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Rev. Bras. Anestesiol. vol.67 número3

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Academic year: 2018

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REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Efeito

de

dois

protocolos

de

controle

glicêmico

diferentes

sobre

a

disfunc

¸ão

cognitiva

após

cirurgia

de

revascularizac

¸ão

do

miocárdio

Pinar

Kurnaz

a,∗

,

Zerrin

Sungur

a

,

Emre

Camci

a

,

Nukhet

Sivrikoz

a

,

Gunseli

Orhun

a

,

Mert

Senturk

a

,

Omer

Sayin

a

,

Emin

Tireli

b

e

Hakan

Gurvit

c

aIstanbulUniversityIstanbulMedicalFaculty,DepartmentofAnesthesiology,Istanbul,Turquia bIstanbulUniversityIstanbulMedicalFaculty,DepartmentofCardiacSurgery,Istanbul,Turquia

cIstanbulUniversityIstanbulMedicalFaculty,DepartmentofNeurology,Istanbul,Turquia

Recebidoem30deoutubrode2015;aceitoem7dejaneirode2016 DisponívelnaInternetem27defevereirode2017

PALAVRAS-CHAVE

Controleglicêmico; Disfunc¸ãocognitiva; Cirurgiade

revascularizac¸ãodo miocárdio

Resumo

Introduc¸ão:Adisfunc¸ãocognitivapós-operatória(DCPO)éumresultadoadversocirúrgicoque

émaiscomumapóscirurgiascardíacasabertas.Oobjetivodesteestudofoiinvestigaropapel

dosníveisdeglicosenosanguerigorosamentecontroladosduranteacirurgiacoronarianano

declíniocognitivoprecoceetardio.

Métodos: Foramrandomizadosemdoisgrupos40pacientesacimade50anosesubmetidosà

cirurgiacoronarianaeletiva.Nogrupo‘‘controlerigoroso’’(GI),aglicemiafoimantidaentre

80-120mg.dL−1; enquantono grupo‘‘liberal’’ (GII),variou entre80-180mg.dL−1.A bateria

detestesneuropsicológicosfoifeitatrêsvezes:fasebasal,antesdacirurgiaenaprimeirae

12a

semanadeacompanhamentonopós-operatório.DCPOfoidefinidacomoumaquedadeum

desviopadrãodafasebasalemdoisoumaistestes.

Resultados: Naprimeirasemanadepós-operatório,ostestesneurocognitivosmostraramque

10pacientesnoGIe11pacientesnoGIIapresentaramDCPO.AincidênciadeDCPOprecoce

foisemelhanteentreosgrupos.Noentanto,aavaliac¸ãotardiarevelouqueadisfunc¸ão

cog-nitivapersistiu em cincopacientesnoGII,enquanto nenhumpaciente foiclassificado como

cognitivamenteprejudicadonoGI(p=0,047).

Conclusão:Sugerimosqueocontroleglicêmicorigorosonoperioperatóriodecirurgia

corona-rianapodedesempenharumpapelnaprevenc¸ãodadeteriorac¸ãocognitivapersistente.

©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eum

artigoOpen Accesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(

http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Autorparacorrespondência.

E-mail:pkurnaz@hotmail.com(P.Kurnaz).

http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2016.01.007

0034-7094/©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸a

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KEYWORDS

Glucosecontrol; Cognitive dysfunction; Coronaryartery bypasssurgery

Theeffectoftwodifferentglycemicmanagementprotocolsonpostoperative cognitivedysfunctionincoronaryarterybypasssurgery

Abstract

Introduction:Postoperativecognitivedysfunction(POCD)isanadverseoutcomeofsurgerythat

ismorecommonafteropenheartprocedures.Theaimofthisstudyistoinvestigatetheroleof

tightlycontrolledbloodglucoselevelsduringcoronaryarterysurgeryonearlyandlatecognitive

decline.

Methods:40patientsolderthan50yearsundergoingelectivecoronarysurgerywererandomized

into two groups. Inthe ‘‘Tight Control’’group (GI),the glycemia was maintainedbetween

80and120mg·dL−1whileinthe‘‘Liberal’’group(GII),itrangedbetween80---180mg·dL−1.A

neuropsychologicaltestbatterywasperformedthreetimes:baselinebeforesurgeryand

follow--upfirstand12thweeks,postoperatively.POCDwasdefinedasadropofonestandarddeviation

frombaselineontwoormoretests.

Results:Atthepostoperativefirstweek,neurocognitivetestsshowedthat10patientsinthe

GIand11patientsinGIIhadPOCD.TheincidenceofearlyPOCDwassimilarbetweengroups.

Howeverthelateassessmentrevealedthatcognitivedysfunctionpersistedinfivepatientsin

theGIIwhereasnonewasratedascognitivelyimpairedinGI(p=0.047).

Conclusion: Wesuggestthattightperioperativeglycemiccontrolincoronarysurgerymayplay

aroleinpreventingpersistentcognitiveimpairment.

©2016SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Thisisan

openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(

http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc

¸ão

A disfunc¸ão cognitiva pós-operatória (DCPO) é um com-prometimentointelectualrelacionadoàcirurgia.Pacientes idosos submetidos à cirurgiade grande porte apresentam risco maiordeDCPOque abrange umasériedecondic¸ões clínicas,variamdeumalevedificuldadedeconcentrac¸ãoa gravesproblemas decomportamentoquepodemser facil-mente confundidos com delírio.1,2 O problema pode ser

transitório,mastambémpodepersistirporlongoperíodo. Nafaseinicial, DCPOcausainternac¸ãoprolongadae pode prejudicaraqualidadedevidaao comprometero período dereabilitac¸ão.DCPOtambémafetaataxademortalidade em longoprazo.3,4 Por fim, embora os mecanismos ainda

não tenham sido esclarecidos, DCPO é um fator de risco para alterac¸ões crônicas e tardias associadas à demência edoenc¸adeAlzheimer.5

O declínio cognitivo pós-cirurgia cardíaca é mais fre-quenteemcomparac¸ãocomcirurgianãocardíacadegrande porte. A taxa de incidência varia entre 25% e 80%, de acordo com vários estudos.6,7 Avanc¸osrecentes no

trata-mentoperioperatório,inclusivetécnicascirúrgicas,escolha doanestésicoeestratégiasdeperfusão,diminuíramataxa deincidênciadecomplicac¸õesmaiores. Porém,nãohouve melhoria na frequência de declínio cognitivo após cirur-gia cardíaca aberta. A etiologia da DCPO relacionada à cirurgia cardíaca é multifatorial e vários fatores pré- e intraoperatórios estão associados ao distúrbio. Hipoper-fusão cerebral devido à microembolizac¸ão ou hipotensão sistêmica, respostainflamatória graveà circulac¸ão extra-corpóreaeestímuloscirúrgicos,alterac¸õesdetemperatura e instabilidademetabólica sãoosfatores etiológicosmais comuns.8,9

Ahiperglicemiainduzidaporprocedimentosdecorac¸ão aberto provoca uma série de eventos adversos, inclusive arritmias graves, estado de baixo débito e infecc¸ões, e

resultaem internac¸ão prolongada em unidade de terapia intensivacomretardodaaltahospitalar.10,11Oestado

hiper-glicêmicodesencadeadoporcirurgiacardíacatambémpode ser prejudicial para o cérebro em hipoperfusão e piorar oestado neurológico análogoaos pacientescom acidente vascularcerebral(AVC).12Adeteriorac¸ãocognitivaem

cirur-giacardíaca podeestar associada e/ouser agravada pelo ‘‘estado diabético’’ desses pacientes e ser contida, até certoponto,pelocontrole dosníveisdeglicose duranteo períodooperatório.

O objetivo do presente estudo foi investigar o papel dosníveisdeglicosenosanguerigorosamente controlados durantecirurgiacoronarianaparaevitaradisfunc¸ão cogni-tivanosperíodosimediatoetardiodepós-operatório.

Métodos

Estudo clínico prospectivo, randomizado e duplo-cego. O médicoquefeztestesneuropsicológicoseospacienteseram cegadosquantoaomanejoglicêmiconoperíodo periopera-tório.

Os pacientes com mais de 50 anos, func¸ão sistólica ventricularesquerdapreservada, submetidosàcirurgiade revascularizac¸ão do miocárdio (CRM) e com pelo menos oensinoprimárioforamincluídosnoestudoapósaprovac¸ão do Comitê de Ética da instituic¸ão (1571/1405-1409) e obtenc¸ão da assinatura de cada paciente em termo de consentimentoinformado. Os critérios de exclusão foram usodedrogas ealcoolismo,distúrbiosgraves psiquiátricos e do sistema nervoso central, tratamento antidepressivo importante,estadofísicoASA(AmericanSocietyof Anesthe-siologists) superior a III, infecc¸ão pré-operatória, falência gravedeórgãosecirurgiascombinadasouurgentes.

(3)

audic¸ão,usoinadequadodalínguanativaesemhabilidades deleituraeescritaforamexcluídos.Tambémexcluímosos pacientescomescoreinferiora23noMiniexamedoEstado Mental(MMSE)nafasebasalparaeliminarapopulac¸ãoque jáapresentavacomprometimentocognitivo.

A induc¸ão da anestesia foi obtida com fentanil (10-15␮g·kg-1), midazolam (0,1-0,2mg·kg-1) e brometo de

vecurônio (0,1mg·kg-1). Anestesia inalatória com sevoflu-rano e infusão de fentanil com doses suplementares de brometode vecurôniofoi administrada paramanutenc¸ão, inclusiveoperíododecirculac¸ãoextracorpórea.Ventilac¸ão mecânica controlada por pressão com FiO2 de 0,5; nível depressãoinspiratóriaparaobterumvolumecorrentede 8mL·kg-1,frequênciarespiratóriaparaobterumaETCO

2de 40-45mmHgePEEPde5cmH2Oforamajustados.Durantea circulac¸ão extracorpórea,ospulmões forampassivamente desinsuflados.

Todosospacientesforamoperados pelamesmaequipe cirúrgica a 32◦C e em nível moderado de hemodiluic¸ão (hematócrito:26-28%).As taxasde fluxo dabomba foram ajustadaspara2,5L·min-1 porm2 na fasedenormotermia epara 2,25-2,5L·min-1 por m2 paraa fasedehipotermia, durante a qual a pressão arterial sistêmica alvo foi de 70mmHg.Cardioplegiasanguíneaanterógradaintermitente foiaplicadaem dose deinduc¸ãode 20mL·kg-1 e em dose demanutenc¸ão de10mL·kg-1 acada 30minutos(min).No fimdaintervenc¸ão,ospacientesforamtransferidosparaa unidadede terapia intensiva sob sedac¸ão com propofol e midazolameventilac¸ãocontrolada.Oprocessodedesmame dasedac¸ão, ventilac¸ão mecânica e suporte inotrópico foi controladopelaequipedeterapiaintensiva,deacordocom oprocedimentoclínicoderotina.Emrelac¸ãoaoprotocolo doestudo,todososresultadoslaboratoriaisanormais(acima ouabaixo dos limites)de qualquer parâmetro mensurado durante as avaliac¸ões de rotina que pudessem eventual-mente afetar o nível de glicose, como o nível sanguíneo desódio,foramregistrados.Além disso,a necessidadede suporteinotrópicoeotempodeventilac¸ãomecânica tam-bémforamregistradosparacadapaciente.

Controleglicêmico

Após a induc¸ão da anestesia, os pacientes foram rando-micamente designados para dois grupos, mediante o uso dométododeenvelopeslacrados.Ospacientesdiabéticos foramincluídos como mesmo processo de randomizac¸ão, independentementedotipodedoenc¸a.Asoluc¸ãode glicose--insulina-potássio(GIK),quefazpartedenossarotinapara omanejodepacientesdiabéticosdurantecirurgiacardíaca enãocardíaca,foiadministradaatodosospacientes diabé-ticosdeambososgruposantesdeseiniciarainfusãoaditiva deinsulinaparaatingirosníveis-alvodeglicose.

No grupo de controle rigoroso da glicose (GI), o nível deglicose nosangue foi mantido entre 80 e 120mg·dL-1, enquanto no grupo de controle liberal da glicose (GII), o níveldeglicosenosanguevariouentre80e180mg·dL-1.Esse métododeagrupamento foi semelhanteao de umestudo prévioqueavaliouo‘‘controlerigorosodaglicose’’.13

Paraatingiressameta,ospacientesdoGIreceberamuma infusãodeinsulinaquandooníveldeglicosenosangue ultra-passou120mg·dL-1.Ataxafoiajustadaemrespostaaonível

Tabela1 Taxasdeinfusãodeinsulinadogrupodecontrole

glicêmicorigoroso(GI)

Níveldeglicosenosangue(mg.dL−1) Taxadeinsulina

(U.h−1)

120-149 1,5

150-179 2

180-209 3

210-239 4

240-269 5

270-299 6

300-329 7

330-359 8

>360 12

Tabela2 Taxasdeinfusãodeinsulinadogrupodecontrole

glicêmicoliberal(GII)

Níveldeglicosenosangue(mg.dL−1) Taxade

insulina(U.h−1)

180-239 2

240-299 3

300-359 5

>360 6

atual deglicose nosangue dos pacientes(tabela 1). Uma soluc¸ãodeglicose-insulina-potássio (GIK)(10Udeinsulina e 10mEqde KCladicionados a 500mL; dextrose a5% em água)foiaplicadaaospacientescomdiabetemelitonoGI. Ataxadeinfusãofoiajustadapara40mL·h-1quandoonível deglicosenosangueestavaentre80e100mg·dL-1.Ataxa foiaumentadapara60mL·h-1 quandooníveldeglicoseno sangue estavaentre100e 120mg·dL-1.Quandoo nívelde glicosenosangueficouacimade120mg·dL-1,umainfusão adicionaldeinsulinafoiiniciada(tabela1).

OregimedeglicoseliberalfoimantidonoGII,iniciou-sea infusãodeinsulinaquandooníveldeglicosenosangueficou acimade180mg·dL-1.Ainfusãodeinsulinafoiaplicadade acordocomastaxasindicadasnatabela2.Ospacientes dia-béticosdogrupoliberalreceberamumainfusãodesoluc¸ão GIKaumataxaajustadaparaseusníveisdeglicose.Ataxa deinfusãofoide40mL·h-1quandooníveldeglicoseno san-gue estava entre80 e 100mg·dL-1, de60mL

·h-1 quando o níveldeglicosenosangueestavaentre100e 120mg·dL-1, de80mL·h-1quandooníveldeglicosenosangueestavaentre 120e150mg·dL-1ede100mL

·h-1quandooníveldeglicose nosangueestavaentre150e180mg·dL-1.Infusãoadicional deinsulinafoiiniciadaquandooníveldeglicosenosangue ficouacimade180mg·dL-1(tabela2).

Apósa cirurgia,ospacientes receberamumregimede insulina,aplicadocomomostradonatabela3.Osníveisde glicose nosangueforammedidosa cada30mindurante o período doestudo, em amostradesangue arterialobtida de linhaarterialdopaciente. A amostrafoianalisada em analisadorpadrãodegasessanguíneos(ABL707, Radiome-ter, Copenhagen,Dinamarca).No períodointraoperatório, sempre que o nível de glicose no sangue ficou abaixo de

60mg·dL-1,bolus de50mLdedextrose a50% emágua foi

(4)

Tabela3 Controledainfusãodeglicosenopós-operatório

paratodosospacientes

Níveldeglicoseno

sangue(mg.dL−1)

Taxade

insulina(U.h−1)

Bolusde

insulina(U)

80-99 0,5

-100-124 1

-125-159 2

-160-199 4

-200-234 6

-235-274 8 3

>274 8 5

deglicosenosangueficou<80mg·dL-1,bolusde50mLde

dextrosea30%em águafoiadministradoaospacientes.O protocolodeinsulinafoicontínuo duranteasprimeiras24 horasdepós-operatório.

Avaliac¸ãoneuropsicológica

A func¸ão cognitiva foi avaliada por um investigador cego paraaabordagemglicêmicanoperíodoperioperatório.Um MMSE inicial foi feito e a elegibilidade do paciente foi determinadadeacordocomoescoreobtidonessaprimeira avaliac¸ão.OMMSEéumtestequantitativoepráticousado paradetectaro estadocognitivodopaciente(orientac¸ão, memória,atenc¸ão,linguageme funcionamento visuoespa-cial).Ospacientescomescoresuperiora23noMMSEforam consideradoselegíveisparaoestudo eavaliadoscomuma bateriadetestesneuropsicológicosqueincluiuaEscalade MemóriadeWechsler(WMS)---SubtestedeMemóriaLógica (detecta a memória de curto e longo prazo, com duas anamnesesdiferentesnopré-e pós-operatório)---,oTeste doDesenho doRelógio(detecta a capacidadede planeja-mento), oTestedeGerac¸ãodeLista dePalavras (detecta a atenc¸ão global, também denominado perseveranc¸a), o Subteste da Ordem dos Dígitos (detecta a atenc¸ão glo-bal,concentrac¸ão)eoTestedeHabilidadesVisuoespaciais (detectafunc¸õesperceptivas).

Exceto pelo MMSE,todos os pacientes foram examina-dos no dia anterior à cirurgia (fase basal), na primeira semanadepós-operatório(precoce)ena12a

semanade pós--operatório(tardio).Todas asavaliac¸õesforamfeitaspelo mesmoanestesiologistaquedesconheciaomanejodo con-troleglicêmiconoperíodoperioperatórioequefoitreinado esupervisionadoporconsultoresdocentesdaClínicade Neu-rologiadurantetodooperíododoestudo.Abateriadetestes neuropsicológicosdurouaproximadamente45min.Todosos testes foram administrados na mesma hora do dia e no mesmolocal,umasalareservadanoservic¸odecirurgia.

Adisfunc¸ãocognitivanopós-operatório(precoceou tar-dio) foi definida como uma queda de um desvio padrão da fase basal em dois ou mais testes neuropsicológicos, comodescritoemseuestudorecenteconduzidoporHöcker etal.14 Devidoàfaltadeumgruponãocirúrgicopara

con-trole, a avaliac¸ão das func¸ões cognitivas foi feita apenas como comparac¸ão entre grupos. O desvio-padrão (DP) de cada testenopré-operatóriofoi calculadoe o númerode pacientescomagravamentooumelhorianopós-operatório foideterminado.14

Tabela4 Dadosdemográficosepré-operatórios

Controle rigoroso(n=20)

Controleliberal

(n=20)

Idade(anos) 58,5±8,5 60±8

Sexo(M/F) 19/1 19/1

Índicedemassa

corporal

26,9±3,14 28,2±3,64

Diabetemelito(P/A) 10/10 10/10

Durac¸ãodoDM(anos)

Min-max(mediana)

4---22(9) 2---16(8,5)

Diabetetipo(I/II) 7/3 4/6

Creatinina(mg.dL−1) 1,05±1,01 1,02±0,63

Estenosecarotídea

diagnosticada(P/A)

1/19 1/19

Euroscore 3,3±1,68 3,8±2,14

Médiadonívelde

escolaridade(anos)

8,2±2,7 8,8±3,2

P/A,presente/ausente.

Odesfechoprimáriofoideterminadocomoaincidência precoceetardiadeDCPOeodesfechosecundáriocomoa frequênciadeepisódiosdehipoglicemiaobservadosdurante operíododoestudo.Osdadosforamanalisadoscomo pro-grama estatístico Prisma 5.0 (Graphpad Software Incorp, Layola, CA, EUA). Todos os valores foram expressos em média±desvio-padrão. Osdados categóricosforam anali-sadoscomtesteexatodeFisheretesteUdeMann-Whitney eAnovademedidasrepetidasfoiusada paracomparar os dadoscontínuos.Um valor dep inferiora 0,05 foi aceito comosignificativo.

Resultados

Foramincluídosnesteestudo40pacientesagendadospara cirurgiacoronarianaeletiva.Osdadosdemográficose cirúr-gicosde40participantessãoapresentadosnastabelas4e5. Ospacientesdos doisgrupos eramcomparáveis quantoàs características demográficas e ao nível de escolaridade. Osestados de saúde dos pacientes eram comparáveis no pré-operatório, inclusive incidência de diabete melito e dependênciadeinsulinaeestenosecarotídeadiagnosticada com Doppler. De forma semelhante, a análise estatística dos dados cirúrgicos que poderiam influenciar o prognós-ticoneuropsicológicoduranteacirurgiaderevascularizac¸ão domiocárdionãomostrou qualquerdiferenc¸a significativa entreosgruposdecontroletantorigoroso(GI)quantoliberal (GII)daglicose.Nãoobservamossériascomplicac¸ões cardía-cas(novaisquemiadomiocárdio,arritmias graves,estado debaixodébitorefratário)ouneurológicas(AVC)duranteo períodoperioperatório.

Osvaloresdeglicosenosangueobtidosduranteoperíodo do estudo são mostrados na tabela 6. Episódios de hipo-glicemia(< 60mg·dL-1 nointraoperatório, < 80mg

(5)

Tabela5 Dadoscirúrgicos

Controle rigoroso(n=20)

Controleliberal

(n=20)

Tempocirúrgico(min) 304,7±53,4 280±51

TempodeCEC(min) 119±17,6 110±9,7

Tempodeanóxia(min) 59,75±10,6 56,8±7,9

Temperaturamínima

duranteCEC(◦C)

29,05±0,97 28,95±1,2

Hematócritomínimo

duranteCEC(%)

29,29±1,72 29,46±1,65

Númeroanastomose

proximal

2,7±0,73 3,05±0,75

Necessidadede

desfibrilac¸ãoaofinal

daCEC(P/A)

5/15 4/16

Usodeinotrópico

(pacientes)

17 18

Equilíbriohídricono

fimdacirurgia(mL)

1758±580 1424±414

Tempodeventilac¸ão

mecânicaemUTI(h)

6,85±1,42 6,95±1,6

P/A,presente/ausente;CEC,circulac¸ãoextracorpórea.

Tabela6 Níveisdeglicosenosangue(mg·dL−1)duranteo

períododoestudo

Controle

rigoroso:GI

(n=20)

Controle liberal:GII (n=20)

T0---Basal 124,65±26,09a 125,08

±24,50 T1---30min 110,95±19,69a,c 156,75±22,08b T2---60min 108,15±22,86a,c 167,25

±25,63b T3---120min 108,20±29,21a,c 153±25,29b T4---180min 118,6±27,17a,c 169,83±28,93b T5---240min 117,2±22,87a,c 164,33±29,50b T6---Fimdacirurgia 115,45±12,74a,c 163,08±25,63b T7---UTI1ahora 108,75±12,36a,c 169,5±28,55b T8--- UTI12ahora 121,20±15,81a,c 164,16±25,49b T9---UTI24!hora 142,90±17,90d 160,41

±26,83b

ap<0,001comparadocomoT9.

b p<0,01comparadocomoT0.

c p<0,0001comparadocomoGII.

d p=0,03comparadocomoGII.

estatística da incidência de ataques hipoglicêmicos no perioperatório entre os grupos não apresentou diferenc¸a (p=0,104). Embora não tenha apresentado significância estatística,adiferenc¸anafrequênciadehipoglicemiaentre osgruposparecenotável.

Na primeira semana de pós-operatório, os testes neu-ropsicológicos revelaram que 10 pacientes do GI (50%) e 11pacientesdoGII(55%)apresentaramdeclíniocognitivo, de acordo com os critérios pré-definidos descritos.12 A

incidência de DCPO precoce na primeira semana de pós--operatório foi semelhante e independente do controle glicêmico.

A avaliac¸ão neuropsicológica tardia (três meses após acirurgia) revelouque a disfunc¸ão cognitivapersistiu em cincopacientesdoGII(25%),enquanto todosospacientes

doGIretornaramàcognic¸ãonormal(p=0,047).Doisdesses pacientes com DCPO estável tinham história de diabete tipo II. O controle dos testes neuropsicológicos para essa DCPOestável doGIImostrouqueumpaciente apresentou comprometimento cognitivo em todos os cinco testes, seguido por umem três dos cincoe os três restantesem doisdoscinco(tabela7).

Discussão

Neste estudo piloto examinamos o efeito do controle da glicemianoperíodoperioperatório sobreadisfunc¸ão cog-nitiva pós-operatória (DCPO) em pacientes submetidos à cirurgia de revascularizac¸ão do miocárdio e não houve diferenc¸a na incidência de DCPOprecoce entreosgrupos de controle rigoroso e liberal. Porém, as avaliac¸ões três mesesapósacirurgiamostraramo retornoaosníveis pré--operatórios em todosos pacientes do grupo de controle rigoroso. Inversamente, cinco pacientes do grupo liberal apresentaramDCPOpersistentena avaliac¸ãotardia.Como esperado, os episódios de hipoglicemia foram mais fre-quentes no grupo de controle glicêmico rigoroso durante o período do estudo, embora a diferenc¸a não tenha sido estatisticamentesignificativa.

Acredita-sequeocomprometimentocognitivoqueocorre apósacirurgiacardíacasejaoresultadodeumacombinac¸ão de fatores, como hipoperfusão global, microembolismo cerebral, desequilíbrio entrea demanda e o consumo de oxigênio cerebral durante o reaquecimento e uma possí-vel disfunc¸ão da barreira hematoencefálica.8,15 Estima-se

queaDCPOocorraem7-28% dospacientes7-10diasapós cirurgias em geral.16 Em pacientes submetidos à

cirur-gia cardíaca, uma incidência muito maior de 20-70% foi observada.17 Deacordocomessesrelatos,52,5%dos

paci-entes(21/40)denossapopulac¸ãodoestudoapresentaram DCPOduranteoperíodopós-operatórioprecoce,sem qual-querdiferenc¸aentreosgrupos.Àprimeiravista,esseachado parecesugeriraausênciadeumaassociac¸ãoentreodeclínio cognitivonopós-operatórioprecoceeocontroleglicêmico no perioperatório, provavelmente devido ao importante papel dahipoperfusão e domicroembolismo no desenvol-vimentodeDCPOprecoce.

Este estudo baseou-se na hipótese de que o controle glicêmico pode influenciar o curso subsequente da DCPO precoce,queocorreem quasemetadedoscasoseassume um curso rumo à recuperac¸ão ou à persistência até três meses após o procedimento cirúrgico. As avaliac¸ões de médio e longo prazo das func¸ões cognitivas geralmente abrangem um período de 3-12 meses e as taxas relata-das da incidência de DCPO tardia são tão baixas quanto 24% em seismeses,em comparac¸ãocom osresultadosno pós-operatório imediato.18 Em nosso estudo, a disfunc¸ão

cognitivaestevepresenteem 25%dospacientes(5/20)do grupo de controle liberal, enquanto nenhum paciente do grupodecontroleglicêmicorigorosoapresentoudisfunc¸ão cognitivaidentificávelemtrêsmesesapósacirurgia. Acredi-tamosqueesseestadocognitivosignificativamentemelhor dogrupodecontroleglicêmicorigorososejaoachadomais importantedenossoestudo.

(6)

Tabela7 ResultadosdostestesdospacientescomDCPOtardianogrupodecontroleliberal

Paciente EscaladeMemória

deWechsler

TestedoDesenhodo

Relógio

TestedeGerac¸ãode

ListadePalavras

TestedaOrdemdos

Dígitos

TestedeHabilidades

Visuoespaciais

N◦.4 ** ** ** ** **

N◦.6 ++ ** **

N◦.7 ** ** ++

N◦.10 ++ ** **

N◦.16 ** ** ++ **

** deteriorada;,nãoafetada;++,melhorada.

tóxicos diretos no cérebro isquêmico em casos de AVC, que sofre complicac¸ão adicional devido aos efeitos neurotóxicos do aumentoda concentrac¸ão de ácidos gra-xos livres circulantes devido à secrec¸ão inadequada de insulina.19 Emboraosmecanismosresponsáveispela

isque-miacerebralduranteacirurgiacardíacasejamdiferentes, espera-sequeaprevenc¸ãodahiperglicemiaemumcérebro hipoperfundidoduranteacirculac¸ãoextracorpóreaatenue algunsdosefeitosindesejadosdahiperglicemia.Estudos clí-nicoseexperimentaisqueavaliaramosefeitosadversosda hiperglicemiasobrelesãocerebralinflamatóriae/ou isquê-micasugeriramqueosprincipaismecanismosda neurotoxi-cidadeinduzidaporhiperglicemiaincluemorompimentoda barreirahematoencefálica20 eoaumentodaconcentrac¸ão

deaminoácidosexcitatórios.21Emboradiscutível,odeclínio

cognitivoquepersisteatéostrêsmesesdepós-operatório poderiafacilmenteseraceitocomopermanentee, devido aosmecanismosacimamencionados, ocontrole glicêmico rigorosoparecemelhorararecuperac¸ãocognitiva.

EmumestudoretrospectivoconduzidoporPuskasetal. para avaliar a associac¸ão entre hiperglicemia no intra-operatório e disfunc¸ão cognitiva, a hiperglicemia no intraoperatóriaapresentou correlac¸ãocom disfunc¸ão cog-nitivatardia(seissemanas)empacientessemdiabete.22Os

efeitosindesejáveisdahiperglicemianalesãocerebralfocal e global,que ocorremcomumente duranteacirurgia car-díaca,forampropostoscomoumpossívelmecanismo para explicar seus resultados. Curiosamente, os pacientes não diabéticosapresentaramdisfunc¸ãocognitivamaisgraveem comparac¸ãocomospacientesdiabéticosnesseestudo.Esse últimoresultadofoiatribuídoaolimiarbaixo(200mg·dL−1) de hiperglicemiaem pacientes diabéticosnos quais o sis-temanervosocentralpodeestaracostumadocomessenível deglicemia.22Emnossoestudo,adistribuic¸ãodepacientes

diabéticosenãodiabéticosentreosgruposfoihomogênea e DCPOprecoce ocorreu com umafrequênciasemelhante emambososgrupos.Porém,doscincopacientescomDCPO tardianogrupoliberal,trêseramdiabéticosedoisnão dia-béticos.

EmoutroestudoconduzidoporButterworthetal.23que

envolveu pacientes não diabéticos submetidos à cirurgia cardíaca,ainfusãodeinsulinaouplacebofoiadministrada quando os níveis de glicose nosangue ficaram superiores a 100mg·dL−1 durante a circulac¸ão extracorpórea (CEC) e a nova ocorrência de distúrbios neurológicos, neuro--oftalmológicos e neurocomportamentais foi avaliada na primeiraesextasemanasenosextomêsapósacirurgia.Os autoresconcluíramqueaestratégiadecontroledaglicose

usada para prevenir a hiperglicemia durante a CEC não teveefeito sobreo prognósticoneurológico. O desacordo entre esses resultados, os nossos e os de Puskas et al. podeser devidoàsdiferenc¸as na definic¸ão deDCPO e na metodologia, como a restric¸ão da estratégia de controle glicêmicoparaadurac¸ãodaCEC.

Ostestesneuropsicológicos sãoumaparte essencial da avaliac¸ãodas func¸ões cognitivas.Porém,a capacidadede aprendizagemdostestescognitivos,particularmente daque-lesqueavaliamamemória,éumfenômenobemconhecido. Nãosurpreendentemente,emnossoestudo,osescoresdos participantes foram mais altos quando eles foram nova-menteexpostosaostestesdememóriaedígitosnofimdo estudo. Pesquisas sugerem que a ansiedade ou depressão nopré-operatóriotambémpodeexplicarosescoresiniciais maisbaixos.24Apesardadivergêncianasconclusõesde

estu-dosqueavaliaramseodiagnósticodeDCPOrepresentaum verdadeiro‘‘distúrbio’’ ouseé umacategoriadiagnóstica derivadadainvalidade dostestes, nãohá outrosmétodos queproduzamdadosmaisobjetivose/ouválidosdoqueos atualmentedisponíveis,apesardesuaslimitac¸ões.Emnosso estudo,ostestesforampredispostosparaavaliartodosos domíniosintelectuais,comomemória,vigilância,raciocínio matemáticoehabilidadespsicomotoras.Emboraamelhoria nosresultadosdostestessubsequentesemcomparac¸ãocom osvaloresbasais possaserexplicadacombase no‘‘efeito deaprendizagem’’,25 essa melhoria foi limitada aos

paci-entesdogrupo com controle glicêmico rigorosoem nosso estudo.Issosugere queaestratégiadecontrole glicêmico noperioperatóriopodetercontribuídoparaamelhoria.

Oníveldeescolaridadeéumfatorpré-operatório impor-tante paraa DCPO,mas dadosconflitantes existem nessa área.Newmanetal.relataramqueumníveldeescolaridade maiorpodedesempenharumpapelprotetorcontraaDCPO tardia,comoobservadonadoenc¸adeAlzheimer,18 embora

onívelmaiordeescolaridadetenhasidoidentificadocomo umfatorderiscoindependenteparaDCPOempacientesde riscobaixosubmetidosàrevascularizac¸ãodomiocárdiono estudoconduzido porBoodhwani etal.26 Nossa populac¸ão

deestudo,comumamédiadeescolaridadedeoitoanosem ambososgrupos,representabemoperfiltípicodopaísque, empesquisarecenteidentificou7,6anosdeescolaridade.27

(7)

deunidadedeterapia intensiva quandoesses níveiseram adotados.28Contudo,desdequeestudosmaisrecentes

suge-riramqueessecontroletãorígidonãoapenasnãooferecia vantagemaoprognósticocomotambémestavamassociados ao aumentodo risco de hipoglicemia, novos valores-alvo, istoé,entre140e180mg.dL−1,foramdefinidos.13Emgeral,

adefinic¸ãoatualde‘‘controleglicêmicorigoroso’’envolve valoresde glicose nosangue entre110 e 200mg.dL−1 em cirurgia cardíaca e em pacientes de unidade de terapia intensiva.29 Em nossoestudo, níveis glicêmicos

semelhan-tes aos propostos por Ouattara et al.30 foram usados. O

protocolodeinfusão deinsulinadePortland31 foiadotado

parao controledeglicosenosangue,noqualo monitora-mentofoifeitoacada 30min.Maispacientesdogrupode controleglicêmicorigorosoapresentaramepisódiosde hipo-glicemiacomesseprotocolo,emboraadiferenc¸anãotenha sidosignificativa.

Nossoestudotemalgumaslimitac¸ões.Primeiro,o tama-nhodaamostrafoi relativamente pequenoe investigac¸ão adicionalcomumapopulac¸ãomaiorécertamente necessá-ria.Aausênciadeumgrupocontrolenãocirúrgicoquenos permitiriaexcluiroefeitodeaprendizagemdeveser consi-deradacomooutralimitac¸ão.Excluímoscirurgiasurgentes epacientescomfunc¸ão ventricularesquerdaprejudicada. Portanto, nossos resultados não podem ser extrapolados para tais situac¸ões e/ou pacientes. Por fim, o tempo de avaliac¸ão tardia da DCPO feita no terceiro mês de pós--operatório,devidoadificuldadesorganizacionais,podeser considerado relativamente curto. Contudo, uma recente revisãosistemáticarevelouqueointervalodeavaliac¸ãoda DCPOtardiaapóscirurgiacardíacavariaentreseissemanas eumano.32

Em conclusão, independentemente do método usado paraocontroleglicêmiconoperioperatório,quasemetade dospacientessubmetidosàcirurgiaderevascularizac¸ãodo miocárdioapresentouumdeclíniosignificativodo desempe-nhocognitivoumasemanaapósacirurgia,emconformidade comoscritériosdiagnósticosdeDCPO.Contudo,trêsmeses apósoprocedimento,ospacientesdogrupodecontrolo rigo-rosodaglicoseforammaispropensosaretornaraosvalores basaisdafunc¸ãocognitiva,emcomparac¸ãocomosdogrupo decontroleliberal.Essesresultadossugeremqueocontrole glicêmiconointraoperatóriocomefeitospositivossobreas func¸õesneurológicaseacicatrizac¸ãodeferidasem pacien-tessubmetidosàcirurgiaderevascularizac¸ãodomiocárdio tambémpodedesempenharumpapelsemelhantenarápida preservac¸ãoerecuperac¸ãodasfunc¸õescognitivas.

Financiamento

Estapesquisa nãorecebeusubsídioespecífico deagências dosetorpúblico,comercialousemfinslucrativos.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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Tabela 1 Taxas de infusão de insulina do grupo de controle glicêmico rigoroso (GI)
Tabela 3 Controle da infusão de glicose no pós-operatório para todos os pacientes
Tabela 6 Níveis de glicose no sangue (mg·dL −1 ) durante o período do estudo Controle rigoroso: GI (n = 20) Controleliberal: GII(n=20) T0 --- Basal 124,65 ± 26,09 a 125,08 ± 24,50 T1 --- 30 min 110,95 ± 19,69 a,c 156,75 ± 22,08 b T2 --- 60 min 108,15 ± 22,
Tabela 7 Resultados dos testes dos pacientes com DCPO tardia no grupo de controle liberal Paciente Escala de Memória

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