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CAPÍTULO 6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

6.4 A operacionalização da pesquisa

Depois de ter descrito o público pesquisado (6.1), os instrumentos metodológicos empregados (6.2), e o contexto dos dois públicos da pesquisa (6.3), relatarei, nos dois próximos itens, os procedimentos de operacionalização da pesquisa, primeiro com o público do Grupo I e, depois, com o público do Grupo II.

6.4.1 Com os membros fundadores do CETRANS

Entreguei os dois instrumentos de pesquisa ao Grupo I (os membros do CETRANS), numa das reuniões presenciais mensais do CETRANS (dia 01 de maio de 2003). Tratava-se da terceira reunião dos membros do CETRANS para a preparação dos artigos para o livro Educação e

Transdisciplinaridade III. Dentre os membros do CETRANS presentes, apenas dois não tinham participado como professores-mediadores do curso O Pensamento Transdisciplinar. Embora inicialmente isso os excluísse do público a ser pesquisado (ver item 6.1), também entreguei a um deles o brasão e as quatro perguntas, e, ao outro, o brasão. Entreguei apenas para não exclui-los diante do grupo e para ver o que emergiria em suas respostas. Pensei que as descartaria, ou que as utilizaria em alguma outra dimensão que viesse a emergir na dissertação.

Entreguei o questionário em mãos para 13 membros fundadores do CETRANS que estavam presentes a essa reunião e entreguei o brasão em mãos para 12 deles, explicando rapidamente a cada um como deveriam proceder e pedindo sua autorização para a utilização em minha pesquisa.

No cabeçalho de ambos os instrumentos entregues para o Grupo I estava escrito: “Pesquisa para a dissertação de mestrado de Américo Sommerman em Ciências da Educação na Universidade Nova de Lisboa. Título da dissertação: Formação e Transdisciplinaridade: uma pesquisa sobre as emergências formativas do CETRANS” (ver Anexos 14 e 19).

No caso do questionário, cada uma das quatro perguntas estava numa página diferente, de modo que pedi que não lessem as perguntas das páginas seguintes, mas que lessem apenas a pergunta que estava na página e só depois virassem a página e respondessem à pergunta seguinte. Indiquei que

poderiam preencher ali mesmo, se tivessem tempo, ou levar para casa e me enviar pelo correio. Apenas uma das pessoas entregou o questionário no mesmo dia.

As respostas foram chegando aos poucos, por correio eletrônico, por correio ou entregues pessoalmente. No final, dos 13 que receberam o questionário, 11 o entregaram respondido, e, dos 12 que receberam o brasão, 10 o entregaram para mim preenchido.

Logo na primeira leitura das respostas às quatro questões abertas,117 percebi que as respostas às duas últimas não traziam dados suficientes. Prevaleceram respostas como: “Não sei dizer”, “A mesma resposta que dei à pergunta 1)”, e algumas pessoas não entenderam essas duas perguntas. Optei por descartá-las. Com isso, modifiquei o recorte do público do Grupo I. Como as perguntas relativas à sua participação no curso não tinham trazido dados suficientes, ampliei o Grupo I para todos aqueles que tiveram uma participação assídua no projeto A Evolução Transdisciplinar na

Educação ao longo dos quatro anos de sua implementação. Com isso, pude incorporar no Grupo I as duas pessoas para as quais eu tinha entregue um dos instrumentos de pesquisa ou os dois instrumentos. Quando defini a mudança do pré-requisito para o Grupo I, enviei, por correio eletrónico, as duas perguntas para a pessoa a quem eu tinha entregue apenas o brasão.

Quando comecei a tratar, de fato, os dados da pesquisa que emergiam dos dois grupos, percebi que, no caso dos dados que emergiam do brasão, seria conveniente, em algumas das respostas, ou em algumas das casas do brasão, fazer uma pergunta complementar pedindo que a pessoa enunciasse ela mesma o significado da palavra, da frase ou do desenho que me pareceram obscuros.

Escolhi apenas alguns itens, mais obscuros, de algumas casas. No Grupo I, 11 membros fundadores responderam o questionário. Desses 11, 10 preencheram o brasão (ver Anexo 21) e fiz perguntas complementares a nove destes (ver Anexos 22 e 23).

Desses nove, fiz a dois essas perguntas complementares pessoalmente e anotei suas respostas por escrito; a cinco as fiz por telefone e anotei suas repostas por escrito; a um enviei as perguntas por correio eletrônico; a um pedi que escrevesse suas respostas complementares.

117 1. Como ocorre a formação transdisciplinar? 2. Como você teria respondido a essa pergunta antes do início do

CETRANS? 3. Como você teria respondido a essa pergunta antes do início do curso O Pensamento Transdisciplinar? 4. Quais são as diferenças mais marcantes entre essas respostas e a resposta que você dá a ela agora: após a sua participação na elaboração e implementação do curso O Pensamento Transdisciplinar?

6.4.2 Com os participantes do curso

Entreguei o questionário aberto ao Grupo II no fim da 14a e antepenúltima sessão do curso O

Pensamento Transdisciplinar. Expliquei que, além de ser mais um dos instrumentos para a avaliação do curso, também seria útil para minha pesquisa de mestrado. Explicitei o título e o terreno da pesquisa. Foi dado um tempo de aproximadamente meia hora para que respondessem às três perguntas, individualmente e por escrito. Cada pergunta estava numa página diferente, de modo que pedi que não lessem as perguntas das páginas seguintes, mas que lessem apenas a pergunta que estava na página e só depois virassem a página e respondessem a seguinte.

Das 28 pessoas que terminaram o curso, 21 estavam presentes no momento em que o questionário foi entregue e foi esse o número de respostas que recebi.

Entreguei o brasão ao Grupo II no fim da 16a e última sessão. Tornei a explicar que não só se tratava de mais um instrumento para a avaliação do curso, como seria utilizado para minha pesquisa de mestrado.

Desta vez, das 28 pessoas que terminaram o curso, estavam presentes 25, que preencheram o brasão.

Como disse no item anterior, quando comecei a tratar os dados que emergiam da pesquisa com os dois grupos, percebi que, no caso dos dados relativos ao brasão, seria conveniente, em algumas das respostas, ou em algumas das casas do brasão, fazer uma pergunta complementar pedindo que a pessoa enunciasse ela mesma o significado da palavra, da frase ou do desenho que me pareceram obscuros, e de algumas outras respostas cuja interpretação não era evidente.

Enviei as perguntas complementares por correio eletrônico, pois isso facilitaria o meu trabalho. Enviei-as a 13 pessoas dentre as 25 que preencheram o brasão, e 09 enviaram de volta suas respostas por correio eletrônico (ver Anexo 24).