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zoação tem limite? :: Brapci ::

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Academic year: 2018

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RECI I S – R. Elet r . de Com . I nf. I nov. Saúde. Rio de Janeir o, v5, n.1, p.125- 129, Mar ., 2011 [w w w . r eciis.cict.fiocr uz.br] e - I SSN 1981 - 6278

* Re se n h a

Se m N oçã o:

z oa çã o

t e m lim it e ?

Rosin a lv a Alv e s de Sou z a Pesquisador a / Labicit es

ESTRATÉGI A DE I NFORMAÇÃO EM SAÚDE MENTAL: PRODUÇÃO DE VÍ DEO DOCUMENTÁRI O SOBRE BULLYI NG

r souza@icict .fiocr uz.br

DOI : 10.3395/ r eciis. v5i1 .453pt

Sin opse

O t er m o bullying é usualm ent e descr it o com o at o de agr essão física ou psicológica, int encional e r epet ida, pr at icado ger alm ent e por um indivíduo ou um gr upo, com o obj et ivo de int im idar , hum ilhar , per seguir e at or m ent ar seus par es. O vídeo em quest ão abor da o fenôm eno bullying no univer so escolar , no qual adolescent es, especialist as e educador es com põem um painel, at r avés de suas falas, sobr e o t em a nos dias de hoj e. Jovens falam o que pensam e sent em sobr e o assunt o e r elat am suas exper iências sob a ót ica de quem sofr e e de quem pr at ica bullying .

Fich a Té cn ica

Dir eção e r ot eir o: colet iva Dur ação: 15 m inut os

Realização: Faper j / I cict / Fiocr uz Ano de Pr odução: 2009

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idade, r esolveu r eagir de um a for m a assust ador a: levant ando o seu agr essor e at ir ando- o ao chão, com o se fosse par t i- lo ao m eio. A im agem im pact a pela violência. Após a divulgação dessas im agens na r ede m undial, os dois j ovens for am ent r evist ados por um a TV aust r aliana, quando am bos

cont ar am suas ver sões do episódio. Casey Heynes – a vít im a - at r aiu a sim pat ia e em pat ia das m ilhões de pessoas que acessar am o vídeo no Yout ube , se t or nando um a espécie de “ her ói” par a aqueles que nunca conseguir am esboçar r eação algum a ant e seus agr essor es. Heynes vem sendo ovacionado pelo feit o, enquant o Gale est á sendo vist o com o um gr ande vilão. O que não t or nar á sua vida nada fácil a par t ir de ent ão.

O t er m o bullying , palavr a de or igem inglesa par a a qual não há um a t r adução em por t uguês, usualm ent e é descr it o com o at o de agr essão física ou psicológica, int encional e r epet ida, pr at icado ger alm ent e por um indivíduo ou um gr upo, com o obj et ivo de int im idar , hum ilhar , per seguir e at or m ent ar suas pot enciais vít im as, com at it udes violent as que ocor r em sem m ot ivação evident e, adot adas por um ou m ais est udant es cont r a out r os, causando dor e angúst ia, e execut ados dent r o de um a r elação desigual de poder . Essa pr át ica vem alcançando out r as pr opor ções, t or nando - se cada vez m ais violent a e ocupando out r a m odalidade de espaço: o am bient e vir t ual, conhecido com o cyber bullying , pr at icado em blogs e sit es de r elacionam ent os, onde o aut or e/ ou aut or es dir igem aos seus “ alvos” insult os, at aques m or ais, am eaças físicas, r um or es negat ivos e t oda or dem de violência nesse cont ext o.

Pesquisa r ecent e do I BGE r evela que cer ca de 30% de est udant es j á sofr er am algum a for m a de bullying . Fenôm eno r elat ivam ent e r ecent e, as not ícias sobr e bullying t êm visit ado com um a cer t a fr equência as paut as t elevisivas, at r aindo a at enção e desper t ando o int er esse de educador es, pais e especialist as. Ent r et ant o, o fat o de est ar na paut a do dia, infelizm ent e não t em significado que soluções venham sendo cr iadas par a um com bat e efet ivo ao bullying , sequer um debat e público sobr e o t em a vem sendo cogit ado. O que se vê são m edidas pont uais par a sit uações pont uais.

O pr ogr am a Fant ást ico, da Rede Globo de Televisão, em sua edição do dia 27/ 03/ 2011 exibiu um a m at ér ia a par t ir do episódio dos dois adolescent es da Aust r ália, pr om ovendo um debat e com alguns “ especialist as” e abr indo, dest a vez, um canal par a que as pessoas, por t elefone ou I nt er net , r elat assem algum a exper iência sofr ida de bullying . Chover am ligações: for am m ais de 200 r egist r adas num cur t o espaço de t em po, e um a cham ou a at enção por ser de um agr essor , se ident ificando hoj e com 47 anos de idade, pedindo desculpas a t odos aqueles a quem per seguiu, hum ilhou, agr ediu. E o assunt o encer r ou por aí m esm o ..

Par a além de r epor t agens e abor dagem do assunt o nos veículos de com unicação, que ocor r em quando um event o sim ilar a esse da escola aust r aliana acont ece, exist em pesquisas que se debr uçam ser iam ent e sobr e o t em a dando a devida at enção ao assunt o. Um desses exem plos é o Pr ogr am a de Redução do Com por t am ent o Agr essivo ent r e Est udant es, t am bém conhecido com o Pr ogr am a Bullying, pesquisa coor denada pelo pediat r a Ar am is Lopes Net o, da Associação Br asileir a Mult ipr ofissional de Pr ot eção à I nfância e à Adolescência - Abr apia, e r ealizada em 2002, com financiam ent o da Pet r obr as. Segundo Ar am is Lopes, o pr ogr am a desenvolveu algum as pesquisas em escolas do m unicípio do Rio de Janeir o e aj udou a divulgar m ais am plam ent e dest e assunt o ant igo e bast ant e conhecido, m as pouco debat ido e enfr ent ado.

Out r a pesquisa, fr ut o de um pr oj et o financiado pela Fundação de Am par o à Pesquisa do Est ado do Rio de Janeir o - Faper j , em par cer ia com o I nst it ut o de Com unicação e I nfor m ação Cient ífica e Tecnológica em Saúde - I CI CT, da Fundação Osw aldo Cr uz, se debr uçou sobr e o assunt o, elegendo o adolescent e no âm bit o escolar com o foco par a a elabor ação de um a est r at égia de infor m ação em saúde m ent al. Par t iu - se do pr incípio de que a lit er at ur a especializada r egist r a que m uit os dos j ovens que sofr em bullying acabam desenvolvendo pr oblem as psíquicos, em alguns casos ir r ever síveis, r esult ando algum as vezes em suicídio da vít im a ou hom icídio do agr essor .

Par a ilust r ar essa afir m at iva, bast a lem br ar os m assacr es ocor r idos no I nst it ut o Colum bine, no Est ado do Color ado, em 1999, onde dois alunos abr ir am fogo cont r a colegas e pr ofessor es, m at ando 12 pessoas. Em out r o event o da m esm a nat ur eza, ocor r ido em 2007 em um a Univer sidade da Vir gínia, um est udant e sul cor eano de 23 anos, do cur so de Let r as, ar m ado at é os dent es, m at ou 33 pessoas ent r e est udant es, pr ofessor es e funcionár ios da univer sidade. Am bos os casos de gr ande im pact o ocor r er am nos Est ados Unidos e os aut or es dos m assacr es com et er am suicídio após os at aques. Os r elat os dão cont a de que, nos dois event os, os pr ot agonist as dos at aques for am vít im as sist em át icas de bullying por par t e dos colegas.

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Labor at ór io de I nfor m ação Cient ífica e Tecnológica em Saúde da Fiocr uz/ I cict .

Um a das pr opost as dessa pesquisa ver sou sobr e a r ealização de um docum ent ár io, no qual vár ios at or es envolvidos - adolescent es, especialist as e educador es - com põem at r avés de suas falas um painel sobr e o t em a no am bient e escolar nos dias de hoj e. Jovens falam o que pensam e sent em sobr e essa pr át ica cr uel e r elat am suas exper iências sob a ót ica t ant o de quem sofr e com o de quem pr at ica o bullying .

O cam inho m et odológico per cor r ido at é se chegar ao t em a bullying passou por vár ias et apas, especialm ent e pelo car át er t r ansdisciplinar do pr oj et o e pelo per fil m ult idisciplinar da equipe ent ão for m ada, que acolhia pesquisador es de difer ent es linhas: cient ist as da infor m ação, m édicos-psicot er apeut as, pesquisador es em saúde pública, com unicador es sociais, cineast as, publicit ár ios e pr ofissionais especializados na pr odução de vídeos em saúde. Assim , as discussões que guiar am a escolha do t r anst or no m ent al t iver am início na pr im eir a r eunião da equipe do pr oj et o. Pela pr im eir a vez, e int r oduzido por um dos m édicos- psicot er apeut as, sur giu o conceit o bullying . Segundo o especialist a, que possui um a at uação at iva na clínica, especialm ent e com o at endim ent o pr ivado e individual a adolescent es, esse er a um t em a ainda não acolhido na saúde pública. O m ét odo adot ado foi a sist em át ica r ealização de gr upos focais t em át icos com educador es, pr ofissionais de saúde que t r abalham com adolescent es, vít im as de bullying , especialist as que t r at am do t em a, e, por fim , um gr upo de adolescent es, visando a discut ir a quest ão sob difer ent es ângulos e per spect ivas.

A opção pelo audiovisual com o m ídia de divulgação da infor m ação deu - se em função de pesquisas qualit at ivas na ár ea apont ar em essa fer r am ent a com o um a das est r at égias de com unicação m ais efet ivas, além de apr esent ar um a m elhor r elação cust o/ benefício . No que diz r espeit o aos públicos, os pesquisador es apont am que aqueles dir igidos aos adolescent es em am bient e escolar despont am com o os m ais efet ivos par a a aquisição de infor m ação e m udança de com por t am ent o em r elação aos t r anst or nos m ent ais, e r egist r am ainda que as m udanças de per cepção dão indícios de ser m ais efet iva e dur ável quant o à pr odução e com pr eensão de cont eúdos. Por t ant o, a pr opost a é t r ansfor m ar o vídeo não apenas num veículo de educação, m as num inst r um ent o de dialét ica audiovisual.

A const r ução do r ot eir o t eve com o pr opost a nar r at iva cont em plar t odos os at or es que int egr ar am o pr ocesso da pesquisa, pr im ando pelo r ecor t e da saúde m ent al. Est r ut ur ado em t r ês blocos e consider ando aspect os com o “ int encionalidade” , “ r epet ição” e “ desequilíbr io de poder ” , o pr im eir o bloco apr esent a adult os que sofr er am bullying na adolescência e as conseqüências psicológicas do event o na vida adult a. No segundo, os adolescent es falam sobr e o fenôm eno e sua r elação com essa pr át ica no am bient e escolar , t endo suas falas int er caladas pela fala de educador es e especialist as. O últ im o bloco é pr ot agonizado essencialm ent e pelos adolescent es que enfat izam a im por t ância da fam ília e dos am igos com o for m a de super ação.

A quest ão da saúde m ent al per m eia par t e do discur so dos at or es envolvidos, com exceção do últ im o bloco, onde se busca passar um a m ensagem de solidar iedade at r avés do conceit o da cult ur a de paz, debat ido no gr upo focal de educador es. Out r o desafio, devidam ent e super ado, foi aj ust ar a pesquisa à linguagem de com unicação da m ídia vídeo, par a que pudesse ser int eligível e at r aent e par a um público difer enciado, com um a linguagem acessível e ágil, at ent ando par a aspect os t ais com o:

sinalizar que a com plexidade dos pr ocessos r elacionais pode, na escola, event ualm ent e, assum ir um a gr avidade com r iscos par a a saúde física e m ent al; sinalizar o car át er t r ansdisciplinar da t em át ica; sinalizar par a os aspect os que per m it em ident ificar o bullying , e at it udes pessoais/ de gr upo par a r esist ir / evit ar - lhe a exposição ( car át er pr event ivo) ; sinalizar par a as saídas disponíveis na r ede pública ( em unidades de clínica/ int er nação , com o hospit ais, e de cuidado am pliado e per m anent e, com o os Cent r os de At endim ent o Psicossocial ) .

Referências

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