1).Apressão sanguíneafoimedidaacada5min.Emcasodepressão arte-rialsistólica(PAS)inferiora90mmHgevaloresBISnafaixa de40-60,umnovobolusdeefedrina(5mg)eraadministrado porvia intravenosa.Em casodePAS inferiora 90mmHge valorBISinferiora40,ovaporizadordesevofluranoera dimi-nuídoem0,4%,atéatingirumvalorBISde40ousuperior. EmcasodePASsuperiora165mmHgevalorBISacimade60, ovaporizadordesevofluranoeraaumentadoem 0,4%,até atingirumvalorBISde60ouinferior.EmcasodePAS supe-riora165mmHge valoresBISnafaixade40-60,umbolus
defentanil(1g.kg−1)eraadministradoatéatingirumaPAS adequada,considerandoahipnoseinadequadacomoo prin-cipalmotivodahipertensão.Emcasodefrequênciacardíaca inferior a 50 batimentos por minuto, atropina (1mg) era administradaporviaintravenosa.
Paraoprotocolodeanalgesianopós-operatório,antesda recuperac¸ãodaanestesia,todosospacientesdeambosos gruposreceberamumabombadeinfusãoelastoméricacom levobupivacaínaa0,125%aumataxadeinfusãode7mL.h−1,
conectadaaocateterfemoral,e1gdeparacetamole50mg dedexcetoprofenoporviaintravenosa.
Quando o paciente chegou à SRPA, o enfermeiro res-ponsável,quedesconheciaomomentodaadministrac¸ãodo anestésico local,iniciou osistema dePCA (GemstarSiete Terapias,Hospira,Madrid,Espanha)commorfina.Adorfoi avaliadacomousodeumaescaladeclassificac¸ãonumérica verbal(VNRS)(0=semdor,1-3=dorleve,4-7=dormoderada e8-10=dorintensa).Bolusintravenosos demorfina(2mg) foraminjetados a cada 5min atéatingir um escore VNRS < 4; subsequentemente, o sistema PCA administrou uma dosede0,5mgdemorfina,comtempodebloqueiode5min. Quandoopacienteestavaestável,oenfermeiroresponsável otransferiuparaaenfermariacomosistemaPCAconectado aumalinhaintravenosaebombaelastoméricacom levobu-pivacaína a 0,125% conectada ao cateter femoral.Ambos
Tabela1 Característicasedadosdosgruposdepacientes
nointraoperatório
Pré--operatório
(n=47)
Pós--operatório
(n=47)
p-valor
Sexo(feminino) 30(32%) 29(31%) 0,5
Idade(anos) 72(58-84) 70(52-85) 0,26
Peso(kg) 74(54-100) 79(53-105) 0,38
Estatura(cm) 162(147-180) 160(145-176) 0,18
ASA 0,6
I---II 33(70%) 30(64%)
III 14(30%) 17(36%)
Tempocirúrgico
(min)
88(50-140) 90(57-180) 0,6
Tempode
recuperac¸ão
(min)
162(81-385) 156(70-420) 0,5
Consumode
fentanil(g)
250(100-600) 450(200-600) 0,001
Consumode
sevoflurano (mL)
21(12-48) 32(18-67) 0,001
Sangramento perioperatório (mL)
275(50-1025) 225(50-1520) 0,9
Pacientes transfundidos
n(%)
14(29%) 12(25%) 0,8
Dados expressos em númeroe (porcentagem) ou mediana e (intervalo).
ossistemasdeinfusãoforammantidospor48h. Apósesse período,o regime analgésicoconsistiu em aplicac¸ão sub-cutâneademorfina(4mg),deacordocomasolicitac¸ãodo paciente.OsvaloresdeVNRSeadosetotaldemorfinaforam registradosatéotérminodainfusão.
Odesfechoprimáriofoioconsumototaldesevoflurano (mL)nointraoperatório. Osdesfechos secundários avalia-dosforam:ovolumedefentanil(mL)administradodurante acirurgia;osvaloresVNRSemintervalosfixos(0h,10min, 20min,30min,1h,4h,24h,48he72h)apósotérminoda cirurgia;asdosesdemorfinaadministradasdurantea per-manêncianaSRPAeem24h,48he72hdepós-operatório; o sangramento no períodoperoperatório (a soma do san-gramento nointraoperatórioe dadrenagem sanguíneano pós-operatórioregistradanaSRPA);aporcentagemde paci-entesqueprecisaramdeconcentradodehemáciaseotempo derecuperac¸ão, estimadocomoo períododesde ofim da cirurgiaatéaadmissãonaenfermaria.
Ocálculo dotamanhode amostrafoiestimado em um mínimode40pacientesparacadagrupo,considerandoum valor-˛de0,05,erro-ˇde0,2eumadiferenc¸anoconsumo desevofluranode35%entreosgrupos(variáveldedesfecho primário).
Oscirurgiões e enfermeiros da SRPA e enfermaria que registraramos valores de VNRS desconheciam a alocac¸ão dospacientes.Osmédicosqueacompanharamospacientes tambémdesconheciamadesignac¸ãodogrupofemoral.
Tabela2 Valoreseletroencefalográficos
Pré-operatório (n=47)
Pós-operatório (n=47)
p-valor
1minapósainduc¸ãodaanestesia
BIS-E 38(7-65) 38(22-63) 0,81
BIS-D 39(8-66) 42(20-64) 0,81
CVI-E 1,7(0,6-6,6) 2,2(0,6-5,9) 0,54
CVI-D 2,2(0,6-9,3) 2,1(0,6-6,8) 0,57
5minapósaisquemiadomanguito
BIS-E 49(25-74) 47(17-68) 0,42
BIS-D 47(24-65) 49(18-67) 0,29
CVI-E 1,4(0,8-9,2) 1,4(0,8-5,7) 0,95
CVI-D 1,4(0,8-8,1) 1,5(0,7-3,6) 0,39
5minapósaincisão
BIS-E 46(23-68) 45(24-67) 0,53
BIS-D 47(23-68) 46(26-67) 0,83
CVI-E 1,5(0,7-9,5) 1,4(0,6-4,5) 0,91
CVI-D 1,4(0,6-9,8) 1,6(0,6-4,5) 0,63
5minapósliberac¸ãodomanguito
BIS-E 47(29-70) 46(20-61) 0,30
BIS-D 46(31-76) 45(18-61) 0,32
CVI-E 1,5(0,7-9,36) 1,6(0,6-4,9) 0,43
CVI-D 1,4(0,7-9,7) 1,4(0,6-4,7) 0,60
Fimdacirurgia
BIS-E 52(32-82) 51(32-83) 0,67
BIS-D 52(25-82) 51(33-79) 0,76
CVI-E 1,6(0,7-7,4) 1,6(0,8-7,9) 0,72
CVI-D 1,7(0,7-7,8) 1,6(0,9-7,0) 0,75
Pacienterespondeacomandosoraiseotubotraquealéremovido
BIS-E 81(42-94) 83(36-95) 0,23
BIS-D 80(46-97) 83(36-95) 0,08
CVI-E 4,2(1,1-9,5) 3,9(1,5-9,2) 0,49
CVI-D 4,1(1,2-9,4) 3,9(1,6-9,6) 0,98
Dadosexpressosemmediana(intervalo).
BIS-D,índicebispectraldireito;BIS-E,índice bispectralesquerdo;CVI-D,índicedevariabilidadecompostodireito; CVI-E,índice de variabilidadecompostoesquerdo.
nãoparamétricodeKruskall-Wallisparacompararas variá-veis contínuas e o teste do qui-quadrado para comparar outrasvariáveis.Asignificânciaestatísticafoiestabelecida em p<0,05.Os dadossãoapresentados em número abso-luto(%)oumedianaeintervalo.OsoftwareSPSSversão15.0 (SPSS,Chicago,IL)foiusadoparatodasasanálises.
Resultados
Fluxodosparticipantes
Apósaexclusão,116pacientesforamavaliadospara elegibi-lidadedeacordocomoscritériosdeexclusão;22pacientes foram excluídos: nove por não aceitaram participar do estudo e 13 por apresentarem contraindicac¸ões devido a suascondic¸õesclínicas.Portanto,94pacientesforam incluí-dos.Em47umcateterfemoralfoiinseridoantesdacirurgia (grupopré-operatório) e em 47,ao contrário, umcateter
femoralfoiinseridoapósa cirurgia(grupopós-operatório) (fig.2).
Não houve diferenc¸a entre os grupos em relac¸ão às características, cirurgias e aos tempos de recuperac¸ão dos pacientes (tabela 1). Nem houve diferenc¸a nas determinac¸õesbioquímicas.
Desfechoseestimativa
Tabela3 Valoreshemodinâmicos
Pré-operatório (n=47)
Pós-operatório (n=47)
p-valor
1minapósainduc¸ãodaanestesia
PAS 108(75-201) 117(63-198) 0,89
PAD 74(48-109) 73(42-129) 0,77
FC 67(41-110) 72(49-104) 0,17
5minapósaisquemiadomanguito
PAS 118(65-159) 117(84-170) 0,88
PAD 71(43-98) 70(49-110) 0,94
FC 67(44-115) 70(46-96) 0,33
5minapósaincisão
PAS 114(73-205) 120(68-204) 0,17
PAD 72(37-122) 74(44-118) 0,29
FC 62(40-87) 64(47-108) 0,06
5minapósdesbloquearaisquemiadomanguito
PAS 130(74-185) 130(62-189) 0,51
PAD 77(46-118) 79(39-104) 0,83
FC 61(37-106) 67(50-96) 0,20
Fimdacirurgia
PAS 106(74-170) 119(62-162) 0,01
PAD 67(43-97) 70(36-101) 0,31
FC 61(41-109) 67(51-117) 0,03
Pacienterespondeacomandosoraiseotubotraquealéremovido
PAS 130(73-201) 143(80-197) 0,14
PAD 83(35-126) 84(49-115) 0,87
FC 75(32-116) 80(52-126) 0,09
Dadosexpressosemmediana(intervalo).
FC,frequênciacardíaca;PAD,pressãoarterialdiastólica;PAS,pressãoarterialsistólica.
116 pacientes avaliados para elegibilidade
22 pacientes não elegíveis: - Via aérea difícil antecipada (n = 5)
- Doença neurológica (n = 2)
- Disfunção renal (n = 2)
- AOS e CPAP domiciliar (n = 4)
- Não aceitaram participar (n = 9)
94 foram randomizados
47 receberam mepivacaína no pós-operatório, incluídos na análise por intenção de tratar
47 receberam mepivacaína no pré-operatório, incluídos na análise por intenção de tratar
Figura2 Diagramadosparticipantes.
Discussão
De acordo com as expectativas, um bloqueio femoral no período pré-operatório com 20mL de mepivacaína a 2%
reduziuoconsumodesevofluranoefentanilnospacientes submetidos à ATJ. Esse resultado intuitivo confirma que o bloqueio femoral teve efeito analgésico e reduziu o estressenociceptivoduranteacirurgia.Noentanto,oúnico estudopublicadoanteriormenteque explorouainfluência dobloqueiofemoralsobrea necessidadedeanestesia em pacientessubmetidos à reconstruc¸ãoendoscópica do ten-dãopatelar do ligamentocruzado anterior nãoencontrou diferenc¸a noconsumo de opioides. Porém, a falta de um protocolo de monitorac¸ão hemodinâmica limita o valor desteestudo.7Em contraste,aadministrac¸ãoperiduralde
lidocaína a2% obteve sucesso na reduc¸ão doconsumo de sevofluranoetambémlevaaumareduc¸ãodoshormôniosdo estresse.10 Umestudoquecomparouaadministrac¸ão
peri-duraldesoluc¸ãosalina,ropivacaínaa0,2%eropivacaínaa 1%descobriuumareduc¸ãomaiordesevofluranoexpiradono grupoquerecebeuumaconcentrac¸ãomaiorderopivacaína; osautoresespecularamqueumnívelmaisaltodebloqueio emdermátomo superiorcriou umasupressão maisintensa daconsciência.9 Alémdisso,Ishiyamaetal.13 descobriram
Tabela 4 Valores VNRS e consumo de morfina no pós--operatório
Pré-operatório (n=47)
Pós-operatório (n=47)
p-valor
VNRSnopós-operatório
SRPAà
chegada
4(0-10) 3(0-10) 0,74
10min 3(0-8) 3(0-9) 0,68
20min 3(0-8) 2(0-7) 0,55
30min 3(0-8) 2(0-6) 0,18
1h 2(0-8) 2(0-5) 0,11
4h 2(0-7) 2(0-4) 0,35
VNRS≥8
àchegada
7(15%) 5(11%) 0,38
VNRSnaenfermaria
24h 2(0-7) 2,5(0-7) 0,49
48h 3(0-8) 3(0-7) 0,27
72h 2(0-6) 3(0-9) 0,69
Consumodemorfinanopós-operatório(mg)
SRPA 3(0-12) 3(0-12) 0,59
24h(SRPA
incluída)
4(0-59) 4(0-39,5) 0,96
48h 3(0-44) 3(0-48) 0,66
72h 0(0-10) 0(0-4) 0,34
Total 9(2-73) 8(0-63) 0,46
Dadosexpressosemmedianae(intervalo).
SRPA, sala de recuperac¸ão pós-anestesia; VNRS, escala de classificac¸ãonuméricaverbal.
periféricosparaanalgesia é atualmenteuma boaopc¸ão à analgesia peridural no pós-operatório, com uma taxa de sucessoainda melhor, e foi relatadocomo seguro quando o ultrassom é usadopara guiar o bloqueio.15 Além disso,
umarevisãodeartigosnabasededadosCochraneconcluiu que o bloqueio contínuo do nervo femoral proporcionou analgesiamaiseficazemATJdoqueousoisoladodePCAe quefoisemelhanteàanalgesiaepidural.16
Em nosso estudo não foi possível demonstrar que o momentodaaplicac¸ãodobloqueiofemoral(antesoudepois dacirurgia)influenciouademandaporanalgésicos.Os valo-res VNRS nos tempos mensurados não diferiram entre os grupos e o consumo de morfina avaliado na SRPA e na enfermariafoisemelhantenosdoisgrupos. Martinetal.17
descobriramqueospacientescombolusúnicoparabloqueio ciático em combinac¸ão com o bloqueio femoral contínuo experimentaramefeito anti-inflamatório positivo, medido pelacircunferênciadojoelhoetemperaturadapele.Porém, esseestudonãoencontrouassociac¸ãoentreareduc¸ãodos mediadores inflamatórios e a demanda por analgésicos, encontradaporoutrosautores.18 Aadic¸ãodeumbloqueio
donervociáticoaumbloqueiocontínuodonervofemoral demonstrousermaiseficaz parareduzira dorposterior e anteriordojoelho durante oitohoras, masnão após esse período.Portanto,essareduc¸ãodadornãoinfluenciariaa demandaporanalgésicosnaenfermaria.19Nãoadicionamos
obloqueiodonervociáticoporqueoobjetivodesteestudo foiavaliaranecessidadedeanalgésicosaté72hapósa cirur-gia.Umestudorandômicoquecomparouobloqueiofemoral (bolusúnico) em adic¸ãoà raquianestesia antesouapós a
artroplastiadejoelhonãoencontroudiferenc¸asignificativa noconsumo demorfina entreosgrupos5.Em umarevisão
sistemática,6Barreveldetal.documentaramumareduc¸ão
dadornopós-operatórioquandoobloqueiodenervos perifé-ricosfoicomparadocomplaceboouPCA,masomomentodo bloqueio(pré-oupós-incisão)nãopareceudemonstrar sig-nificânciaclínica.Alémdisso, osautoresdescobriramuma ac¸ãoanalgésicapreventivacomaadministrac¸ãointravenosa de lidocaína, questionaram o efeitolíquido do anestésico local sobre o bloqueio de nervos. Outra revisão sistemá-ticadobloqueiodenervosperiféricosencontrouevidências limitadasdeumefeitopositivodaanalgesiapreventiva.20
Em nosso estudo, os valores BIS foram semelhantes nosdois grupos,conforme esperadodevidoàmetodologia usada.Mesmoassim,nãoobservamosdiferenc¸asentre valo-res direito e esquerdo do BIS. O desenvolvimentodo CVI baseia-se na variabilidade doBIS e EMGfaciale aumenta duranteaanestesiainadequadacomestímulosnociceptivos de alta intensidade. Esse índice ajuda a identificarníveis inadequadosdeanalgesiacomsensibilidadeeespecificidade aceitáveis.12Emnossoestudo,osvaloresdoCVInão
diferen-ciaramogrupo commaiorconsumo deopioidesdurantea cirurgia,corroboraramosachadosdeDincklageetal.,21que
nãoencontraramrespostapreditivapositivaounegativado CVIàincisãoouàinserc¸ãodemáscaralaríngea.
As limitac¸ões deste estudo incluem o fato de os três anestesiologistasresponsáveispelomanejointraoperatório terem conhecimento daalocac¸ão dos grupos, maso pro-tocoloanestésico foidefinidoparao usodesevofluranoe fentanil, deacordo comnormas estritas.Em contraste, o BISeahemodinâmicaforamsemelhantesnosdoisgrupos, além denão identificarmos diferenc¸as nas determinac¸ões bioquímicas durante o procedimentocirúrgico (dadosnão mostrados).Poroutrolado,oscirurgiõeseenfermeirosnão tinhamconhecimentodomanejoanestésico,oqueconfirma ovalordosdadosobtidosnoestudo.
Umbloqueiodonervofemoralnopré-operatório éútil paradiminuiranecessidadedeanestésicos duranteo pro-cedimentocirúrgico,masnãotemoutrosefeitosbenéficos sobreocontroleanalgésiconopós-operatório.
Financiamento
Recursos financeiros foram fornecidospelo Departamento deAnestesia.AspectMedicalSystemInc.,Natick,MA,EUA, forneceu os eletrodosdo Bilateral BIS para o monitor BIS Vista.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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