REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
Publicação Oficial da Sociedade Brasileira de Anestesiologiawww.sba.com.br
ARTIGO
CIENTÍFICO
Lombalgia
na
gestac
¸ão
Maria
Emília
Coelho
Costa
Carvalho
a,
Luciana
Cavalcanti
Lima
a,b,
Cristovam
Alves
de
Lira
Terceiro
a,
Deyvid
Ravy
Lacerda
Pinto
a,
Marcelo
Neves
Silva
a,
Gustavo
Araújo
Cozer
ae
Tania
Cursino
de
Menezes
Couceiro
a,c,d,e,f,∗aInstitutodeMedicinaIntegralProfessorFernandoFigueira(IMIP),Recife,PE,Brasil
bUniversidadeEstadualPaulista‘‘JúliodeMesquitaFilho’’(Unesp),Botucatu,SP,Brasil
cNeuropsiquiatriaeCiênciadoComportamento,UniversidadeFederaldaPernambuco(UFPE),Recife,PE,Brasil
dSociedadeMédicaBrasileiradeAcupuntura,SãoPaulo,SP,Brasil
eSociedadeBrasileiradeAnestesiologista,RiodeJaneiro,RJ,Brasil
fHospitalBarãodeLucena,Recife,PE,Brasil
Recebidoem11dejunhode2015;aceitoem25deagostode2015 DisponívelnaInternetem21demaiode2016
PALAVRAS-CHAVE
Lombalgia; Frequência ecaracterísticas dalombalgia; Gestantes
Resumo
Objetivo:A lombalgiaéumaqueixacomumentregrávidas.Estima-sequecercade50%das gestantesqueixam-sedealgumtipodedorlombaremalgummomentodagravidezoudurante opuerpério.Oobjetivodesteestudofoiavaliarafrequênciadalombalgianagestac¸ãoesuas características.
Método: Estudode corte transversal comgestantes de baixo risco. Após aaprovac¸ãopelo ComitêdeÉtica emPesquisa emSeres Humanoseaassinaturadotermo deconsentimento livreeesclarecido,foramincluídasmaioresde18anosealfabetizadaseexcluídasgestantes comdistúrbiospsiquiátricos,compatologiaslombarespréviaseemtratamentoparadorlombar.
Resultados: Foramentrevistadas97gestantes.Afrequênciadedorlombarfoi68%.Amédiade idadefoi26,2anoseamedianadaidadegestacionalde30semanas;58consideraram-separdas (58%).Amaioria(88,6%)eracasadaouviviaemuniãoestável,56(57,7%)trabalhavamforae 71(73,2%)tinhamoensinomédiocompleto.Alombalgiafoimaisfrequenteduranteosegundo trimestregestacional(43,9%),referidacomo‘‘emqueimac¸ão’’por37,8%daspacientesecom frequênciaintermitenteem96,9%.Ossintomaspioravamnoperíodonoturno(71,2%).Orepouso reduziaadorlombarem43,9%,enquantoaposic¸ãoortostáticaporlongotempoagravavaem 27,2%.
Conclusão:Alombalgiaécomumemgestantes,apresentacaracterísticasespecíficaseémais frequentenosegundotrimestre.Issoalertaparaanecessidadedesereminstituídasestratégias deprevenc¸ãoquepossibilitemmelhorqualidadedevidaparaagestante.
©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum artigoOpen Accesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:taniacouceiro@yahoo.com.br(T.C.Couceiro).
http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2016.03.002
0034-7094/©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸a
KEYWORDS
Lowbackpain; Frequencyand characteristicsoflow backpain;
Pregnantwomen
Lowbackpainduringpregnancy
Abstract
Objective: Lowbackpainisacommoncomplaintamongpregnantwomen.Itisestimatedthat about50%ofpregnantwomencomplainofsomeformofbackpainatsomepointinpregnancy orduringthepostpartumperiod.Theaimofthisstudywastoevaluatethefrequencyoflow backpainduringpregnancyanditscharacteristics.
Methods:Cross-sectional studywithlow-riskpregnantwomen.AfterapprovalbytheHuman Research Ethics Committee and receivingwritten informed consent, we includedpregnant womenover18yearsofageandexcludedthosewithpsychiatricdisorders,previouslumbar pathologies,andreceivingtreatmentforlowbackpain.
Results:Weinterviewed97pregnantwomen.The frequencyoflowbackpainwas 68%.The meanagewas26.2yearsandthemediangestationalagewas30weeks.Fifty-eightpregnant womendeclaredthemselvesasbrown(58%).Most(88.6%)weremarriedorlivingincommon-law marriage,fifty-six(57.7%)workedoutsidethehome,and71(73.2%)hadcompletedhighschool. Lowbackpainwasmorefrequentduringthesecondtrimesterofpregnancy(43.9%),referred toasa‘‘burning’’sensationin37.8%ofpatients,withintermittentfrequencyin96.9%ofthe women.Thesymptomsgotworseatnight(71.2%).Restingreducedlowbackpainin43.9%of pregnantwomen,whilethestandingpositionforalongtimeworseneditin27.2%ofpatients.
Conclusion: Lowbackpainiscommoninpregnantwomen,hasspecificcharacteristics,andis more frequentinthesecondtrimesterofpregnancy.Thisindicates theneedfor prevention strategiesthatenablebetterqualityoflifeforpregnantwomen.
©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc
¸ão
Adorlombarégeralmentedefinidacomodesconfortoaxial ouparassagitalnaregiãolombarinferior,éessencialmente musculoesqueléticaepodeserdevidaaumacombinac¸ãode fatoresmecânicos,circulatórios,hormonaisepsicossociais.1
É uma queixa comum entre grávidas.1 Estima-se que
cerca de50% dasgestantes queixam-sede algum tipo de dor lombarem algum momento dagravidezou duranteo puerpério.2
A etiologiadedorlombar específicana gravideznãoé bemdefinida.3Dopontodevistabiomecânico,ocorre
des-locamento docentro degravidadepara frente, devidoao aumentodoabdomeedasmamas,oquelevaaalterac¸ões de postura,como reduc¸ão doarco plantar, hiperextensão dos joelhos e anteversão pélvica. Essasalterac¸ões geram acentuac¸ão na lordose lombar e consequente tensão da musculaturaparavertebral.Acompressãodosgrandesvasos pelo útero gravídicocausa diminuic¸ão dofluxo sanguíneo medularepodecausarlombalgia,especialmentenoúltimo semestre gestacional.4 Ainda podem ser observadas
sig-nificativa retenc¸ão hídrica determinada pelo estímulo da progesterona5efrouxidãoligamentarporsecrec¸ãode
rela-xinapelocorpolúteo,oquetornaasarticulac¸õesdacoluna lombaredoquadril menosestáveise, portanto,mais sus-ceptíveisaoestresseeàdor.4
Já foram citados alguns fatores de risco relacionados6
àlombalgiana gestac¸ão,entreelesdor lombarduranteo períodomenstrual e lombalgiaprévia. Noquese refere à idade, sabe-se que quanto mais jovem a paciente, maior a chance de desenvolver lombalgia gestacional.6,7 Outro
fatorrelacionado àdorlombar éo aumentodopeso,que
resultaeminstabilidadedaarticulac¸ãosacroilíaca,alémde aumentodaflexibilidadedacolunaeconsequente apareci-mentooupioriadadorlombar.7,8
Amaioriadosestudosdeprevalênciacorroboraqueador lombarduranteagestac¸ãoéumaqueixaimportantetanto pela elevada frequência de mulheres acometidas quanto pelamagnitudedadoredodesconfortoprovocado.5Além
de influenciar de modo negativo a qualidade do sono, a disposic¸ãofísica,odesempenhonotrabalho,avidasocial, asatividadesdomésticaseolazer,5causaprejuízos
econô-micosporafastamentosdotrabalho.9,10 Baseadonoquefoi
exposto,oobjetivodesteestudofoiavaliarafrequênciada lombalgianagestac¸ãoesuascaracterísticas.
Métodos
Foi feito um estudo de coorte transversal que envolveu gestantes do primeiro ao terceiro trimestre gestacional, assistidas pelo programa de pré-natal de baixo risco do CentrodeAtenc¸ãoà Mulher(CAM)doIMIP,queaceitaram participardoestudo.
Tabela 1 Frequência,período doaparecimento, relac¸ão comapresenc¸adeITUecaracterísticadadorlombar
Variáveis n %
Dorlombar
Não 31/97 31,9%
Sim 66/97 68%
Início
PrimeiroT 23/66 34,8%
SegundoT 29/66 43,9%
TerceiroT 14/66 21,2%
ITUnagravidez
Não 48/66 72,7%
Sim 18/66 27,2%
Relac¸ãoITU/IníciodaDOR
Não 15/18 22,7%
Sim 3/18 4,5%
TipodeDor
Aperto 8/66 12,1%
Aperto/Queimac¸ão 1/66 1,5%
Ardência 5/66 7,5%
Fisgada 5/66 7,5%
Latejante 2/66 3%
Pontada 14/66 21,2%
Pontada/Queimac¸ão 5/66 7,5%
Queimac¸ão 25/66 37,8%
Queimac¸ão/Fisgada 1/66 1,5%
As gestantes foram esclarecidas sobre a pesquisa, seus objetivos e procedimentos e consultadas quanto à participac¸ão no estudo. Após explicac¸ões, aquelas que voluntariamenteaceitaramparticipardoestudoassinaram oTermodeConsentimentoLivreeEsclarecido(TCLE).
Foram incluídas na amostra gestantes maiores de 18anosealfabetizadasque foramatendidas noComplexo Hospitalar doIMIP.Pacientes com distúrbiospsiquiátricos, compatologias préviasna coluna,aquelasem tratamento para lombalgia e em uso de analgésicos ou Aines (anti--inflamatóriosnãoesteroides)foramexcluídasdoestudo.
ParaanálisedosdadosfoiusadooprogramaEPI-INFOTM
versão 3.5.1 para WindowsTM e descritos na forma de
distribuic¸ãodefrequênciaabsolutaerelativae apresenta-dosemtabelas.Asvariáveisnuméricasforamrepresentadas pelasmedidasdetendênciacentralededispersão.Oteste qui-quadradoeotesteexatodeFischerforamusadospara verificaraexistênciadeassociac¸ãoentreasvariáveis cate-góricas.
Resultados
Responderam ao questionário 97 pacientes. A média de idadefoide26,2anos.Amedianadaidadegestacionalfoi de 30 semanas. Consideraram-se pardas 58%. A maioria, 88,6%,eracasadaouviviaem uniãoestável; 50%e 57,7% trabalhavamforae73,2%tinhamoensinomédiocompleto. Quantoaonúmerodegestac¸ões,51,5%estavamnaprimeira gravidez.Em relac¸ão ao númerode filhos nascidos vivos,
Tabela2 Característicasdalombalgiaquantoàfrequência semanal,aoturnodeinício,aohoráriodemaiorintensidade, àdurac¸ãoeirradiac¸ãodador
Variáveis n %
Frequênciasemanal
>3×/semana 13/66 19,9%
1×/semana 2/66 3%
2×/semana 12/66 18,1%
Tododia 39/66 59%
Turnodeinício
Manhã 10/66 15,1%
Noite 17/66 25,7%
Semrelac¸ão 30/66 45,4%
Tarde 9/66 13,6%
Horáriomaisintenso
Manhã 7/66 10,6%
Noite 47/66 71,2%
Semrelac¸ão 3/66 4,5%
Tarde 9/66 13,6%
Durac¸ão
Contínua 2/66 3%
Intermitente 64/66 96,9%
Irradiac¸ão
Abdome 4/66 6%
Coxa 9/66 13,6%
Coxaeabdome 1/66 1,5%
Coxaeperna 4/66 6%
Nádegas 6/66 9%
Nádegasecoxa 1/66 1,5%
Não 37/66 56%
Pernas 4/66 6%
28tinhamconcebidoumfilhovivo(28,8%).Afrequênciade pacientesquehaviamtidoabortofoide13,3%.
Das97pacientesentrevistadas,68%relataramdor lom-baredessetotal43,9%referiramquealombalgiaseiniciou nosegundotrimestre.Adorfoicaracterizadacomodeforte intensidade (mediana=7) e mais da metade (71,2%) das pacientesidentificouqueadoreramaiorforteànoite;37% dasgestantesrelataram adorcomo‘‘emqueimac¸ão’’e a maioria das pacientespesquisadas (72,7%)negou infecc¸ão dotratourinário(tabela1).Osdadosreferentesà periodi-cidadedador,irradiac¸ãoehoraemqueessaeramaisforte seencontramnatabela2.Emrelac¸ãoaosfatoresagravantes eatenuantesdador,menosdametadedasgestantes(43,9%) alegouserorepousoumfatordealívioeapenas27,2% iden-tificaramofatodepermanecermuitotempodepécomoum fatoragravante(tabela3).
A história de dor lombar em gravidezes anteriores, o avanc¸odagravidezcomocausadepioriadadoreofatode essadorlimitarasatividadesfísicasdiáriasseencontraram natabela3.
Discussão
Tabela3 Fatores agravantes,atenuanteseinterferência nasatividadesdiáriasrelacionadosàdorlombar
Variáveis n %
Fatoresdealívio
Exercíciofísico 2/66 3% Massagemlocal 9/66 13,6% Massagemlocal/
Medicamentos
1/66 1,5%
Medicamentos 3/66 4,5%
Medicamentos/Exercício físico
1/66 1,5%
Medicamentos/Massagem local
2/66 3%
Posic¸ão 7/66 10,6%
Repouso 29/66 43,9%
Repousoeposic¸ão 2/66 3% Repouso/Massagemlocal 4/66 6% Repouso/Medicamentos 3/66 4,5% Repouso/Medicamentos/
Massagemlocal
2/66 3%
Repouso/Posic¸ão 1/66 1,5%
Fatoresdepioria
Atividadesdomésticas 14/66 21,2% Atividadesdomésticas/
Permanecerdepé
2/66 3%
Atividadesdomésticas/ Permanecersentada
1/66 1,5%
Atividadesdomésticas/ Permanecersentada/ Posic¸ão
1/66 1,5%
Permanecerdepé 18/66 27,2% Permanecersentada 13/66 19,7% Permanecersentadaedmpé 2/66 3% Permanecersentada/depé 2/66 3%
Posic¸ão 10/66 15%
Posic¸ão/Permanecerdepé 1/66 1,5%
provocadas por necessidades funcionais e anatômicas. As alterac¸õesfisiológicasafetamosistemamusculoesquelético egeram,usualmente,dores,entreelasadorlombar.10---12
Observouseumafrequênciadelombalgiade68%entre asgestantesentrevistadas.Essedadoestádeacordocomos observadosnaliteratura,cujaprevalênciavariade68,5%a 80%.5,6,13Considera-seessaprevalênciaelevada,jáqueéum
grupodegestantesatendidasnopré-nataldebaixorisco,ou seja,semassociac¸ãocomcondic¸õespatológicasimportantes quefrequentementepioramadorlombar,comoobesidade, idadeavanc¸adaegestac¸ãogemelar.
A dor lombar é geralmente definida como desconforto axial ou parassagital na região lombar inferior, é essen-cialmente musculoesquelética e pode ser devida a uma combinac¸ãodefatoresmecânicos,circulatórios,hormonais epsicossociais.1
Já foramcitadosalgunsfatoresderisco relacionadosà lombalgia na gestac¸ão, entre eles dor lombar durante o períodomenstrualehistóriapréviadelombalgia.3Noquese
refereàidade,sabe-sequequantomaisjovemapaciente, maior a chance de desenvolver lombalgia gestacional.3,5
O aumentodopeso tambémé identificado comofator de
risco, pois quanto maior o ganho de peso da gestante, maiorapossibilidadedeocorrerinstabilidadedaarticulac¸ão sacroilíaca e aumento da lordose lombar que resulta em dor.7
Neste estudo, que analisou gestantes nos três trimes-tres dagestac¸ão,observou-se queas gestantes relataram dorlombar iniciada mais frequentemente nosegundo tri-mestre gestacional (43,24%). Esses dados foram também encontradosporoutrosautores8,11epodemserjustificados
pelas alterac¸ões da flexibilidade da coluna acima descri-tas.Aamostraanalisadanonossoestudoenglobouostrês trimestresdagestac¸ãoparatentaridentificarsea lombal-giaocorriapreferencialmenteemalgumdostrimestres.Mas algunsestudosprospectivos14,15constataramquea
prevalên-ciadedorlombarfoimaioremgestantesapartirdoterceiro trimestre,resultados esses diferentesdos encontrados no nossoestudo.
Emumtrabalhocomgestantesparticipantesdeum pro-gramadepré-natal,namaioriadoscasosadorirradiavapara aregiãodosglúteos edaspernas.13 Nopresenteestudo,a
maioriadasgestantesnãorelatouirradiac¸ãodadorlombar. Ao estudar as características da dor lombar observou--sequetinhaasseguintescaracterísticas:forteintensidade, ‘‘emqueimac¸ão’’,semirradiac¸ão,intermitenteede ocor-rênciadiária.Iniciava-seaqualquerhoradodiaeeramais intensaànoite.DadosquediferemdosencontradosporAssis eTibúrcio,16 queidentificaramadorserdotipopontadae
aperto.Dessaforma,justifica-seagênesemultifatorial da dor.
Quanto à intensidade há discordância entre os nossos dadoseosencontradosporumestudoamericano5que
ava-liouagravidadedalombalgiagestacionalem645mulheres, que quantificaram a dor como de moderada intensidade. Essadiferenc¸apodeserexplicadapelaetniadiferentedas populac¸õesestudadas.
A posic¸ão ortostática por longo tempo foi identificada como fator de agravo da dor e o repouso relatado como principalfatorde alívio. Esse dado falaa favordo envol-vimentomuscularna dorlombarreferida pelas gestantes. Maisdametadedasgestantesentrevistadascitouquea lom-balgianãofoiumobstáculoàssuasatividadesdiárias.Esse dado é discordante com a literatura,pois estudos anteri-ores demonstram que a dor lombar pode ser tãointensa queincapacita a gestanteparaasatividades diárias.8,11,16
Noentanto,é importanteenfatizarquenemtoda lombal-giaquesemanifestanoperíodogestacionaltemcomofator desencadeanteaprópriagestac¸ão.17Grandepartedas
lom-balgiasjáexistiaantesdagestac¸ãoepersisteouseagrava nesseperíodo.Issosignificaquea dorlombarnagestac¸ão deve ser analisada sob diversos aspectos, e não simplifi-cada
Aidadegestacionalsemostroucomofatorderisco, ou seja,quanto mais avanc¸ada, maior o risco de apresentar lombalgia. Outros autores comprovam que a prevalência dalombalgiana gestac¸ão aumentacom o tempo gestaci-onal.AssiseTibúrcio16tambémrelataramque,em60%dos
casos,essefatoacontecia, emboraosresultadosdeWang etal.5tenhammostradoqueaprevalênciadelombalgianão
foiafetadapelaidadegestacional.
queessedadoenfatizaaorigembiomecânicadadorlombar nagestante.
Combasenosdadossobreadorlombargestacionalque foramproporcionadosporestapesquisa,sugerem-senovos estudosqueadotemtratamentopreventivonoqueserefere àdorlombar.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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