• Nenhum resultado encontrado

Rev. bras. ortop. vol.52 número3

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Rev. bras. ortop. vol.52 número3"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

Original

Avaliac¸ão

comparativa

dos

resultados

de

três

técnicas

na

reconstruc¸ão

do

ligamento

cruzado

anterior

com

seguimento

mínimo

de

dois

anos

Ricardo

de

Paula

Leite

Cury,

Jan

Willem

Cerf

Sprey,

André

Luiz

Lima

Bragatto,

Marcelo

Valentim

Mansano,

Herman

Fabian

Moscovici

e

Luiz

Gabriel

Betoni

Guglielmetti

FaculdadedeCiênciasMédicasdaSantaCasadeMisericórdiadeSãoPaulo,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,Grupode CirurgiadeJoelho,SãoPaulo,SP,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem23dedezembrode 2015

Aceitoem12deabrilde2016 On-lineem11deagostode2016

Palavras-chave:

Ligamentocruzadoanterior/lesões Reconstruc¸ãodoligamentocruzado anterior

Joelho

Procedimentosortopédicos

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Compararosresultadosclínicosobjetivosesubjetivosdareconstruc¸ãodo liga-mentocruzadoanterior(LCA)pelastécnicastranstibial,transportale“deforaparadentro”. Métodos:Estudoretrospectivode90pacientesoperadosentreagostode2009ejunhode2012, parareconstruc¸ãodoLCApelastécnicastransportalmedial(30),transtibial(30)e“defora paradentro”(30).OspacientesforamavaliadospormeiodoInternationalKneeDocumentation Committee(IKDC)objetivoesubjetivo,escoreLysholmetestesKT1000,deLachman, Pivot--Shiftegavetaanterior.

Resultados: Emrelac¸ãoaoexamefísico,nostestes deLachmanePivot-Shift encontrou--seumadiscretasuperioridadedatécnica“deforaparadentro”,porémsemsignificância estatística(p=0,132ep=0,186respectivamente).Gavetaanterior,KT1000,IKDCsubjetivo, LysholmeIKDCobjetivoapresentaramresultadossemelhantesnosgruposavaliados.Um maiornúmerodecomplicac¸õesfoirelatadonatécnicatransportal(p=0,033).

Conclusão:Resultados clínicos objetivos e subjetivos sem significância estatística na comparac¸ãodastrêstécnicasdereconstruc¸ãodoLCA.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

TrabalhodesenvolvidonoFaculdadedeCiênciasMédicasdaSantaCasadeMisericórdiadeSãoPaulo,DepartamentodeOrtopediae Traumatologia,GrupodeCirurgiadeJoelho,SãoPaulo,SP,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:luizgbg@terra.com.br(L.G.Guglielmetti).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.04.004

(2)

Comparative

evaluation

of

the

results

of

three

techniques

in

the

reconstruction

of

the

anterior

cruciate

ligament,

with

a

minimum

follow-up

of

two

years

Keywords: Anteriorcruciate ligament/injuries Anteriorcruciateligament reconstruction

Knee

Orthopedicprocedures

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: Tocomparetheclinicalresultsofthereconstructionoftheanteriorcruciate ligamentbytranstibial,transportal,andoutside-intechniques.

Methods:Thiswasaretrospectivestudyon90patients(ACLreconstructionwithautologous flexortendons)operatedbetweenAugust2009andJune2012,bythemedialtransportal (30),transtibial(30),and“outside-in”(30)techniques.Thefollowingparameterswere asses-sed:objectiveandsubjectiveIKDC,Lysholm,KT1000,Lachmantest,Pivot-Shiftandanterior drawertest.

Results:Onphysicalexamination,theLachmantestandPivot-Shiftindicatedaslight superi-orityoftheoutside-intechnique,butwithoutstatisticalsignificance(p=0.132andp=0.186 respectively).Theanteriordrawer,KT1000,subjectiveIKDC,Lysholm,andobjectiveIKDC testsshowedsimilarresultsinthegroupsstudied.Ahighernumberofcomplicationswas observedinthemedialtransportaltechnique(p=0.033).

Conclusion: Therewerenostatisticallysignificantdifferencesintheclinicalresultsof pati-entsundergoingreconstructionofthe anteriorcruciate ligamentbytranstibial,medial transportal,andoutside-intechniques.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

Areconstruc¸ãodoligamentocruzadoanterior(LCA)éumadas cirurgiasmaisfeitasnaortopedia.Osresultadosdesse proce-dimentosãobemdocumentadosemváriosestudos,combons aexcelentesresultadosem85%a95%dospacientes.1Apesar disso,algumasquestõesemrelac¸ãoaoposicionamentodos túneiscontinuamaserdiscutidaseestudadas.2

Otúnel femoralpode serfeitocom umguia pelo túnel tibial ou se buscar um ponto mais próximo da origem do LCA e, portanto, mais semelhante à anatomia original (“de fora para dentro” ou peloportal medial). Nas últimas duas décadas, o método mais usado mundialmente foi o transtibial.3Estudosanatômicosdemonstraramqueo posici-onamentodotúnelpormeiodessatécnicanãoénocentro da origem do LCA2,4 e outros estudos biomecânicos2,5 e clínicos6,7demonstraramvantagensemrelac¸ãoàestabilidade adquiridacom oposicionamentomais anatômico dotúnel femoral.

Existemalgumasvantagensparacadatécnica.Entreelas podemoscitarquenatranstibialnãoénecessáriaincisão late-ralnacoxadistal,obtém-seumaposic¸ãoisométricaeotúnel femoralficanamesmaorientac¸ãodotúneltibial.Na transpor-taltemosumtúnelfemoralanatômico,túneisindependentes, não adivergência na colocac¸ão do parafuso de interferên-ciafemoral,melhorestabilidaderotatória.Jána“deforapara dentro”,posicionamentoanatômicodotúnelfemoral,melhor estabilidaderotatória, semrisco derompimentoda parede posterioremenordivergênciadostúneisemrelac¸ãoàtécnica tranportal.8

Oobjetivodesteestudoécompararosresultadosclínicos objetivoe subjetivo da reconstruc¸ãodoligamento cruzado anteriorpelastécnicastranstibialepelastécnicasanatômicas

transportale“deforaparadentro”comousodostendões fle-xoresautólogoscomoenxerto.Ahipótesepostuladaéqueas técnicasanatômicasgerariammelhoresresultadosnos que-sitosavaliados.

Casuística

e

métodos

De agosto de 2009 a junho de 2012 foram operados (reconstruc¸ão doLCA) 170pacientes (joelhos), pelomesmo cirurgião.Desses,119respeitaramoscritériosdeinclusãodo estudo: lesão unilateraldoLCA;esqueleto maduro; joelhos semcirurgiaspréviasnolado acometido(exceto meniscec-tomia artroscópica); sem alterac¸ões degenerativas difusas (artrose); sem lesões ligamentares associadas (exceto liga-mento colateral medialgrau I eII); ausência de obesidade mórbida.Como critério deexclusão, rerruptura doLCAem qualquer momento do estudo (pois o objetivo era compa-raraestabilidadedosjoelhoscomLCAíntegro).Rerrupturas foramdefinidascomonovoentorsedojoelhoassociadaa ins-tabilidadeclínica.Dos119pacientes,45foramoperadospela técnica transtibial(entre2009e2010),35 transportal(entre 2010e2011)e39“de foraparadentro”(entre2011e2012). ForamexcluídoscincopacientesporrerrupturadoLCA,dois dogrupotranstibial,doisdogrupotransportaleumdogrupo “deforaparadentro”.

Os pacientes foram selecionados de forma retrospec-tiva e convocados para avaliac¸ão clínica aleatoriamente, enumeraram-setodosdecadatécnicaeaseguirsorteou-se umasequênciadechamadaparaaavaliac¸ão,atécompletar 30pacientesemcadagrupo:I-técnicatranstibial;II- trans-portal;III-“deforaparadentro”.

(3)

Tabela1–Descric¸ãodascaracterísticaspessoaisedasescalasdiagnósticasantesdacirurgiasegundotécnica dereconstruc¸ãoeresultadodostestesestatísticos

Técnicausada

Variável Transportal(n=30) Trastibial(n=30) “Forap/dentro”(n=30) Total(n=90) p

Idade(anos) 0,119a

média(DP) 31,4(8) 37,1(11,7) 36,2(13,3) 34,9(11,4)

mediana(mín.;máx.) 31(15;50) 34,5(17;59) 36,5(16;66) 33,5(15;66)

Sexo,n(%) 0,108b

Masculino 29(96,7) 30(100) 27(90) 86(95,6)

Feminino 1(3,3) 0(0) 3(10) 4(4,4)

Lado,n(%) 0,171

Direito 21(70) 16(53,3) 14(46,7) 51(56,7)

Esquerdo 9(30) 14(46,7) 16(53,3) 39(43,3)

Tempodetrauma(meses) 0,262c

média(DP) 24,6(31,6) 21,4(31,2) 15,4(23,7) 20,5(29)

mediana(mín.;máx.) 10,5(1;96) 7(2;120) 5,5(1;96) 6,5(1;120)

Tipodelesão,n(%) 0,468

Aguda 6(20) 7(23,3) 10(33,3) 23(25,6)

Crônica 24(80) 23(76,7) 20(66,7) 67(74,4)

Lesãoassociada,n(%) 0,572

Não 6(20) 6(20) 9(30) 21(23,3)

Sim 24(80) 24(80) 21(70) 69(76,7)

Complicac¸ões,n(%) 0,033b

Não 27(90) 30(100) 30(100) 87(96,7)

Sim 3(10) 0(0) 0(0) 3(3,3)

Lysholmpré 0,358c

média(DP) 62,7(18,1) 66,2(18,1) 59,5(18,4) 62,8(18,2)

mediana(mín.;máx.) 67,5(21;100) 67,5(27;100) 60,5(19;90) 64(19;100)

IKDCSubjetivopré 0,002a

média(DP) 59,8(17,3) 63,1(19,7) 47,2(16,2) 56,7(18,9)

mediana(mín.;máx.) 60(15;90) 62,6(26;100) 50(17;78) 58(15;100)

Testequi-quadrado.

a Anova.

b Testedarazãodeverossimilhanc¸a.

c TestedeKruskal-Wallis.

20grausdeflexão,133N,testedeLachman,gavetaanterior, Pivot-Shift, International KneeDocumentation Committe(IKDC)9 objetivo,IKDCsubjetivo eLysholm.10 O exame clínico pré--operatório e a aplicac¸ão dos questionários foram feitos pelomesmomédico,omesmoquefez todasascirurgia. A avaliac¸ãopós-operatória,pormédicosquenãoestavam pre-sentesnomomentodacirurgia,estagiáriosdogrupodejoelho. OKT1000TMnãofoifeitopré-operatoriamente porquestões operacionais.

Foramreavaliados90pacientes,86dosexomasculino e quatrodofeminino.Foram51 joelhosdireitos e39 esquer-dos.Aidademédiafoide34,9anos.Dos90pacientes,todos praticavamalguma atividade físicaantes da lesão. O IKDC subjetivo e o Lysholm médio pré-operatório foram de 56,70(14,9 a100)e62,80 (15a 100),respectivamente. Ape-nas25,6%dospacientesapresentavamlesõesagudas(menos de três meses), dessas74,4% lesões crônicas (mais de três mesesdeevoluc¸ãodotrauma).Ospacientes foram separa-dosemtrês grupos,emrelac¸ão àtécnicacirúrgica:técnica transtibial(grupoTT),transportalmedial(grupoTP)e“defora

paradentro”(Grupo“Forap/dentro”).Atabela1mostraqueas característicaspessoaiseclínicaspré-operatóriasnão diferi-ramestatisticamenteentreosgrupos(p>0,05),apenasoIKDC subjetivoapresentoudiferenc¸amédiaestatisticamente signi-ficativaentreastécnicas(p=0,002).Pacientesquefizerama técnica “deforapara dentro”apresentaramvalormédiodo IKDCsubjetivomenordoqueospacientesdasdemais técni-cas.Portanto,osgrupossecomportavam,emgeral,deforma homogêneapré-operatoriamente.

Em relac¸ão à técnica cirúrgica, era feita artroscopia, tratamento de eventuais lesões meniscais e condrais e a reconstruc¸ãodoLCA,comafixac¸ãodoenxertodetendões flexoressemitendíneoegrácil(retiradopeloprópriocirurgião, semprecomamesmatécnica).

Na técnicatranstibial,otúneltibialerafeitocomo joe-lhoemextensãoeerausadoguiaemextensão(65◦ Howell

(4)

umaposic¸ãomaishorizontal.Nessemomentoeraperfurado otúnelfemoraleemseguidapassadooenxertoefixadocom Endobutton®(Smith&Nephew,Andover,MA,USA)nofêmur eparafusodeinterferênciametáliconatíbia.

Natécnicatransportal,otúneltibialera feitodamesma formaquenatranstibial,comguiaemextensão(65◦ Howell

Guide®;BiometSportsMedicineInc,Warsaw,Ind).Usava-se portalmedialacessórioparavisualizac¸ãodoposicionamento dotúnel.Comojoelho em90 grausdeflexão eramarcado ocentrodoLCAnativo(posicionamentoanatômico)através doportalanteromedialconvencional.Introduzia-seofioguia (Kirschner2,4)eposicionava-senopontopreviamente demar-cado,fletia-seojoelhoentre120e130grause,finalmente,o fioguiaerapassadoatéultrapassaracorticallateraldofêmur eemseguidaotúnelfemoraleraconfeccionadocoma res-pectivabroca.Afixac¸ãofemoralcomEndobutton® (Smith& Nephew,Andover,MA,USA)eatibialcomparafusode inter-ferênciametálico.

Na técnica “de fora paradentro” o túneltibial era feito comojoelhoemflexãode90◦ comguiatibialgraduadoem

55◦. Emseguida, erafeitootúnelfemoral, comguia

femo-ralanatômico,queera introduzidopeloportalartroscópico anteromedial e posicionado de forma anatômica. Fazia-se uma incisão de cerca de 1cm sobre o epicôndilo lateral, perfurava-seafascialataechegava-seaoosso,oque permi-tiaainserc¸ãodofioguia“deforaparadentro”eemseguida acorrespondentebroca.Afixac¸ãoerafeitacomparafusode interferência metálico de fora para dentro no fêmur e na tíbia.

Todos os grupos receberam o mesmo protocolo de reabilitac¸ão, com uso de muletas por duas semanas, sem imobilizac¸ão pós-operatória, liberac¸ão para cadeia cinética abertade quadrícepsapósaoitavasemana,corridaapós a 16asemana,retornoàpráticaesportivaapósseismeses,após avaliac¸ãoproprioceptiva,etestesdeforc¸aaplicadospelo fisi-oterapeuta.

Paraasavaliac¸õesestatísticas, características quantitati-vasforamdescritassegundoatécnicacomusodemedidas resumo(média,desviopadrão,mediana,mínimoemáximo)11 e comparadas entre as técnicas com uso de análises devariâncias(Anova)seguidasdecomparac¸õesmúltiplasde Bonferroniquandonecessáriasoucomusodetestes Kruskal--Wallis apud Netter.12 As característicasqualitativas foram descritassegundo atécnica com uso de frequências abso-lutas e relativas11 e verificada a existência de associac¸ão comas técnicascom usode testesqui-quadrado outestes da razãodeverossimilhanc¸as quandoaamostra foi insufi-cienteparaaplicac¸ãodotestequi-quadrado.11 Algumasdas escalasavaliadasassumemvaloressemiquantitativoseforam descritas segundo técnicas com uso de frequências abso-lutas e relativas e comparadas entre as técnicas com uso detestesKruskal-Wallis.Ostestesforamfeitoscomnívelde significânciade5%.Paraocálculoamostral,usamosoIKDC objetivocomocritériodedesfechoprimário.Paradetectaruma diferenc¸amínimade20%naincidênciadeCouD(IKDC obje-tivopós-operatório)entreosgrupos, comerroalfade5%e umpoderde80%,seriamnecessários30pacientesemcada grupo.

Estudo aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituic¸ão.

Resultados

A avaliac¸ãocom dois anosde pós-operatório foi feita com examefísico,artrômetroKT1000TM,IKDCobjetivoesubjetivo, Lysholmetempoderetornoaoesporte.Atabela2retrataos resultadospós-operatóriosobjetivosesubjetivosencontrados. Emrelac¸ãoàavaliac¸ãoobjetiva,verificaram-seresultados muitosemelhantes,aosecompararemostrês grupos,para IKDCobjetivo,KT1000etestedagavetaanterior.Nostestes deLachmanePivot-Shift,observaram-semelhoresresultados nogrupo“deforaparadentro”,porémsemsignificância esta-tística(p =0,132ep=0,186,testequi-quadradoetestede Kruskal-Wallis,respectivamente).Emrelac¸ãoàavaliac¸ão sub-jetiva,osescoresdeLysholmeIKDCsubjetivoapresentaram resultadossemelhantes(p=0,627ep=0,200,respectivamente, Anova).

Emrelac¸ãoaoretornoàpráticaesportiva,27%não retorna-ram,33,3%retornaramapósoitomesese38,9%antesdeoito meses.Aocompararoretornoaoesporteentreostrês gru-pos,encontraram-seresultadossemelhantes(p=0,550,teste deKruskal-Wallis).

Durante aconvocac¸ãodospacientes encontramos cinco rerrupturas,duasnogrupotranstibial,duasnogrupo trans-portal medial euma no grupo “de fora para dentro”. Para compararaocorrênciadererrupturaentreosgrupos, reuni-mosessescincocasos,ficaramentão32pacientesnogrupo transtibial, 32 notransportal medial e31 no “de fora para dentro”.Aosefazeraavalic¸ãoestatística,nãofoiobservada diferenc¸a(qui-quadrado,p=0,8).

Discussão

Estudos recentes demonstram uma tendência a melhores resultadosnatécnicaanatômica,comotúnelfemoralno cen-tro do LCA original.7,13 Diversos estudos biomecânicosem cadáver2,5,13,14 eestudosclínicosemsereshumanos,6,7 que compararam atécnica transtibialcom técnicas anatômicas (transportal medial ou “de fora para dentro”), apresentam resultados superiores (objetivos e subjetivos) nas técnicas anatômicas,principalmenteemrelac¸ãoàestabilidade rota-cional. Apesar dessas evidências, não há comprovac¸ão de queexistasuperioridadeemlongoprazo,nemqueuma téc-nicaapresentemenoscomplicac¸ões,comonovarupturaou evoluc¸ãoparaartrose.Algunsestudosquedemonstram supe-rioridadedeumatécnicasobreoutraavaliamoexamefísico com o joelho sem a ac¸ão da musculatura (como joelhos decadáveresoupacienteanestesiado)2,5,15,16equestionários subjetivos.7,17

Apesardetodasessasconsiderac¸ões,Robinetal.8 publi-caramem2015umarevisãosistemática sobrevantagense desvantagensentreastécnicastranstibial,transportalmedial e“deforaparadentro”e,apesardediferenc¸asentreelas,8,18 aconclusãofoi quenãohátécnicapadrãoouroparaa fei-turadotúnelfemoral,oquegeraassimumquestionamento sobreapadronizac¸ãodotúnelfemoralnosdiversostrabalhos jácitados.

(5)

Tabela2–Descric¸ãodasescalasdediagnósticopós-operatóriassegundotécnicadereconstruc¸ãoeresultadodostestes estatísticos

Técnicausada

Variável Transportal(n=30) Trastibial(n=30) “Forap/dentro”(n=30) Total(n=90) p

IKDCObjetivo,n(%) 0,531a

C 3(10) 0(0) 0(0) 3(3,3)

B 6(20) 9(30) 6(20) 21(23,3)

A 21(70) 21(70) 24(80) 66(73,3)

IKDCSubjetivo 0,200b

média(DP) 98,5(3,4) 98,7(3,3) 97,2(3,6) 98,2(3,5)

mediana(mín.;máx.) 100(88;100) 100(85;100) 98,9(86;100) 100(85;100)

KT1000Absoluto,n(%) 0,698a

0-2 27(90) 28(93,3) 26(86,7) 81(90)

3-5 2(6,7) 2(6,7) 4(13,3) 8(8,9)

6-10 1(3,3) 0(0) 0(0) 1(1,1)

Lysholm 0,627b

média(DP) 97,4(5,1) 98,4(3,4) 98,2(3,7) 98(4,1)

mediana(mín.;máx.) 100(78;100) 100(86;100) 100(87;100) 100(78;100)

Pivot-Shift,n(%) 0,186

Negativo 23(76,7) 24(80) 28(93,3) 75(83,3)

+ 7(23,3) 6(20) 2(6,7) 15(16,7)

GA,n(%) 0,439c

Negativo 24(80) 27(90) 27(90) 78(86,7)

+ 6(20) 3(10) 3(10) 12(13,3)

Lachman,n(%) 0,132a

Negativo 21(70) 22(73,3) 27(90) 70(77,8)

+ 8(26,7) 8(26,7) 3(10) 19(21,1)

++ 1(3,3) 0(0) 0(0) 1(1,1)

Tempoderetornoaoesporte,n(%) 0,550a

Não 6(20) 10(33,3) 9(30) 25(27,8)

≥8meses 11(36,7) 10(33,3) 9(30) 30(33,3)

<8meses 13(43,3) 10(33,3) 12(40) 35(38,9)

Testequi-quadrado.

a TestedeKruskal-Wallis.

b Anova.

c Testedarazãodeverossimilhanc¸a.

vistoqueaestabilidadenoplanocoronalémantidaemtodas astécnicas.JánotestedoPivot-Shift,queanalisaaestabilidade rotacional,éesperadavantagemdatécnicaanatômica.19–23No presenteestudoocorrerammenoscasosdepositividadedo Pivot-Shiftnatécnica“deforaparadentro”,semsignificância estatística.Porémessesdadosdevemseranalisadoscom cui-dado,pois,comumaamostramaior,talvezalgumadiferenc¸a estatísticapoderiaserencontrada,ousimplesmentepoderia confirmarquerealmente nãohádiferenc¸as entreas técni-cas.Logo,maisestudoseespecialmentemaioresamostrassão necessáriosparaconclusõesmaisprecisas.

Ointuitodoestudoeracompararospacientescom dife-rentesposicionamentos dotúnel femoralecom o enxerto íntegro.Poréméimportantecomentarmossobrererruptura, vistoqueRahr-Wagneretal.24publicaramrecentementeum estudo retrospectivo em que demonstraram mais rerrup-turas em joelhos submetidos à técnica transportal medial quando comparada com a técnica transtibial. Vale lem-brar que esse estudo se baseou nos dados do registro

dinamarquês, portanto são pacientes operados por diver-sos cirurgiões em diversoshospitais, o que gera prováveis vieses.Alémdisso,outrosestudosprospectivosque compa-raramessasduastécnicasnãoobservarammaisrerrupturas na técnica anatômica.25,26 Durante a convocac¸ãodos paci-entesdopresenteestudo,encontramosduasrerrupturasno grupo transtibial,duas nogrupo transportal medialeuma nogrupo“de foraparadentro”, evidentementesem signifi-cânciaestatística.

(6)

Conclusão

Nãoforamencontradasdiferenc¸ascomsignificância estatís-ticanosresultadosclínicosobjetivosesubjetivosaocomparar pacientessubmetidosareconstruc¸ãodoligamentocruzado anteriorpelastécnicas transtibial,transportalmediale“de foraparadentro”.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

1. EmondCE,WoelberEB,KurdSK,CiccottiMG,CohenSB.A comparisonoftheresultsofanteriorcruciateligament reconstructionusingbioabsorbableversusmetalinterference screws:ameta-analysis.JBoneJointSurgAm.

2011;93(6):572–80.

2. SteinerME,BattagliaTC,HemingJF,RangJD,FestaA,BariaM. Independentdrillingoutperformsconventionaltranstibial drillinginanteriorcruciateligamentreconstruction.AmJ SportsMed.2009;37(10):1912–9.

3. SteinerM.Anatomicsingle-bundleACLreconstruction. SportsMedArthrosc.2009;17(4):247–51.

4. HemingJF,RandJ,SteinerME.Anatomicallimitationsof transtibialdrillinginanteriorcruciateligament reconstruction.AmJSportsMed.2007;35(10):1708–15.

5. BediA,MusahlV,SteuberV,KendoffD,ChoiD,AllenAA, etal.Transtibialversusanteromedialportalreamingin anteriorcruciateligamentreconstruction:ananatomicand biomechanicalevaluationofsurgicaltechnique.Arthroscopy. 2011;27(3):380–90.

6. Alentorn-GeliE,SamitierG,AlvarezP,SteinbacherG,CugatR. Anteromedialportalversustranstibialdrillingtechniquesin ACLreconstruction:ablindedcross-sectionalstudyattwo-to five-yearfollow-up.IntOrthop.2010;34(5):747–54.

7. HusseinM,vanEckCF,CretnikA,DinevskiD,FuFH. Prospectiverandomizedclinicalevaluationofconventional single-bundle,anatomicsingle-bundle,andanatomic double-bundleanteriorcruciateligamentreconstruction:281 caseswith3-to5-yearfollow-up.AmJSportsMed.

2012;40(3):512–20.

8. RobinBN,JaniSS,MarvilSC,ReidJB,SchillhammerCK, LubowitzJH.Advantagesanddisadvantagesoftranstibial, anteromedialportal,andoutside-infemoraltunneldrillingin single-bundleanteriorcruciateligamentreconstruction:a systematicreview.Arthroscopy.2015;31(7):1412–7.

9. AndersonAF,IrrgangJJ,KocherMS,MannBJ,HarrastJJ, InternationalKneeDocumentationCommittee.The InternationalKneeDocumentationCommitteeSubjective KneeEvaluationForm:normativedata.AmJSportsMed. 2006;34(1):128–35.

10.LysholmJ,GillquistJ.Evaluationofkneeligamentsurgery resultswithspecialemphasisonuseofascoringscale.AmJ SportsMed.1982;10(3):150–4.

11.KirkwoodBR,SterneJA.Essentialmedicalstatistics.2nded. Massachusetts,USA:BlackwellScience;2006.

12.NeterJ.Appliedlinearstatisticalmodels.Chicago:Irwin;1996.

13.SteinerME,BattagliaTC,HemingJF,RandJD,FestaA,BariaM. Independentdrillingoutperformsconventionaltranstibial

drillinginanteriorcruciateligamentreconstruction.AmJ SportsMed.2009;37(10):1912–9.

14.SimJA,GadikotaHR,LiJS,LiG,GillTJ.Biomechanical evaluationofkneejointlaxitiesandgraftforcesafteranterior cruciateligamentreconstructionbyanteromedialportal, outside-in,andtranstibialtechinques.AmJSportsMed. 2011;39(12):2604–11.

15.MusahlV,PlakseychukA,VanScyocA,SasakiT,DebskiRE, McMahonPJ,etal.Varyingfemoraltunnelsbetweenthe anatomicalfootprintandisometricpositions:effecton kinematicsoftheanteriorcruciateligament-reconstructed knee.AmJSportsMed.2005;33(5):712–8.

16.BrophyRH,PearleAD.Single-bundleanteriorcruciate ligamentreconstruction:acomparisonofconventional, central,andhorizontalsingle-bundlevirtualgraftpositions. AmJSportsMed.2009;37(7):1317–23.

17.JepsenCF,Lundberg-JensenAK,FaunoeP.Doesthepositionof thefemoraltunnelaffectthelaxityorclinicaloutcomeofthe anteriorcruciateligament-reconstructedknee?Aclinical, prospective,randomized,double-blindstudy.Arthroscopy. 2007;23(12):1326–33.

18.OsakiK,OkazakiK,MatsubaraH,KuwashimaU,MurakamiK, IwamotoY.Asymmetryinfemoraltunnelsocketlength duringanteriorcruciateligamentreconstructionwith transportal,outside-in,andmodifiedtranstibialtechniques. Arthroscopy.2015;31(12):2365–70.

19.LiuA,SunM,MaC,ChenY,XueX,GuoP,etal.Clinical outcomesoftranstibialversusanteromedialdrilling techniquestopreparethefemoraltunnelduringanterior cruciateligamentreconstruction.KneeSurgSports TraumatolArthrosc.2015.Jun16.[Epubaheadofprint] PubMedPMID:26077285.

20.WooSL,KanamoriA,ZeminskiJ,YagiM,PapageorgiouC, FuFH.Theeffectivenessofreconstructionoftheanterior cruciateligamentwithhamstringsandpatellartendon.A cadavericstudycomparinganteriortibialandrotational loads.JBoneJointSurgAm.2002;84(6):907–14.

21.LohJC,FukudaY,TsudaE,SteadmanRJ,FuFH,WooSL.Knee stabilityandgraftfunctionfollowinganteriorcruciate ligamentreconstruction:comparisonbetween11o’clockand 10o’clockfemoraltunnelplacement.Arthroscopy.

2003;19(3):297–304.

22.KimMK,LeeBC,ParkJH.Anatomicsinglebundleanterior cruciateligamentreconstructionbythetwoanteromedial portalmethod:thecomparisonoftransportalandtranstibial techniques.KneeSurgRelatRes.2011;23(4):213–9.

23.MulcaheyMK,DavidTS,EpsteinDM,AlaiaMJ,

MontgomeryKD.Transtibialversusanteromedialportal anteriorcruciateligamentreconstructionusingsoft-tissue graftandexpandablefixation.Arthroscopy.2015;31(12): 2365–70.

24.Rahr-WagnerL,ThillemannTM,PedersenAB,LindMC. Increasedriskofrevisionafteranteromedialcomparedwith transtibialdrillingofthefemoraltunnelduringprimary anteriorcruciateligamentreconstruction:resultsfromthe danishkneeligamentreconstructionregister.Arthroscopy. 2013;29(1):98–105.

25.DuffeeA,MagnussenRA,PedrozaAD,FlaniganDC,MOON Group,KaedingCC.TranstibialACLfemoraltunnel

preparationincreasesoddsofrepeatipsilateralkneesurgery. JBoneJointSurgAm.2013;95(22):2035–42.

Imagem

Tabela 1 – Descric¸ão das características pessoais e das escalas diagnósticas antes da cirurgia segundo técnica de reconstruc¸ão e resultado dos testes estatísticos
Tabela 2 – Descric¸ão das escalas de diagnóstico pós-operatórias segundo técnica de reconstruc¸ão e resultado dos testes estatísticos

Referências

Documentos relacionados

9 não indicou diferenc¸a significativa no alinhamento médio em todos os parâmetros avaliados (eixo mecânico, alinhamento sagital e coronal de cada componente e rotac¸ão do

MA, mechanical alignment; CFC, coronal femoral component; CTC, coronal tibial component; SFC, sagittal femoral component; STC, sagittal tibial component; FCR, femoral

Testes de desgaste podem ser feitos em simuladores para avaliar a influência do diâmetro da cabec¸a femoral sobre a taxa de desgaste dos insertos acetabulares, principalmente

To highlight the importance of wear tests using simula- tors in order to compare the wear rates among different hip designs, an example is the hip design comprising the femoral head

Efetuamos também uma comparac¸ão entre o mecanismo da fratura/lesão do anel pélvico com a ocorrência ou não de lesões associadas ( tabela 8 ) e observamos que nos casos em que

of age on the mechanism of ring fractures, reported that com- mon fall was the most frequent cause of this type of injury in the elderly and, of those, females were the most affected,

Trata-se de uma série retrospectiva relativamente pequena de pacien- tes, com acompanhamento médio de 14 meses; não foi feita comparac¸ão com outros métodos de fixac¸ão,

Elastic stable intramedullary nailing versus nonoperative treatment of displaced midshaft clavicular fractures – a randomized, controlled, clinical trial. Jubel A, Andemahr J,