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REGIME LEGAL DE BENS: ESTUDO SOBRE A OPÇÃO LEGISLATIVA

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC/SP

YARA DIWONKO BRASIL CHAVES

REGIME LEGAL DE BENS:

ESTUDO SOBRE A OPÇÃO LEGISLATIVA

MESTRADO EM DIREITO CIVIL COMPARADO

(2)

PONTIFÍCIA  UNIVERSIDADE  CATÓLICA  DE  SÃO  PAULO  

PUC/SP  

 

 

YARA  DIWONKO  BRASIL  CHAVES  

 

   

REGIME  LEGAL  DE  BENS:    

ESTUDO  SOBRE  A  OPÇÃO  LEGISLATIVA

 

 

 

 

 

 

MESTRADO  EM  DIREITO  CIVIL  COMPARADO  

 

 

 

 

 

 

 

 

SÃO  PAULO  

(3)

YARA  DIWONKO  BRASIL  CHAVES  

 

 

 

 

 

 

 

REGIME  LEGAL  DE  BENS:    

ESTUDO  SOBRE  A  OPÇÃO  LEGISLATIVA  

 

 

 

 

Dissertação   apresentada   à   Banca   Examinadora   da   Pontifícia   Universidade   Católica   de   São   Paulo,   como  exigência  parcial  para  obtenç  ão   do   título   de   MESTRE   em   direito   na   subárea   do   direito   civil   comparado,   sob   a   orientação   da   Professora   Doutora  MARIA  HELENA  DINIZ.  

 

 

 

PUC/SP  

SÃO  PAULO  

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Banca  Examinadora  

 

 

 

 

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Dedico   todo   meu   esforço   ao   merecimento  do  orgulho  de  meu   marido   Carlos   Fernando   e   de   meu   filho   Carlos   Henrique,   luz   da  minha  vida.  

(6)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Agradeço  a  oportunidade  de  ser   aceita   como   discípula   de   tão   grande  mestre,    

MARIA  HELENA  DINIZ,  

(7)

Resumo

O regime patrimonial escolhido para vigorar entre os cônjuges implica inúmeras consequências na administração dos bens e nas relações familiares do casal. O presente estudo tem por finalidade precípua avaliar os elementos e conjecturas econômicas, jurídicas e sociais que levaram a legislação pátria a optar pelo regime da comunhão parcial de bens como regime legal ou supletivo, aplicado às situações em que os nubentes não realizam escritura de pacto antenupcial com regime diverso do estabelecido para vigorar no casamento.

A abordagem de direito comparado, nesse caminho estreito, aparece como ferramenta necessária para a compreensão da opção legislativa. Reflexões acerca da evolução histórica do instituto e dos intensos debates promovidos na doutrina e na jurisprudência após a edição da Lei 6515, de 26 de dezembro de 1977, também auxiliam na tarefa de tornar mais efetiva a análise pretendida.

O estudo do regime patrimonial é ferramenta para a resolução de questões cada vez mais intrincadas, suscitadas pela contínua evolução do mundo negocial e por uma sociedade cada vez mais múltipla de relacionamentos, objetivos e interesses.

(8)

Abstract

The property regime chosen to apply between spouses implies several consequences in the administration of property and family relations ships. This study is primarily designed to evaluate the elements and conjecture economic, legal and social legislation that led to the country to choose the regime of partial community property as statutory or supplementary, applied to situations where the spouses do not realize deed of prenuptial agreement with arrangements other than marriage set to take effect.

The agreament of comparative law, in this narrow way, appears as a necessary tool for understanding the legislative option. Reflections on the historical evolution of the institute and the intense debates taking place in the doctrine and case law after the enactment of Law 6515 of December 26, 1977, also assist in the task of making more effective the analysis desired.

The study of property regime is a tool to solve increasingly intricate issues, raised by the continuous evolution of the world and busnises a society increasingly multiple relationships, goals and interests.

(9)

Prefácio

De todos os ramos, o direito civil é o que mais se aproxima do ser humano individualmente. Todas as relações pessoais passam pelos liames da lei civil. Do nascimento às disposições post mortem, tudo encontra regulamentação.

Dentre esse arcabouço de regras, alguns institutos são mais dispositivos, permitindo que a pessoa tenha uma maior liberdade de escolha, e outros são mais cogentes, colocando requisitos a serem observados sob pena de nulidade ou anulação do ato.

O casamento figura nessa segunda ordem. Carecedor de inúmeros rituais, imprescinde que todos sejam cumpridos e nos prazos estabelecidos para conferir validade.

A alegria que o casamento traz a vida de uma pessoa torna esse tema de direito civil especial. E, justamente, por isso fomos levados a abordá-lo.

O instituto do casamento, todavia, é por demais amplo. Poderíamos tratar da pompa nupcial, dos efeitos pessoais, das repercussões a terceiros ou de qualquer outro ponto polêmico do assunto.

(10)

Nessas linhas sobre regimes patrimoniais, serão encontrados capítulos mais voltados ao regime legal. A opção legislativa foi o objeto de análise desse trabalho. A divisão interna vem apresentada de modo a elucidar conceitos gerais de casamento e regime de bens, para depois especular o tema propriamente dito.

Vários foram os pontos de dificuldade para sua elaboração, estando entre os principais a localização de autores, principalmente de literatura comparada, para traçar paralelos com o modelo de regime de bens desenvolvido no Brasil.

Independente do resultado prático em virtude deste estudo, postulamos aqui o enorme prazer em poder nos debruçar sobre esse tema e traçar algumas considerações.

Dividimos o mesmo sentimento de CUNHA GONÇALVES ao dizer que o desenvolvimento de um pensamento prima pela “satisfação da minha constante ânsia de saber e à defesa das minhas idéias pessoais. Escrever conscienciosamente sôbre qualquer assunto é um processo de melhor o aprender.”1

Imprescindível será a contribuição da comunidade jurídica. Dessa forma, “tem-se de apontar o que se diz e está errado; e chamar-se atenção para os que, com seu gênio, descobriram, ou, com o valor das suas convicções, sustentaram a verdade.”2

                                                                                                               

1  Luis  da  Cunha  Gonçalves.  Tratado  de  direito  civil.  São  Paulo:  Max  Limonad,  vol  I,   t.  I,  p.  13.  

(11)

Assim, são as questões fundamentais do regime da comunhão parcial de bens, apresentado como regime legal, o elemento central desse estudo. Alguns dos entendimentos divergentes sobre esta temática encontram-se neste trabalho, juntamente com reflexões apoiadas em doutrinas clássicas e atuais, nacionais e estrangeiras, no sentido de buscar caminhos e soluções que melhor esclareçam a temática.

YARA DIWONKO BRASIL CHAVES

(12)

ÍNDICE

Resumo……….….……….I

Abstract………...VI

Prefácio………..VII

CAPÍTULO 1 – DO CASAMENTO... 14  

1.   Definições  de  casamento... 14  

2.   Teorias  sobre  o  casamento ... 17  

3.   Casamento  civil  e  religioso  no  Brasil ... 22  

4.   Interesse  do  Estado ... 32  

CAPÍTULO 2 – REGIMES DE BENS: NOÇÕES GERAIS... 38  

1.   Regimes  existentes  no  sistema  pátrio ... 38  

1.1   Pacto antenupcial... 43  

1.2   Mutabilidade de regimes... 47  

1.3   Comunhão universal de bens... 52  

1.4   Comunhão parcial de bens... 57  

1.5 Separação de bens... 62  

1.6 Participação final nos aquestos... 66  

2.   Efeitos  pessoais  do  casamento ... 71  

2.1   Direitos e deveres de ambos os cônjuges... 71  

2.2   Igualdade de direitos e obrigações entre homem e mulher... 77  

2.3   Direitos e deveres dos pais para com os filhos... 79  

3.   Capacidade  para  casar  e  escolher  o  regime  de  bens ... 82  

4.   Atuação  do  oficial  de  registro  civil  das  pessoas  naturais... 86  

CAPÍTULO 3 – REGIME LEGAL: estudo sobre a opção legislativa... 90  

1.   Regime  legal  de  bens  no  direito  brasileiro... 93  

2.   Regime  legal  para  o  Código  Civil  de  1916... 94  

3.   Lei  do  divórcio  n.  6.515/77  –  artigo  50 ... 100  

(13)

5.   Necessidade  de  escritura  pública... 105  

6.   Bens  excluídos  da  comunhão,  reservados,  particulares  ou  incomunicáveis... 109  

7.   Bens  comunicáveis  ou  aquestos... 118  

8.   Administração  dos  bens  e  dívidas... 121  

9.   Término  do  regime ... 125  

CAPÍTULO 4 – ASPECTOS POLÊMICOS SOBRE O REGIME LEGAL... 133  

1.   Causas  suspensivas:  regime  legal  ou  obrigatório?... 133  

2.   Regime  legal  na  união  estável... 139  

3.   Compra  e  venda:  necessidade  de  vênia  conjugal... 142  

4.   Repercussão  do  regime  legal  matrimonial  de  bens  no  direito  de  empresa... 145  

5.   Separação  obrigatória  para  maiores  de  setenta  anos ... 148  

CAPÍTULO 5 – SUGESTÕES DE LEGE FERENDA... 153  

1.   Término  da  sociedade  conjugal  por  união  estável... 153  

2.   O  casamento  de  septuagenário  e  a  separação  obrigatória  de  bens... 155  

3.   O  salário  como  um  bem  comunicável... 157  

4.   Acessões:  bens  comuns  ou  reservados ... 158  

5.   Rito  para  união  estável  entre  pessoas  do  mesmo  sexo... 159  

6.   Repercussão  da  Súmula  377  do  STF  no  Código  Civil  de  2002 ... 161  

7.   Separação  absoluta:  discussão  do  artigo  1647,  do  Código  Civil... 162  

CAPÍTULO 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS... 164  

APÊNDICE... 167  

1.   Pacto  antenupcial  –  comunhão  universal  de  bens. ... 167  

2.   Pacto  antenupcial  –  separação  absoluta  de  bens. ... 169  

3.   Pacto  antenupcial  –  comunhão  parcial  de  bens. ... 171  

4.   Pacto  antenupcial  –  participação  final  nos  aquestos. ... 173  

5.   Requerimento  para  registro  de  pacto  antenupcial... 175  

6.   Escritura  pública  de  declaração  de  união  estável. ... 177  

7.   Escritura  pública  de  dissolução  de  união  estável... 179  

(14)

9.   Escritura  pública  de  inventário  –  casamento... 187  

10.   Escritura  pública  de  declaração  de  união  estável  entre  pessoas  do  mesmo  sexo.   193   11.   Escritura  pública  de  reconhecimento  de  união  estável  de  pessoa  maior  de  70  anos.   195   12.   Escritura  pública  de  venda  e  compra:  necessidade  de  vênia  conjugal. ... 197  

13.   Escritura  pública  de  venda  e  compra:  separação  absoluta  de  bens... 201  

14.   Escritura  pública  de  restabelecimento  de  sociedade  conjugal... 205  

(15)

CAPÍTULO 1 – DO CASAMENTO

1. Definições de casamento

“As definições de casamento têm, como se vê,

a natureza incerta e temporária de tôdas as

coisas sociais. O seu fim deve ser o de

caracterizar o seu tempo, e nada mais. Tempo

e lugar. Não há conceito a priore de

casamento, que valha para todos os tempos e

para todos os povos. Tão-pouco, em direito

comparado, os elementos comuns podem ir

além de simples alusão à instituição”.1

(PONTES DE MIRANDA)

Dentre as mais antigas definições de casamento figura a de

MODESTINO: “matrimônio é a união do homem e da mulher, implicando

igualdade de vida e comunhão de direitos divinos e humanos”.2

Igualmente famosa, a definição de ULPIANO pode ser encontrada nas

Institutas de Justiniano “nuptiae autem sine matrimonium est viri et mulieris

coniunctio individuam vitae consuetudinem continens”.3

                                                                                                               

1

Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda. Tratado de direito privado, Rio de Janeiro: Editor Borsoi, 1974, t. 7, p. 209.

2

nuptiae sunt coniunctio maris et feminae, consortium omnis vitae, divini et humani iuris communicatio”. Digesto, Livro 23, Tít. II, fr. I, apud, Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda. Tratado de direito privado, cit., t. 7, p. 202.

3

(16)

No direito canônico, a definição que ganhou maior destaque foi a

conferida pelo Concílio de Trento, pela qual o casamento é a “união conjugal do

homem e da mulher, que se contrata entre pessoas capazes segundo as leis, e que

se obriga a viver inseparavelmente, isto é, em perfeita união com a outra”.4

Essa definição mostra um caráter contratual do casamento. Os canonistas

reconheciam três aspectos do matrimônio: o dever de natureza ou officium

naturae, cuja finalidade é a procriação; o elemento civil, conferidor de efeitos

exteriores na sociedade civil; e o elemento religioso, composto pelo sacramento.

O casamento, dessa maneira, pode ser analisado sob esses três enfoques:

fato natural, para a perpetuação da espécie (duo in carne una); fato religioso,

com peso social e composto por diversas solenidades; fato jurídico, de acordo

com as regras de direito, formando um contrato entre as partes.

Ocorre que esse contrato de direito canônico não se confunde com aqueles

regidos pelo direito das obrigações. O casamento é um contrato-sacramento,

pois representa a União de Cristo com a humanidade e, como é indissolúvel essa

União, há de ser indissolúvel a imagem dela.5

Assim, no período em que não era admitida a dissolução do casamento,

antes de 1977, a explicação dada era de que a lei, por influência da religião,

conservava o caráter de sacramento.

No direito brasileiro, LAFAYETTE definiu: “O casamento é um ato

                                                                                                               

4

matrimonium est viri, mulierisque maritalis coniunctio inter legitimas personas individuam vitae consuetudinem retinens”. Abbé André. Droit canonique, II, 500, apud, Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda. Tratado de direito privado, cit., t. 7, p. 203.

5

(17)

solene pelo qual duas pessoas de sexos diferentes se unem para sempre, sob

promessa recíproca de fidelidade no amor e da mais estreita comunhão de vida”.

Caracteriza-se aí a solenidade do ato e indissolubilidade do vínculo. No

mesmo sentido BEVILÁQUA, também traz a ideia de indissolubilidade do

vínculo, “O casamento é a regulamentação social do instinto de reprodução,

trabalhada de um modo lento, através de muitas e diversíssimas vicissitudes, até

à acentuação de sua forma vigente entre os povos ocultos”.6

Entre os defensores do casamento, temos LAURENT, para o qual o

instituto é verdadeiro fundamento da sociedade, base da moralidade pública e

privada. Em GOETHE temos o casamento como a base e o coroamento de toda

cultura.

Mas também existem aqueles que o adversam. Entre os depreciadores,

encontra-se a crítica de SCHOPENHAUER, para o qual casar é perder metade

de seus direitos e, ao mesmo tempo, duplicar seus deveres. E para ALDOUS

HUXLEY ele não passa de um pacto inoportuno e obsceno.

KANT assinala que o casamento traz no amor físico sua única finalidade,

sendo a união de duas pessoas de sexos diferentes para a posse mútua, durante

toda a vida, de suas faculdades sexuais.

O casamento é, provavelmente, o instituto mais discutido de todo direito

privado. Nasce do conceito de casamento a idéia de família, pois que são

assuntos intimamente ligados.

                                                                                                               

6

(18)

Família na visão de ENNECCERUS, KIPP E WOLFF é abordada como o

um conjunto de pessoas que se encontram ligadas pelo parentesco e pelo

casamento. Assim, o casamento é, portanto, instituto formador da família.

Nosso direito não atribui personalidade jurídica à família, mas ao

contrário do Código de Napoleão, deu especial atenção ao instituto

principalmente quando no artigo 226, parágrafos 3° a 8°, da Constituição

Federal tratou de “entidade familiar”, “planejamento familiar” e “assistência

direta à família”.

Nesse sentido, o projeto de lei 674, de 2007, que dispõe sobre o estatuto

das famílias prevê em seu artigo 20, a seguinte definição de casamento: “O

casamento é civil e produz efeitos a partir do momento em que homem e mulher

manifestam a vontade de estabelecer o vínculo conjugal e a autoridade os

declara casados.”

Como se vê, a absoluta maioria das definições existentes acerca do

casamento reconhece a inabalável importância do instituto na ciência jurídica,

além de algumas importantes características diferenciadoras de sua abrangência

e de seu conteúdo frente ao direito puramente obrigacional.

2. Teorias sobre o casamento

Bastante controverso é o tema que trata sobre a natureza jurídica do

casamento. À guisa de intróito, exsurgem, na maioria dos estudos, três teorias:

(19)

As primeiras observações que motivaram o nascedouro de tais teorias são

encontradas na linha de pensamento adotada pela Igreja. Nos ensinamentos de

PONTES DE MIRANDA, “a doutrina tradicional da Igreja Católica considerou

o casamento como contrato que se eleva à dignidade de sacramento; portanto, é

doutrina do contrato sacramento”.7

VENOSA também afirma que “para o Direito Canônico, o casamento é

um sacramento e também um contrato natural, decorrente da natureza humana.

Os direitos e deveres que dele derivam estão fixados na natureza e não podem

ser alterados nem pelas partes nem pela autoridade, sendo perpétuo e

indissolúvel”.8

A teoria contratualista foi adotada pelo “racionalismo jusnaturalista do

século XVIII. Penetrou no Código Francês em 1804, seduziu a Escola Exegética

do século XIX, e sobrevive na doutrina civilista do século XX”.9 Assim, o

Cânon 1.012 “Christus Dominus ad sacramenti dignitatem evexit ipsum

contractum matrimonialem inter baptizatos”10, denota a origem dessa

concepção.

Nessa senda, considerando o casamento “em termos confessionais, a

Igreja Católica define-o como sacramento instituído por Jesus Cristo, e nesta

dignidade o trata. Como tal, dotado de indissolubilidade, passou o matrimônio

por fases diversas na doutrina canônica, de que ressalta a regulamentação

provinda do Concílio de Trento (1563), adotada e seguida no Brasil em virtude e

por força das Constituições do Arcebispado da Bahia”.11

                                                                                                               

7

Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda. Tratado de direito privado, cit., T. 7, p. 205. 8

Sílvio de Salvo Venosa. Direito civil, cit., p. 28. 9

Maria Helena Diniz. Curso de direito civil brasileiro, cit., p. 40. 10

Maria Helena Diniz. Curso de direito civil brasileiro, cit., p. 40. 11

(20)

Jamais deve-se perder de vista a origem do matrimônio. Apesar do

casamento ganhar validade com a cerimônia civil e respectivo registro em

cartório, a cerimônia religiosa ainda atrai muitos adeptos e foi precursora do

instituto.

A impossibilidade de separação e divórcio até recente data advém desse

respeito católico à união feita perante Deus. O que Deus uniu o homem não

separa. Somente após anos de discussão, o legislador, por meio da Lei n.

6.515/77, conseguiu promover formas de dissolução da união conjugal.

Dado o fato da teoria contratualista estar tão arraigada na noção do

casamento, uma parte significativa da doutrina entende o casamento como um

contrato. São adeptos dessa teoria: Pontes de Miranda, Caio Mário da Silva

Pereira, Degni, Espínola, Orlando Gomes, Venzi, Paulo Lins e Silva”.12

Esse contrato, todavia, é um contrato especial, pois apesar de precisar do

acordo de vontades das partes, não se permite dispor sobre qualquer coisa por

causa das relações específicas que são criadas a partir dele.

Fica no entremeio do direito público e do direito privado, uma vez que ao

mesmo tempo que se permite aderir ou não a esse contrato, não se permite

regular sobre questões pessoais, como por exemplo guarda de futura prole.

CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA preleciona que “o que se deve

entender, ao assegurar a natureza do matrimônio, é que se trata de um contrato

especial, dotado de consequências peculiares, mais profundas e extensas do que

                                                                                                               

12

(21)

as convenções de efeitos puramente econômicos, ou contrato de Direito de

Família, em razão das relações específicas por ele criadas”.13

A princípio a teoria contratualista era mais enérgica e entendia o

casamento como um contrato civil. O desenvolvimento do instituto permitiu aos

adeptos um entendimento mais flexível, ou seja, a percepção de que se trata de

um contrato cuja natureza é especial.

DEGNI pondera que “em razão de seus efeitos peculiares e das relações

específicas que cria, não se lhe aplicam os dispositivos legais dos negócios de

direito patrimonial concernentes à capacidade dos contraentes, aos vícios de

consentimento e aos efeitos, embora as normas de interpretação dos contratos de

direito privado possam ser aplicadas à relação matrimonial”.14

A segunda teoria em análise é a institucionalista. Nesta, o casamento é

visto como uma instituição na qual os nubentes poderão escolher apenas se irão

aderir ou não. As normas do casamento são de ordem pública ou cogentes, não

admitindo alteração por parte dos ingressantes.

Conforme CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA estabelece, “o

casamento é uma instituição social, no sentido de que reflete uma situação

jurídica, cujas regras e quadros se acham preestabelecidas pelo legislador, com

vistas à organização social da união dos sexos”.15

                                                                                                               

13

Caio Mário da Silva Pereira. Instituições de direito civil, cit., p. 58. 14

Francesco Degni. Il diritto di famiglia nel nuovo códice civile italiano. Padova: Cedam, 1943, p. 14.

15

(22)

Temos que “a teoria da instituição teve desenvolvimento na França a

partir do início do século XX”.16 Dessa maneira, é muito mais recente que a

teoria contratualista, mas também cativou grande parte da doutrina civilista,

como “CICU, HAURIOU, BONNECASE, CARBONNIER, SALVA”.17

A teoria institucional também é conhecida por “supra-individualista, que

vislumbra no casamento um estado, o estado matrimonial, em que os nubentes

ingressam”.18

Assim, “o casamento constitui uma grande instituição social, a qual, de

fato, nasce da vontade dos contraentes, mas que, da imutável autoridade da lei

recebe sua forma, suas normas e seus efeitos”.19

A terceira teoria, como não poderia deixar de ser, é uma mistura das

primeiras duas. A chamada teoria eclética ou mista foi proposta por ROUAST

onde que entendia o matrimônio como ato complexo, sendo ao mesmo tempo

contrato e instituição. Na verdade, o casamento é mais do que um contrato, sem

deixar de ser contrato também.20

Na teoria eclética há verdadeira união entre a vontade das partes

(elemento volitivo) e as normas cogentes do casamento (elemento institucional).

Diferencia-se da teoria institucional na medida em que confere maior liberdade

aos nubentes, ao permitir, por exemplo, inserção de vontades sobre o modo de

administração de seu patrimônio.

                                                                                                               

16

Augusto César Belluscio. Manual de derecho de família. Buenos Aires: Depalma, vol. 2, 1987, p. 145.

17

Conforme classificação de Maria Helena Diniz. Curso de direito civil brasileiro, cit., p. 41. 18

Washington de Barros Monteiro. Curso de direito civil, cit., p. 23. 19

Washington de Barros Monteiro. Curso de direito civil, cit., p. 23. 20

(23)

O casamento é apreciado nessa medida de uma forma bipartida, pois visto

como casamento fonte quando é ato gerador de uma situação jurídica, devido a

sua inegável natureza contratual e entendido como casamento-estado quando

atua como complexo de normas que regulam os cônjuges no curso da união,

predominando o caráter institucional.21

3. Casamento civil e religioso no Brasil

O casamento sempre foi um instituto rodeado de simbolismos, sendo um

dos principais herdados do direito romano e do direito canônico. Contudo,

observa-se que a laicização do Estado trouxe para seu arcabouço de regulações

as diretrizes do casamento.

Dessa maneira, como bem esclarece MARIA HELENA DINIZ, “em 19

de julho de 1858, Diogo de Vasconcelos, Ministro da Justiça, apresentou um

projeto de lei, com o objetivo de estabelecer que os casamentos entre pessoas

não-católicas fossem realizados de conformidade com as prescrições de sua

respectiva religião. Esse projeto, em 1861, transformou-se na Lei n. 1.144,

regulamentada pelo Decreto de 17 de abril de 1863, dando um grande impulso à

instituição do casamento civil. Praticavam-se, então, três tipos de ato nupcial: o

católico, celebrado segundo as normas do Concílio de Trento, de 1563, e das

Constituições do Arcebispado baiano; o misto, entre católico e acatólico, sob a

égide do direito canônico; e o acatólico, que unia pessoas de seitas dissidentes,

de conformidade com os preceitos das respectivas crenças”.22

                                                                                                               

21

Mazeaud et Mazeaud. Leçons de droit civil. Paris: Montchrestien, 1980, vol. I, p. 711. 22

(24)

O Decreto nº 181 de 24 de janeiro de 1890, criou o casamento civil.23 A

ligação eclesiástica do Brasil, foi quase tão forte quanto àquela exercida por

nossos colonizadores. Após o advento da República, o casamento passou às

mãos do Estado. Antes do Decreto n. 181, os casamentos e respectivos registros

eram realizados apenas pela Igreja, mas em consonância com as ordens do

Império.

                                                                                                               

23

Decreto nº 181 de 24 de janeiro de 1890

“CAPITULO I - DAS FORMALIDADES PRELIMINARES DO CASAMENTO

Art. 1º As pessoas, que pretenderem casar-se, devem habilitar-se perante o official do registro civil, exhibindo os seguintes documentos em fórma, que lhes deem fé publica:

§ 1º A certidão da idade de cada um dos contrahentes, ou prova que a suppra.

§ 2º A declaração do estado e da residencia de cada um delles, assim como a do estado e residencia de seus paes, ou do logar em que morreram, si forem fallecidos, ou a declaração do motivo por que não são conhecidos os mesmos paes, ou o seu estado e residencia, ou o logar do seu fallecimento.

§ 3º A autorização das pessoas, de cujo consentimento dependerem os contrahentes para casar-se, si forem menores ou interdictos.

§ 4º A declaração de duas testemunhas, maiores, parentes ou estranhos, que attestem conhecer ambos os contrahentes, e que não são parentes em gráo prohibido nem teem outro impedimento, conhecido, que os inhiba de casar-se um com o outro.

§ 5º A certidão de obito do conjuge fallecido, ou da annullação do anterior casamento, si algum dos nubentes o houver contrahido.

Art. 2º A' vista dos documentos exigidos no artigo antecedente, exhibidos pelos contrahentes, ou por seus procuradores, ou representantes legaes, o official do registro redigirá um acto resumido em fórma de edital, que será por elle publicado duas vezes, com o intervallo de sete dias de uma á outra, e affixado em logar ostensivo no edificio da repartição do registro, desde a primeira publicação até ao quinto dia depois da segunda.

Art. 3º Si, decorrido este prazo, não tiver apparecido quem se opponha ao casamento dos contrahentes e não lhe constar algum dos impedimentos que elle pode declarar ex-officio, o official do registro certificará ás partes que estão habilitadas para casar-se dentro dos dous mezes seguintes áquelle prazo.

Art. 4º Si os contrahentes residirem em diversas circumscripções do registro civil, uma cópia do edital será remettida ao official do outro districto, que deverá publical-a e affixal-a na fórma do art. 2º, e, findo o prazo, certificar si foi ou não posto impedimento.

Art. 5º Si algum dos contrahentes houver residido a mór parte do ultimo anno em outro Estado, deverá provar que sahiu delle sem impedimento para casar-se ou, si tinha impedimento, que este já cessou.

(25)

O Decreto de 3 de novembro de 1827 descreve perfeitamente o sentido do

casamento como um sacramento dominado pela Igreja, de acordo com o

Concílio Tridentino e com o Arcebispado baiano.24

No Decreto de 1890, depreende-se pelo artigo 108 que não era mais

atribuído qualquer valor jurídico ao matrimônio religioso.25 Uma circular do

Ministério da Justiça, de 11 de junho de 1890, chegou até a determinar que

“nenhuma solenidade religiosa, ainda que sob a forma de sacramento do

matrimônio, celebrada nos Estados Unidos do Brasil, constituiria, perante a lei

civil, vínculo conjugal ou impedimento para livremente casarem com outra

pessoa os que houverem daquela data em diante recebido esse ou outro

sacramento, enquanto não fosse celebrado o casamento civil”.26

                                                                                                               

24

DECRETO – DE 3 DE NOVEMBRO DE 1827.

“Declara em effectiva observancia as disposições do Concílio Tridentino e da Constituição do Arcebispado da Bahia sobre matrimonio.

Havendo a Assembléia Geral Legislativa resolvido, artigo unico, que as disposições do Concilio Tridentino na sessão 24, capitulo 1o. de “Reformatione Matrimonii”, e da Constituição do Arcebispado da Bahia, no livro 1o. título 68 §291, ficam em effectiva observancia em todos os Bispados, e freguesias do Imperio, procedendo os Parochos respectivos a receber em face da Igreja os noivos, quando lh’o requererem, sendo do mesmo Bispado, e ao menos um delles seu parochiano, e não havendo entre elles impedimento depois de feitas as denunciações canônicas, sem para isso ser necessária licença dos Bispos, ou de seus delegados praticando o Parocho as diligencias precisas recommendadas no §269 e seguintes da mesma Constituição, o que fará gratuitamente: E tendo eu sanccionado esta resolução, Hei por bem ordenar que assim se cumpra. A Mesa da Consciencia e Ordens o tenha assim entendido, e faça executar com os despachos necessarios. Palacio do Rio de Janeiro em 3 de Novembro de 1827, 6o. da Independencia e do Imperio.

Com a rubrica de Sua Magestade Imperial. Conde de Valença.”

25

Decreto nº 181 de 24 de janeiro de 1890, artigo 108 – “Esta lei começará a ter execução desde o dia 24 de maio de 1890, e desta data por deante só serão considerados válidos os casamentos celebrados no Brazil, si o forem de accordo com as suas disposições.

Paragrapho unico. Fica, em todo caso, salvo aos contrahentes observar, antes ou depois do casamento civil, as formalidades e ceremonias prescriptas para celebração do matrimonio pela religião delles.”

26

(26)

O Dec. n. 521, de 26-6-1890, ora revogado pelo Decreto n. 11, de

1º-1-1991 estatuiu a precedência do casamento civil, punindo com 6 meses de prisão

e multa correspondente à metade do tempo o ministro de qualquer religião que

celebrasse cerimônia religiosa antes do ato nupcial civil. 27

De outro lado, havia um ranço de obediência religiosa que ora ou outra se

manifestava nos textos legais. Os artigos 27 e 2828, do Decreto n. 181, são prova

de que o Estado conservou ao casamento um pouco de seu caráter sacramental.

O casamento civil, em certo momento da história, foi considerado como

ponto de oposição à Igreja. Evidentemente errado esse posicionamento. O

casamento civil não é anticristão, uma vez que o Estado tem o dever de zelar por

tudo que acontece dentro de suas fronteiras.

O Decreto de 1890, contudo, foi substituído pela Lei n. 3071, de 1º de

janeiro de 1916. As disposições permaneceram basicamente as mesmas, todavia,

as pequenas alterações realizadas acabaram por fazer falta. Dentre outras

mudanças, foi suprimida a formalidade recomendável da leitura dos

impedimentos. Tal alteração foi repetida no Código Civil atual. Dessa forma,

hoje há necessidade apenas da proclamação da fórmula contida no artigo 153529

após a aceitação dos nubentes.

                                                                                                               

27

Maria Helena Diniz. Curso de direito civil brasileiro, cit., p. 52. 28

Decreto nº 181 de 24 de janeiro de 1890. Art. 27. A formula é a seguinte para a mulher: «Eu F. recebo a vós F. por meu legitimo marido, enquanto vivermos.» E para o homem: «Eu F. recebo a vós F. por minha legitima mulher, enquanto vivermos.» Art. 28. Repetida a formula pelo segundo contrahente, o presidente dirá de pé: «E eu F., como juiz (tal ou tal), vos reconheço e declaro legitimamente casados, desde este momento.»

29

(27)

O ato do casamento é negócio jurídico formal e, sendo assim, todas as

solenidades que o compõem são parte da substância do ato - ad substantiam

actus.

Muitos afirmam que a finalidade primeira do casamento é a procriação.

Por vezes esta visão do instituto ligado fundamentalmente à reprodução da

espécie deve ceder espaço a interpretações analíticas, observando o casamento

como instituto jurídico de fim determinado e que deve pretender conjugar os

anseios humanos e sociais às descrições jurídicas.

Nessa seara se encaixa o casamento in extremis vitae momentis, traduzido

para o direito atual por meio do casamento em caso de moléstia grave30 e do

casamento nuncupativo31. Estas são, quase sempre, formas de casamento

humanístico e por isso o legislador dispensou algumas formalidades.

Havendo risco, o casamento legal, muito provavelmente, não encerrará a

vida em comum esperada, não atingindo os efeitos civis previstos para o

instituto.

Os requisitos para a constituição do casamento garantem o controle do

Estado sobre as uniões entre os particulares. Essa intervenção torna-se

necessária na medida em que impede, por exemplo, casamentos espúrios entre

parentes. Na verdade, as formalidades visam evitar o nascimento de

                                                                                                               

30

“Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever”.

31

(28)

descendentes com algum tipo de problema genético.

A preocupação de eugenia antes de ser pensada pelo Estado foi encargo

da Igreja, que entendia os casamentos entre parentes como imorais e contra as

leis de Deus.

A secularização do casamento foi estanque. A Constituição de 1891,

artigo 72, § 4º, estatuía: “A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros

residentes no País a inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à

segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes: § 4º - A República

só reconhece o casamento civil, cuja celebração será gratuita”.32

Não havia mais espaço para o casamento religioso, o Estado era laico e só

os casamentos civis possuíam validade. O Código Civil de 1916, seguindo a

orientação da Constituição de 1891, não fez qualquer referência ao casamento

religioso. Outrossim, a união ocorrida por meio exclusivamente religioso não

era legal e por isso configurava concubinato.

A mudança surgiu na Constituição de 1934 que passou a permitir o

casamento religioso com efeitos civis, desde que preenchidos certos requisitos

ditados pela lei. Resolvia o artigo 146: “ O casamento será civil e gratuita a sua

celebração. O casamento perante ministro de qualquer confissão religiosa, cujo

rito não contrarie a ordem pública ou os bons costumes, produzirá, todavia, os

mesmos efeitos que o casamento civil, desde que, perante a autoridade civil, na

habilitação dos nubentes, na verificação dos impedimentos e no processo da

oposição sejam observadas as disposições da lei civil e seja ele inscrito no

Registro Civil. O registro será gratuito e obrigatório. A lei estabelecerá

penalidades para a transgressão dos preceitos legais atinentes à celebração do

                                                                                                               

32

(29)

casamento”.

A Lei n. 379, de 16 de janeiro de 1937, foi criada pela mesma força

libertadora que impelia o casamento religioso para a proteção civil. Não

obstante o esclarecimento do artigo 146 supracitado, o legislador trouxe a lume

um apanhado de regras para validar o casamento religioso, sendo muitas sem

razão de existência.

É certo que no ínterim de 1934 (data da constituição) até 1937 (data da lei

ordinária), os casamentos celebrados por ministros religiosos em conformidade

com a Magna Carta foram considerados atos perfeitos e válidos.

O nascimento da referida lei apoiou-se em uma insegurança de atribuir

valor ao casamento realizado apenas pela forma religiosa, como um resquício de

consciência do período anterior de controle exclusivamente eclesiástico. Essa

situação perdurou até a Constituição de 1946.

Em 1937, a nova Lei Máxima delegou a regulamentação do casamento à

legislação ordinária, conforme se depreende do artigo 124: “A família,

constituída pelo casamento indissolúvel, está sob a proteção especial do Estado.

Às famílias numerosas serão atribuídas compensações na proporção dos seus

encargos”.33

A Constituição de 1946 voltou a regular em seu bojo o casamento civil.

Promoveu também grande avanço ao permitir que o casamento religioso,

celebrado sem as formalidades da lei, adquirisse efeitos civis.

A redação do artigo 163, da Consituição Federal de 1946, estabelece “a

                                                                                                               

33

(30)

família é constituída pelo casamento de vínculo indissolúvel e terá direito à

proteção especial do Estado. § 1º - O casamento será civil, e gratuita a sua

celebração. O casamento religioso equivalerá ao civil se, observados os

impedimentos e as prescrições da lei, assim o requerer o celebrante ou qualquer

interessado, contanto que seja o ato inscrito no Registro Público. § 2º - O

casamento religioso, celebrado sem as formalidades deste artigo, terá efeitos

civis, se, a requerimento do casal, for inscrito no Registro Público, mediante

prévia habilitação perante a autoridade competente”.34

A Lei n. 1.110, de 23 de maio de 1950, derrogou o Decreto-lei n. 3.200,

de 19 de abril de 1941 e ab-rogou a Lei n. 379, de 16 de janeiro de 1937. Ficou

por conta dessa legislação ordinária a regulamentação do casamento religioso

com efeitos civis proposto pela Constituição de 1946.

A evolução legislativa e a segurança adquirida pelo Estado com a

experiência da Lei n. 379 permitiu que a Lei n. 1.110 fosse mais consentânea

com os requisitos de exigência para validação do casamento religioso.

Ao largo de todas as modificações políticas que ocorriam, a Lei Maior de

1967 manteve o texto no tocante ao casamento, conforme segue: “Art. 167 - A

família é constituída pelo casamento e terá direito à proteção dos Poderes

Públicos. § 1º - O casamento é indissolúvel. § 2º - O casamento será civil e

gratuita a sua celebração. O casamento religioso equivalerá ao civil se,

observados os impedimentos e as prescrições da lei, assim o requerer o

celebrante ou qualquer interessado, contanto que seja o ato inscrito no Registro

Público. § 3º - O casamento religioso celebrado sem as formalidades deste artigo

terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for inscrito no Registro Público

                                                                                                               

34

(31)

mediante prévia habilitação perante a autoridade competente”.35

O período histórico permanecia crítico. As alterações de governo e as

restrições às liberdades dos cidadãos se faziam cada vez mais presentes. Nesse

contexto conturbado, a Constituição de 1969, em seu artigo 175, manteve os

preceitos relativos à criação da família.36

Por fim a atual Constituição, de 05 de outubro de 1988, trouxe conteúdo

muito mais abrangente. Reza em seus artigos não só a possibilidade de

casamento civil, como também manteve o casamento religioso com efeito civil,

conferiu proteção à união estável e à entidade familiar.37

A posição do Estado frente ao que prega a Constituição de 1988 é de uma

abertura sem precedentes. Nunca foram admitidas tantas formas de união legal

protegidas pelo Estado como nesse momento. Caiu por terra a finalidade de

procriação, havendo um manejo para as relações afetivas e econômicas.

A proteção civil ainda impede a eugenia e ressalva o patrimônio dos

nubentes. Porém, nada além da simples vontade de ficar ao lado de outra pessoa

                                                                                                               

35

C.F. 1967, art. 167, §§. 36

Constituição Federal de 1969 artigo 175 – “A família é constituída pelo casamento e terá direito à proteção dos Podêres Públicos. § 1º - O casamento somente poderá ser dissolvido, nos casos expressos em lei, desde que haja prévia separação judicial por mais de três anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 9. de 1977). § 2º O casamento será civil e gratuita a sua celebração. O casamento religioso equivalerá ao civil se, observados os impedimentos e prescrições da lei, o ato fôr inscrito no registro público, a requerimento do celebrante ou de qualquer interessado. § 3º O casamento religioso celebrado sem as formalidades do parágrafo anterior terá efeitos civis, se, a requerimento do casal, fôr inscrito no registro público, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente”.

37

(32)

vem a justificar o casamento.

A legislação registrária, em falta de normatização específica do Código

Civil de 1916, restou a cargo da Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973, que

disciplinou por meio dos artigos 71 a 75, o registro de casamento religioso com

efeitos civis.38

Hoje, todavia, o Código Civil de 2002 supriu essa omissão com os artigos

151539 e 151640 cuja redação está completamente alinhada à Lei Maior de 1988.

                                                                                                               

38

CAPÍTULO VII - Do Registro do Casamento Religioso para Efeitos Civis

Art. 71. Os nubentes habilitados para o casamento poderão pedir ao oficial que lhe forneça a respectiva certidão, para se casarem perante autoridade ou ministro religioso, nela mencionando o prazo legal de validade da habilitação.

Art. 72. O termo ou assento do casamento religioso, subscrito pela autoridade ou ministro que o celebrar, pelos nubentes e por duas testemunhas, conterá os requisitos do artigo 71, exceto o 5°.

Art. 73. No prazo de trinta dias a contar da realização, o celebrante ou qualquer interessado poderá, apresentando o assento ou termo do casamento religioso, requerer-lhe o registro ao oficial do cartório que expediu a certidão.

§ 1º O assento ou termo conterá a data da celebração, o lugar, o culto religioso, o nome do celebrante, sua qualidade, o cartório que expediu a habilitação, sua data, os nomes, profissões, residências, nacionalidades das testemunhas que o assinarem e os nomes dos contraentes.

§ 2º Anotada a entrada do requerimento o oficial fará o registro no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

§ 3º A autoridade ou ministro celebrante arquivará a certidão de habilitação que lhe foi apresentada, devendo, nela, anotar a data da celebração do casamento.

Art. 74. O casamento religioso, celebrado sem a prévia habilitação, perante o oficial de registro público, poderá ser registrado desde que apresentados pelos nubentes, com o requerimento de registro, a prova do ato religioso e os documentos exigidos pelo Código Civil, suprindo eles eventual falta de requisitos nos termos da celebração.

Parágrafo único. Processada a habilitação com a publicação dos editais e certificada a inexistência de impedimentos, o oficial fará o registro do casamento religioso, de acordo com a prova do ato e os dados constantes do processo, observado o disposto no artigo 70.

Art. 75. O registro produzirá efeitos jurídicos a contar da celebração do casamento. 39

“Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.”

40

“Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil.

(33)

4. Interesse do Estado

Variadas são as vertentes para a compreensão do inegável interesse do

Estado na constituição regular da família por meio do casamento. Outrora já se

asseverou que “a finalidade da legislação estatal, em material de direito de

família, como a finalidade de legislações confessionais sôbre família, é regular e

proteger a vida do par andrógino, assegurar a procriação dentro da legalidade,

fixar o que é parentesco “jurídico”, necessariamente menor que o parentesco

“biológico”, mas, em alguns pontos, excedente (afinidade, adoção), e proteger

os menores e os incapazes”.41

Num prisma inicial, o interesse do Estado pelo instituto do casamento

pode ser interpretado como a necessidade de “regulamentação social do instituto

de reprodução”.42 Mas o casamento, todavia, não é a única forma de união.

Relações sexuais eventuais podem vir a constituir a família que, no sentido lato,

significa grupo de parentes entre os quais exista relações consanguíneas, de

afinidade e de direito. A união do casamento é a que se encontra tutelada em

suas circunstâncias e efeitos pelo Estado, conforme certas normas e

formalidades estabelecidas pelo ordenamento jurídico pátrio.

A copula carnalis tem mais repercussão nos dias atuais em relação ao

início e o fim do casamento, à nulidade por impotência, à afinidade e aos

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         

de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação.

§ 2o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532.

§ 3o Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil”40

41

Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda. Tratado de direito privado, cit., t. 7, p. 194. 42

(34)

direitos e deveres dos cônjuges. O sacramento do instituto do casamento

aproximou o caráter natural em detrimento do sentido técnico, dado pelas leis.

Em verdade, o Estado reforça o instituto do casamento pois tem interesse

na formação e mantença da família. Vê-se que “CÍCERO apelidou-a de

seminarium reipublicae. Efetivamente, onde e quando a família se mostrou

forte, aí floresceu o Estado; onde e quando se revelou frágil, aí começou a

decadência geral”.43

No mesmo sentido, “a encíclica casti connubii, ao afirmar que a salvação

do Estado e a prosperidade da vida temporal dos cidadãos não podem

permanecer em segurança onde quer que vacile a base sobre a qual se apóiam e

de onde procede a sociedade, isto é, a família. A referida encíclica , expedida

por Pio XI a 30 de dezembro de 1930, teve em mira os erros e atentados contra o

casamento, visando por isso reintegrá-lo no plano divino”.44

A proteção à família é necessidade da própria mantença do Estado e no

direito pátrio hodierno encontra no artigo 226 da Constituição disciplina

específica. Assim, “a família, base da sociedade, tem especial proteção do

Estado”.45 Nos parágrafos 7o e 8o46, referido artigo estabelece formas

                                                                                                               

43

Pietro Cogliolo. Scritti varii di diritto privato. Torino: Union Tipográfico-Editrice Torinese, 1917, vol. 2, p.71.

44 Enciclopédia cattolica, voc.

Casti connubii, apud, Washington de Barros Monteiro. Curso de direito civil, cit., p.2.

45

C.F. 1988, art. 226, caput. 46

“C.F. 1988, art. 226 – (...)

§7o. - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

(35)

garantidoras à estrutura familiar de forma a procurar impedir qualquer ato

contrário a ela.

A Constituição de 88, bem como a novel legislação civil, demonstrou

tamabém preocupação com a união estável, eregida ao patamar da família e

portanto merecedora de especial proteção estatal, conforme se extrai da redação

do § 3º, que estabelece: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a

união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei

facilitar sua conversão em casamento”.47

O Código Civil tem previsto no artigo 1513 a impossibilidade de qualquer

interferência externa na comunhão da família. De acordo com o artigo em

análise “é defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na

comunhão de vida instituída pela família”.48 Tais preceitos, de caráter

essencialmente protetivos, denotam o interesse em proteger as relações.

A Lei 9.263, de 12 de janeiro de 1996, regulou o §7° do artigo 226 da

Constituição Federal de 1988 tratando sobre o planejamento familiar. Explica a

referida lei que “o planejamento familiar é parte integrante do conjunto de ações

de atenção à mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma visão de

atendimento global e integral à saúde”.49

Cabe ao Estado a obrigação de dar condições aos cidadãos de

promoverem seu planejamento familiar. Assim, “é dever do Estado, através do

Sistema Único de Saúde, em associação, no que couber, às instâncias

componentes do sistema educacional, promover condições e recursos

                                                                                                               

47

C.F. 1988, art 226, §3o. 48

Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, art. 1513. 49

(36)

informativos, educacionais, técnicos e científicos que assegurem o livre

exercício do poder familiar”.50

Dessa maneira, a família, seja no conceito clássico de homem, mulher e

filhos, seja monoparental, qualquer dos pais e seus descendentes, ou na união

estável, todas as formas gozam de especial proteção do Estado.

Conforme observa BARROS MONTEIRO, “na evolução do direito de

família verifica-se que, além de ser havida como célula básica da sociedade,

presentes os interesses do Estado, a família passou a ser tratada como centro de

preservação do ser humano, com a devida tutela à dignidade nas relações

familiares”.51

O Estado, contudo, embora tenha muito interesse em regular e manter a

família, só intervém em seu núcleo quando obrigado. Via de regra espera ser

chamado para se manifestar e ainda assim dá oportunidade aos litigantes de se

conciliarem de forma bastante ampla e livre.

A necessidade de regulamentação, apesar disso, é premente. Dessa forma,

há vários institutos de proteção à família em nosso ordenamento. O Código Civil

brasileiro dedicou um livro inteiro às relações dos direitos da família, além de

várias leis esparsas sobre o assunto.

Citemos também a título exemplificativo a Previdência Social descrita no

artigo 201, V, da Carta Magna; a impenhorabilidade do bem de família prevista

no artigo 5°, XXVI, da Constituição Federal; a própria lei do bem de família n.

8.009 de 29 de março de 1990; a lei de locação n. 8.245 de 18 de outubro de

                                                                                                               

50

Lei 9.263, de 12 de janeiro de 1996, artigo 5°. 51

(37)

1991, que permite a continuidade no bem quando utilizado para fins

residenciais.

A família é considerada a base da sociedade porque é para ela que se

pensa o direito. Além da sua descrição jurídica no direito de família, todos os

demais ramos do direito civil perderiam função se não fosse a pessoa, inserida

em algum núcleo familiar ou social.

Pensemos o direito das sucessões, a parte geral, o direito das obrigações, o

direito de empresa e o direito das coisas, bem como os demais ramos do direito

penal, processual, fiscal, eleitoral, entre outros. Todos perderiam completamente

o seu objeto secundário, não fosse pela existência de seu objeto primeiro: a

pessoa humana.

O interesse do Estado no casamento é evidenciado de forma

sistematizada. Atente-se para o fato de que o reconhecimento da existência da

união estável como circunstância que necessita de proteção e regulamentação

estatal tem, como um de seus alicerces, a possibilidade de facilitação da

conversão de tais uniões em casamento, constituindo-se como um de seus

precípuos objetivos.

Em âmbito sucessório, o legislador civil claramente privilegiou aqueles

que resolveram realizar suas uniões mediante instituto próprio escolhido pelo

Estado. Dessa forma, observa-se que o companheiro não figura na ordem da

vocação hereditária descrita no artigo 1829 do código civil. Apenas o casado

concorrerá com descendentes, ascendentes ou herdará sozinho o monte deixado

pelo morto em caso de inexistência dos primeiros. Enquanto isso, o

companheiro figurará como mero sucessor regular, participando da sucessão

(38)

e eventualmente concorrendo na forma do artigo 1790 e respectivos incisos do

código civil.

Atente-se, ainda, para o fato de que somente o cônjuge é considerado

herdeiro necessário sendo a ele garantida a legítima e não podendo ser

totalmente excluído da herança por meio de testamento. Tais medidas não

apenas denotam a clara preferência dada ao casamento, como também

constituem verdadeiro incentivo estatal à realização de uniões regularmente

constituídas.

(39)

CAPÍTULO 2 – REGIMES DE BENS: NOÇÕES GERAIS

Sin embargo, el legislador, no podía dejar a

los contratantes sin ninguna dirección; no

debía imponerles una improvisación que

correría el riesgo de ser peligrosa; le

correspondía facilitársela por la necessidad

misma de ahorrarles esa dificultad,

haciéndoles que se beneficiasen de la

experiencia acumulada por los siglos. Por eso

ha organizado “regímenes tipos” de los

cuales cada uno constituye en cierto modo um

contrato de matrimonio terminado, que los

esposos tienen la comodidad de apropiarse,

declarando que adoptan determinado

régimen, que se casan bajo determinado

regimen”.52

(LOUIS JOSSERAND)

1. Regimes existentes no sistema pátrio

A união promovida pelo casamento traz em sua face externa a

convivência entre o homem e a mulher no intuito de procriarem e terem uma

vida em comum (efeitos pessoais). Intrinsecamente, todavia, o labor habitual

promove a acumulação de riquezas. A promoção do auxílio material entre os

cônjuges também é uma forma de união, mais propriamente, na medida da

percepção de bens realizada por cada um, a família é mantida (efeitos

                                                                                                               

52

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patrimoniais).

O reflexo patrimonial deve ser convencionado antes mesmo do

casamento. É certo que durante o casamento a família estará mais envolvida no

sustento e na guarda de cada um dos seus membros. Porém, existindo eventual

desgaste culminando na separação, divórcio ou em caso de morte de um dos

cônjuges, o regime de bens escolhido a princípio faz valer suas regras

determinando o destino dos bens móveis e imóveis.

Na terra das emoções, o regime de bens é a razão, convencionado pelas

partes ou imposto pela lei, que supre maiores raciocínios em momentos

delicados do desatino humano.

Doutrinariamente, regime de bens, nas lições de SILVIO DE SALVO

VENOSA53, “constitui a modalidade de sistema jurídico que rege as relações

patrimoniais derivadas do casamento”; para WASHINGTON DE BARROS

MONTEIRO54, “é o complexo de normas que disciplinam as relações

econômicas entre marido e mulher, durante o casamento”; MARIA HELENA

DINIZ55 conceitua como “conjunto de normas aplicáveis às relações e interesses

econômicos resultantes do casamento”; PONTES DE MIRANDA56 escreve que

“regime de bens é o conjunto de regras, mais ou menos orgânico, que estabelece

para certos bens, ou para os bens subjetivamente caracterizados, sistema de

destinação e de efeitos”; CLÓVIS BEVILÁQUA57, “conjunto dos princípios

jurídicos, que regulam as relações econômicas dos cônjuges”; CARVALHO

                                                                                                               

53

Silvio de Salvo Venosa. Direito civil, cit., p. 338. 54

Washington de Barros Monteiro. Curso de direito civil, cit., p. 183. 55

Maria Helena Diniz. Curso de direito civil brasileiro, cit., p. 152. 56

Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda. Tratado de direito privado, cit., p. 207. 57

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