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A Informação

No documento O SECRETÁRIO EXECUTIVO COMO (páginas 45-59)

2.3 CONTRIBUIÇÕES DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

2.3.1 A Informação

A informação é recurso vital para a sociedade, podendo influenciar a maneira como o ser humano interpreta e sente o mundo e a si mesmo. Impacta as relações sociais e inspira o indivíduo a uma gama de comportamentos aos quais ele pode se moldar ou repelir. Outras vezes, pode dissolver a rigidez e o engessamento dos pensamentos e atitudes, estimulando, não raras vezes, a mudança de pontos de vista.

A informação pode interferir nas escolhas individuais. A preocupação com o meio ambiente é derivada do contato que se tem com a informação sobre a natureza e sobre o impacto que a ação do ser humano exerce sobre ela. O acervo às informações diz dos fatos referentes ao mundo que se habita. A oferta de novos produtos pelas empresas baseia-se fortemente em pesquisa de mercado, onde são analisadas as informações acerca da preferência do consumidor. A dieta alimentar tende a ser enriquecida com alimentos naturais, por se conhecer agora os seus componentes e a sua importância para uma vida saudável. Opta-se por férias em locais paradisíacos quando a ansiedade se aproxima, dada a informação de ser esta uma opção que previne o stress. Livros, jornais e páginas da web, dentre outros, informam sobre o pensamento de outras pessoas que nunca se conhecerá pessoalmente. A informação convida ao pensar, ao refletir, à revisão dos conceitos e à integração ao ambiente globalizado em que se está imerso.

Utilizam-se as informações decorrentes da vivência dos outros na solução dos próprios problemas, sem precisar trilhar os mesmos caminhos: partindo de onde outros já chegaram e assim potencializa-se a caminhada.

É grande, entretanto, a quantidade de informação inútil presente nos diferentes veículos de comunicação, sempre existindo uma grande parte dela a ser descartada, o que tem exigido, cada vez mais, preparação para lidar com o excesso de informações. No ambiente atual, pois, a seletividade dá o tom da reforma.

Enquanto não se lograr soluções para refinar a seleção das informações que se avoluma a cada segundo, individualizando-a para influir sobre cada um e, até mesmo, para decidir por si própria, muito poderá ser perdido.

Mas esta não será uma tarefa simples: quanto mais fundo se mergulha no tema, mais graves parecem ser as suas particularidades e deficiências, e o desconhecimento e despreparo em lidar com o assunto.

O que vem a ser informação? O que pode (ou não) ser informação? Que conceitos guardam analogia ou correlação com o conceito de informação? sendo a informação o objeto de estudo a Ciência da Informação, como é delimitada dentro área? Existe consenso entre os autores? Por que e como são usados os sistemas de informação? Qual a importância de se construir um conceito de informação para a Ciência da Informação?

Estas são questões que motivaram o estudo dos temas a elas afetos, objetivando dirimir as dúvidas e procurando esclarecimentos que preenchessem a lacuna identificada, para construção de conhecimento sobre o assunto.

O saber é dinâmico e é comum que no ambiente de mudanças não impere a rigidez. Não há mais espaço para delimitações. E é bom que assim seja, pois o pensamento e inteligência do indivíduo acompanham e se adaptam às mutações que o rodeiam, em níveis micro e macro.

Sem intenção de discutir atentamente o assunto, e apenas com o objetivo de contextualizar esta discussão, lembra-se inicialmente o conceito de disciplina e a sua classificação como rígidas (hard) ou flexíveis (soft), como defende Price (1962). Como rígidas, lembra-se a Física e a Química, ciências maduras e teóricas, aparentemente caracterizadas por alto consenso. Tendo em vista as suas terminologias definidas, para estas disciplinas pressupõe-se haver uma maior facilidade ao se projetar um sistema de informação. Do outro lado, a Sociologia e a Educação, como softs, compartilham características semelhantes entre si, com maior presença de controvérsias e ambiguidades, o que certamente exigirá uma atenção redobrada quanto ao tratamento das suas informações na composição de um sistema de informação próprio.

Esta divisão, entretanto, não pode ser estática, muito menos perfeita e previsível. A exata gradação de cada área do conhecimento com relação à outra está longe de ser uma realidade. Registram-se hoje alterações mesmo no âmbito de uma única disciplina, como é o caso da Física. Ao proceder-se à análise da citada

ciência, constata-se que uma de suas divisões, a Meteorologia, não tem o cunho rígido da Mecânica.

A flexibilidade parece estar presente em maior proporção no campo da Ciência da Informação, disciplina que tem se firmado e que tem se organizado paulatinamente, guardando certo paralelismo com o desenvolvimento das modernas tecnologias de informação.

Em uma acepção universal, informação significa a grande massa de informação que os seres humanos têm à sua disposição, para selecionar e administrar. Informação é matéria prima de todas as áreas do conhecimento e está sempre ligada à qualidade e não à quantidade. Informar tem conotação com organizar, classificar. As diferentes áreas do conhecimento entendem a informação conforme o estágio de desenvolvimento de suas teorias e práticas.

Por que existem divergências com relação ao conceito de informação? Há que se reconhecer, de antemão, que a idéia de informação está sempre associada à idéia de ação e resultado. É requerida uma análise que reconheça, desde o início, que a informação é fruto da sociedade e da interação entre os seus componentes.

O foco desta pesquisa não se traduz na discussão de como as demais áreas do conhecimento têm identificado informação, mas no entendimento da ideia de informação dentro da Ciência da Informação, considerando, também, as tendências interdisciplinares que caracterizam esta ciência.

Em assonância com a lição sempre precisa de Capurro (2007, p. 149) lembra-se que todos os conceitos, de modo geral, são válidos. Não podem, por tal motivo, ser classificados como verdadeiros ou falsos. Antes, há que se considerar que os conceitos teóricos prestam-se de suporte para a prática.

Com referência a conceitos teóricos, cabe lembrar a noção de Popper (1985, p. 41-44), de falseabilidade da ciência, ou seja, apenas as argumentações científicas que tivessem resistido às tentativas dos cientistas de falsificá-las é que seriam aceitas como verdadeiras.

Cabe lembrar, ainda, que Thomas Kuhn (1970) tem como tese básica que ideias científicas são aceitáveis enquanto elas estiverem de acordo com o paradigma vigente ou o modelo de compreensão científica que está operando e com os mais poderosos paradigmas existentes entre disciplinas. Estes paradigmas gerais provêm de uma sabedoria ortodoxa de qualquer área, agindo como um dogma ou ciência institucionalizada.

Araújo e Freire (1999, p. 5) salientam a existência de mais de 400 definições, conceitos e abordagens utilizados por pesquisadores de diferentes áreas e culturas para caracterizar o fenômeno informação, ressaltando que informação não é um conceito único e singular, mas uma série de conceitos conectados por relações complexas.

No contexto de uma revisão bibliográfica pode-se observar que as várias definições para o conceito de informação foram sendo esboçadas e redesenhadas, evoluindo pari passu com o progresso da pesquisa em Ciência da Informação, o que pode ser identificado, por exemplo, na busca da distinção entre dados, informação e conhecimento.

Torna-se relevante, antes mesmo de se introduzir as diferentes visões de estudiosos relativas ao tema em apreço, discorrer em linhas gerais sobre este nível hierárquico da informação no processo decisório de uma organização, iniciando com a apresentação da definição de dados apropriada ao contexto desta análise.

Os termos informação e dados são comumente empregados como sinônimos, apesar de serem tópicos distintos. Dados são registros ou valores que identificam alguma coisa e que não têm, por si só, qualquer valor: necessariamente devem ser contextualizados. Se apropriadamente processados, organizados ou ordenados de forma a adquirir significado, são convertidos em informação.

Moresi (2000, p. 18) conceitua dados como “sinais que não foram processados, correlacionados, integrados, avaliados ou interpretados de qualquer forma”, defendendo que os dados representam a matéria-prima a ser utilizada na produção de informações.

A visão da informação como elemento propulsor do desenvolvimento em diferentes campos e ingrediente diferencial para a competitividade foi sendo paulatinamente ampliada e a sua atuação foi crescendo até a sua identificação com a sociedade qualificada como sociedade da informação.

Os autores Prusak e McGee (1995) asseguram que a informação é muito mais que dados processados, sendo “... dados coletados, organizados, ordenados, aos quais são atribuídos significados e contexto”. Os mesmos autores destacam que informação significa dados em uso, e isso pressupõe a participação de usuários em manipular dados no seu contexto geral.

O termo conhecimento é comumente utilizado como quase sinônimo do termo informação. A informação atua como matéria-prima do conhecimento. Para

Moresi (2000, p. 19) conhecimento pode ser definido como o resultado da interpretação e integração de vários dados e informações, entendidos, então, como confiáveis e relevantes.

Conhecimento “é um conjunto específico e sistematizado de informações, reconhecido, aceito e assimilado pelo indivíduo, de forma relacionada com seu acervo pessoal (cognição, emoções, experiências) anterior”, na perspectiva de Vieira (1999, p.176).

A mão-de-obra de caráter intelectual no novo cenário internacional resultou no estabelecimento de um novo setor do sistema produtivo: o quaternário, também chamado de pós-industrial, o qual incorpora as atividades relacionadas com a indústria da informação e do conhecimento – imprensa, bibliotecas, institutos de pesquisa, bancos de dados, sistema educacional e instituições similares.

O conhecimento organizacional vem sendo compreendido como principal recurso e fonte de vantagem competitiva para as organizações e, embora consagrado como matéria-prima da trama das decisões e do poder, permanece restrito a um pequeno grupo. Tanto o conhecimento codificado (rule-based

knowledge) como o conhecimento tácito (tacit knowledge) são cruciais para as

organizações e indivíduos. A transformação dos conhecimentos tácitos em sinais ou códigos é extremamente difícil já que sua natureza está associada a processos de aprendizado, dependentes de contextos e formas de interação sociais específicas (VIOTTI, 2003).

Um novo tipo de conhecimento vem sendo destacado por Choo (2006, p. 190-193): o conhecimento cultural (cultural knowledge), que “consiste em estruturas cognitivas e emocionais que habitualmente são usadas pelos membros da organização para perceber, explicar, auxiliar e construir a realidade”, incluindo suposições, crenças, convenções e expectativas usadas para agregar valor e significado à informação. Todos os três tipos de conhecimento podem ser encontrados em qualquer organização, no entanto a organização inteligente, ou voltada para o aprendizado, habilita-se para expandir e renovar continuamente o seu conhecimento nas três categorias.

Volta-se, agora a discutir o conceito de informação, que passa pela investigação do que pode não ser informação. Wurman (2003, p. 42) afirma que a palavra informação sempre foi ambígua e liberalmente empregada para definir diversos conceitos, passando, nos anos posteriores à II Guerra Mundial, a ser

utilizada como termo tecnológico para definir qualquer coisa que fosse transmitida por um canal elétrico ou mecânico. O mesmo autor salienta, em acréscimo, que o uso posterior do termo foi tomando forma vaga, sendo aplicado a algo que não era necessariamente informativo e, mais além, o seria para designar algo dito, fizesse ou não sentido para o receptor.

Wurman (2003, p. 208) adverte que atualmente se confundem dados com informação. Assim, a grande era da informação é, segundo ele, na verdade, uma explosão da não informação – uma explosão de dados. E prossegue com a seguinte afirmação: “inundem as pessoas com informação; elas pensarão que são livres”.

O aumento no volume de informação não traz, necessariamente, novos conhecimentos, como se previa. Isto porque se você obtiver a informação, mas não souber utilizá-la, ela não terá qualquer valor. Informação não digerida para Wurman (2003, p. 43) não é informação, mas cria a ilusão de que você teve acesso a ela, mesmo que não lhe tenha trazido benefício algum. O que se constitui em informação para uma pessoa pode não passar de dados para outra. “Se não faz sentido para você, a denominação de informação não se aplica”.

Obviamente, a informação não tem valor por si mesma: a sua importância advém da sua conexão com a ação humana, a sua aplicabilidade exige interpretação, processamento e atribuição de significados, de modo que ela passe a ter sentido. Nessa linha de raciocínio, cabe enfatizar, também, que a correlação da informação com a forma física de texto foi sendo paulatinamente alargada para eventos, imagens, processos, objetos e, mais recentemente, com o virtual.

Ora interessa conhecer as raízes históricas e terminológicas da palavra informação, para o que se recorre a Capurro e HjØrland (2007, p. 158). Tais autores

salientam a sua origem na palavra latina informatio, aliada à noção de dar uma forma ou moldar a matéria.

Asseguram que este conceito foi “não apenas abandonado, mas refeito sob premissas empíricas e epistemológicas” (p. 159), estando o seu significado agora ligado a visões sobre o conhecimento, com o sentido de comunicar alguma coisa a alguém. A associação do significado de informação com a ideia de dar forma atualmente está em desuso na área científica, embora esteja presente no discurso do senso comum.

Em interessante revisão da literatura sobre o tema, Belkin (1978) aponta para a importância dos conceitos e os diferentes pontos de vista externados por diversos autores como Yovits, Wersig, Shannon.

Belkin (1978, p. 65) discute os três tipos básicos de informação: física, biológica e social, afirmando que a Ciência da Informação se preocupa com o último deles. O seu conceito de informação como estrutura comunicável capaz de modificar a estrutura cognitiva do receptor é particularmente pertinente, pois foca no próprio processo de comunicação, significativo para a área de Comunicação da Informação.

Dentre os autores citados por Belkin (1978), é particularmente válida para este trabalho a acepção utilizada por Yovits (1969), cuja análise, alicerçada na trilogia dado-informação-conhecimento, é focada na informação e tomada de decisão. Este autor salienta que a informação seria a união de dados com o estado de incerteza ou dúvida do receptor e, por isso, é relevante para a tomada de decisões.

A mudança para a sociedade da informação tem sido tão rápida que ainda não se adaptou às implicações daí derivadas. Wurman (2003, p. 43) alerta para a limitada capacidade de processamento da informação do ser humano, capacidade esta que decorre da perfeita integração dos novos dados, dos antigos conhecimentos e dos objetivos claros.

Esta capacidade é de interesse especial esta pesquisa, uma vez que, no caso do secretário executivo, uma das suas atribuições – e talvez a mais relevante – consiste em apresentar aos executivos as informações que lhe são necessárias para a ação sistemática de tomada de decisão. Tais informações pertencem a um leque extenso de peculiaridades, as quais podem envolver uma série de elementos, como documentos, pessoas, atos e processos, e suas características individuais. Estes elementos podem ser tanto sincronizados quanto combinados de diferentes maneiras, dependendo da situação em que são inseridos.

Desta forma, a análise da profissão de Secretariado Executivo, objeto de estudo em itens posteriores desta tese, sugere que este profissional naturalmente seleciona as informações que lhe parecem essenciais, fornecendo-as de maneira sistematizada para o seu superior e para os profissionais que as solicitam. Ele sabe onde buscar o que precisa e quais são os meios de chegar à fonte de informação necessária, e esta habilidade lhe é facultada pela sua função de assessoria ao

executivo e o exercício rotineiro de intermediar diferentes atividades que envolvem a informação.

Ainda referenciando a Wurman (2003), lembra-se que esse autor é categórico ao afirmar que precisamos mudar a imagem da informação, transmutando a sua imagem estática em uma imagem dinâmica, a qual foca a interpretação criativa dos dados pelo indivíduo, que adiciona significado aos sinais brutos.

Esse autor lembra que são as pessoas que usam a informação para dar algum sentido ao mundo. Assegura que para usar a informação produtivamente, isto é, com alguma finalidade ou com objetivos definidos, as pessoas devem saber o que estão fazendo, e por que o fazem (WURMAN, 2003, p. 44). Como dito, cada pessoa precisa dispor de uma medida pessoal para definir a palavra informação, pois o que se constitui em informação para uma pessoa pode não o ser para outra, defende Wurman (2003, p. 43).

A informação recebeu de Wurman (2003, p. 47 e 48), a categorização de cinco níveis, por ele denominados de anéis da informação, os quais são detalhados no quadro 2.3.

Quadro 2.3 – Os anéis da informação

a) Informação interna – Mensagens que governam nossos sistemas internos

b) Informação conversacional – Trocas formais e informais. Conversas que mantemos e que se constituem em importantes fontes de informações

c) Informação de referencia – Materiais de referência que usamos em nossa vida d) Informação noticiosa – informação transmitida pela mídia e que pode influenciar

nossa visão de mundo

e) Informação cultural – Qualquer expressão de uma tentativa de compreender e acompanhar nossa civilização.

Fonte: Elaborado pela autora, baseado em Wurman (2003, p. 47-48)

As informações colhidas nos quatro primeiros anéis, citados no quadro 2.3, são incorporadas no anel da informação cultural e constroem o conjunto que determina nossas atitudes e crenças e a natureza da sociedade, segundo o autor. A definição dos anéis da informação tem especial relevância para essa pesquisa, ao fornecer elementos para amparar a compreensão do papel do secretário executivo.

A Teoria da Informação e da Comunicação apresenta um conceito que é especialmente relevante: o conceito de incerteza. Com origem nos trabalhos de

Shannon e Weaver (1962) para a Bell Telephone Company, visando redução de custos de transmissão de sinais, esta teoria foca a medida do conteúdo de informação, melhor dizendo, a taxa de informação, a qual está ligada intimamente à ideia de seleção, escolha e discriminação. Liga-se, sobretudo, à qualidade da mensagem.

Por se tratar de teoria da área de engenharia e estatística, a Teoria Matemática da Comunicação, como também é chamada, enfoca o aspecto quantitativo, despreocupando-se com a semântica, uma vez que o que interessa não é o significado da mensagem, mas sim se o que foi transmitido foi recebido. Em resumo, está centrada no canal e na sua capacidade em veicular uma mensagem a um baixo custo.

O esquema básico desta teoria diz respeito à existência de uma fonte e de um destino distintos no tempo e no espaço, que se conectam através de um canal de comunicação. O emissor/transmissor reduz a informação ou mensagem a sinais – operação chamada de codificação – e o receptor reconverte a informação à sua forma original, decodificando-a para uso do destinatário. Eventuais erros no sistema de comunicação, denominados de ruídos ou distúrbios, dificultarão em maior ou menor grau a possibilidade de se obter boa informação.

Definindo informação como redução de incerteza, oferecida quando se obtém respostas a uma pergunta, para Shannon e Weaver (1962), a palavra informação é dotada não somente de significado técnico, mas, também, de medida.

Compactuando com a investigação de Belkin (1978, p. 68) defende-se que a visão da informação como medida não parece ter especial sintonia para aplicação no campo da Ciência da Informação, uma vez que no âmbito desta, a qualidade da mensagem (sua informação) tem maior relevância do que a sua quantidade.

Redução de incerteza se constitui em preocupação de Wersig e Nevelling (1975), que discutem o modelo informação-incerteza e a definição de informação como resposta à condição de dúvida de um organismo numa situação problemática que não pode ser resolvida diretamente pelos seus estoques de conceitos, eventos e programas.

Wersig e Nevelling (1975, p. 7-8) propõem que a informação seja interpretada, no campo da CI, com uma conotação social, uma vez que esta ciência se preocupa em atender as necessidades de informação – agora não mais restritas

às informações em ciência e tecnologia, mas também as ocupacionais ou funções até menos restritas – das pessoas que necessitam de informação.

Le Coadic (2004), por sua vez, ajuíza informação como conhecimento registrado, defendendo que a informação é conhecimento inscrito sob a forma escrita, oral ou audiovisual. Ela comporta um elemento de sentido e é transmitida a um ser consciente por meio de uma mensagem inscrita.

A acepção da informação como conhecimento registrado suscita grande validade para a área de processamento técnico da informação, uma vez que aí os pacotes de informação são descritos por seus elementos básicos que o identificam de forma unívoca.

Barreto (1996, p. 2) conceitua informação como “estruturas significantes com a competência de gerar conhecimento no indivíduo, em seu grupo, ou a sociedade”. Bukland (1991, p. 351-360) assegura que o termo informação apresenta ambigüidades, pois depende do contexto que é utilizado. Assim, a palavra informação tem diferentes significados para pessoas em diferentes épocas.

Este autor identifica três usos principais da palavra informação: informação como processo, informação como conhecimento e informação como coisa.

Como processo (information-as-process), a informação gera conhecimento novo na pessoa, ou seja, a informação altera o conhecimento da pessoa que a recebe, modificando-o naturalmente. Verifica-se aí a acepção de informação como ato de relatar ou informar um objeto, um documento, um dado, um fato, um evento.

Obviamente, a relevância do dado ou fato é situacional, e fortemente dependente, dentre outros elementos, do nível de conhecimento de quem recebe a

No documento O SECRETÁRIO EXECUTIVO COMO (páginas 45-59)