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AÇÕES PEDAGÓGICAS NO COLÉGIO ESTADUAL “ALENCAR CARDOSO”

No documento ANAIS – Mostra Científica 2016 (páginas 159-167)

O Colégio Estadual “Alencar Cardoso” foi fundado no ano de 1953 pelo decreto nº 244 de 07 de novembro de 1953, reconhecido através da resolução nº 432/2003 do Conselho Regional de Educação. A primeira diretora, professora Maria Antônia Cruz e Freitas, hoje se encontra com uma equipe diretiva com o diretor professor Daniel Mauro Souza.

O referido colégio serve à comunidade salgadense há 62 anos, atende alunos das comunidades rurais e urbanas, funcionando nos três turnos, com o ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos e tem uma grande integração dos pais de alunos no desenvolvimento da vida acadêmica dos seus filhos.

Apesar de já decretada desde o ano de 2003 a lei 10.639/03, que obriga a implementação no currículo escolar dos estudos da história da cultura afro-brasileira e africana nas escolas, o Colégio Estadual “Alencar Cardoso” no ano de 2007, segundo a ex -diretora, foi uma das primeiras escolas em Sergipe a implementar a lei 10639/03 com a direção da diretora professora Maria Arlinda Pereira e Freitas. Desde então, a lei foi inclusa no regime interno e no projeto Político-Pedagógico da escola.

De acordo com o que foi observado na pesquisa o primeiro PPP do Colégio Estadual Alencar Cardoso foi feito no ano 1982, com a colaboração do corpo docente e equipe diretiva e comitê comunitário escolar. Sendo atualizado anualmente, constitui-se uma elaboração coletiva, participativa e construtiva da escola, na perspectiva da

satisfação das necessidades básicas de aprendizagem dos educandos e aprimoramento do fazer educacional.

A escola atua preocupando-se com os princípios de liberdade, democracia, solidariedade, prosperidade, justiça e pela participação efetiva dos diversos grupos de interesse envolvidos na vida escolar, objetivando a melhoria da qualidade do ensino, empenhando-se em prol do desenvolvimento integral do aluno quanto a valores, atitudes e comportamentos na vida colegial, na vida pessoal e na sociedade.

Nesse sentido, a culminância dos projetos realizados na escola, possibilita externar o que foi disseminado em salas de aula, permitindo que pais, toda comunidade escolar e sociedade também se apropriem de toda educação de valores e princípios adquirida pelos alunos.

Em virtude da implementação da lei 10.639/03 foi desenvolvido o projeto Cultura Afro, na escola, com o intuito de demonstrar através de apresentações, estudos e pesquisas a influência da cultura afro que só vem beneficiar a formação acadêmica mostrando a identidade afro-brasileira para os alunos.

A execução do projeto busca combater o preconceito racial, bem como evidenciar a participação de elementos da cultura afro-brasileira desenvolvendo nos alunos o respeito às diferenças.

No início, o projeto era desenvolvido na escola por meio de gincanas, pesquisas, painéis e apresentações como, roda de capoeira, teatro, culinária, samba de roda, maculêlê, carimbo, lambada africana e outras relacionadas à cultura afro -brasileira.

Professor Daniel Lemos, Diretor do Colégio. Júlio César Professor de História, junto com os seus

Com a chegada do professor Álvaro Leal Santos em 2013, o Colégio recebeu uma grande contribuição no desenvolvimento das práticas pedagógicas, principalmente relacionada à temática da cultura afro, tendo a iniciativa de criar a I Mostra de Cultura Afro-brasileira e junto a ela nasceu a ideia de criar um grande desfile na avenida da cidade, deixando de ser apresentado na parte interna da escola, passou a ser mostrado para toda população salgadense e de cidades vizinhas que envolveu diversas alas cada uma com temas específicos da cultura africana.

Alunos no desfile do projeto Afro-brasileira.

O referido evento obteve grande êxito que foi prestigiado em redes de TV, rádios e jornais. O professor Álvaro Leal junto com a diretora regente na época, Maria Arlinda, foram expor através de comunicação o trabalho desenvolvido na unidade de estudo e na cidade, tendo como organização a Secretaria do Estado da Educação, Departamento de Educação e do Núcleo de Educação, Diversidade e Cidadania.

Bandeira da África sendo levada pelos alunos no desfile do Projeto Afro-brasileira.

Entretanto, os eventos pertinentes ao colégio, mencionados acima continuam sendo realizados todos os anos no mês de novembro em comemoração ao dia Nacional da Consciência Negra. É relevante destacar que as apresentações dos alunos desse renomado colégio, vem contribuindo para compreensão da participação de manifestações culturais africanas no Brasil.

Alunos na Mostra Afro-brasileira

A lei determina que o ensino de História Afro-brasileira e Africana deve estar inserido no currículo oficial da rede de ensino, portanto de acordo com as pesquisas realizadas nos planejamentos de curso do Ensino Fundamental do Colégio Estadual

Alencar Cardoso este referido ensino só está incluso na disciplina de História, aferindo assim algumas normas da Lei.

No entanto, os planejamentos de cursos do Ensino Fundamental na disciplina de História relatam nos seus objetivos específicos, identificar os grupos sociais e suas formas de organização, reconhecer e preservar a cultura africana para etnia brasileira, valorizar as diferenças entre vários grupos humanos, rejeitar qualquer tipo de discriminação, identificar a participação de diferentes sujeitos histórico s e de sua ação, em outros tempos, na dinâmica da vida atual.

Uma sociedade que investe na educação de forma democrática e participativa, valorando a diversidade étnica e cultural, demostra uma preocupação com a prática do respeito ás diferenças culturais, fortalecendo assim a educação para as relações étnico-raciais e uma sociedade a caminho da verdadeira cidadania (ANJOS, 2016, p.04).

Portanto, o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana na educação básica, visa uma convivência pacífica e democrática entre a humanidade, estimulando o pensamento crítico e a liberdade de expressão, onde cada um aprenda a respeitar as diferenças e as pluralidades de cultura.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entende-se que trabalhar as relações étnico-raciais no ensino fundamental é de extrema relevância, pois a diversidade cultural está contida em todo meio social, principalmente em nosso país. Em virtude dessa realidade, é responsabilidade da equipe escolar desenvolver projetos voltados ao tema do ensino da História e da Cultura Afro-brasileira e Africana, e essencialmente na atuação em sala de aula interdisciplinando os outros conteúdos, conscientizando assim os educandos para serem cidadãos atuantes, democráticos, capazes de respeitar diferenças do seu contexto.

Cumprir a Lei é responsabilidade não apenas do professor. Exige-se, um compromisso solidário dos vários elos do sistema de ensino brasileiro. É necessário que haja um trabalho coletivo entre professores e gestores completamente articulados e engajados na luta pela visibilidade e pelo trato pedagógico afirmativo da questão racial e dos princípios da Lei 10639/03.

Porém para que essa interação aconteça é preciso que o educador e os demais envolvidos na educação escolar obtenham o domínio sobre os conteúdos que a Le i determina.

À vista disso os dados coletados nas pesquisas documentais do Colégio Estadual

“Alencar Cardoso”, foi possível verificar nos planejamentos anuais, relatórios de projetos e no Projeto Político Pedagógico, atuações significativas referentes a Lei.

É notório que os projetos foram criados em coletividade com toda comunidade escolar, porém os professores do Ensino Fundamental especificamente pesquisadas não mostraram nos seus planejamentos anuais, práticas diárias referentes ao ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

No entanto, a escola preocupa-se com os princípios de liberdade, democracia, solidariedade, prosperidade, justiça e pela participação efetiva dos diversos grupos, objetivando a melhoria da qualidade de ensino dos educandos. Com isso, desenvolvem projetos e culminâncias que envolvem toda comunidade escolar em prol da conscientização sobre as diversas culturas existentes em nosso país.

Todavia, as práticas do Colégio Estadual “Alencar Cardoso” relatadas nos parágrafos anteriores, expressam de maneira regular a aplicabilidade da Lei 10639/03, a qual estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, onde determina a inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro- Brasileira e Africana.

REFERÊNCIAS

ABRAMOWICZ, Anete, GOMES, Nilma Lino. Educação e raça: perspectivas políticas, pedagógicas e estética. Belo Horizonte: Autentica, 2010.

ANDRADE, Fabricio F. de Zimmermann. Desenvolvimento social e proteção social: o que existe de convergência? Mimeografado, 2008.

ANJOS, Marcos Vinícius Melo dos. A lei 10639/03 contribuindo para a desmistificação da democracia racial.Aracaju. 2016.

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações Etnicorraciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana.

Brasília: MEC. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/>. Acessado em 21 de Maio de 2016.

_____________. Plano nacional de implementação das diretrizes curriculares nacionais para educação das relações étnico-raciais e para o ensino de historia e cultura afro-brasileira e africana. Brasília, 2009.

______________.Presidência da República. Lei 10639, de Janeiro de 2003. Altera a Lei nº nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” e da outras providências. Brasília, 2003.

Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10639.htm. Acesso em 30 de Agosto 2016.

Colégio Estadual “Alencar Cardoso”. Projeto político-pedagógico. Salgado, 2015.

GONÇALVES. Fabiane Lucimar da cunha. O papel da escola na desconstrução do racismo, preconceito e discriminação: a fomentação profissional dos educadores da Escola Estadual de Ensino Fundamental Presidente Castelo Branco. Disponível em: http://meuartigo.brasilescola.com.br/educação/. Acessado em 09 de Agosto de 2016.

NEVES, Carla das. Lei de diretrizes e bases da educação esquematizada. Rio de Janeiro: Ferreira, 2010.

SEED. As relações étnico-raciais: história e cultura afro-brasileira e africana na educação básica de Sergipe. Aracaju: DED/NEDIC, 2010.

AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NO COTIDIANO ESCOLAR

Adryana Siqueira Barreto (FSLF)

INTRODUÇÃO

Atualmente, a afetividade em relação ao processo de ensino-aprendizagem tem sido abordada com frequência no ambiente acadêmico. Obviamente, as emoções e os afetos sempre foram objetos refletidos nas teorias psicológicas, mas não podemos negligenciar que estas teorias também refletem nas práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula entre professor e aluno.

A afetividade possui um papel importante no processo de ensino-aprendizagem do aluno. Analisando esta afirmação, discutiremos a relação deste processo a partir de uma visão integradora do ser humano, ou seja, o ensino só acontece através da relação entre aquele que ensina e aquele que aprende, e esta intervenção pedagógica necessita ser de natureza afetiva; portanto, dependendo de como é praticada, pode implicar em aspectos positivos ou negativos. Tais aspectos podem ser caracterizados por movimentos de aproximação ou de afastamento entre profes sor e aluno, suas práticas e conteúdos escolares. Não existe uma relação ensino -aprendizagem sem que exista atuação indissociável entre inteligência, afetividade e desejo.

Segundo Taille, “a afetividade é comumente interpretada como uma energia, portanto como algo que impulsiona as ações.” (TAILLE, 1992, p. 65). Por isso é necessário que a proximidade entre professores e alunos tenha uma relação extremamente contínua, baseada na confiança e no respeito, pois proporciona interação, integração e motivação entre os envolvidos, possibilitando diálogos, despertando inteligência e permitindo o desenvolvimento de ações que correspondam aos objetivos propostos. Baseando-se nas vivências em sala de aula, muitos pesquisadores despertaram, de certa forma, o interesse em investigar e entender o porquê de muitos alunos apresentarem comportamentos diferentes com professores variados. A partir disso, surgiu a necessidade de buscar questões que envolvessem as práticas pedagógicas e o sentimento de afetividade no cotidiano escolar.

Segundo Cury, “bons professores falam com a voz, professores fascinantes falam com os olhos.” (2003, P.64). Percebemos então a importância que os professores fazem

na vida dos alunos quando possuem sensibilidade pois, ao falar com os olhos, estão falando com o coração, com sentimento, com ternura e carinho, expressando emoção, não deixando o cotidiano do dia-a-dia na sala de aula descontrolar suas atitudes e assim desmotivar seus alunos. Cury afirma ainda que “os fracos excluem, os fortes acolhem, o s fracos condenam, os fortes compreendem.” (2003, p.65). Com esta máxima entendemos que a excelência na docência não depende apenas de conhecimentos científicos, depende também da contribuição de atitudes, valores e princípios que geram uma humanidade mais saudável e feliz, porque além do desenvolvimento cognitivo também há o psicossocial e o emocional, onde aprenderão a ser humanos mais sensíveis.

A justificativa para a escolha deste tema se dá por acreditar que os comportamentos não são puramente cognitivos. A afetividade motiva, acelera e é um elemento indispensável na educação do indivíduo, seja informal ou formal, mas necessária ao desenvolvimento psicossocial, emocional, físico e intelectual.

Defendemos a ideia de que o ser humano deve ser visto como uma totalidade, portanto é imprescindível a consideração do papel da afetividade no funcionamento psicológico e na construção de conhecimentos cognitivo-afetivos. A partir deste trabalho, será defendida uma perspectiva que compreenda a indissociabilidade e ntre os aspectos afetivos e cognitivos do ser humano. Assim, a importância do tema está na noção e certeza de que ações cognitivas pressupõem a presença de aspectos afetivos, ou seja, no trabalho educativo cotidiano não existe uma aprendizagem meramente cognitiva ou racional, pois os discentes não deixam os aspectos afetivos que compõem sua personalidade do lado de fora da sala de aula quando estão interagindo com os objetos de conhecimento; por isso a necessidade da compreensão do ato pedagógico com o ato emocional.

Desta forma, o presente trabalho pretende colaborar com a formação dos futuros profissionais da educação, mostrando que a afetividade, os sentimentos e as emoções favorecem o desenvolvimento cognitivo.

No documento ANAIS – Mostra Científica 2016 (páginas 159-167)