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1. O neorrepublicanismo institucionalista

1.2. A história das ideias republicanas

1.2.6. A manifestação das ideias republicanas no Brasil

As ideias republicanas não chegaram ao País de uma vez; elas vieram em ondas. Podem-se destacar algumas vagas que as trouxeram. Primeiramente, com a Independência do Brasil e a outorga da Constituição de 1824, intentou-se conceder – ou parecer conceder – ao povo o seu autogoverno, por meio da instituição da separação dos poderes, ainda que com a adoção da ideia moderna de poder moderador, inspirada em Benjamin Constant.75 Outro movimento significativo da manifestação das ideias

72 Tradução livre do original: ―If Americans had been compelled to abandon a theory of constitutional

humanism which related the personality to government directly and according to its diversities, they had not thereby given up the pursuit of a form of political society in which the individual might be free and know himself in his relation to society.‖

73 Na visão de Pocock (1975), a permanência do republicanismo ocorreu tanto materialmente, por

exemplo, com a ideia da separação dos poderes, quanto na própria linguagem, por exemplo, com a oposição entre corrupção e virtude, ainda que descasada do paradigma novo, que se tinha iniciado a ser tecido.

74 Para Morton J. Horwitz (1987-8), essa mudança de concepção sobre a Constituição americana, embora

teorizada na segunda metade do século XX, já podia ser observada na jurisprudência do Supremo Tribunal dos Estados Unidos a partir de 1937, quando surgiram decisões que não se coadunavam com a ideia de um Estado neutro, dando substância ao seu papel distributivo.

75 Benjamin Constant inspirou-se na leitura que Montesquieu fez do regime inglês para defender que as

ideias republicanas do autogoverno e da preservação da liberdade eram compatíveis com uma monarquia. (Ele já se autodenominava liberal.) Todavia, Constant estilizou a concepção de Montesquieu ao defender que, por serem os três poderes equivalentes, eles precisam de outro – um

republicanas foram as revoltas ou revoluções de meados do século XIX, como a Revolução Farroupilha (1835), no Rio Grande do Sul, e a Revolta Praieira (1848), em Pernambuco. A causa dessas revoltas, chamadas comumente de revoltas liberais, foi, sobretudo, a falta de autonomia no governo das províncias, que eram sufocadas por um poder imperial fortemente centralizador, e canalizou-se no papel aristotélico e maquiaveliano atribuído ao povo em uma república, qual seja, disposto a pegar em armas para defender sua própria liberdade.76 Ainda houve uma forte ebulição dessas ideias, por óbvio, no período da Proclamação da República, em que os patrocinadores da república dividiram-se entre defensores de uma república democrática e defensores de uma república de viés mais aristocrático.77 Talvez a maior bandeira da proclamação

quarto poder – que não seja ativo, mas neutro, para dirimir eventuais conflitos entre os outros. ―O poder executivo, os poder legislativo e o poder judiciário são três instâncias que devem cooperar, cada um com sua parte, ao movimento geral: mas quando essas instâncias perigam cruzarem-se, entrechocarem-se e entravarem-se, falta uma força que lhes recoloque em seus respectivos lugares. Essa força não pode estar dentro de um desses poderes, porque ele serviria para destruir os outros. Ele deve ser neutro, de qualquer sorte, porque sua ação deve aplicar-se necessariamente sempre que seja necessário que ela se aplique e para que ele seja preservador, reparador, sem ser hostil. A monarquia constitucional cria esse poder neutro na pessoa do chefe do Estado. O verdadeiro interesse desse chefe não é que um poder derrube o outro, mas que todos se apoiem, entendam-se e ajam em concerto. [Tradução livre do original: ―Le pouvoir exécutif, le pouvoir législatif, et le pouvoir judiciaire, sont trois ressorts qui doivent coopérer, chacun dans sa partie, au mouvement general: mais quand ces ressorts dérangés se croisent, s‘entre-choquent et s‘entravent, il faut une force qui les remette à leur place. Cette force ne peut pas être dans l‘un des ressorts, car elle lui servirait à détruire les autres. Il faut qu‘elle soit neutre, en quelque sorte, pour que son action s‘applique nécessairement partout où il est nécessaire qu‘elle soit appliquée, et pour qu‘elle soit préservatrice, réparatrice, sans être hostile. La monarchie constitutionnelle crée ce pouvoir neutre, dans la personne du chef de l‘Etat. L‘intérêt véritable de ce chef n‘est aucunement que l‘un des pouvoirs renverse l‘autre, mais que tous s‘appuient, s‘entendent et agissent de concert.‖] (CONSTANT 1815, 34-5) Embora se ouça dizer que a Constituição de 1824 distorceu a ideia de Constant, ao menos textualmente isso não parece ter ocorrido. Mesmo a manifestação mais radical do Poder Moderador, quando se permite ao Imperador dissolver a Câmara dos Deputados ―(…) nos casos, em que o exigir a salvação do Estado; convocando immediatamente outra, que a substitua‖ (art. 101, V), era prevista na obra de Constant (37).

76 A Revolução Farroupilha ocorreu em um ambiente ideológico fortemente republicano no Rio Grande

do Sul e reivindicava para si a imposição de tributos que era feita pelo poder central, que simbolizava o tolhimento de sua autonomia por um poder que não os governava de maneira própria. Era, portanto, uma revolta contra a dominação externa, impressa pela metrópole, em um primeiro momento, e pelo poder imperial, em um segundo. Conforme pesquisas históricas, seus líderes tinham uma ideologia conformada sincreticamente por autores clássicos republicanos (Cícero, Tito Lívio, Maquiavel, Montesquieu) e por autores mais recentes, jusnaturalistas e formuladores de uma metafísica do indivíduo (Locke, Rousseau e Bentham). (SPALDING 1963) A Insurreição Praieira foi um movimento capitaneado pela nova burguesia pernambucana, com o apoio de veículos de imprensa local, impulsionado pela ojeriza à dominação portuguesa e às estruturas monárquicas da antiga metrópole, que ainda moldavam a sociedade nesse período, em favor da instalação de uma república de fato, que promovesse ideais como a liberdade democrática, o sufrágio universal, além de, sobretudo, a autonomia em relação ao poder central. ―Os deputados da Praia declaravam que a centralização imperial devorava a ‗substância nacional‘ e que as províncias vegetavam em ‗condição mesquinha … tratadas com desprêzo pelos mandões de uma Côrte madrasta e corrompida‖ (CARNEIRO 1960, 33).

77 Segundo Luiz Roberto Lopez, havia quatro grupos em disputa ideológica no momento anterior à

da república tenha sido o aumento dos poderes dos estados em se autogovernar, por meio da implantação do federalismo.78

Apesar dessas e de outras manifestações progressivas das ideias republicanas ao longo da história do País, a análise aqui será concentrada na Constituição de 1988, que é a atualmente vivida. Trata-se da Constituição que teve a maior e mais aberta participação popular em sua formulação, além de instaurar o regime em que a tripartição de poderes foi desenhada da maneira mais fiel, com o Poder Judiciário, depois de mais de vinte anos, tendo alcançado uma posição de definitiva equivalência aos demais, simbolizado, principalmente, pelo seu papel de guardião da Constituição.

A promulgação da Constituição de 5 de outubro de 1988 representou o triunfo não só da linguagem comunitarista, mas de seus ideais, especialmente em face da ideologia liberal, com a qual disputou espaço nos meses de Assembleia Nacional Constituinte. Segundo Gisele Cittadino (2009), liberais e comunitaristas, embora compartilhem uma série de pressupostos, divergem quanto à ideia de pluralismo e de como o Estado deve e pode relacionar-se com essa característica marcante das sociedades contemporâneas. Para os liberais, o pluralismo consiste na multiplicidade de concepções sobre a vida digna e o papel do Estado, em face disso, é garantir o gozo individual de cada um sobre essa sua concepção e sintetizar a justiça em termos reconhecidos por todos. Os comunitaristas, todavia, pensam que a diversidade de identidades sociais e culturais não permite, em última instância, uma síntese plena que as contemple universalmente, ou seja, a conformação de uma sociedade, para os comunitaristas, não depende da abordagem imparcial do Estado em face de cada um desses grupos, mas do estabelecimento de uma relação dialógica entre eles e da fundação de uma comunhão moral, com valores concretamente reconhecidos por todos. Em vez de salientar a defesa do indivíduo contra o Estado, os comunitaristas apontam a importância dos indivíduos e dos grupos sociais envolverem-se com o governo de sua sociedade, para fins de preservação da sua própria pluralidade e, em última análise, da sua liberdade.

Jardim, os que almejavam uma república autoritária, mas social, como os positivistas, os defensores de uma república moralizada, representados por militares como Floriano Peixoto, e os que propugnavam uma república federalista, de caráter associado à primeira geração liberal e com apoio da aristocracia agrária. (1997, 14-5)

78 Na síntese de Lopez, ―o federalismo existente na Constituição de 1891 autorizava os Estados a terem os

seguintes direitos: contrair empréstimos externos, constituir forças militares próprias, exercer a Justiça e cobrar impostos (exportação, bens imóveis, transmissão de propriedade, indústrias e profissões e imposto interestadual, tendo este último sido abolido por Getúlio Vargas)‖ (2000, 24).

(…) Os liberais preocupam-se em proteger as diversas visões substantivas individuais das interferências resultantes de qualquer processo deliberativo público. Daí a necessidade de que os direitos fundamentais limitem a soberania popular e a legislação democrática dela decorrente. Os comunitários, ao contrário, conferem prioridade à soberania popular enquanto participação ativa dos cidadãos nos assuntos públicos, precisamente porque, segundo eles, a autonomia pública é mais adequada à existência dos diversos centros de influência social e poder político que configuram o pluralismo das democracias contemporâneas. (CITTADINO 2009, 6-7)79

A Comissão Afonso Arinos, encarregada de elaborar o anteprojeto da Constituição, era tida, na imprensa e no meio político, como conservadora, em função de sua composição. No decorrer dos trabalhos da Comissão, todavia, a minoria progressista ocupou o espaço e determinou de maneira mais forte o anteprojeto elaborado. Os membros de direita não fizeram qualquer pacto entre si e, frequentemente, um ou outro conservador alinhava-se ao progressismo em algum assunto específico, o que gerou críticas mútuas entre os conservadores. Além disso, a própria participação dos progressistas na Comissão foi mais assídua e mais efetiva que a dos conservadores.80

Ao cabo, apesar das acusações iniciais sobre o caráter da Comissão, seu produto foi considerado progressista e estampa viés notadamente comunitarista. De acordo com Gisele Cittadino (2009, 36-43), são três os elementos que indicam isso: a atribuição de um conteúdo ético à ordem jurídica, caracterizada pela incorporação de uma séria de princípios jurídicos, o seu complexo sistema de direitos fundamentais, que exibia procedimentos institucionais para concretizar essas garantias, e o papel atribuído ao Supremo Tribunal Federal (STF) de garantir a preservação do caráter democrático- deliberativo da produção legislativa e de aplicar, concretamente, o conteúdo das normas constitucionais. Apesar de esse anteprojeto não ter sido enviado à Assembleia, o projeto que lá foi discutido e aprovado preservou esses três elementos.

A ideologia comunitarista brasileira é tributária do constitucionalismo português e espanhol, que, por sua vez, agregou o resultado dos debates americanos e alemães entre a visão formalista e a materialista da Constituição, tendo prevalecido esta, que estende a dimensão de intérpretes do texto constitucional e vincula-o a uma comunidade concreta, substantivamente definida. (CITTADINO 2009, 14-32) Isso ajuda a perceber

79 Para um aprofundamento desse retrato mapeado do comunitarismo, v. GALUPPO (2004).

80 É revelador do clima das disputas internas à Comissão a entrevista dada por Ney Prado à Folha de São

Paulo em 19 de setembro de 1986, conforme reprodução de Gisele Cittadino (2009, 35): ―Os chamados conservadores são homens com múltiplas atividades e não podem comparecer com assiduidade. E os progressistas, mais determinados, começaram a frequentar mais as reuniões. E ficou tão marcante a divisão que alguns conservadores até desistiram. Eles diziam: O que adianta ir se os nossos pontos de vista estão sendo triturados?‖.

que há uma continuidade cultural e histórica nessas ideias. Mais do que isso, a relevância de se verificar a influência comunitarista no pensamento constitucional brasileiro é que essa corrente é fortemente vinculada ao republicanismo cívico.81 Isso esclarece, por exemplo, porque autores apontados como comunitaristas por Gisele Cittadino (2009), como Bruce Ackerman e Frank Michelman, são lidos por Daniel Vargas como baluartes do renascimento republicano no pensamento constitucional americano:

Os novos republicanos, em especial, buscam identificar, no sistema de governo, um espaço institucional adequado para a realização da comunidade, caracterizada (i) pela circularidade da produção do direito, (ii) pela ativa participação dos seus membros na determinação do interesse público, (iii) pela junção entre teoria e praxis no constitucionalismo e, por fim, (iv) pela concepção de uma autoridade justificada no interior dessa comunidade. (VARGAS 2005, 97)

Republicanos e comunitaristas opõem-se ao individualismo atomista próprio do liberalismo. A comunidade sempre precede o indivíduo, pois ele só é tal em função da coletividade em que se encontra. É aspecto central do republicanismo e do comunitarismo, também, a existência de um conjunto de virtudes de que devem dispor os cidadãos em prol da vida em comunidade e do autogoverno bem equilibrado, apesar de não haver pleno acordo entre as duas correntes sobre quais seriam essas virtudes e que extensão elas tomariam. (AGRA 2005, 100-4)

As ideias republicanas, quando alimentaram a discussão inicial sobre a constituição moderna, formaram-lhe a espinha dorsal e foram traduzidas em instituições jurídicas basilares para o Estado moderno ocidental. Sob uma perspectiva dogmática, ainda que sem realizar toda a ponte histórica aqui desenhada, Geraldo Ataliba (2007) sustenta que os princípios da república e da federação são os mais importantes no Brasil, sendo esta uma implicação necessária daquela.82 Lembra que ambos os princípios são pétreos, em virtude da disposição do art. 60, § 4º, da Constituição Federal

81 Luis Felipe Miguel vê o comunitarismo como uma subcorrente do republicanismo cívico. A vinculação

entre um e outro é sintetizada por ele da seguinte maneira: ―Tanto quanto a deliberacionista, a democracia republicana se situa, em primeiro lugar, no plano normativo. A política deve perseguir o bem comum, o que ecoa o Maquiavel dos Discorsi, sem dúvida o ‗herói‘ desta corrente. Em O príncipe, por sua vez, somos constantemente lembrados daquilo que a política é. Mesmo sob o risco de simplificação excessiva, é possível dizer que a ponte que uniria os dois extremos – da realidade ao dever ser – seria o reavivamento do sentido de comunidade, com a reafirmação dos laços de solidariedade e identidade que ligam o indivíduo a seu grupo‖ (MIGUEL 2005, 24).

82 Geraldo Ataliba escreveu a obra original à luz da Constituição de 1967. Apesar disso, quase todas as

instituições de que trata foram preservadas na Constituição de 1988, bem como as formas republicana e federativa. A versão da obra citada aqui foi atualizada por Rosolea Miranda Folgosi, para manter-se totalmente coerente com a Constituição vigente.

(CF). Analisando a Constituição brasileira, aponta as instituições que são centrais ao republicanismo e nela encontram guarida.

A constituição, como produto da vontade popular, dá origem a uma ordem política guiada por pessoas eleitas pelo povo. O mandato é a instituição que confere eficácia à representação popular (CF, art. 1º, par. único). O órgão encarregado dessa representação tem o poder de legislar, ou seja, de criar as regras que vincularão toda a sociedade e o próprio Estado. Em uma república, a ordem normativa é criada, indiretamente, pelos seus próprios destinatários e o princípio da legalidade impera. Ao lado desse grande papel conferido ao Legislativo em uma república, existe a tripartição dos poderes (art. 2º). Essa construção tem o objetivo de preservar e homenagear a vontade popular, formalizando-a (Legislativo), efetivando-a (Executivo) e fiscalizando seu cumprimento (Judiciário).

A ideia de federação e de autonomia municipal (art. 34, VII, c), por sua vez, também são instituições republicanas: ―(…) tudo o que puder ser feito pelos escalões intermediários (estados) haverá de ser de sua competência; tudo o que o povo puder fazer por si mesmo (municípios), a ele próprio incumbe‖ (ATALIBA 2007, 43). Ao cabo, ainda se pode destacar como instituição constitucional de matriz republicana a responsabilização dos representantes do povo. Diversamente de uma monarquia, os eleitos respondem pelos seus atos, seja via controle jurídico interno, seja via controle político externo, ao término do mandato, pelo resultado das urnas.

Antes do processo constituinte de 1987-8, no Brasil república havia existido apenas uma tentativa significativa de instituição de valores comunitários, ocorrida na década de 1930. (VIANNA e CARVALHO 2004) Nesse momento, tentou-se conduzir o ambiente privado a partir de justificações publicamente relevantes, por exemplo, condicionando o lucro à sua função social e conformando o mercado à harmonização dos conflitos nele existentes, especialmente em referência aos trabalhadores. Bem antes da instituição do regime militar, porém, esse movimento já havia fracassado, na medida em que as instituições não haviam sido capazes de lidar com todos os conflitos sociais que existiam, o que conduziu à privatização do espaço público, com cada grupo lutando cruamente pelos seus interesses.

De fato, a transição da ordem que, com todas as variações conhecidas, predominou entre 1930 e 1964, fortemente orientada por uma relação em que o público detinha primazia em relação ao privado, para uma outra, em que vigiam práticas sociais centradas quase exclusivamente no puro interesse, esvaziou o que havia de comunitário na sociabilidade, sem deixar substituto em seu lugar. (VIANNA e CARVALHO 2004, 218)

Segundo Luiz Werneck Vianna e Maria Alice Rezende de Carvalho (2004), em função desse histórico, o constituinte de 1988 não confiou apenas na democracia representativa. A Constituição Cidadã procurou radicalizá-la, fundando expressamente um Estado Democrático de Direito e munindo-o de instituições que criassem, no País, também um regime de democracia participativa, com locus, inclusive, em um novo Poder Judiciário, mais acessível, mais atuante, mais público e menos estatal. Um Estado, enfim, que deveria ter condições concretas de canalizar os conflitos sociais de forma republicana.

É nesse sentido que o pensamento constitucional brasileiro, de maneira mais clara em sua história recente, conecta-se a, e é parte de, toda a tradição republicana sobre a qual se debruçou neste capítulo até aqui. A partir de agora, serão condensadas as modas e as convergências dessa tradição para se construírem, brevemente, as linhas básicas e as interfaces filosóficas do que é o republicanismo hoje.

1.3.

O

substrato

republicano

na

contemporaneidade:

o