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Rev. bras. ortop. vol.52 número3

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Academic year: 2018

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

Original

Estudo

retrospectivo

de

haste

intramedular

estável

elástica

de

titânio

em

fraturas

deslocadas

do

terc¸o

médio

da

clavícula

Rajesh

Govindasamy

,

Saravanan

Kasirajan,

Jimmy

Joseph

Meleppuram

e

Fawas

Thonikadavath

VinayakaMissionsMedicalCollegeandHospital,DepartmentofOrthopaedics,Pondy,Índia

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem13dejunhode2016 Aceitoem21dejulhode2016

On-lineem12deabrilde2017

Palavras-chave:

Clavícula Fixac¸ãodefratura Intramedular Hastesósseas Titânio

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Analisarodesfechofuncionalapósousodehasteintramedularestávelelásticade titânio(HIEET)emfraturasdeslocadasdoterc¸omédiodaclavícula(FDMC).

Métodos:Fez-seumestudoretrospectivode60pacientes,selecionadoscombasenos cri-tériosdeinclusão,entremarc¸ode2009emarc¸ode2015.Houveperdadeseguimentode seis.Dos54restantes,39eramhomense15mulheres.Amédiadeidadefoide30,6anos. OdesfechofuncionalfoianalisadopelaescaladeConstant,taxadeuniãoóssea,taxade complicac¸ãoepelotempoderetornoaotrabalho.

Resultados:Todasasfraturasapresentaramboaunião,emumamédiade7,5semanas.O períododeacompanhamentovariouentre12e18meses(média:14).Em24dos54 pacien-tesusou-sereduc¸ãofechadacomhastesintramedulares;nosoutros30,foiusadaareduc¸ão abertacomfixac¸ãomínima.OtamanhomédiodaHIEETfoide2mm(variac¸ão:1,5-3mm). AmédiadaescaladeConstantfoide97,8(variac¸ão:95-99).Nenhumpacienteapresentou complicac¸õesdegrandeporte,masalgumascomplicac¸õesdepequenoporteforam observa-das,asaber:irritac¸ãodapeleem15,parestesiatemporáriaemcincoeinfecc¸õessuperficiais emtrês.Observou-seumcasodemigrac¸ãodoimplanteeperfurac¸ãonocórtexlateral;um casoteveuniãoatrasada.Ataxadeproblemasrelacionadosaoimplantefoibaixa,umavez queosautoresusaramumprotocolopadrãopararemovê-loapósauniãoradiológica.Todos ospacientesretornaramaotrabalhoematédezsemanasapósacirurgia.

Conclusão:A HIEETé um método seguro,minimamente invasivo,quegeracicatrizac¸ão rápidacomboacosmesiseproporcionaumexcelenteresultadofuncionalemtermosde satisfac¸ãodopaciente,commenoscomplicac¸ões.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.rboe.2016.07.005. 夽

TrabalhodesenvolvidonoVinayakaMissionsMedicalCollegeandHospital,DepartmentofOrthopaedics,Pondy,Índia.

Autorparacorrespondência.

E-mail:drgrortho@yahoo.com(R.Govindasamy).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.07.010

(2)

A

retrospective

study

of

titanium

elastic

stable

intramedullary

nailing

in

displaced

mid-shaft

clavicle

fractures

Keywords:

Clavicle Fracturefixation Intramedullary Bonenails Titanium

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective: Theaimofthisstudyistoanalyzethefunctionaloutcomefollowingtitanium elastic stableintra-medullary nailing(ESIN)fordisplacedmid-shaft clavicularfractures (DMCF).

Methods: Aretrospectivestudyof60patientsbetweenMarch2009andMarch2015was conducted.Patientswereselectedbasedontheinclusioncriteria.Sixpatientswerelost duringfollowup.Outoftheremaining54patients,therewere39malesand15females.The meanagewas30.6years.ThefunctionaloutcomewasanalyzedusingtheConstantscore, rateofboneunion,complication,andearliesttimeofreturntowork.

Results:Allfracturesunitedwell,withanaveragetimeof7.5weeks.Follow-upperiodranged between12monthsand18months(average,14months).24outof54patientshadclosed nailing,while30hadminimalopenreduction.TheaveragesizeofESINwas2mm(range, 1.5–3mm).TheaverageConstantscorewas97.8(range,95–99).Therewerenomajor com-plications,butminorcomplicationsoccurred,viz.skinirritationin15patients,temporary paresthesiainfivepatients,andthreepatientswhodevelopedsuperficialinfections.One casehadimplantmigrationandperforationatthelateralcortex,andonecasehaddelayed union.Therewerefewimplant-relatedproblems,astheauthorsusedastandardprotocol toremoveitafterradiologicalunion.Allpatientsreturnedtoworkwithin10weeksofthe post-operativeperiod.

Conclusion: ESINisasafe,minimallyinvasive,engendersrapidhealingwithgoodcosmesis, andprovidesanexcellentfunctionaloutcomeintermsofpatientsatisfaction,withfewer complications.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

Aarticulac¸ão doombro funciona como ummecanismo de cadeiafechadaeéformadaporquatroarticulac¸ões;duas des-sassearticulamcomaclavícula.Portanto,qualquerfratura declavículaafetatodaacinturaescapular.Aclavículaéo pri-meiroossoaseossificareéumdosossosmaiscomumente fraturados(2,6% a5% detodas asfraturas).1 Cercade 80% dasfraturasocorremnoterc¸omédio,jáqueessaéumazona detransic¸ãoentreapartelateralachatadaeapartemedial túbulo-triangular,alémdesertambémosegmentomaisfino erelativamentenãoprotegido,umavezquenãoéestabilizado poralgumligamento.2

Queda ou trauma direto no ombro são os mecanismos maiscomunsdelesãoemqualquerfraturadeclavícula.As fraturasdoterc¸omédiotendemaencurtarquando desloca-das,devidoàatuac¸ão conjunta doesternocleidomastóideo, quepuxaofragmentomedialsuperioreposteriormente,edo peitoralmaior,dodeltoideedagravidade,quepuxao frag-mentolateralinferiormenteeanteriormente.Issoresultaem desvioeencurtamentodafratura(fig.1).Maisde50%das fra-turasdeclavículasãodesviadas.2Afrequênciaglobaldenão consolidac¸ãoemfraturasnãodesviadasédecercade5%,é maiornasfraturasdesviadas(15,1%).3

Como anatureza dotoua clavículade excelentes pode-resreparadores, essas fraturas sãogeralmente tratadas de formaconservadora,masdoisterc¸osdasfraturasdesviadas

doterc¸omédiodaclavícula(FDMC)apresentamalgumgrau deconsolidac¸ãoviciosa,comencurtamentoesintomas.4

Ocomprimentodaclavículadesempenhaumpapel impor-tantenamanutenc¸ãodarelac¸ãoanatômicaedafunc¸ão da cinturaescapular.4Dessaforma,otratamentocirúrgico pre-cocenaFDMCmelhoraoresultadofuncional,diminuiastaxas denãoconsolidac¸ão edeconsolidac¸ãoviciosasintomática. Assim,acirurgiatemsidoindicadaparafraturas completa-mentedeslocadas,comperfurac¸ãodapele,queapresentem encurtamentodemaisde20mm,lesãoneurovascular, fratu-rasbilateraiseombroflutuante.5

OtratamentopadrãodaFDMCéaosteossíntesecomplaca, umavezquerestauraocomprimentoeoalinhamento anatô-mico;alémdisso,oimplanteémecanicamentemaisforte,mas temsuascomplicac¸ões.5Afixac¸ãointramedularsurgiucomo umaexcelenteopc¸ão,umavezquesecomportacomouma tala interna,compartilhaacargaemantémoalinhamento semfixac¸ãorígida.5

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Músculo esternocleidomastoideo

Ligamentos esternoclaviculares Fratura do terço

médio da clavícula

Músculo trapezoide

Ligamento coracoclavicular

Peso do braço

Músculo peitoral

Músculo grande dorsal

Figura1–Fraturadesviadadoterc¸omédiodaclavícula.

Opresenteestudotevecomoobjetivoavaliarotratamento deFDMCcomousodeHIEET.Foramanalisados:(1)taxade consolidac¸ão, (2) resultado funcional, com o uso da escala deConstant,11(3)tempomínimoparaoretornoaotrabalhoe (4)complicac¸ões.

Material

e

métodos

Fez-seumarevisãoretrospectivadeumacoortede60FDMC unilateraistratadascomHIEETnapresenteinstituic¸ãoentre marc¸ode2009emarc¸ode2015.Seispacientesforam perdi-dosduranteoseguimento.Dosrestantes54,39eramdosexo masculino(72%)e15 dofeminino(28%).Foram observadas 28 fraturas nolado esquerdo e26 no lado direito. Aidade médiafoide30,6anos(intervalo:23-50).Omodomaiscomum delesãofoiaquedasobreoombro,sejadevidoaacidentes automobilísticos (n=35) ou queda de altura(n=19). O pre-senteestudoincluiutodasasFDMCclassificadasdeacordo comaclassificac¸ãodaOrthopaedicTraumaAssociation(OTA);12 26pacientesapresentaramfraturasdotipoAe28,fraturasdo tipoB.

Critériosdeinclusão

Pacientesesqueleticamente maduroscomfraturas doterc¸o médiocommaisde20mmdedeslocamentodotipoA (fra-turasimples)oudotipoB(fraturacomflexãodecunha)na classificac¸ãoOTA,atésetediasapósalesão.

Critériosdeexclusão

(1)fraturasexpostas,(2)ombroflutuante,(3)fraturas proxi-maisoudistais,(4)lesõesneurovasculares,(5)fraturascom maisdeumasemana,(6)pacientescompatologia subacro-mialpreexistente, (7)comorbidades comrisco anestésicoe

cirúrgico, (8) uso de técnicas cirúrgicas que não a HIEET, (9) fraturas grosseiramente cominutivas – tipo C (OTA), (10)nãoconsolidac¸ãoe(11)consolidac¸ãoviciosa.

Técnicacirúrgica

Apósaassinaturadotermodeconsentimentolivree escla-recidoedousodeantibióticosprofiláticos,ospacientes,sob anestesiageral,foramposicionadosnaposic¸ãodecadeirade praiasupinacomumatoalhadobradasobreabordamedial doombroafetado.Apartelesionadafoipreparadaeenvolvida da linha medial até a parte superior do brac¸o. Tomou--se cuidado para assegurar a acessibilidade da articulac¸ão esterno-clavicularparaaentrada,oquefoiconfirmadocom ousodeumintensificadordeimagem.OtamanhodaHIEET foimedidocomaseguintefórmula:−0,4Xdiâmetrodocanal emmm.9

Umapequenaincisãofoifeitasobreapele,1cmlateralem direc¸ão àextremidade medialda clavícula. Agordura sub-cutânea foi incisada juntamente com o platisma. A fáscia peitoral foidividida,alinhadaàincisãoda pele,seguidade elevac¸ãocuidadosadamusculaturasubjacentedaclavícula. Emseguida,paraainserc¸ãodahaste,umpontodeentradafoi feitocomumfuradornocórtexanteriordoosso;umabroca de3,2mmfoiusadaparaoutrasentradas.Ahastedetitânio foidobradaacercade15grausparafacilitarainserc¸ão.Um caboemTfoiusadoparaempurraregirarahastena cavi-dademedularsobcontrolefluoroscópicoatéatingirofocoda fratura(fig.2A-D).

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Ponto de entrada da haste

Após a inserção

Posicionamento

Incisão cutânea

Figura2–Técnicacirúrgica(A)posicionamento;(B)incisãocutânea;(C)pontodeentradadahaste;(D)apósainserc¸ão.

neuromascutâneosecicatriciais.Ahastefoientãoavanc¸ada manualmenteaté que estivesse medialà articulac¸ão acro-mioclavicular.Manobrasprecisassobcontrolefluoroscópico foram necessárias na introduc¸ão da haste, para evitar penetrac¸ãonofinocórtexdorsal.Apósencaixeadequadono segmentolateral,afraturafoicomprimidaeahastefoicortada apósserligeiramentedobradapróximaaopontodeentradano ladomedianoeenterradasobapeleparaminimizarairritac¸ão dos tecidos moles, bemcomo para facilitar a extrac¸ão no futuro.Afásciaeapeleforamfechadasemcamadas.

Protocolopós-operatório

Nopós-operatório,os pacientesusaram umatipoiae rece-beram alta no dia seguinte, após exames de raios X pós-operatórios,foramestimuladosafazermobilizac¸ão pre-coce do ombro com exercícios pendulares. A sutura foi removidanodécimodia, quandoforamautorizados exercí-ciosdeamplitudedemovimentoativos.Ousodetipoiafoi descontinuadonofimdaterceirasemana;elevac¸ãodobrac¸o acimadacabec¸asófoiautorizadaapósaquartasemana. Sub-sequentemente,asatividadesdavidadiáriaforaminiciadas, masaquelasqueexigiamolevantamentodepesospesados foramadiadasatéqueaconsolidac¸ãofossealcanc¸ada.

Todosospacientesforamreavaliadosambulatorialmente nasegunda, quartae sexta semanas eno terceiro esexto mês após a cirurgia. Em cada visita, os pacientes foram avaliadosclinicaeradiologicamente quanto aosresultados primáriosesecundários.Ashastesforamremovidas

rotinei-ramenteaosseismeses,apósaconfirmac¸ãoradiológicada consolidac¸ãocompleta,definidacomopontedecalovisívelou obliterac¸ãocompletadaslinhasdefratura.Todosospacientes foramacompanhadosduranteumano;oseguimentomáximo foidedoisanos.

Na ausênciade escoresvalidados para traumas da cla-vícula, o resultado funcional foi avaliado com a escala de Constant.11 A presenc¸a de quaisquer complicac¸ões foi registrada.Ascomplicac¸õesmaioresforamaquelasque neces-sitaramcirurgiaadicionalpararevisarouremoverafixac¸ão como resultado de nãoconsolidac¸ão, consolidac¸ão viciosa, infecc¸ões profundas e quebra de implante. Complicac¸ões menores foramaquelas quenãonecessitaram cirurgia adi-cional, tais como infecc¸ões superficiais, irritac¸ão no local do implante, migrac¸ão, neuromas cicatriciais e problemas neurovasculares.13,14

Resultados

Nofim,oestudoincluiu54pacientes,queretornarampara avaliac¸ãoclínicaeradiológica.Oseguimentoclínicomédiofoi de14meses(intervalo12-18meses).Todasasfraturas apre-sentaramconsolidac¸ãoemumtempomédiode7,5semanas (7-10semanas).Umcasodeconsolidac¸ãotardiafoiobservado (figs.3-6):afraturaapresentouuniãonofimdedezsemanas comimobilizac¸ão,semnecessidadedeprocedimentos adicio-nais,taiscomoenxertiaóssea.

(5)

Figura3–FraturaOTAtipoBfixadacomHIEETcomousodereduc¸ãoabertacomfixac¸ãomínima. HIEET,hasteintramedularestávelelásticadetitânio.

hastesde2mm;emapenascincocasos, queapresentaram cominuic¸ãomínima,usaram-sehastesde3mmpara aumen-taraestabilidade.Foinecessárioacessominiopenparareduc¸ão dafraturaem30pacientes(55%);nosdemais24(45%)foifeita atécnicafechada.

Não foram observadas complicac¸ões maiores que pre-cisassem de procedimentos cirúrgicos adicionais. Foram observadas complicac¸ões menores: a mais comum foi a irritac¸ão medialda pele,no localda entrada da haste, em 15pacientes(27%).Emtrêscasos(5,6%),houveinfecc¸ão super-ficial no local de inserc¸ão das hastes; essas infecc¸ões se resolveram com o uso de antibióticos orais. Em um caso, observou-semigrac¸ãodoimplantecomperfurac¸ãona extre-midadelateral(fig.7).Nessecaso,foifeitaaextrac¸ãodahaste naextremidadelateral.Cincopacientes(9,2%)apresentaram parestesiatemporáriaqueseresolveuemduassemanas.No

presente estudo, não foram observados muitos problemas relacionadosaoimplante,devidoàexistênciadeumprotocolo padrãoparasuaremoc¸ãoaosseismeses,apósaconfirmac¸ão radiológicadaconsolidac¸ão.

Oscomprimentosclavicularesfinaisapósaconsolidac¸ão radiológicacompletaearemoc¸ãodoimplanteforam compa-rados.NasfraturasOTAtipoB,umencurtamentoclavicularde 1cmfoiobservadoemseispacientes(21%).Emquatrocasos (14%),oencurtamentofoide0,5cm.Nãoseobservou encur-tamentosignificativonasfraturasOTAtipoA.

Todosospacientesretornaramaotrabalhodentrodedez semanas pós-operatórias. O resultado funcional foi avali-ado com a escalaConstant em cada seguimento.Todos os pacientes com acompanhamento de umano foram incluí-dos no estudo; a pontuac¸ão média na escala de Constant foi de 97,8 (Máx: 99; Min: 95). Os dados estatísticos da

Figura4–Fraturacomuniãotardia,comHIEETinsitu.

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Figura5–Afratura,finalmenteconsolidada,foisubmetida àremoc¸ãodoimplante.

pontuac¸ãonaescalade Constantno presenteestudo apre-sentaramdesviopadrãode2,4,variac¸ãodaamostra=5,7,erro padrão=0,25,assimetria=0,57eoestudofoiconsiderado sig-nificativo(p≤0,05).

Discussão

Desdeaerahipocrática,asfraturasdoterc¸omédiodaclavícula têmsidotradicionalmentetratadasdeformaconservadora.15 Inúmeras opc¸õesde tratamentos fechados foram descritas paraimobilizarealinhar afratura.Quasetodos osautores

Figura6–Opacienteteveumbomresultadofuncional, com97pontosnaescalaConstant.

Figura7–Migrac¸ãolateraldaHIEET.

HIEET,hasteintramedularestávelelásticadetitânio.

pensavamquemanteroalinhamentoapósareduc¸ãofechada daFDMCeraumaesperanc¸avã.16Osmétodosdetratamento fechados incluem tipoia simples ou bandagemem oito. A FDMCapresentaumataxamuitoelevadadenãoconsolidac¸ão e consolidac¸ão viciosa.3 Dois terc¸os das FDMC tratadas de forma conservadora apresentarão algum grau de con-solidac¸ãoviciosa.Oencurtamentode1,4-2cmtemsido des-crito como um déficit crítico para o desenvolvimento de consolidac¸ãoviciosasintomática.Issoresultaemdor,perdade forc¸a,fadigarápida,parestesiadobrac¸oedamão,problemas comdornascostasequeixasestéticas.4

A incidência de resultados insatisfatórios após o trata-mento fechado de FDMC varia entre 4,4% e 31%.4,17,18 O sintomamaiscomumédorresidualduranteaatividade(ou mesmoemrepouso)eperdadeforc¸a.Ossintomasocorrem principalmentedevidoaoencurtamentodobrac¸odealavanca dacinturaescapular,quemudaaorientac¸ãodaglenoidecom discinesia da escápula. A mudanc¸a na orientac¸ão da gle-noide aumenta a forc¸a de cisalhamentona articulac¸ão do ombro,resultaemprotusão,bemcomoeminclinac¸ãoda escá-pula,quepoderesultaremdorquandoopacientedeita de costas.19,20

A clavícula encurtada tem um efeito negativo na ten-são do tendão do músculo, resulta em perda de forc¸a e endurecimento.20,21 Elatambémmudaoânguloderepouso da articulac¸ão esterno-clavicular, resulta em alterac¸ão de carga,tantonaarticulac¸ãoesternoclavicularquantona acro-mioclavicular,comaumentodeincidênciadeartrite acromio-clavicular.17,20 Uma grande formac¸ão de calo ósseo após consolidac¸ãoviciosapodelevaraproblemasneurovasculares, resultantesdasíndromedodesfiladeirotorácico.22

(7)

modalidadedeintervenc¸ãocirúrgica temsuasvantagens e desvantagens.

Ousode placaséoprocedimentocirúrgico padrãoouro para FDMC, umavez querestaurao comprimento eo ali-nhamentoanatomicaemecanicamente,mesmoemfraturas cominutivas,éoimplantemaisresistente.23,24 Estudostêm demonstradoquefraturasdeclavículacominutivassãoum indicador de prognóstico negativo.29 O uso de placas é o método maisdiscutido esua longa descric¸ão na literatura émencionada.Éumprocedimentomenosexigenteque for-nece fixac¸ão rígida e compressão, permite a reabilitac¸ão precoce.Noentanto,essatécnicapodeexigirmaiorincisãoe exposic¸ãoextensa,oquepoderiacausarcomplicac¸õescomo infecc¸ões, falha do implante, refratura após a remoc¸ão do implante,lesão neurovascular, nãoconsolidac¸ão, disestesia ecicatrizqueloide.30,31Umestudoprospectivorandomizado recenterelatouumaincidênciadeeventosadversosde37%; noentanto,aproporc¸ãodecomplicac¸õesnogruponão opera-tóriofoide63%.23

O dano neurovascular com a colocac¸ão do parafuso na fixac¸ãocomplacas podeserreduzidosefeito anteroinferi-ormente,masafixac¸ãoanterossuperiorémaissegura.32Os problemasrelacionados ao implante na fixac¸ão porplacas têm sido abordados com o uso de placas especificamente projetadascomestabilidadeangular.24,33Afixac¸ãocom pla-caséumatécnicafácileexperiênciasdelongoprazoforam relatadas.Commelhoresimplantes,usodeantibióticos pro-filáticos e melhor manuseio dos tecidos moles, a fixac¸ão de placas tem sido uma técnica confiável e reprodutível. Apesar da experiência e da melhoria da fixac¸ão com uso de placas, o procedimento não é livre de complicac¸ões. A fixac¸ão externa raramente é usada em fraturas clavicula-res.Suaindicac¸ãoabsolutaéapenasemfraturasexpostade clavícula.25

Assim,ummododefixac¸ãoemergenteéafixac¸ão intra-medularpercutânea comHIEET.9,34,35 Essemétodotambém éminimamenteinvasivo, conservao hematomada fratura e doperiósteo, o que incentiva uma copiosa formac¸ãode calosemelhora acosmese.Estudostêm demonstrado que otempo médiode união ésignificativamente mais rápido, pois esse método fornece estabilidade relativa. Ele pode ser feito com uma técnica anterógrada ou retrógrada. A fixac¸ão intramedular com hastes ou pinos tem caracterís-ticas minimamente invasivas, inclusive incisões menores, menorremoc¸ãode tecidosmoles,menorperda desangue, menortempocirúrgico,menortempodeinternac¸ão,menor tempoatéaconsolidac¸ãoepoucascomplicac¸õesmaiores.36 A fixac¸ão intramedular é tecnicamente mais exigente e o resultado da cirurgia pode ser influenciado pela curva de aprendizadodocirurgiãoenvolvido.36,37Oresultadotambém depende do grau de flexibilidade do implante, bem como doseu tamanho, já queele deve ser pequenoo suficiente para passaratravés do canalmedularestreito eoferecer a estabilidade rígida necessária para a clavícula. Em aproxi-madamente50%doscasos, umaincisãoextra énecessária parafacilitarareduc¸ãoeguiaropinopelolocaldafratura.13 Isso pode afetar negativamente o resultado, devido ao aumentonotamanhodaincisãoenotempodeconsolidac¸ão das fraturas devido à lesão ao periósteo e hematoma da fratura.

Asprincipaiscomplicac¸ões daHIEETsãoamigrac¸ão ea perfurac¸ãododispositivo.Emborasejamcomplicac¸ões meno-res, os relatosna literaturaindicam queocorrem em5,2% a38,8%doscasos,34,36,38deve-seprincipalmenteaumcorte inadequadodaextremidademedialdahastedurantea cirur-gia e, secundariamente, ao encurtamento clavicular. Essas complicac¸õespodemserreduzidascomocorteadequadoda haste,usodetampasmediais,boareduc¸ãoanatômicae com-pressãointraoperatória,oqueevitaaabduc¸ãodeombroacima de90grausnasduasprimeirassemanasdepós-operatório.

No presente estudo, excelentes taxas de consolidac¸ão foramobservadasemtodososcasos.Aconsolidac¸ãofoi tar-dia em umcaso, umafratura OTAtipo Bna qual foi feita umareduc¸ãoabertaporacessominiopen.Areduc¸ãoaberta foifeitaem55%doscasos,oquefoicomparávelcomoutros estudos.13Aincidênciadereduc¸ãoabertadependedacurva deaprendizadodocirurgião.36,37Nopresenteestudo,atécnica foi executada por dois cirurgiões bem treinados. A princi-palcomplicac¸ãoobservadafoiirritac¸ãomedialdapele(27%); assim,ahastefoiremovidadeformarotineiraapósaunião dafratura.Emumcaso,opacientetevequedaemigrac¸ãode implantenaextremidademedialeperfurac¸ãonaextremidade lateral;ahastefoiremovidapormeiodeumaincisão sepa-radanaextremidadelateralapósauniãodafratura.Todasas outrascomplicac¸õesmenores,taiscomoinfecc¸ões superfici-aiseparestesiatemporária,foramresolvidas.Oencurtamento clavicularfinalfoide1cmemfraturasdotipoOTAB,oque indicaaausênciadeconsolidac¸ãoviciosasintomática.No pre-senteestudo,oresultadofuncionaldoombrofoiavaliadopela escaladeConstant,apresentouresultadosmelhoresdoqueas FDMCstratadasdeformaconservadora,emconsonânciacom outrosestudoscomHIEET.26,27

O presente estudotambém tem limitac¸ões. Trata-se de uma série retrospectiva relativamente pequena de pacien-tes,comacompanhamentomédiode14meses;nãofoifeita comparac¸ãocomoutrosmétodosdefixac¸ão,ascomplicac¸ões forammenoresdevidoàremoc¸ãorotineiradashastesenão foi possível tirar conclusõesquanto àconsolidac¸ão viciosa sintomática, uma vez que não foi feito acompanhamento em longo prazo. Além disso, as fraturas OTA tipo C, nas quais aHIEETproduz maisencurtamento,foram excluídas do presente estudo. Assim, a fixac¸ão com placas ainda é o procedimento cirúrgico de escolha, pois oferece melhor manutenc¸ãodocomprimentodaclavícula.5

Conclusão

AHIEETéumatécnicaseguraeminimamenteinvasivanos casos indicados. Os autores observaram resultados favorá-veiscomessatécnica,maselarequermuitaexperiência.Os autoresnãorecomendamessatécnicaemFDMCsgravemente cominuídas.

Conflitos

de

interesses

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e

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c

i

a

s

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Imagem

Figura 1 – Fratura desviada do terc¸o médio da clavícula.
Figura 2 – Técnica cirúrgica (A) posicionamento; (B) incisão cutânea; (C) ponto de entrada da haste; (D) após a inserc¸ão.
Figura 4 – Fratura com união tardia, com HIEET in situ . HIEET, haste intramedular estável elástica de titânio.
Figura 6 – O paciente teve um bom resultado funcional, com 97 pontos na escala Constant.

Referências

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