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Qualidade de vida e depressão: uma revisão da literatura.

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ARTI GO D E REVI SÃO

Qualidade de vida e depressão: um a revisão da literatura

Qua lit y of life a nd d e p r e ssion : a r e v ie w of t h e lit e r a t u r e

Ana Flavia Barros da Silva Lim aI; M arcelo Pio de Alm eida FleckI I

IDout or a. Pr ofessor a, Residência Médica em Psiquiat r ia, Hospit al Psiquiát r ico São Pedr o, Por t o

Alegr e, RS.

IIDout or . Pr ofessor adj unt o, Depar t am ent o de Psiquiat r ia e Medicina Legal, Univer sidade Feder al do

Rio Gr ande do Sul ( UFRGS) , Por t o Alegr e, RS.

Ender eço par a cor r espondência

RESUMO

Os sint om as depr essivos são alt am ent e pr evalent es, pr incipalm ent e em ser viços de cuidados pr imár ios, pr ovocando sér ios pr ej uízos nos suj eit os que não são subm et idos a t r at ament o. O

obj et ivo dest e est udo foi o de r evisar o impact o da associação ent r e depr essão maior e qualidade de vida. For am r evisados os ar t igos publicados ent r e 1990 e 2007, ut ilizando as palavr as- chave

"qualidade de vida", "depr essão", "sint om as depr essivos", "ser viços de cuidados pr imár ios",

"bem- est ar e felicidade" e "pr edit or es de r emissão". A pr esença de sint omas depr essivos afet a t odas as dimensões da qualidade de vida e, confor me a gr avidade desses sint omas, o seu im pact o na qualidade de vida pode ser m aior do que o de out r as doenças cr ônicas. Os r esult ados suger em que a pr esença de sint omas depr essivos exer ce um impor t ant e im pact o na qualidade de vida dos suj eit os, não se r est r ingindo apenas às car act er ísticas clínicas do t r anst or no. Ent r etanto, ainda exist e um a car ência de m odelos t eór icos, assim com o de est udos longit udinais, que possam est abelecer de for m a mais clar a qual é a r eal r elação ent r e depr essão e qualidade de vida. Pr ovavelm ent e, at r avés do ent endiment o de medidas subj et ivas e obj et ivas de r ecuper ação dos suj eit os com sint omas depr essivos, poder ão se buscar int er venções m ais eficazes e que pr ovoquem m elhor ias no

funcionament o global dessa população. Sendo assim, a avaliação da qualidade de vida apar ece como um desfecho r elevant e, pois pela sua m ult idimensionalidade é pot encialment e capaz de det ect ar a magnit ude e a abr angência do compr omet iment o que a depr essão impõe.

D escrit ores: Qualidade de vida, depr essão, ser viço de cuidados pr imár ios, pr edit or es de r emissão, bem- est ar , felicidade.

ABSTRACT

Depr essive sym pt om s ar e highly pr evalent , m ainly in pr imar y healt h car e ser vices, causing ser ious impair m ent s in t hose subj ect s t hat ar e not t r eat ed. The obj ect ive of t his st udy was t o r eview t he impact of t he associat ion bet ween depr essive disor der and qualit y of life. Our r eview included ar t icles published bet ween 1990 and 2007 and it was based on t he following keywor ds: qualit y of life, depr ession, depr essive sympt oms, pr im ar y car e ser vices, well- being, happiness, and pr edict or s of r emission. The pr esence of depr essive sympt oms affect s all dim ensions of t he qualit y of life, and depending on t he sever it y of t hese sympt oms, it m ight cause equivalent or m or e sever e impair ment t han ot her chr onic diseases. The findings suggest t hat t he pr esence of depr essive sym pt om s causes a ser ious impact on t he qualit y of life of individuals. Such im pact is not limit ed t o t he clinical

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st udies demonst r at ing a m or e clear associat ion bet ween depr ession and qualit y of life. Most likely, t hr ough a bet t er under st anding of t he subj ect ive and obj ect ive m easur es of t he r ecover y of

individuals wit h depr essive sym pt om s, it will be possible t o find mor e efficient int er vent ions t hat would help t o impr ove t he global funct ioning of t his populat ion. Ther efor e, t he evaluat ion of t he qualit y of life is a r elevant out com e, since it s mult idim ensionalit y is pot ent ially capable of det ect ing t he m agnit ude and scope of t he impair m ent imposed by depr ession.

Keyw ords: Qualit y of life, depr ession, pr imar y car e ser vices, pr edict or s of r em ission, well- being, happiness.

I NTRODUÇÃO

Os t r anst or nos depr essivos são muit o pr evalent es e est ão associados com alt o gr au de pr ej uízos. Est im a- se que a pr evalência ao longo da vida par a o t r anst or no depr essivo m aior var ie ent r e 6 e 17% , segundo dois gr andes est udos epidemiológicos est adunidenses: o Epidemiological Cat chment Ar ea ( ECA) e o Nat ional Comor bidit y Sur vey, r espect ivament e1. Segundo os dados nacionais, há poucos est udos avaliando a pr evalência desse t r anst or no, m as se est ima que os índices var iem em t or no de 3 a 10%2- 4. Cer ca de 80% dos pacient es que r ealizam algum t ipo de t r at ament o

apr esent ar ão um novo episódio, t endo, em média, quat r o ao longo da vida, e 12% dos pacient es não apr esent ar ão r emissão t otal dos sint omas5. Quando compar ada com out r as doenças cr ônicas como diabet es e ost eoar t r it es, a depr essão pode pr ovocar um compr omet iment o no funcionament o físico, social e ocupacional igual ou super ior , independent e da sua gr avidade6- 8. Segundo um im por t ant e est udo, o Global Bur den of Disease, a depr essão maior é consider ada a quar t a causa de

incapacit ação quando compar ada com qualquer outr a condição médica e ser á a segunda causa de sobr ecar ga em 20209,10.

Em r elação à ut ilização de ser viços de saúde, est ima- se que suj eit os com depr essão excedem em at é duas vezes os indivíduos sem depr essão e que os cust os anuais associados com o t r anst or no

depr essivo chegam a 44 bilhões de dólar es nos EUA11- 13. Em um est udo nacional de Fleck et al.1 4, os suj eit os com m aior gr avidade de sint omas depr essivos consult avam mais nos post os de saúde, per maneciam mais tem po int er nados nos hospit ais e falt avam mais dias ao t r abalho do que os menos depr im idos.

A depr essão, ao apr esent ar um cur so cr ônico e r ecor r ent e, pr ovoca pr ej uízos em diver sas ár eas da vida dos suj eit os. No ent ant o, a m elhor a dos sint omas pode não significar dir et am ent e um a

r ecuper ação do funcionam ent o pr évio do indivíduo. Por t ant o, par a que se possa est abelecer o r eal impact o da depr essão é fundam ent al a avaliação de desfechos m ult idimensionais e m ais amplos que aquele cent r ado apenas na diminuição de sint om as.

Nas últ imas décadas, t em - se const at ado na Medicina um cr escent e int er esse no est udo da per cepção dos pacient es em r elação a sua saúde física e ment al. O par âmet r o de avaliação de saúde deixou de ser cent r alizado nos sint om as ou na mor bimor t alidade, volt ando-se par a o bem- est ar das pessoas em diver sas ár eas da vida. Dent r o dest a per spect iva, o const r ut o "qualidade de vida" sur ge com o um obj et o de est udo em diver sas ár eas do conhecim ent o humano1 5. Por t ant o, o obj et ivo ger al dest e est udo foi r evisar a associação ent r e qualidade de vida e depr essão. Como obj et ivos específicos são r evisados aspect os r elacionados ao conceit o de qualidade de vida, a aplicabilidade e limit ações met odológicas do est udo dest e t ema, assim como o impact o da depr essão na qualidade de vida.

M ÉTODO

Est a r evisão bibliogr áfica foi r ealizada at r avés do sist ema MEDLI NE ent r e os anos de 1990- 2007, ut ilizando- se as palavr as- chave qualit y of life ( qualidade de vida) , depr ession ( depr essão) ,

depr essiv e- sy m pt om s ( sint omas depr essivos) , pr im ar y car e ( ser viços de cuidados pr imár ios) ,

well- bein g ( bem- est ar ) , happiness ( felicidade) e r em ission pr edict or s ( pr edit or es de r emissão) . As

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per íodo de 1990- 2007. For am encont r ados 3.345 ar t igos no MEDLI NE e 18 ar t igos na Base de dados LI LACS r efer ent es ao assunt o. For am incluídos no est udo ar t igos de língua inglesa, por t uguesa ou espanhola, que apr esent assem suj eit os ent r e 18- 65 anos de idade, que ut ilizassem algum a definição de t r anst or nos depr essivos e que se baseassem em algum const r ut o t eór ico sobr e qualidade de vida com a ut ilização de inst r ument os específicos par a avaliação dessa quest ão. For am excluídos ar t igos nos quais os suj eit os apr esent assem sint omas depr essivos secundár ios a alguma condição médica, ou ensaios clínicos par a avaliação da qualidade de vida em suj eit os em uso de ant idepr essivos. For am obt idos 70 r esum os no MEDLI NE, incluindo- se 55 ar t igos na r evisão de lit er at ur a. Dos 18 ar t igos encont r ados na base de dados LI LACS, som ent e dois pr eenchiam os cr it ér ios par a inclusão no est udo.

QUALI DADE DE VI DA

O conceit o de qualidade de v ida

O conceit o de qualidade de vida passou a ser est udado em diver sas ár eas do conhecim ent o humano no final do século XX. Em Medicina, esse est udo sur giu por uma necessidade de valor izar as

per cepções do pacient e a r espeit o de vár ios aspect os de sua vida ao invés de m er am ent e uma avaliação de sint om as ou de seu est ado de saúde.

Apesar de a qualidade de vida ser um desfecho cada vez m ais est udado na lit er at ur a, seu conceit o ainda é bast ant e im pr eciso, não consensual e fundam ent ado em diver sos modelos t eór icos, o que t r az pr oblemas e limit ações par a o seu uso t ant o na pr át ica clínica com o em pesquisa15.

Modelos t eór icos

Há vár ios modelos t eór icos que t ent am fundament ar o conceit o de qualidade de vida, como, por exemplo, o m odelo psicológico, o modelo de pr efer ência ( ut ilit y) , o modelo baseado nas

necessidades do suj eit o, o m odelo de qualidade de vida r elacionada à saúde e o m odelo de Calman1 6- 2 0.

O modelo psicológico baseia- se na ideia de que t er uma doença é difer ent e de sent ir - se doent e16. Por exem plo, um pacient e com hiper t ensão ar t er ial sist êm ica possui uma doença que, na m aior ia das vezes, é assint om át ica; no ent ant o, a exper iência de possuir uma doença pode influenciar o seu bem- est ar1 6.

No m odelo de pr efer ência (ut ilit y) , o pacient e faz uma escolha ent r e a qualidade ou a quantidade de

vida. Dois exer cícios t eór icos t êm sido os mais usados: t r ade- off ( t r oca) e st andar d gam ble ( apost a) .

Est e m odelo explor a o fat o de que m uit os pacient es gost ar iam hipot et icam ent e de t r ocar a

longevidade por um a qualidade de vida m elhor , ou, ainda, ar r iscar - se diant e de um pr ocediment o pela per spect iva de poder viver melhor , sent indo- se ainda út eis16.

Um dos m odelos m ais ut ilizados é o baseado nas necessidades do suj eit o. Est e m odelo foi implem ent ado por Hunt & McKenna par a avaliação da qualidade de vida em pacient es com

depr essão. Ele post ula que a vida ganha em qualidade de acor do com a habilidade e capacidade do suj eit o em sat isfazer as suas necessidades. A qualidade de vida é alt a quando a maior ia das

necessidades dos ser es hum anos são r ealizadas e baixa quando poucas necessidades são sat isfeit as17.

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O m odelo de qualidade de vida r elacionada à saúde foi desenvolvido por Par sons que o definiu com o "um est ado de capacidade absolut a par a a r ealização de t ar efas"19. Nest e modelo, a doença só se t or na um pr oblem a quando ela afeta a capacidade de desempenho e a saúde é consider ada como o mais valioso est ado de exist ência19. Est e modelo é baseado na capacidade funcional do suj eit o, for necendo infor m ações sobr e o nível de pr ej uízos ou incapacit ações exper ienciadas par a o desempenho em at ividades diár ias de acor do com a idade e com os pr incipais papéis sociais no cont ext o de vida do suj eit o20 ,2 1.

Definições

A var iedade de definições de qualidade de vida cont ida na lit er at ur a advém , em par t e, do fat o de que os difer ent es aut or es, explícit a ou im plicit ament e, alinham - se com algum desses modelos t eór icos. Além disso, exist em alguns const r ut os vizinhos ao de qualidade de vida, sendo que as fr ont eir as ent r e eles ainda não est ão clar ament e definidas. Condição ou est ado de saúde, bem- est ar e qualidade de vida são t er mos ut ilizados como sinônim os, mas que apr esent am significados

difer ent es. O est ado de saúde r elaciona- se com pr ej uízos e incapacit ações, dir ecionando- se a uma per spect iva mais funcional do suj eit o, enquant o o bem- est ar é ent endido a par t ir do est ado

psicológico ou emocional, não sendo consider adas nem a dim ensão cognit iva, nem a sat isfação ou as condições obj et ivas de vida22. Apesar da diver sidade de modelos conceit uais par a qualidade de vida e dos poucos dados empír icos que t est ar am a adequação desses modelos, alguns aspect os são consensuais na lit er at ur a:

1. É uma medida que var ia ao longo do t em po16.

2. É uma medida subj et iva, que par t e da per cepção do pacient e1 6.

3. O pacient e ser ve com o seu pr ópr io cont r ole, ou sej a, são det ect adas as mudanças que ocor r em na sua qualidade de vida de acor do com a sua tr aj etór ia de doença, ao invés de um a avaliação de ausência ou de pr esença de sint omas1 6.

4. A qualidade de vida deve ser avaliada em vár ios níveis: desde a avaliação do bem- est ar global at é domínios específicos16 ,2 2.

Medidas de qualidade de vida vêm sendo amplament e ut ilizadas em vár ias ár eas médicas, em especial a Oncologia, a Reum at ologia e a Car diologia. Nest e est udo é de int er esse sua aplicação na ár ea da Psiquiat r ia.

Qu alidade de v ida em Psiqu iat r ia

A avaliação de qualidade de vida em pacient es psiquiát r icos com pr eende diver sos aspect os e possui vár ios desafios, com o, por exemplo: qual é a impor t ância da capacidade de j uízo cr ít ico par a a avaliação da qualidade de vida nest es pacient es? Qual é o impact o na qualidade de vida dos t r anst or nos ment ais em r elação ao pr oduzido por out r as condições cr ônicas?

Pacient es psiquiát r icos que est ão com as suas fu nções m en t ais pr ej udicadas possuem condições par a av aliar sua qualidade de v ida?

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do m undo e do fut ur o, apr esent ando uma t endência a se sent ir insat isfeit o com a maior par t e dos aspect os de sua vida. Ent r et ant o, na m edida em que consider am os que qualidade de vida é um const r ut o subj et ivo, o pont o de vist a do pacient e deve ser válido. Por out r o lado, exist em r elat ivament e poucos est udos empír icos naquelas doenças ment ais nas quais a capacidade de

j ulgament o est á pr ej udicada, com o nos quadr os dem enciais e nas psicoses, não apr esent ando dados conclusivos. Alguns est udos most r am que, pr ovavelment e, a per cepção subj et iva da qualidade de vida t enha pouca validade nessa população, enquant o out r os suger em que quadr os dem enciais leves a m oder ados ou pacient es com diagnóst ico de esquizofr enia, apesar de pr ej uízos na sua capacidade de j ulgament o cr ít ico, são capazes de avaliar em a sua qualidade de vida2 3- 2 5.

Os t r anst or nos m en t ais pr ov ocam um im pact o m aior n a qualidade de v ida do que ou t r as con dições m édicas?

Spit zer et al. com par ar am a qualidade de vida r elacionada à saúde em pacientes com t r anst or nos psiquiát r icos ou out r as condições m édicas que pr ocur avam ser viços de saúde pr im ár ios26. As

doenças m ent ais, par t icular m ent e a depr essão, cont r ibuír am par a m aior es pr ej uízos na qualidade de vida em t odos os domínios do SF- 20 ( ver são abr eviada do SF- 36) do que out r as condições

médicas26. Os t r anst or nos m ent ais t am bém par ecem pr ovocar m ais pr ej uízos em t ar efas diár ias do que doenças car díacas, ar t r it e, hiper t ensão e diabet es. Por out r o lado, há evidências de que os difer ent es diagnóst icos psiquiát r icos podem int er fer ir nos diver sos domínios de qualidade de vida de for m a desigual. Por exemplo, os t r anst or nos somat ofor mes est ão m ais associados a pr ej uízos no funcionament o de papéis, dor cor por al e per cepção ger al da saúde; os t r anst or nos alim ent ar es est ão mais associados a pr ej uízos no funcionam ent o social e na dor ; e a depr essão afet a globalm ent e os domínios26. Out r o aspect o r elevant e foi a const at ação que pacient es que apr esent am comor bidade psiquiát r ica, ou sej a, dois ou m ais t r anst or nos, apr esent avam pior es escor es de qualidade de vida do que aqueles com diagnóst ico psiquiát r ico pur o26 - 28.

Quant o aos t r anst or nos depr essivos, eles são dos t r anst or nos m ais est udados dent r e os t r anst or nos psiquiát r icos em r elação à qualidade de vida. Ent r et ant o, o ent endiment o dessa associação ainda é muit o complexo e depende de vár ios fat or es que ainda não est ão complet ament e bem est abelecidos pela pesquisas.

Qu alidade de v ida e depr essão

Na lit er at ur a, encont r am - se vár ios est udos demonst r ando a exist ência de um a associação ent r e qualidade de vida e depr essão. Dent r e as var iáveis mais est udadas encont r am - se as r elacionadas ao impact o da depr essão na qualidade de vida, dados com par at ivos dos escor es de qualidade de vida em suj eit os depr imidos ou com out r as condições clínicas, assim como a discussão sobr e se os

conceit os de qualidade de vida e depr essão são sobr epost os ou dist int os. A seguir , est ão descr it os os dados da lit er at ur a r efer ent es a essas quest ões.

I m pact o da depr essão na qu alidade de v ida

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Qu alidade de vida em suj eit os com depr essão e/ ou out r as condições clínicas

Em r elação a out r as condições m édicas cr ônicas, a depr essão pode acar r et ar m aior es pr ej uízos na qualidade de vida e no funcionam ent o social, com um com pr om et im ent o que pode ser consider ado 23 vezes m aior do que aquele causado por out r as doenças físicas28,35 - 37. Em r elação ao st at us de saúde, a pr esença de sint omas depr essivos pode exer cer um impact o maior na qualidade de vida do que o suj eit o se consider ar saudável ou doent e, ou ser m aior do que pr esença de sint om as físicos em pessoas HI V +38 ,3 9. Num est udo populacional, I sacson et al., dem onst r ar am que suj eit os com depr essão pont uam as escalas de qualidade de vida r elacionada à saúde, com o a de est ado de saúde

(ut ilit y) , com escor es m enor es do que a população em ger al ou com out r as condições m édicas,

demonst r ando o for t e impact o e a sobr ecar ga desse t r anst or no na sua qualidade de vida desses suj eit os40. Out r o fat or r elevant e é que quant o m aior é a int ensidade de sint om as depr essivos, pior é a avaliação de saúde em pacientes com algum a condição m édica cr ônica em unidades de ser viços de cuidados pr im ár ios14.

A associação en t r e depr essão e qualidade de v ida

Ainda não exist e um consenso na lit er at ur a quant o a se a associação ent r e depr essão e qualidade de vida ocor r e de fat o ou se há uma sobr eposição ent r e essas m edidas. Em r elação aos fat or es com uns a am bas as medidas, há t r ês aspect os a ser em consider ados. Pr imeir o, tant o a conceit uação de depr essão quant o a de qualidade de vida est ão baseadas em um modelo t eór ico de

bem- est ar / sat isfação, o que poder ia pr ovocar um a int er secção ent r e os dois const r ut os23 ,4 1. Ent r et ant o, há uma car ência de dados empír icos que com pr ovem esses m odelos t eór icos,

pr ovocando definições muit o vagas e algumas vezes confusas21 ,4 2,43. Segundo, a depr essão causa um a influência negat iva na per cepção da qualidade de vida, o que pode super est imar a r elação ent r e elas, causando uma "falácia afet iva"44- 46. Ter ceir o, os inst r um ent os de qualidade de vida,

fr equent ement e, incluem it ens que avaliam psicopat ologia, ou sej a, a pr esença de sint omas

depr essivos, em vez de it ens específicos de qualidade de vida. Essa sit uação det er m ina a ocor r ência de cor r elações ent r e essas m edidas que podem ser r edundant es ou espúr ias, um a vez que podem ocor r er mais por sobr eposição de it ens do que por uma associação de fat o45.

Encont r am- se alguns t r abalhos demonst r ando as sem elhanças entr e os r efer idos const r ut os pelo gr au de cor r elação e simet r ia ent r e as suas var iáveis. Est udos de var iância most r am que as m edidas de qualidade de vida cont r ibuem com 31,5% da var iância dos escor es de depr essão e a depr essão cont r ibui com 49% da var iância nos escor es de qualidade de vida4 7,48. Est es dados suger em que a afer ição da qualidade de vida apr esent a um component e afet ivo, confor m e descr it o por Heinonen et al. em est udo no qual o domínio de bem- est ar emocional cont r ibuiu com 20% da var iância na avaliação dos escor es de qualidade de vida global4 9.

Por out r o lado, exist em evidências em pír icas de que a qualidade de vida dos suj eit os depr im idos não est á soment e associada à pr esença de sint omas depr essivos, mas t am bém, pr ovavelment e, a

var iáveis psicológicas como aut oest im a, copin g em r elação ao hum or depr essivo, subt ipos de

depr essão, dim ensões de per sonalidade e supor t e social, o que suger e que depr essão e qualidade de vida são conceit os cor r elacionados, m as dist int os1,46, 50- 52. Rapapor t et al. salient am que apesar de suj eit os com t r anst or nos depr essivos apr esent ar em impor t ant es pr ej uízos em r elação à qualidade de vida quando compar ados a suj eit os sem doença, a var iável específica aos sint omas cont r ibui com um a pequena var iância no modelo de r egr essão ( em t or no de 1,38% ) par a o impact o na qualidade de vida, suger indo que esses m odelos devem ser sem i- independent es5 0.

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acent uadas52.

Por t ant o, os aut or es ent endem que apesar de a gr avidade da depr essão ser um aspect o r elevant e de impact o na qualidade de vida, o const r ut o de qualidade de vida não deve ser com pr eendido com o um a sobr eposição com o const r ut o de depr essão, mas sim como um const r ut o que é det er minado mult ifat or ialm ent e51.

A despeit o de muit as quest ões r efer ent es a est e t ema ainda per m anecer em inconclusivas, há um consenso na lit er at ur a quant o a que a associação ent r e depr essão e qualidade de vida r epr esent a um impact o na vida dos suj eit os, sendo r elevant e o ent endiment o da aplicabilidade do conceit o de qualidade de vida na pr át ica m édica assim com o das lim it ações m et odológicas envolvidas no est udo dessa medida.

APLI CABI LI DADE E LI M I TAÇÕES M ETODOLÓGI CAS NA AVALI AÇÃO DA

ASSOCI AÇÃO ENTRE QUALI DADE DE VI DA E DEPRESSÃO

O sur gim ent o do conceit o de qualidade de vida leva a um novo par adigm a na Medicina, uma vez que possibilit a uma visão m ais abr angent e de diver sos aspect os da vida dos suj eit os, não se r est r ingindo à ausência ou pr esença de sint omas. Também pr ovoca uma discussão em t or no da definição de conceit os como "saúde", "doença", "bem- est ar " e "sat isfação". I nfelizment e, a lit er at ur a ainda não é clar a e conclusiva quant o à definição dessas medidas, mas nem por isso elas per dem a sua ut ilidade par a a avaliação das pessoas22. Por exemplo, em r elação à m edida de qualidade de vida, ela pode ser vir como um par âmet r o de escolha par a um a melhor int er venção quando dois t r at ament os são muit o semelhant es no r elat ivo à m or t alidade e à m or bidade23. Out r a aplicabilidade r elevant e dest a medida tam bém pode ser aplicada par a avaliar avaliação dos r esult ados de t r at ament os de

t r anst or nos depr essivos.

Apesar dos avanços obt idos nos últ imos anos e da var iedade de medicações disponíveis par a a depr essão, as r espostas par ciais ou inadequadas ao t r at ament o ainda são um event o com um5 1. Os est udos demonst r am o per fil segur o do uso de inibidor es da r ecapt ação da ser ot onina, super ior ao dos ant idepr essivos t r icíclicos. Ent r et ant o, m enos de 50% dos pacient es com depr essão m aior com plet am 6 meses de acompanhament o52. Ent ão, por que apesar da m elhor a dos agent es t er apêut icos ainda exist e um núm er o subst ancial de pacient es depr imidos que abandonam fases mais ext ensas ou ensaios clínicos de follow- up? Muit os aspect os est ão envolvidos na avaliação desses pacient es, dent r e os quais desfechos como r espost a, r emissão ou r ecuper ação est ão ent r e os mais avaliados.

A despeit o da ut ilidade das r efer idas medidas, não há uma definição consensual de depr essão e qualidade de vida na lit er atur a. Os difer ent es t er mos acabam sendo usados como se fossem

sinônimos, levando a int er pr et ações er r ôneas ou confusas sobr e a for ça e a dir eção dos pr edit or es r elacionados ao desfecho51. Por exemplo, se for ut ilizado o escor e final da Hamilt on Depr ession Rat ing Scale ( HDRS- 17) como a var iável em est udo, a gr avidade da depr essão é consider ada um for t e pr edit or de pobr e r espost a ao t r at am ent o. No ent ant o, se a r edução nos sint omas medidos pela HDRS- 17 passar a ser consider ada como r espost a ao tr at amento, em vez do escor e final, é a

gr avidade da depr essão a que passa a ser um fat or pr edit ivo posit ivo de moder ada a boa r espost a5 3. Por t ant o, a ut ilização de um inst r ument o de qualidade de vida pode ser út il nessas cir cunst âncias, pois acr escent a um par âmet r o m ais am plo não baseado em sint om as à avaliação de r espost a ao t r at am ent o16. Apesar da aplicabilidade do conceit o e do fat o de a associação ent r e qualidade de vida e depr essão j á est ar bem demonst r ada na lit er at ur a, ainda exist em algumas limit ações par a

pesquisas com est e t ema.

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Ter ceir o, o est abeleciment o de um pont o de cor t e e a capacidade de gener alização dos r esult ados t ambém est ão com pr omet idos, uma vez que as car act er íst icas dem ogr áficas, doenças pr esent es, t ipos de ser viços de saúde disponíveis podem ser difer ent es em ár eas a ser em pesquisadas em r elação aos locais de cr iação dos inst r um ent os, podendo haver difer enças cult ur ais não passíveis de com par ações5 8. Por últ imo, há uma ampla discussão na lit er atur a quanto a se a associação ent r e qualidade de vida e depr essão de fat o ocor r e por uma cor r elação for t e ent r e as duas medidas, ou se há uma sobr eposição ent r e esses const r ut os, o que levar ia a cor r elações espúr ias ou falsas5 9,60. I nfelizm ent e, os dados ainda não são conclusivos quant o a essa quest ão. De qualquer m aneir a, o conceit o de qualidade de vida passa a ser um m eio de ampliar a avaliação de r ecuper ação dos suj eit os com depr essão. A r ecuper ação não pode ser ent endida, som ent e, pelos índices de r emissão ou r espost a a um det er m inado t r at ament o. Mediant e esses it ens não é possível afer ir o impact o da pr esença de sint omas r esiduais, a qualidade desses sint om as ou de out r os fat or es envolvidos nesse pr ocesso ( como a capacidade de r et or nar par a as at ividades sociais ou pr ofissionais)6 1,62. Por t ant o, apesar das dificuldades cit adas acima, a avaliação da qualidade de vida é um a medida r elevant e par a a avaliação de suj eit os com depr essão.

CONCLUSÃO

Os r esult ados suger em que a pr esença de sint om as depr essivos exer ce um im por t ant e impact o na qualidade de vida dos suj eit os, não se r est r ingindo apenas às car act er íst icas clínicas do t r anst or no. Sendo assim, a avaliação da qualidade de vida apar ece como um desfecho r elevant e, pois pela sua mult idim ensionalidade é pot encialment e capaz de det ect ar a m agnit ude e a abr angência do

compr omet iment o que a depr essão im põe. Ent r et ant o, ainda exist e um a car ência de modelos

t eór icos, assim com o de est udos longit udinais, que possam est abelecer de for ma m ais clar a qual é a r eal r elação ent r e depr essão e qualidade de vida. Pr ovavelm ent e, pelo ent endiment o de medidas subj et ivas e obj et ivas de r ecuper ação dos suj eit os com sint om as depr essivos, poder ão se buscar int er venções m ais eficazes e que pr ovoquem m elhor ias no funcionament o global dessa população.

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Correspondência

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Recebido em 25/ 06/ 2007. Aceit o em 05/ 09/ 2007.

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