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Novos rumos para o profissional da Informação

No documento O SECRETÁRIO EXECUTIVO COMO (páginas 84-87)

2.3 CONTRIBUIÇÕES DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

2.3.3 O profissional da Informação

2.3.3.3 Novos rumos para o profissional da Informação

Lancaster (1993, p. 1) sugere que os próximos 30 anos podem ser vistos pelos profissionais da informação sob duas óticas distintas: como uma oferta de dificuldade ou como uma oferta de oportunidade para que a profissão se torne mais valiosa para a sociedade como tem sido até então. Penniman (1993) enfatiza que

estes profissionais devem ser ativos e priorizarem mais a entrega da informação do que a sua conservação: é preciso planejar uma mudança na ênfase de ser o guardador de livros para ser o condutor para o universo do conhecimento, frisa.

Há urgência, no ambiente de mutabilidade imperante, de se repensar o perfil do profissional da Informação, que não pode ser passivo e imbuído de concepções inteiramente divorciadas da realidade. Hoje se retificam noções antigas que serviram até então, conjugam-se novas formas de pensar, e afigura-se pertinente envergar o traje da humildade para compreensão da realidade.

Davenport (1998, p. 28) enfatiza a passividade do bibliotecário e a sua inabilidade em executar suas atividades, posicionando-se apenas como prestadores de serviço particular a usuários individuais sem acrescentar valor à informação. Às vezes, afirma este autor, os bibliotecários adicionam valor às informações que coletam, sintetizando-as, interpretando-as e fazendo com que sirvam aos objetivos de quem as solicita. Ao tempo em que condena a passividade do bibliotecário, o mesmo autor afirma que este profissional conhece melhor os conteúdos e está mais perto do usuário que qualquer outro fornecedor.

Em virtude das ponderações aqui registradas, questiona-se: É possível ao profissional da Informação se adequar a este novo tempo? Que valores ele deve privilegiar para isso? Como reverter a visão estereotipada que ele recebe? É possível confiar no bibliotecário de hoje a construção da ‘biblioteca’ de amanhã?

Em assonância com a lição sempre precisa de De Masi (2005, p. 127), lembra-se o fenômeno por ele destacado e nomeado pelos antropólogos de cultural

gap: é preciso certo prazo para que o nosso cérebro se reprograme e aceite as

novidades. Durante certo período os indivíduos e sociedades continuam a administrar os novos tempos com base nos velhos modelos cognitivos e comportamentais. Cumpre examinar, neste passo, que o modelo de biblioteca adotado no País baseou-se naquele utilizado pelos países industrializados. Suaiden (2000) salientou a sua instalação em locais improvisados, com acervos desatualizados e instalações precárias. O ônus da imagem negativa desta instituição repercutiu na representação do bibliotecário como uma pessoa de comportamento acomodado e passivo.

No que pese o esforço do profissional da Informação para se adequar à atualidade, convém ponderar, ao demais, que ele tem expandido o escopo de suas atividades, gerando novos significados. Ao invés de assistir à invasão do seu reduto

de trabalho, ele presencia o seu espaço se agigantar, logrando novas, inovadoras e diversificadas funções, antes impensadas. Ascende assim a uma nova tarefa fundamental na dinâmica globalizada: a utilização dos fluxos de informação a favor da diversidade cultural e em defesa da identidade nacional.

Kalfon (2006) ressalta que não se pode confiar o vasto canteiro das bibliotecas de amanhã unicamente aos bibliotecários de hoje. Muito menos aos

marchants. O autor acentua que o futuro está entregue à mistura de todos estes

fatores. Ferreira (2003) versa sobre qualificações profissionais e mercado de trabalho para o profissional da Informação e constata que o mercado reconhece a necessidade de um profissional que trabalhe com a informação, embora não veja no profissional da Informação a pessoa com este perfil. E recomenda uma mudança na postura deste profissional no sentido de reconhecer o seu papel, abraçar as suas tarefas e prestar-se ao papel de divulgador de sua própria área de atuação para romper esta barreira.

Conforme Mueller (1989), o profissional da Informação deve ter um perfil moderno, receptivo, criativo e disposto a aplicar seus conhecimentos de forma crítica e objetiva, utilizando-se de ferramentas pertinentes a cada processo, convertendo-se em um profissional multi/interdisciplinar e transdisciplinar.

A estrutura de apoio à informação, dada a complexidade de requisitos, exige cada vez mais o trabalho em equipe: “algo que praticamente todos querem é o cruzamento de um grande número de informação e a existência de qualificações dentro da organização para lidar com essas fontes” (DAVENPORT, 1998, p. 150).

Tarapanoff et al (2002) afirmam que não há um perfil de profissional de Informação ou do conhecimento único:

“É impossível encontrar em apenas uma profissão ou em determinado perfil a síntese das atividades que compreenda todas as facetas da informação e do conhecimento necessários para o desenvolvimento das atividades de uma organização ou do desenvolvimento de uma sociedade” (TARAPANOFF et al, 2002, p.10)

Aramayo (2001) sugere que o bibliotecário deve sair da biblioteca e prestar serviços em outras áreas, quando poderá demonstrar sua experiência e conhecer diretamente as necessidades de informação dos colegas de outros departamentos. A autora acrescenta que ele deve ainda procurar informações com colegas que tenham experiências nos assuntos, definindo-se como agente de aquisições de

todas as fontes e produtos informativos. É importante acrescentar que os profissionais da informação são cada vez mais levados a participar do fluxo internacional da informação, por meio da prestação de serviços a usuários virtuais. Em contrapartida, estes profissionais se beneficiam e utilizam serviços provenientes dos fluxos internacionais.

Neelameghan (1978, apud Menou 1996) no documento ‘UNESCO

Guidelines’, dirigido à formulação de política de educação, treinamento e

desenvolvimento do pessoal de Biblioteconomia e Informação advoga as seguintes mudanças: de atitude passiva para liderança; do contexto passado e presente para o contexto futuro; do edifício onde as pessoas buscam informação para sistemas e redes, nos quais a informação flui; da centralização na técnica para a centralização no usuário e serviço, com adaptação de técnicas; do livro para o multimídia; e do ad

hoc e intuitivo para o científico e sistemático.

2.3.4 Considerações sobre a revisão de literatura relacionada às contribuições

No documento O SECRETÁRIO EXECUTIVO COMO (páginas 84-87)