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LÍNGUA PORTUGUESA: Aula 1. Classes gramaticais;

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Academic year: 2021

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LÍNGUA PORTUGUESA:

Aula 1. Classes gramaticais;

As palavras do português podem ser enquadradas em dez classes gramaticais (ou classes de palavras). São elas:

1. Substantivo 6. Artigo 2. Adjetivo 7. Numeral 3. Verbo 8. Conjunção 4. Advérbio 9. Preposição 5. Pronome 10. Interjeição

Neste capítulo, apresentamos uma visão panorâmica da maior parte dessas classes, focalizando as relações que elas estabelecem entre si (por exemplo, o substantivo com o adjetivo, o verbo com o advérbio, etc.) e os significados dos conectores (conjunções e preposições).

Visão geral: os critérios semântico, morfológico e sintático de classificação

As classes gramaticais podem ser definidas segundo três parâmetros: o critério semântico, o critério morfológico e o critério sintático. Para entender esses critérios, é preciso saber que eles estão diretamente associados a três componentes, ou subáreas, da gramática: Semântica, Morfologia e Sintaxe.

Área Definição Exemplo

Semântica

Estuda o significado das palavras e das frases.

Na frase Saí com você, a palavra “com” indica

companhia

Morfologia

Estuda a estrutura interna da palavra.

A palavra “mesa” está no singular, porque não tem o

elemento -s.

Sintaxe

Estuda as relações entre os constituintes das

sentenças.

Na frase Ele comeu muito, a palavra muito está ligada à

forma verbal comeu.

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Conhecendo essas três subáreas da gramática, você poderá entender os três critérios usados para definir as classes gramaticais. Vamos tomar como exemplo o advérbio.

Critério Definição de advérbio Exemplo

Critério semântico

O advérbio exprime diferentes circunstâncias

Circunstância de tempo (hoje, amanhã, etc.);

circunstância de lugar (aqui, lá, etc.); circunstância de

modo (rapidamente, tristemente, etc.), dentre

outras.

Critério morfológico

O advérbio é invariável, porque não sofre flexão (gênero, número, tempo, modo). Por outro lado, pode

receber elementos que indiquem grau (aumentativo,

diminutivo).

O advérbio não tem plural ou feminino, mas tem

aumentativo

e diminutivo, que aparecem no registro coloquial:

agorinha, pertinho, lonjão...

Critério sintático O advérbio se liga a verbos, adjetivos e outros advérbios.

Comeu muito → advérbio de intensidade ligado a verbo;

Está muito bonita → advérbio de intensidade ligado a adjetivo; Comeu muito rapidamente → advérbio de

intensidade ligado a um advérbio de modo.

As relações entre as classes de palavras 1. O substantivo e seus satélites

Exemplos:

1. Aqueles meus três amigos chegaram 2. Um livro do Zé ficou comigo

(3)

3. Esses oito apartamentos serão vendidos.

4. Alguns poucos meninos pobres viajaram.

2. O advérbio e seus núcleos

Exemplos

1. Zé estudou demais.

2. Zé fez um plano de estudos árduo demais.

3. Zé estudou arduamente demais.

b) demais advérbios

Exemplos:

1. Francisco acordou tarde. (advérbio de tempo) 2. João apareceu aqui. (advérbio de lugar)

Diferença entre locução adjetiva e locução adverbial

A locução adjetiva e a locução adverbial têm a mesma estrutura mínima:

preposição + substantivo

Por isso, a única maneira de diferenciá-las é através do critério sintático. Veja:

Ela fez cara de medo. (de medo é locução adjetiva, pois está ligada ao substantivo cara) Ela morreu de medo. (de medo é locução adverbial, pois está ligada à forma verbal morreu)

Aula 2. Acentuação gráfica, Ortografia e semântica;

Quanto à acentuação tônica (sílaba mais forte), as palavras recebem as seguintes classificações:

1. OXÍTONAS: A última sílaba é a tônica.

Ex. urubu, motel, marajá...

2. PAROXÍTONAS: A penúltima sílaba é a tônica.

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Ex. cigarro, janela, lápis...

3. PROPAROXÍTONAS: a antepenúltima sílaba é a tônica.

Ex. gramática, tóxico, semântica...

Casos Específicos de Acentuação:

a) Monossílabos tônicos: acentuam-se os terminados em: a(s), e(s), o(s) Ex: má(s), ré(s), pó(s).

b) Oxítonos: acentuam-se os terminados em: a(s), e(s),o(s), em, ens Ex: está(s), prevê(s), amém, reféns.

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c) Paroxítonos: acentuam-se os terminados em:

1) i(s), us: júri(s), vírus.

2) um, uns: álbum, álbuns.

3) on, ons: íon(s), prótons.

4) ôo, ôos: vôo(s).

5) r, x, n ou l: ímpar, látex, hífen, túnel.

6) ditongo: água, mágoa, série, ciência, órgão.

7) ps, ã(s): bíceps, ímã(s).

d) Proparoxítona: acentuam-se todas.

Ex. fósforo, partícula, álibi...

e) Hiatos: as vogais “i”, “u” receberão acento agudo quando forem segunda vogal tônica de hiato e estiverem constituindo sílaba sozinhas ou acompanhadas de “s”.

Ex. baía, faísca, baú, balaústre...

SUPER OPA! REGRAS MODIFICADAS PELA REFORMA ORTOGRÁFICA.

1 - Cai o acento dos ditongos abertos EI e OI nas palavras paroxítonas (sílaba tônica = penúltima).

Como era Como Ficou

idéia ideia

platéia plateia

jibóia jiboia

bóia boia

heróico heroico

Opa! Lembre-se de que a mudança só vale para as palavras paroxítonas (e não para as oxítonas ou monossílabos tônicos).

Ex: Contrói, Destrói, Dói, Fiéis.

Opa2! Quando a palavra paroxítona termina em R, o acento nos ditongos ei e oi se mantém.

Ex: Méier, Destróier.

2. Cai o acento circunflexo nos hiatos com vogal repetida (OO; EE).

Como era Como ficou

Vôo Voo

Enjôo Enjoo

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Lêem Leem

Crêem Creem

Vêem Veem

3. Cai o acento nas vogais i e u antecedidas de ditongo decrescente nas palavras paroxítonas.

Como era Como ficou

Feiúra Feiura

Sauípe Sauipe

Opa! A regra de acentuação diz que I e U são acentuados em HIATO (sozinhos na sílaba ou seguidos de S). Hiato é V + V. Nas palavras acima, o que temos é V + SV. Por isso, a regra do hiato não deve mesmo se aplicar.

Note que a regra ainda se aplica em “Guaíba” ou “Guaíra”, uma vez que os ditongos são crescentes.

Opa2! Lembre-se de que a mudança só vale para as palavras paroxítonas (e não para as oxítonas ou proparoxítonas). Ex:

Tuiuiú, Piauí e Maiúscula.

4. Com relação ao U, caem o acento agudo e o trema nos ambientes QUE/QUII, GUE/GUII

Como era Como ficou

Apazigúe Apazigue

Argúi Argui

Averigúe Averigue

Conseqüência Consequência

Lingüiça Linguiça

5. Acento Diferencial - deixa de existir a maioria dos casos de acento diferencial; três casos ainda se mantêm.

COMO ERA COMO FICOU,

NOS DOIS CASOS

Para (preposição) X Pára (verbo “parar”) Para Pêlo (do corpo) X Pelo (por + o) Pelo Pólo (Ex: Pólo Sul) X Polo (preposição arcaica) Polo

Pêra (fruta) X Pera (preposição arcaica) Pera

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Côa/Côas (verbo “coar”) X Coa (com + a) Coa (e Coas)

Casos em que o acento diferencial se mantém

CASOS COM ACENTO DIFERENCIAL Pôr (verbo) X Por (preposição) Pôde (passado) X Pode (presente)

Vem / Tem (singular) X Vêm / Têm (plural)

EXEMPLOS

Quis pôr o seu envelope por cima do outro.

Um dia ele pôde; hoje não pode mais.

Ele sempre vem. X Eles sempre vêm.

O rapaz tem sorte. X Os rapazes têm sorte.

A Ortografia estuda a forma correta de escrita das palavras de uma língua. Do grego "ortho", que quer dizer correto, e "grafo", por sua vez, que significa escrita.

Ela se insere na Fonologia (estudo dos fonemas) e junto com a Morfologia e a Sintaxe são as partes que compõem a gramática.

Além de ser influenciada pela etimologia e fonologia das palavras, no que respeita à ortografia existem convenções entre os falantes de uma mesma língua que visam unificar a sua ortografia oficial. Trata-se dos acordos ortográficos.

O ALFABETO

A escrita é possível graças aos sinais gráficos ordenados que transcrevem os sons da linguagem. Na nossa cultura, esses sinais são as letras, cujo conjunto é

chamado de alfabeto.

A língua portuguesa tem 26 letras, três das quais são usadas em casos especiais:

K, W e Y.

EMPREGO DAS LETRAS K, W E Y

Siglas e símbolos: kg (quilograma), km (quilômetro), K (potássio).

Antropônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kelly, Darwin, darwinismo.

Topônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estrangeiras: Kosovo, Kuwait, kuwaitiano.

Palavras estrangeiras não adaptadas para o português: feedback, hardware, hobby.

USO DO X E DO CH

O x é utilizado nas seguintes situações:

Geralmente, depois dos ditongos: caixa, deixa, peixe.

Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano.

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Palavras com origem indígena ou africana: xará, xavante, xingar.

Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada, enxame.

Exceções:

1. A palavra "mecha" (porção de cabelo) escreve-se com ch.

2. O verbo "encher" escreve-se com ch. O mesmo acontece com as palavras que dele derivem: enchente, encharcar, enchido.

Escreve-se com x Escreve-se com ch

bexiga bochecha

bruxa boliche

caxumba broche

elixir cachaça

faxina chuchu

graxa colcha

lagartixa fachada

mexerico mochila

xerife salsicha

xícara tocha

USO DO H

O h é utilizado nas seguintes situações:

No final de algumas interjeições: Ah!, Oh!, Uh!

Por força da etimologia: habilidade, hoje, homem.

Nos dígrafos ch, lh, nh: flecha, vermelho, manha.

Nas palavras compostas: mini-hotel, sobre-humano, super-homem.

Exceção: A palavra Bahia quando se refere ao estado é uma exceção. O acidente geográfico "baía" é grafado sem h.

USO DO S E DO Z

O s é utilizado nas seguintes situações:

Nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso / -osa que indicam grande quantidade, estado ou circunstância: bondoso, feiosa, oleoso.

Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título ou profissão: marquês, francesa, poetisa.

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Depois de ditongos: coisa, maisena, lousa.

Na conjugação dos verbos pôr e querer: pôs, quis, quiseram.

O z, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:

Nos sufixos -ez / -eza que formam substantivos a partir de adjetivos:

magro - magreza, belo - beleza, grande - grandeza.

No sufixo - izar, que forma verbo: atualizar, batizar, hospitalizar.

Escreve-se com s Escreve-se com z

alisar amizade

análise aprazível

atrás azar

através azia

aviso desprezo

gás giz

groselha prazer

invés rodízio

jus talvez

uso verniz

USO DO G E DO J

O g é utilizado nas seguintes situações:

Nas palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: presságio, régio, litígio, relógio, refúgio.

Nos substantivos que terminem em -gem: alavancagem, vagem, viagem.

O j, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:

Palavras com origem indígena: pajé, jerimum, canjica.

Palavras com origem africana: jabá, jiló, jagunço.

Observações:

1. A conjugação do verbo viajar no Presente do Subjuntivo escreve-se com j:

(Que) eles/elas viajem.

2. Nos verbos que, no infinitivo, contenham g antes de e ou i, o g é substituído para j antes do a ou do o, de forma a que seja mantido o mesmo som. Assim: afligir - aflija, aflijo; eleger - elejam, elejo; agir - ajam, ajo.

3. A cidade Mogi das Cruzes escreve-se com g. A pessoa que nasce ou que vive é chamada de "mogiano". No entanto, a palavra "mojiano" existe e, de

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acordo com o dicionário Michaelis significa "Relativo ou pertencente à região que era servida pela antiga Estrada de Ferro Mojiana (de São Paulo a Minas Gerais)."

Escreve-se com g Escreve-se com j

angélico anjinho

estrangeiro berinjela

gengibre cafajeste

geringonça gorjeta

gim jeito

gíria jiboia

ligeiro jiló

sargento laje

tangerina sarjeta

tigela traje

A semântica é o estudo dos significados, não só da palavra, mas das orações, frases, símbolos e imagens, entre outros significantes. Esse estudo da gramática está muito associado com a sintaxe. Caso seja feita alguma alteração na base sintática, uma alteração de pontuação ou de palavras, o significado de toda a frase muda, mas também pode acontecer de o significado de apenas uma palavra mudar. Podemos usar o exemplo de um desenho de uma cadeira. A sintaxe seria o desenho em si, a semântica é o significado que aquele desenho traz: uma cadeira. Se fizermos qualquer alteração no desenho, o significado da cadeira pode mudar. Se apagamos o encosto do desenho da cadeira o significado muda, aquilo não é mais uma cadeira, e sim um banco.

O processo de significação é o que possibilita a comunicação. Não adianta apenas ter a forma e a estrutura das palavras e frases, é preciso saber os significados delas para que o receptor da mensagem a compreenda com perfeição. A sintaxe e a semântica são usadas em níveis mais específicos para a criação artística e publicitária. O autor pensa nos significados que quer transmitir, depois busca a melhor maneira e quais ou melhores elementos para fazer com que essa mensagem seja entendida. No estudo

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da gramática relacionado ao significado das palavras e frases, é preciso levar em consideração três aspectos: sinonímia, antonímia e homonímia.

SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS

A sinonímia e a antonímia são aspectos muito importantes na hora de se estudar os significados de uma palavra ou frase. Sinônímia é a relação entre dois ou mais significantes que possuem o mesmo significado, ou seja, sinônimos são palavras diferentes que possuem o mesmo sentido.

Antônimos são dois significantes que possuem significados opostos.

Palavras que se contradizem são antônimas entre si.

EXEMPLOS: “Morto” e “falecido” são sinônimos, pois ambos os termos têm o mesmo significado. “Bondoso” e “malvado” são antônimos, pois seus significados se opõem.

HOMÔNIMOS E POLISSEMIA

A homonímia é um aspecto muito importante e variado na gramática portuguesa, pois além de contemplar a escrita, também traz aspectos da sonoridade das palavras. Os homônimos são significantes parecidos que possuem significados diferentes, ou seja, palavras parecidas ou iguais na pronúncia, escrita ou nas duas coisas, mas com significados divergentes.

Normalmente os homônimos são generalizados como polissêmicos, mas a polissemia tem leves diferenças dos homônimos. A lista abaixo traz os definições e exemplos de tipos homônimos e de polissemia.

Homógrafas: São palavras homônimas que possuem a escrita igual, mas são diferentes na pronúncia. EXEMPLO: Em “eu almoço tarde” e

“o almoço está pronto”, a palavra “almoço” (verbo) e “almoço”

(substantivo) tem a mesma grafia, mas não é pronunciada da mesma maneira.

Homófonas: São palavras homônimas que possuem a pronúncia igual, mas distinguem-se na grafia. EXEMPLO: “Cinto”(substantivo) e

“sinto” (verbo) possuem a mesma oralidade, mas a escrita é diferente.

Perfeitas: São palavras homônimas que tanto são homógrafas quanto homófonas. EXEMPLO: “cedo”(do verbo ceder) e “cedo”(advérbio de tempo) são escritas e pronunciadas igualmente, mas não têm o mesmo significado.

Paronímia: Palavras com grafia diferente, mas pronúncia muito parecida. EXEMPLO: “descriminar” e “discriminar” têm pronúncias muito próximas, mas a primeira palavra significa “tirar a culpa”, a segunda quer dizer “diferenciar”.

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Polissemia: Ocorre quando uma mesma palavra tem mais de um significado. EXEMPLO: A palavra “graça” em “fez uma graça” e em “é de graça” tem significados diferentes em cada uma dessas frases. Na primeira remete a algo engraçado; na segunda, a algo que não tem custo, que é gratuito.

HIPERÔNIMO E HIPÔNIMO

Os hiperônimos e hipônimos são como um conjunto e seus elementos da matemática. Os hiperônimos são palavras que têm sentindo mais abrangente, como um conjunto que agrupa os seus elementos. Os hipônimos, por outro lado, são como os elementos que estão dentro deste conjunto, são palavras com um significado mais específicos. Ambos são termos da semântica moderna, e são importantes, por exemplo, para que evitemos repetições excessivas num texto ou mesmo na fala. EXEMPLOS:

A palavra “automóvel” é o hiperônimo de “carro”, “moto” e “caminhão”.

As palavras “barata”, “mosca” e “besouro” são hipônimos de “inseto”.

Aula 3. Transitividade Verbal e noções de análise sintática do

período simples;

Verbo transitivo

É o verbo que vem acompanhado por complemento: quem sente, sente algo; quem revela, revela algo a alguém. O sentido desse verbo transita, isto é, segue adiante, integrando-se aos

complementos, para adquirir sentido completo. Veja:

S. Simples Predicado

As crianças

precisam de carinho.

1 2

1= Verbo Transitivo

2= Complemento Verbal (Objeto)

O verbo transitivo pode ser:

a) Transitivo Direto: é quando o complemento vem ligado ao

verbo diretamente, sem preposição obrigatória.

Por Exemplo:

Nós

escutamos

nossa música favorita.

b) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem ligado ao

verbo indiretamente, com preposição obrigatória.

Por Exemplo:

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Eu

gosto de sorvete.

c) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida no

verbo transita para o complemento direta e indiretamente, ao mesmo tempo.

Por Exemplo:

Ela

contou

tudo ao namorado.

VERBO INTRANSITIVO

É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar, portanto, de um outro termo para completar o seu sentido. Sua ação não transita.

Por exemplo: O avião caiu.

O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado completo. Se desejar, o falante pode acrescentar outras informações, como:

local: O avião caiu sobre as casas da periferia.

modo: O avião caiu lentamente.

tempo: O avião caiu no mês passado.

Essas informações ampliam o significado do verbo, mas não são necessárias para que se compreenda a informação básica.

Verbo de ligação

É aquele que, expressando estado, liga características ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e características) certos tipos de relações.

O verbo de ligação pode expressar:

a) estado permanente: ser, viver. Por Exemplo:

Sandra é alegre.

Sandra vive alegre.

b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se. Por exemplo:

Mamãe está bem.

Mamãe encontra-se bem.

c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se. Por exemplo:

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Júlia ficou brava.

Júlia fez-se brava.

d) continuidade de estado: continuar, permanecer. Por exemplo:

Renato continua mal.

Renato permanece mal.

e) estado aparente: parecer. Por exemplo:

Marta parece melhor.

Observação: a classificação do verbo quanto à predicação deve ser feita de acordo com o contexto e não isoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer ora como intransitivo, ora como de ligação. Veja:

1 - O jovem anda devagar. (anda = verbo intransitivo, expressa uma ação).

2 - O jovem anda preocupado.(anda= verbo de ligação, expressa um estado).

A análise dos termos da oração estabelece-se numa nítida hierarquia entre os termos, classificados como: essenciais, integrantes e acessórios.

1.1. TERMOS ESSENCIAIS Sujeito

Predicado

Predicativo (do sujeito ou do objeto)

1.2. TERMOS INTEGRANTES

Complementos verbais (objeto direto e indireto) Complemento nominal

Agente da passiva

1.3. TERMOS ACESSÓRIOS Adjunto Adnominal

Adjunto Adverbial Aposto

1. SUJEITO

É o termo a que o verbo faz referência e com o qual concordará. Tem como núcleos o substantivo (ou palavra substantivada) e os pronomes substantivos. Jamais se separa do predicado por vírgula ou vem precedido de preposição. Apresenta-se na ordem direta (antes do verbo) ou indireta ( após o verbo). O sujeito classifica-se em:

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a) SIMPLES - o sintagma nominal apresenta apenas um núcleo.

Ex: Os dias nublados entristecem as pessoas.

b) COMPOSTO - o sintagma nominal apresenta mais de um núcleo.

Ex: Pai e filho sempre foram amigos.

c) OCULTO/DESINENCIAL/ELÍPTICO

Ex: Na próxima semana, viajaremos com a nossa família.

d) INDETERMINADO - é aquele que não está expresso na oração e não pode ser reconhecido por elementos fornecidos por nenhum outro termo.

Nessas orações, em que só o predicado está expresso, não se pode ou não se quer determinar sobre quem recai a ação. Casos de indeterminação do sujeito:

1) Emprego de verbo (intransitivo, transitivo indireto ou de ligação) na 3ª pessoa do singular + partícula SE (índice de indeterminação do sujeito).

Ex: Precisa-se de carpinteiros.

2) Emprego de verbo na 3ª pessoa do plural, sem nenhuma referência dentro do texto.

Ex: Atropelaram um cachorro na esquina.

OPA! ORAÇÃO SEM SUJEITO (ou SUJEITO INEXISTENTE)

É aquela que não possui nenhum ser ao qual o predicado possa ser atribuído. O que importa, nesse caso, é o processo verbal em si. Os verbos das orações sem sujeito são chamados de IMPESSOAIS.

Tais verbos serão sempre mantidos na 3ª pessoa do singular, uma vez que não há sujeito com o qual concordar. Quando acompanhados de verbos auxiliares, transmitem a eles a sua impessoalidade.

Ex: Havia poucas flores naquele jardim.

Devia haver poucas flores naquele jardim.

Casos de impessoalidade do verbo

a) Verbo HAVER exprimindo EXISTÊNCIA ou OCORRÊNCIA.

Ex: No meio do caminho, sempre haverá uma pedra.

b) Verbos HAVER e FAZER indicando tempo decorrido.

Ex: Há três meses não o vejo.

Deve fazer dois anos que tudo começou.

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c) Verbo SER nas indicações de tempo.

Ex: Já são duas horas.

Hoje são 22 de abril.

Agora é tarde.

d) Verbos que exprimem fenômenos da natureza (No sentido denotativo) Ex: Choveu muito naquela cidade.

Opa! No sentido conotativo (linguagem figurada), há sujeito.

Ex: Choveram broncas na aula.

2. PREDICADO

É a parte da oração que contém a informação, a declaração a respeito do sujeito. Basicamente, pode-se informar a respeito do sujeito uma ideia de ação, praticada ou sofrida, ou uma ideia de estado.

A partir disso, pode-se dizer que o núcleo informativo de um predicado pode ser um verbo ou um nome. Há também predicados que têm um verbo e um nome como núcleos ao mesmo tempo. Os predicados classificam-se em:

a) PREDICADO VERBAL - é aquele que contém um verbo significativo (transitivo ou intransitivo). Tem como núcleo o verbo e não há nele nenhum predicativo.

Ex: As luzes da cidade surgiram à frente de todos.

b) PREDICADO NOMINAL - é aquele que contém um verbo de ligação e, consequentemente, um predicativo do sujeito. Tem como núcleo o predicativo.

Ex: As luzes da cidade estavam apagadas.

c) PREDICADO VERBO-NOMINAL - é aquele que contém um verbo significativo e um predicativo (do sujeito ou do objeto). Tem como núcleos o verbo e o predicativo.

Ex: O tribunal julgou culpado o réu.

3. PREDICATIVO

É o termo da oração que indica uma característica que se atribui ao sujeito ou ao objeto. O predicativo classifica-se em:

a) PREDICATIVO DO SUJEITO - é o termo que se liga ao sujeito, atribuindo-lhe estado ou qualidade. Aparece em predicados nominais

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(com verbos de ligação) ou verbo-nominais (com verbos intransitivos ou transitivos).

Ex: Aqui eu não sou feliz. / Ela baixou os olhos, amuada.

b) PREDICATIVO DO OBJETO - é o termo que se refere ao objeto, atribuindo-lhe um estado ou qualidade. Concorda com o objeto em gênero e número. Pode vir precedido das preposições como, por, para, de.

Ocorre, principalmente, com verbos do tipo: declarar, nomear, julgar, chamar, ver, eleger, consagrar, considerar, achar, ter, tomar, fazer, deixar e dar.

Ex: Dr. Juca achou o negócio ótimo.

OPA!!!

1) Segundo vários gramáticos, o predicativo do objeto indireto só ocorre com o verbo chamar, significando cognominar, atribuir um nome a.

Ex: Chamei-lhe de bobo.

2) Pode ocorrer predicativo do sujeito em frases com voz passiva sintética ou analítica. Nesse caso, o predicado será verbo-nominal e o predicativo da voz passiva será analisado como o da voz ativa correspondente.

Ex: O jovem foi encontrado ferido pelo policial. / O policial encontrou o jovem ferido.

4. COMPLEMENTOS VERBAIS

a) Objeto Direto (substantivo ou pronome substantivo) – é o termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio de preposição obrigatória. É importante que só encontremos o objeto direto depois de sabermos qual é o sujeito.

Ex: Recebi o prêmio.

Recebi o quê? o prêmio.

O.D.

a.1) Objeto Direto Preposicionado - o objeto direto pode apresentar- se preposicionado em alguns casos. Cuidado para não confundi-lo com o objeto indireto.

Principais Casos:

a) COM PRONOME PESSOAL TÔNICO:

Ex: Ele não auxilia a mim.

b) PARA EVITAR AMBIGUIDADE:

Ex: Ao guarda o ladrão matou.

c) COM O PRONOME QUEM (INTERROGATIVO OU RELATIVO):

Ex: A quem convidaste?

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d) COM A PREPOSIÇÃO DE COM SENTIDO PARTITIVO:

Ex: Ele bebeu do meu vinho.

e) COM OS PRONOMES REFERENTES A PESSOAS (NINGUÉM, ALGUÉM, OUTROS, TODOS)

Ex: A menina a todos encantava.

f) COM OS PRONOMES DE TRATAMENTO:

Ex: Colocaram a Vossa Excelência em má situação.

a.2) Objeto Direto Interno ou Cognato - quando representado por palavra que repete a ideia já expressa pelo verbo.

Ex: Ele viveu uma vida gloriosa.

a.3) Objeto Direto Pleonástico - quando aparece repetido sob a forma de pronome oblíquo.

Ex: Esta esperança jamais a terei

b) Objeto Indireto (substantivo ou pronome substantivo) - é o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto, ligando-se a ele com o auxílio obrigatório de uma preposição: A, COM, DE, EM, PARA, POR, SOBRE.

Ex: O peixe depende da água.

5. COMPLEMENTO NOMINAL - termo que integra ou limita o sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo abstrato; aparece sempre preposicionado.

Ex.: Agiu favoravelmente a ambos.

O fumo é prejudicial à saúde.

Tenho confiança em ti.

6. AGENTE DA PASSIVA - termo que, na voz passiva, pratica a ação expressa pelo verbo, a qual é sofrida pelo sujeito.

Ex.: As ruas foram lavadas pelas chuvas.

Mariana era apreciada por todos quantos iam a nossa casa.

Opa!

1 – A voz passiva é privativa dos verbos TD;

2 – O termo “agente da passiva” vem sempre introduzido por preposição (por, per, de);

3 – A voz passiva sempre apresenta sujeito, o qual é o paciente da ação expressa pelo verbo;

4 – A voz passiva analítica ou verbal pode apresentar agente da passiva, mas a voz passiva sintética ou pronominal nunca apresentará agente da passiva.

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Ex.: Cabral descobriu o Brasil. (VA) O Brasil foi descoberto por Cabral. (VPA) Vendem-se flores. (VPS) Flores são vendidas. (VPA)

7. ADJUNTO ADVERBIAL - é o termo da oração que se relaciona ao verbo, ao advérbio ou ao adjetivo a fim de acrescentar a um desses elementos uma circunstância qualquer. Os advérbios e as locuções adverbiais desempenham a função de adjunto adverbial

Ex: A prova de matemática foi muito fácil.

8. ADJUNTO ADNOMINAL - termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser expresso por:

a) Adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.

b) Locução Adjetiva: Era um homem de consciência.

c) Artigo: O mar era um lago sereno e azul.

d) Pronome Adjetivo: Minha camisa é igual à sua.

e) Numeral : Casara-se havia duas semanas.

f) Oração Adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos, caíram-lhe pelo rosto.

g) Pronome Oblíquo: "...te beijar a boca de um jeito que te faça rir...”

9. APOSTO - é o termo usado para explicar, enumerar, recapitular ou especificar o seu antecedente. O núcleo do aposto é representado por um substantivo ou palavra substantiva. Classifica-se em:

a) Aposto Explicativo: explica um termo anterior.

Ex: Londrina, cidade paranaense, é muito linda.

b) Aposto Enumerativo: enumera um termo anterior.

Ex: Dois países não assinaram o acordo: Brasil e Chile.

c) Aposto Recapitulativo: resume um termo anterior.

Ex: Os amigos, os parentes, os professores, todos o ajudaram.

d) Aposto Especificador: especifica um termo anterior.

Ex: A cidade de Fortaleza é muito visitada por turistas.

10. VOCATIVO - é o termo da oração usado para chamar, pelo nome, apelido ou característica, o ser com quem se fala. O vocativo também é uma função substantiva. Ele, como termo independente que é, não faz parte do sujeito nem do predicado e aparece sempre isolado por pontuação, geralmente a vírgula.

Ex: Sossega, coração, não desesperes.

Pai, afasta de mim esse cálice.

Aula 4. Regência Verbal e Nominal;

(20)

Regência Verbal 1- Agradar

a) no sentido de acariciar – VTD.

Ex.: Não é bom agradar demais as crianças.

b) no sentido de satisfazer, causar agrado. (preposição a) – VTI. Para o CEBRASPE também pode ser VTD, pois a banca adota o dicionário de regência do Celso Pedro Luft.

Ex.: O sítio agradou ao fazendeiro.

Ex.: Este chapéu lhe agradará.

2 – Aspirar

a- no sentido de cheirar, sorver: sem preposição - VTD. Ex.: Maradona aspirou o ar puro da manhã.

b- no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a - VTI. Ex.:

Aspirava ao cargo de promotor de vendas.

3 – Assistir

a) no sentido de dar assistência, ajudar: com ou sem preposição – VTD ou VTI. Assim é aceito pelo CEBRASPE.

Ex.: O médico assistia os (aos) lutadores machucados

b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a - VTI. O objeto indireto não pode ser representado por lhe(s), apenas por a ele(s) a ela(s):

Ex.: Assistimos ao filme

Ex.: A criança assistiu ao espetáculo inteiro.

c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a - VTI. Admite substituição pelos pronomes lhe(s), a ele(s), a ela(s).

(21)

Ex.: Assiste ao homem o direito de permanecer calado. (Assiste-lhe ou assiste a ele.)

d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em.

Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.

4- Chamar

a) no sentido de convocar, sem preposição – VTD.

Ex.: A direção chamou os professores.

b) no sentido de apelidar, denominar, caracterizar – VTD ou VTI. É verbo transobjetivo (objeto + predicativo do objeto). Esse predicativo pode aparecer ou não com a preposição de.

Ex.:

Chamei-o de tolo.

Chamei-o tolo.

Chamei-lhe de tolo.

Chamei-lhe tolo.

5. Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em.

Ex.: Vou ao ortopedista./ Cheguei a Brasília.

6- Custar

a) no sentido de ser custoso, ser difícil: preposição a. Ex.: Custou ao aluno entender o fenômeno da crase.

b) no sentido de acarretar: sem preposição. Ex.: O valor da casa custou- me tudo o que tinha.

c) no sentido de ter valor de, ter o preço: sem preposição. Ex.: Imóveis custam caro.

7 - Esquecer/lembrar

a- Quando não forem pronominais: sem preposição - VTD. Ex.: Esqueci o casaco dele.

b- Quando forem pronominais: preposição de - VTI. Ex.: Lembrei-me de todas as respostas

8 – Informar/certificar/cientificar/notificar/avisar /prevenir/ comunicar a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções:

1) Alguém de algo – VTDI.

(22)

Ex.: Informou todos do acidente.

2) Algo a alguém – VTDI.

Ex.: Informou a todos o acidente.

Ex.: Avisei-o de que eu faltaria.

9- Namorar – não se usa com preposição - VTD. Ex.: Elisa namora Otávio.

10- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a - VTI. Ex.: O bom filho obedece aos pais./ O candidato desobedeceu ao regulamento

11 - Pagar/ perdoar

a) Se o objeto é a coisa que sofre a ação do verbo: sem preposição – VTD.

Ex.: Ela pagou a conta de luz.

Ex.: O professor perdoou os erros do aluno

b) Se o objeto é pessoa que recebe a ação do verbo: são regidos pela preposição a – VTI.

Ex.: Perdoei a todos.

Ex.: O cliente pagou ao dono da loja.

Ex.: Cristo perdoou aos pecadores.

12- Preferir – Exigem um complemento sem preposição e outro com preposição a – VTDI

Ex: Prefiro futebol a vôlei

É errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, etc.

Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.

13 – Querer

a) no sentido de desejar: sem preposição.

Ex.: Quero a risada mais gostosa

b) no sentido de querer bem, ter afeto: usa-se com a preposição a.

Ex.: Quero muito aos meus primos.

14- Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com - VTI. Ex.: Sempre simpatizei com você.

15 – Visar

a) no sentido de mirar ou dar visto: sem preposição – VTD.

(23)

Ex.: Visou o alvo com precisão.

Ex.: Visaram os cheques.

b) no sentido de objetivar: preposição a – VTI. Para o CEBRASPE também pode ser VTD, pois a banca adota o dicionário de regência do Celso Pedro Luft.

Ex.: Viso a uma nova vida.

Aula 5. Crase;

A palavra crase provém do grego Krasis e significa “fusão”, “junção”. Em português, ocorre a crase com as vogais idênticas a + a. Tal fusão é indicada por meio do acento grave (à). Pode ocorrer a fusão da preposição a com: artigo feminino (a / as), pronomes (aquele (s)/ aquelas (s)/

aquilo), pronome relativo (a qual/ as quais) ou com os demonstrativos (a / as = aquela/ aquelas).

prep. art. prep. art.

Fui a + a feira. Retornamos a + as praias.

Fui à feira. Retornamos às praias.

Fui a + aquele lugar.

Fui àquele lugar.

Regra geral.

Haverá crase sempre que o termo anterior exigir a preposição “a” e o termo posterior admitir o artigo “a” ou “as”.

Eu me referi a + a diretora.

Eu me referi à diretora.

Alguns casos merecem destaque:

1. A crase obviamente “não” ocorre diante de palavras que não podem ser precedidas de artigo feminino. É o caso:

a) dos substantivos masculinos:

Andamos a cavalo.

Íamos a pé.

b) dos verbos no infinitivo:

Não tenho nada a declarar.

(24)

Começamos a sofrer.

c) da maioria dos pronomes:

Entreguei a Vossa Excelência.

Diga a ela.

OPA: Alguns pronomes admitem artigos, como: senhora, dona, mesma, própria, senhorita e madame (e também outra e outras).

Com isso, poderá ocorrer crase.

Ex.: Estou-me referindo à mesma pessoa.

(ao mesmo homem)

d) de palavras femininas “no plural” precedidas de um a:

Dirigi-me a pessoas desconhecidas.

OPA: Nesses casos, o a é preposição, e os substantivos estão sendo usados em sentido genérico. Quando são usados em sentido específico, os substantivos passam a ser precedidos do artigo as;

ocorrerá então, a crase:

Ex.: Você está se referindo a vidas humanas?

Você está se referindo às vidas de nossos companheiros?

e) Não ocorre crase nas expressões formadas por palavras repetidas femininas ou masculinas:

Cara a cara / Gota a gota / Dia a dia

2. Com as expressões adverbiais de lugar, deve-se fazer a verificação da ocorrência por meio da troca do termo regente:

Ex.: Vou à Bahia. Vim da Bahia. / Estou na Bahia.

Vou a Fortaleza. Vim de Fortaleza. / Estou em Fortaleza.

OPA: Merecem destaque as palavras casa (no sentido de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme) que só admitirão crase, se estiverem especificadas.

Ex.: Cheguei a casa. / Cheguei à casa das minhas primas.

A tripulação da GOL desceu a terra. / A aeromoça da GOL chegou à terra de seus tios.

3. O acento grave, indicativo de crase, é usado nas expressões adverbiais e nas locuções prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas.

(25)

à tarde à proporção que à força de

à toa à procura de às escondidas

à noite à direita às ordens

1º OPA: Incluem-se nessas expressões as indicações de horas especificadas: à meia-noite, às duas horas, às três e quarenta.

2º OPA: Merece destaque a expressão “à moda de”, que pode estar subentendida:

Ex.: Você fez um gol à (moda de) Pelé.

4. A crase é FACULTATIVA diante dos nomes próprios femininos, e após a preposição “até” que antecede substantivos femininos, e ainda, no caso dos pronomes possessivos femininos.

Ex.: Dei um recado a Atadolfa. Dei um recado a Atadolfo.

Dei um recado à Atadolfa. Dei um recado ao Atadolfo.

Vou até a praia. Vou até o parque.

Vou até à praia. Vou até ao parque.

Refiro-me a minha amiga. Refiro-me a meu amigo.

Refiro-me à minha amiga. Refiro-me ao meu amigo.

Aula 6. Tipos de Sujeito,

Concordância Verbal e Nominal;

I. CONCORDÂNCIA NOMINAL

É o estudo das relações sintáticas existentes entre um núcleo (de natureza substantiva) e seus determinantes.

MEU --- > CÃO < --- BRAVO

MEUS --- > CÃES <--- BRAVOS

Principais casos de Concordância Nominal:

1. Adjetivo após vários substantivos:

a) mesmo gênero – O adjetivo vai para o plural ou concorda com o último substantivo

Ex: Casa e igreja antigas (concordância gramatical)

(26)

Casa e igreja antiga (concordância atrativa)

b) gêneros diferentes – O adjetivo concorda com o último ou vai para o plural Ex: Prédio e casa antiga

Prédio e casa antigos (o gênero masculino prevalece)

2. Adjetivo antes de vários substantivos A concordância só poderá ser atrativa Ex: Longa novela e filme.

3. Mesmo

a) Quando pronome, concorda com o substantivo (= próprias) Elas mesmas irão lá.

b) Quando advérbio, é invariável (= realmente; de fato) Elas irão mesmo lá.

4. Anexo

É adjetivo. Logo, concorda com o substantivo ao qual se refere.

Ex: As cartas estão anexas ao contrato.

Opa! A locução adverbial EM ANEXO é invariável. Ela é repudiada pelos gramáticos, mas não podemos ignorá-la.

As cartas estão em anexo.

Seguem em anexo os documentos.

5. Bastante

a) Quando pronome indefinido, variável (referindo-se a substantivo) Ex: Eles fizeram bastantes críticas ao projeto

b) Quando advérbio, invariável (referindo-se a verbo, advérbio ou adjetivo) Ex: Eles estudaram bastante.

Eles chegaram bastante tarde.

Eles permanecem bastante irritados.

6. Meio

a) Quando numeral, concorda com a palavra à qual se refere. (= metade) O alcoólatra só bebeu meia garrafa

b) Quando advérbio, invariável. (=mais ou menos) A criança ficou meio cansada.

(27)

7. É bom/ é proibido/ é necessário + substantivo

a) Se o substantivo está acompanhado de determinante (artigo ou pronome)

→ bom, necessário, proibido e outros adjetivos concordam com o substantivo.

Ex: É permitida a entrada de crianças. / A cerveja é gostosa.

b) Se o substantivo NÃO está acompanhado de determinante (artigo ou pronome) → bom, necessário, proibido e outros adjetivos ficam no masculino e singular.

Ex: É permitido entrada de crianças Cerveja é gostoso.

II. CONCORDÂNCIA VERBAL

É o estudo das relações sintáticas existentes entre o verbo e o seu sujeito.

1. REGRA GERAL – O verbo concorda com o núcleo do sujeito.

Ex: A flor murchou. As flores murcharam.

Surgiu uma dúvida. Surgiram várias dúvidas.

2. SUJEITO COMPOSTO

Antes do verbo → verbo no plural.

Ex: Céu e terra passarão

Depois do verbo → verbo no plural ou concorda com o primeiro.

Ex: Sabes/Sabemos tu e eu. Cansei/Cansamos eu e ela.

Com núcleos ligados por ou → verbo no plural (exceto se houver exclusão) Ex: Aída ou Eva estão em casa? Um ou outro ficará na chefia.

3. SER

a) hora, data, distância → verbo concorda com o número seguinte.

Ex: É uma hora. São 3 de maio. Da porta à rua são dez metros.

b) quantidade (muito pouco) → verbo no singular.

Ex: Dois minutos é pouco tempo. Dois quilos foi demais.

4. EXPRESSÕES COLETIVAS

Coletivo + plural → verbo no singular.

Ex: Um enxame de abelhas africanas aterrorizou a cidade.

A maioria de, a maior parte de + plural → verbo no sing./plural.

Ex: A maior parte das mulheres protestou/protestaram.

(28)

5. MAIS DE, MENOS DE, CERCA DE Verbo concorda com número seguinte.

Ex: Mais de um bar fechou. Cerca de cem bares fecharam.

6. VERBOS IMPESSOAIS

6.1 – Haver no sentido de existir, ocorrer e acontecer.

Ex: Haverá dúvidas em concordância.

6.2 – Verbos que expressam fenômenos da natureza em sentido denotativo (real).

Ex: Choverá muitos dias seguidos (sentido real)

Opa! Em sentido figurado, há sujeito.

Ex: Choverão muitos exercícios. (sentido figurado)/ Choveram granizos no sul. (Catacrese)

6.3 – Fazer: indicando tempo transcorrido ou clima Ex: Faziam dez dias que eu não te via (erro!) Fazia dez dias...(certo)

Fará dez dias de calor. (certo)

7. PRONOME APASSIVADOR “SE”

Vale a regra geral: verbo concorda com sujeito Ex: A lei é cumprida./ Cumpre-se a lei

As leis são cumpridas./ Cumprem-se as leis.

8. QUEM e QUE

Sou eu quem → verbo concorda com quem ou seu antecedente.

Ex: És tu quem faz/fazes. Fomos nós quem venceu/vencemos.

Sou eu que → verbo concorda com antecedente de que.

Ex: És tu que fazes. Fomos nós que vencemos.

Aula 7. Pontuação, Colocação

Pronominal;

(29)

USO DA VÍRGULA

- Dentro de uma oração:

1 - É recomendável o uso da vírgula

a) Para separar termos de idêntica função (coordenados)

Ex: Escolheram um garoto-propaganda feio, atrapalhado, desajeitado, carente.

Bois, cavalos, bezerros e vacas vivem em harmonia aqui.

Opa! Quando ligados por E, não se usa vírgula.

Ex: Pedro estuda e trabalha.

b) Nas indicações de local e data

Ex: Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2019.

c) A vírgula separa o adjunto adverbial deslocado do seu lugar normal

Ex: Na virada do século, a operária Luiza trabalhava na fábrica têxtil Bangu.

Opa! Quanto maior a extensão, maior a obrigatoriedade em isolar o adjunto adverbial por vírgula para a gramática tradicional. Contudo, para o CESPE o adjunto adverbial deslocado com 3 ou mais palavras tem vírgula obrigatória e para a FCC o tamanho do adjunto adverbial deslocado não importa. A FCC considera a vírgula facultativa sempre nesses casos.

Ex: Ontem, (facultativa para qualquer banca) estudei Direito Administrativo.

Na semana passada, (Facultativa para banca FCC e obrigatória para banca CESPE) estudei Direito Constitucional.

d) Para isolar o Objeto pleonástico (enfático) Ex: Esse dinheiro, nunca vou voltar a vê-lo.

e) Para isolar o vocativo Ex: Mãe, acabei!

f) Para isolar certos tipos de aposto (sobretudo o explicativo) Ex: A minha espingarda, a melhor do mundo, nunca falha.

(30)

g) Para indicar a elipse do verbo

Dizem que os homens decidem com o cérebro; as mulheres, com o coração.

h) Para isolar palavras e expressões intercaladas que servem para resumir, incluir, excluir, retificar, exemplificar.

Ex: Esse caso, por exemplo, pode ser resolvido rapidamente.

Em suma, sua função era fazer comida.

i) Para separar, quando deslocadas, as conjunções adversativas (mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto) e as conclusivas (logo, portanto, pois, por conseguinte)

Ex: Tenho certeza; não darei, portanto, o braço a torcer.

O trabalho é árduo; ele, porém, não pára

2 - É proibido o uso da vírgula

a) Entre o sujeito e o verbo e entre o verbo e seu objeto.

Ex: Os índios, acreditaram, nos invasores. (errado) b) Entre o nome o seu adjunto adnominal.

Ex: A preocupação, do rapaz era enorme. (errado) c) Entre o nome e seu complemento nominal.

Ex: A rua é paralela, ao rio (errado)

- Entre orações

1 – Usa-se a vírgula para:

a) Para separar as orações coordenadas

Ex: Foi lá no porão, pegou três oitão, deu tiro na mão do próprio irmão.

b) Para separar a oração subordinada adjetiva explicativa Ex: João, que não se sentia bem, caiu no chão.

c) Para separar as orações subordinadas adverbiais deslocadas Ex: Quando meu time voltar a ganhar, eu compro a camisa.

USO DO PONTO E VÍRGULA

(31)

1 - Usa-se o ponto-e-vírgula para:

a) Separar orações que tenham vírgulas em seu interior.

Ex: Ela agia correto; ele, errado.

b) Separar os itens de uma enumeração:

Ex: O time estava escalado...

c) Para enfatizar ideias adversativas ou conclusivas Ex: Estudou; portanto mereceu.

USO DOS DOIS-PONTOS

1 – Usam-se dois pontos para:

a) Introduzir uma fala, uma citação

Ex: A manchete estampava: “a meninha morreu”

b) Anunciar uma enumeração

Ex: Três meninas elegantes: cobra, jacaré e elefante.

c) Introduzir um exemplo:

Ex: um monossílabo tônico: pé.

d) Anunciar um esclarecimento ou explicação de termo anteriormente dito:

Ex: Ele é impaciente: não sabe ouvir.

Colocação dos pronomes átonos.

Os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, lhes, me, te, se, nos, vos), como todos os outros monossílabos átonos, apoiam-se na tonicidade de alguma palavra próxima. Assim, esses pronomes podem ocupar três posições na oração: antes do verbo; no meio do verbo; depois do verbo.

a) antes do verbo: nesse caso, ocorre a próclise, e dizemos que o pronome

está proclítico:

Ex.: Nunca me revelaram os verdadeiros motivos.

b) no meio do verbo: nesse caso, ocorre a mesóclise, e dizemos que o pronome está mesoclítico. A mesóclise só é possível com o verbo no futuro

(32)

do presente ou no futuro do pretérito do indicativo:

Ex.: Revelar-te-ei os verdadeiros motivos.

Ex.: Revelar-me-iam os verdadeiros motivos.

c) depois do verbo: nesse caso, ocorre a ênclise, e dizemos que o pronome está enclítico:

Ex.: Revelaram-me os verdadeiros motivos.

Apresentamos, a seguir, algumas orientações acerca da colocação dos pronomes oblíquos átonos.

Ênclise

A ênclise ocorre normalmente:

a) com o verbo no início da frase.

Ex.: Comenta-se que ele deverá recebe o prêmio.

b) com o verbo no imperativo afirmativo.

Ex.: Alunos, apresentem-se ao diretor.

c) com o verbo no gerúndio.

Ex.: Modificou a frase, tornando-a ambígua.

Opa!!!

Caso o gerúndio venha precedido pela preposição em, ocorrerá a próclise.

Ex.: Em se tratando de cinema, prefiro filmes europeus.

d) com o verbo no infinitivo impessoal.

Ex.: Leia atentamente as questões antes de resolvê-las.

Próclise

A próclise ocorre geralmente em orações em que antes do verbo haja:

a) palavra de sentido negativo (não, nada, nunca, ninguém, etc.) Ex.: Nunca me convidam para festas.

b) conjunção subordinativa

Ex.: "Quando te encarei frente a frente não vi o meu rosto." (Caetano Veloso)

c) advérbio

Ex.: Assim se resolvem os problemas.

(33)

Opa! Caso haja pausa depois do advérbio (marcada na escrita por vírgula), ocorrerá a ênclise.

Ex.: Assim, resolvem-se os problemas.

d) pronome indefinido Ex.: Tudo se acaba na vida.

e) pronome relativo

Ex.: Não encontrei o caminho que me indicaram.

f) Ocorre também a próclise nas orações iniciadas por palavras interrogativas e exclamativas e nas orações optativas (orações que exprimem um desejo).

Ex.: Quem te disse que ele não viria? (oração iniciada por palavra interrogativa);

Ex.: Quanto me custa dizer a verdade! (oração iniciada por palavra exclamativa);

Ex.: Deus te proteja. (oração optativa).

g) Com o infinitivo flexionado precedido de preposição.

Ex.: Foram ajudados por nos trazerem até aqui.

h) Com formas verbais proparoxítonas.

Ex.: Nós lhes desobedecíamos sempre.

i) Com certas conjunções coordenativas aditivas e certas alternativas antes do verbo*

Ex.: Ora me ajuda, ora não me ajuda. / Não foi nem se lembrou de mim.

*nem, não só/apenas/somente...mas/como (também/ainda/senão)...,

tanto... quanto/como..., que, ou... ou, ora...ora, quer... quer..., já... já...

Mesóclise

A mesóclise só pode ocorrer quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo.

Ex.: Convidar-me-ão para a solenidade de posse da nova diretoria.

Ex.: Convidar-te-ia para viajar comigo, se pudesse.

Caso o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo venha precedido de alguma palavra que exija a próclise, esta será de rigor.

Ex.: Não me convidarão para a solenidade de posse da nova diretoria.

CASOS FACULTATIVOS

01. Pronomes demonstrativos antes do verbo sem palavra atrativa.*

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Ex.: Aquilo me deixou triste / Aquilo deixou-me triste. *este (e variações), isto; esse (e variações), isso; aquele (e variações), aquilo.

02. Conjunções coordenativas (exceto aquelas mencionadas nos casos de próclise) antes do verbo sem palavra atrativa.

Ex.: Ele chegou e dirigiu-se a mim. / Ele chegou e se dirigiu a mim. Corri atrás da bola, mas me escapou. / Corri atrás da bola, mas escapou- me.

03. Sujeito explícito com núcleo pronominal (pronome pessoal reto e

de tratamento) antes do verbo sem palavra atrativa.

Ex.: Eu te amo. / Eu amo-te. Sua Excelência se queixou de você. / Sua Excelência queixou-se de você. OPA! Com verbos monossilábicos, a eufonia ordena que se use a próclise, segundo o Gramático Manoel Pinto Ribeiro: “Eu a vi ontem, e não Eu vi-a ontem.”

04. Sujeito explícito com núcleo substantivo (ou numeral) antes do

verbo sem palavra atrativa.

Ex.: Camila te ama ou Camila ama-te. / Os três se amam ou Os três amam- se. OPA! Para banca IBFC nesse caso a ênclise é obrigatória. Portanto, caberia apenas a frase: Camila ama-te.

05. Infinitivo não flexionado precedido de “palavras atrativas” ou das

preposições “para, em, por, sem, de, até, a”.

Ex.: meu desejo era não o incomodar. / Meu desejo era não incomodá-lo.

Calei-me para não o contrariar. / Calei-me para não o contrariá-lo.

Corri para o defender. / Corri para defendê-lo. Acabou de se quebrar o painel.

/ Acabou de quebrar-se o painel. Sem lhe dar de comer, ele passará mal. / Sem dar-lhe de comer, ele passará mal. Até se formar, vai demorar muito.

/ Até formar-se, vai demorar muito. Erro agora em lhe permitir sair? / Erro agora em permitir-lhe sair? Por se fazer de bobo. Enganou a muitos. / Por fazer-se de bobo, enganou a muitos.

Colocação dos pronomes oblíquos átonos nas locuções verbais e nos tempos compostos

Nas locuções verbais em que o verbo principal está no infinitivo ou no gerúndio, o pronome oblíquo átono pode ser colocado, indiferentemente, depois do verbo auxiliar (com hífen), antes do principal (sem hífen) ou depois do verbo principal (com hífen).

Ex.: Quero-lhe apresentar os meus primos que vieram do interior.

Quero lhe apresentar os meus primos que vieram do interior.

Quero apresentar-lhe os meus primos que vieram do interior.

Ex.: Ia-lhe dizendo as razões da minha desistência.

Ia lhe dizendo as razões da minha desistência.

Ia dizendo-lhe as razões d a minha desistência.

(35)

Caso haja antes da locução verbal palavra que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ser colocado, indiferentemente, antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.

Ex.: Não lhe quero apresentar os meus primos que vieram do interior.

Não quero apresentar-lhe os meus primos que vieram do interior.

Nos tempos compostos e nas locuções verbais em que o verbo principal está no particípio, a colocação dos pronomes oblíquos átonos será feita sempre em relação ao verbo auxiliar e nunca em relação ao particípio, podendo ocorrer a próclise, a mesóclise ou a ênclise, conforme as orientações

apresentadas anteriormente.

Ex.: Havia-lhe contado os verdadeiros motivos da minha desistência.

Nunca o tinha visto antes.

Ter-lhe-ia procurado, se tivesse tempo.

Ex.: Ficou tímido, porque se sentiu rejeitado pelos colegas.

Se não o convidarem, sentir-se-á rejeitado pelos colegas.

Nas locuções verbais e nos tempos compostos, quando se coloca o pronome oblíquo átono depois do verbo auxiliar, pode-se usar o hífen ou não.

Ex.: Vou-te devolver o livro amanhã.

Vou te devolver o livro amanhã.

Aula 8. Período Composto por

Coordenação e Período Composto por Subordinação.

Como já sabemos, período é a frase organizada em orações.

Dependendo do número de orações que o compõem, o período pode ser simples ou composto.

Período Simples: é formado por uma única oração, organizada em torno de um verbo ou uma locução verbal.

Ex.: "Minha vida era um palco iluminado." (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa) Ex.: Amanhã poderá chover.

A oração que forma um período simples recebe o nome de oração absoluta.

Período composto: é formado por mais de uma oração. Dependendo de como as orações se relacionam, pode ser:

(36)

- composto por coordenação: é formado exclusivamente por orações coordenadas.

Ex.: No outro dia tomei o trem / , peguei no sono / e acordei na estação oração coord. assindética oração coord. assindética oração coordenada sindética aditiva

Ex.: Cheguei cedo ao teatro / , mas não arranjei um bom lugar.

oração coord. assindética oração coordenada sindética adversativa

- composto por subordinação: é formado de oração principal e oração(ões) subordinada(s) à principal.

Ex.: Um relance de olhos revelou-me / que sua fisionomia não era estranha.

oração principal oração subordinada

Ex.: Não conheço a pessoa / que ela estava procurando.

oração principal oração subordinada

I. Orações Coordenadas

Orações coordenadas são aquelas que, no período, não exercem função sintática umas em relação às outras. Uma oração coordenada, portanto, nunca será termo das outras coordenadas com as quais se relaciona.

Ex.: Acordei cedo / , tomei o café / , paguei a conta / e deixei o hotel.

oração coordenada oração coordenada oração coordenada oração coordenada Verifique que, no exemplo acima, temos quatro orações sintaticamente independentes; cada oração é, do ponto de vista sintático, uma unidade autônoma.

1. Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

As orações coordenadas sindéticas classificam-se, de acordo com a conjunção que as introduz, em: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

a) aditivas: exprimem ideia de soma, adição. As principais conjunções aditivas são: e, nem, mas também, mas ainda.

Ex.: Pedro estuda / e trabalha.

or. coord. assindética or. coord. sind. aditiva

b) adversativas: exprimem ideia de adversidade, oposição, contraste. As principais conjunções adversativas são: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.

Ex.: Pedro trabalha muito / , mas ganha pouco.

(37)

or. coord. Assindética or. coord. sind. adversativa

c) alternativas: exprimem ideia de alternância, escolha. Haverá alternância quando a ocorrência de um fato implicar a não ocorrência de outro. As principais conjunções alternativas são: ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, já...já, seja... seja.

Ex.: Venha agora / ou perderá a vez.

or. coord. assindética or. coord. sind. alternativa

d) conclusivas: exprimem ideia de conclusão. As principais conjunções conclusivas são: logo, portanto, então, pois (posposto ao verbo).

Ex.: As árvores balançam / , logo está ventando.

or. coord. Assindética or. coord. sind. Conclusiva

e) explicativas: exprimem idéia de explicação, justificação, confirmação. As principais conjunções explicativas são: pois (anteposto ao verbo), porque, que.

Ex.: Venha imediatamente / , pois sua presença é indispensável.

or. assindética or. coord. sind. Explicativa

2. O papel das conjunções

Como já foi dito no em Conjunção, é fundamental notar que o contexto determina o tipo de relação estabelecido pela conjunção, pois uma mesma conjunção pode estabelecer relações diferentes entre orações.

a) Pedro trabalha de dia e estuda à noite.

b) Pedro queria viajar nas férias e não podia.

c) Siga este conselho e terá sucesso.

Observe que, em a, a conjunção e estabelece relação de adição entre as duas orações. Já em b e c essa mesma conjunção assume outros matizes, indicando adversidade e explicação, respectivamente. As frases b e c equivalem, respectivamente, a:

Pedro queria viajar nas férias, mas não podia.

Siga este conselho, pois terá sucesso.

3. Orações Intercaladas

(38)

Orações intercaladas (também conhecidas como orações interferentes) são orações independentes que não pertencem à sequência do período.

As orações intercaladas são utilizadas para um esclarecimento, um aparte, uma citação.

Ex.: Eu - retrucou o advogado - não concordo.

oração intercalada

Ex.: "- Tem razão, Capitu / , concordou o agregado./ Você não imagina como a Bíblia é cheia de expressões cruas e grosseiras." (Machado de Assis)

As orações intercaladas vêm separadas por vírgula ou travessões.

Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração.

II. Orações Subordinadas

No período composto, as orações se relacionam de tal modo que umas podem exercer funções sintáticas em relação a outras. Toda oração que exerce uma função sintática em relação à outra denomina-se oração subordinada. As orações subordinadas, conforme a função sintática que exerçam, classificam- se em substantivas, adjetivas ou adverbiais.

a) substantivas: exercem as funções próprias de um substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal e aposto).

As subordinadas substantivas são introduzidas, em geral, pelas conjunções integrantes que e se, as quais não desempenham nenhuma função sintática.

b) adjetivas: exercem a função sintática de adjunto adnominal, comumente exercida pelo adjetivo. As subordinadas adjetivas são introduzidas por pronomes relativos - que, quem, quanto, como, onde cujo (e flexões), o qual (e flexões). Os pronomes relativos desempenham diferentes funções sintáticas na oração por eles introduzida.

c) adverbiais: exercem a função sintática de adjunto adverbial, característica do advérbio. As subordinadas adverbiais são introduzidas pelas conjunções subordinativas (exceto as integrantes) e exprimem circunstâncias de tempo, consequência, causa, comparação, concessão, proporção, condição, conformidade e finalidade. Tais conjunções não desempenham função sintática.

1. Orações Subordinadas Substantivas

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As orações subordinadas substantivas, conforme a função sintática que desempenham, classificam-se em subjetivas, objetivas diretas,objetivas indiretas, predicativas, completivas nominais ou apositivas.

a) subjetivas: exercem a função de sujeito do verbo da oração principal.

I: Seu casamento / é urgente.

sujeito

II: Que você case / é urgente.

or. subord. subst. subjetiva or. principal

No exemplo I, em que temos um período simples, o núcleo do sujeito é representado por um substantivo - casamento. No exemplo II, um período composto formado de duas orações, o sujeito da oração principal é representado por uma oração - que você case - que exerce a mesma função sintática do substantivo casamento no exemplo I. A essa oração, que exerce a função sintática de sujeito de outra oração, dá-se o nome de oração subordinada substantiva subjetiva:

-oração subordinada, por quê?

Porque exerce uma função sintática subordina-se a outra - substantiva, por quê?

Porque exerce uma função própria do substantivo - subjetiva, por quê?

Porque exerce a função sintática de sujeito da oração principal

Note as ocorrências mais frequentes de orações subordinadas substantivas subjetivas:

Ex.: É provável/ que ele chegue ainda hoje.

Ex.: Convém / que ele chegue ainda hoje.

Ex.: Conta-se / que ele chegará ainda hoje.

Or. Principal Or. Sub. Substantiva Subjetiva

OPA! Quando há oração subordinada substantiva subjetiva, a oração principal apresenta o verbo na terceira pessoa do singular e não possui sujeito nela mesma.

b) objetivas diretas: exercem a função sintática de objeto direto do verbo da oração principal:

Ex.: Espero / que você case.

Ex.: Desejo / que ele volte.

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or. principal or. subord. subst. objetiva direta

c) objetivas indiretas: exercem a função sintática de objeto indireto do verbo da oração principal.

Ex.: Necessitávamos / de que nos ajudassem.

Ex.: Gostaria / de que todos me apoiassem.

or. principal or. subord. subst. objetiva indireta

Nesses exemplos os verbos da oração principal exigem uma preposição, a qual antecede a conjunção integrante.

d) predicativas: desempenham a função sintática de predicativo do sujeito da oração principal.

Ex.: Meu maior desejo era / que todos voltassem.

Ex.: Minha esperança é / que sejas feliz.

or. principal or. subord. subst. predicativa

Observe a presença do verbo de ligação na oração principal.

e) completivas nominais: exercem a função sintática de complemento de um nome da oração principal.

Ex.: Tenho medo / de que me traias.

Ex.: Sou favorável / a que o condenem.

or. principal or. subord. subst. completiva nominal

Observe que as completivas nominais (assim como o complemento nominal) se ligam ao nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) por meio de preposição.

f) apositivas: desempenham a função sintática de aposto de um nome da oração principal.

Ex.: Desejo uma coisa: / que sejas feliz.

Ex.: Espero sinceramente isto:/ que vocês não faltem mais.

Or. Principal or. subord. subst. apositiva

Note que, assim como no caso do aposto, as orações apositivas separam-se da principal por sinal de pontuação.

Referências

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