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O VALOR DA AFETIVIDADE NA SALA DE AULA

No documento ANAIS – Mostra Científica 2016 (páginas 173-179)

apenas os conteúdos e passemos a pensar na criança e no seu bem-estar psicológico, físico e cognitivo.

Diante do que foi exposto, evidencia-se a presença contínua da afetividade nas interações sociais, além da sua influência também contínua nos processos de desenvolvimento cognitivo. Nesse sentido, pode-se pressupor que as interações que ocorrem no contexto escolar também são marcadas pela afetividade em todos os seus aspectos. Pode-se supor, também, que a afetividade se constitui como um fator de grande importância na determinação da natureza das relações que se estabelecem entre os sujeitos (aluno) e os diversos objetos de conhecimento (áreas e conteúdos escolares), bem como na disposição dos alunos diante das atividades propostas e desenvolvidas.

O professor é a base de toda a construção do seu aluno enquanto escola, então trabalha para que seus alunos tenham maturidade e desenvolvam não só conhecimentos cognitivos, mas características emocionais insubstituíveis, como a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a inclusão, os sentimentos altruístas, enfim, todas as áreas que mexam com a sensibilidade e não podem ser ensinadas através de máquinas, e sim com este contato importante com o ser humano.

Os professores que trabalham com a emoção sabem o significado de educar seu aluno para trabalhar a emoção, educando seus impulsos e filtrando momentos que não servem para a realização de suas atividades pessoais e escolares. Estimular seu aluno a pensar antes de reagir, a não ter medo, a ser líder de si mesmo, autor da sua própria história, é saber trabalhar nele fatos lógicos e concretos, mas também imaginários e contraditórios.

Quando falamos em afetividade na escola e a sua relação professor -aluno, estamos nos referindo à importância deste processo afetivo diante do processo cognitivo, explicando que o professor contribui através da sua sensibilidade para descobrir o que realmente acontece no cotidiano da sua sala de aula, se o empenho do seu aluno está relacionado a fatores psicanalíticos ou emocionais, e assim contribuir investigando procedimentos que ajudem seus discentes a se tornarem seres humanos melhores e capazes de seguir seus caminhos de forma competente e hábil. A sala de aula é um espaço físico e sagrado, em que o aluno merece ser valorizado e incentivado pelo afeto e pelo saber.

O aluno precisa ser humano. Além de conhecimento, precisa ter sentimento, e a solução para tudo isso está no afeto. O professor deve ensinar conteúdos, mas também valores, princípios, respeito ao próximo, liberdade, confiança, caridade e todo sentimento de amor ao outro. Quando o aluno se sente amparado e motivado, ele prospera. Em um mundo tecnológico, revolucionando nas eras da cibernética e da informática, concluímos que com todo este apanhado da ciência o afeto ainda continua sendo a solução de todos os problemas.

Na verdade, podemos perceber que as escolas estão criando homens-máquinas, apenas com informações, ou seja, não estão conseguindo educar as emoções; estão gerando seres insensíveis, alienados e despreparados para as situações que mexem com os sentimentos e geralmente são comuns.

Um bom professor quer ser lembrado e ele é quando se torna um mestre inesquecível, por ser admirado e amado por seus alunos. Cury (2003) diz que, para ser um mestre inesquecível, ele precisa formar seres humanos que façam diferença no mundo. Ele precisa estimular o íntimo de seu aluno, inspirar a inteligência dele e favorecer para que enfrente os desafios da vida, gerenciando seus pensamentos e tendo um caso de amor verdadeiro com a vida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, podemos afirmar que a afetividade está sempre presente nas experiências vividas por cada professor em sala de aula, causando impactos positivos ou negativos na subjetividade de cada aluno. A educação, quando baseada no afeto, mostra para a criança e seus educadores a significativa importância da afetividade dentro dos contextos escolares e não escolares, contribuindo para um melhor ensino -aprendizagem. O grande desafio da era moderna para o profissional da educação nada mais é que a sua formação profissional, e este, além da responsabilidade, compromisso e instrução, deve ter também o amor, o afeto e a empatia, que devem trabalhar em união com as práticas pedagógicas.

A afetividade está organicamente vinculada ao processo de conhecimento, orientação e atuação do ser humano. Esta conexão de sentimentos e processos cognitivos propicia ao homem um conjunto de capacidades afetivas e suas potencialidades intelectuais diferenciadas. Na verdade, a afetividade interfere constantemente no funcionamento da inteligência, estimulando ou perturbando, acelerando ou retardando o desenvolvimento do indivíduo, pois as experiências vividas tanto na família quanto na escola provocam uma construção positiva ou negativa na personalidade da pessoa.

Na escola, mais precisamente na sala de aula, cada professor causa em seu aluno situações emocionais diferenciadas, contribuindo para a subjetividade de cada um. É relevante como os sentimentos estão intimamente unidos aos ideais humanos e especialmente às relações das pessoas.

Trata-se, pois, de um fator proeminente nas relações que se estabelecem entre os alunos e os conteúdos escolares. A qualidade da mediação pedagógica, portanto, é um

dos principais determinantes da qualidade dos vínculos que se estabelecerão entre os sujeitos/alunos e os objetos/conteúdos escolares.

Todavia, não estamos defendendo uma proposta pedagógica específica, mas assumimos que não é mais possível planejar as condições de ensino sem que se considerem os possíveis impactos afetivos. Os educadores são escultores da emoçã o.

Quando forem educar seus alunos, devem educar olhando nos olhos, com gestos, fazendo com que sintam vontade de retornar a sua aula. De nada adianta conteúdo sem expressão significativa, sem interação, sem afeto. Os educadores, apesar das dificuldades enfrentadas na atualidade, são insubstituíveis, pois gentileza, delicadeza, tolerância, inclusão, respeito e todo o sentimento altruísta não podem ser substituídos por máquinas, e sim por seres humanos.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Geraldo Peçanha. A Pedagogia da Delicadeza: bases conceituais para uma educação baseada no cuidado e na empatia. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2014.

ANTUNES, Celso. A linguagem do Afeto. Como ensinar virtudes e transmitir valores.

Campinas, SP: Papirus, 2006.

CHALITA, Gabriel. Aprendendo com os aprendizes: a construção de vínculos entre professores e alunos. 1.ed. – São Paulo: Cortez, 2014.

CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Editora Gente, 2001 1ª ed., 2004 edição revista atualizada.

CHALITA, Gabriel. Pedagogia do Amor. A contribuição das histórias universais para a formação de valores das novas gerações. São Paulo: Editora Gente, 2003.

CURY, Augusto. Pais brilhantes, Professores fascinantes. A educação de nossos sonhos: formando jovens felizes e inteligentes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

FRANCO, Maria Amélia do Rosário Santoro. Pedagogia e prática docente. 1.ed. – São Paulo: Cortez, 2012. – (Coleção Docência em Formação: Saberes Pedagógicos/

coordenação Selma Garrido Pimenta)

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.

São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura)

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus Professor, Adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 2011. – (Coleção questões da nossa época; v.2).

TAILLE, Yves de La, OLIVEIRA, Marta Kohl de, DANTAS, Heloysa. PIAGET, VYGOTSKY, WALLON: Teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.

A EDUCAÇÃO ANTES E DEPOIS DA LDB 9394/96

Camilla Aragão Prado (FSLF)

INTRODUÇÃO

Tratar sobre educação é um papel desafiador, tanto pelas suas mudanças, quanto pela sua importância. Pensando nisso, o trabalho aborda a educação especialmente a partir da década de oitenta e depois da LDB nº 9394/96, sabendo que a década de noventa foi um período fundamental para a educação brasileira pelas transformações sofridas, tendo em vista os acordos internacionais e a nova visão de um investimento fértil, com novos programas e políticas públicas.

A LDB atual surge na década de 90 com as reformulações presentes na pedagogia e no sistema educacional do Brasil. A LDB anterior a 9394/96 era a nº 4024/61. Com a promulgação da constituição de 1988, a atual Lei de Diretrizes e Bases foi sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro da educação Paulo Renato, em 20 de dezembro de 1996, trazendo diversas mudanças, como a inclusão da educação infantil(creches e pré escolas) a primeira etapa da educação básica.

Com as mudanças de governo na década de 80, podemos perceber a necessidade de complemento e modificação nas leis e um ponto claramente discutido foi a educação, tanto é, que podemos perceber a LDB nº 9394/96 começou a ser regulamentada antes mesmo de ser aprovada. Devemos ter a consciência de que as transformações das leis e da educação tendem a se adequar ao cenário da sociedade e esses passos de mudança são implementados aos poucos.

A tramitação da LDB durou oito anos e foi finalmente aprovada na década de 90, que foi considerada a “Década da educação no Brasil”, pelo senador Darci Ribeiro, foram notórios os benefícios e as mudanças que a nova lei trouxe, como no artigo 4, onde o ensino fundamental se tornou obrigatório e gratuito, já a Lei nº 11.774 reformula a LDB trazendo mais um ano no ensino Fundamental, entre outros pontos positivos.

Neste sentido, este artigo evidencia a importância do cenário educacional para o nosso país, a influência da Constituição de 1988, a atuação da Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96 e a aplicação do Plano Nacional da Educação, que são de suma importância

para o cenário da educação brasileira. O sucesso para o desenvolvimento do nosso país com esses três atenuantes é indiscutível.

No documento ANAIS – Mostra Científica 2016 (páginas 173-179)