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Construções depictivas: concordância e esboço de derivação

1. Pressupostos teóricos: Minimalismo

1.5 A respeito de papéis temáticos

No Capítulo 1 deste trabalho, apresentamos a versão clássica do Critério Temático proposta em Chomsky (1981), enunciada novamente em (16). Dentro do modelo de Regência e Ligação, esse critério pode ser entendido como uma condição de adequação a ser aplicada nos níveis de Estrutura Profunda, Estrutura Superficial e LF (cf. Rodrigues, 2004: 126; Ferreira, 2000: 6–7). Em linhas gerais, o Critério-Theta, formulado dessa maneira, impede que um só argumento receba mais de um papel temático em uma determinada derivação.

No entanto, como observa Rodrigues (2004: 126), esse Critério é muito forte e não é compatível com sentenças com predicados secundários, em que um só argumento recebe mais de um papel temático (e.g., Maria saiu irritada). A autora explica que, para lidar com esse tipo de construção, Chomsky (1986) reformula o Critério-Theta em termos da noção de cadeia, assumindo a condição enunciada em (17). Segundo a autora, essa propriedade do sistema permite que um argumento receba mais de um papel-θ, como no caso das construções de predicação secundária, desde que esse argumento não se mova para uma posição temática (Rodrigues, 2004: 127).32

31 No original: “Each argument bears one and only one θ-role, and each θ-role is assigned to one and only

one argument” (Chomsky, 1981: 36).

32 Remetemos o leitor a Rodrigues (2004) para uma discussão mais aprofundada sobre o assunto e para

referências que criticiam a abordagem de Chomsky em termos de cadeias.

33 No original: “If C = (α

1,..., αn) is a maximal CHAIN, then αn occupies its unique θ-position and α1 its

unique Case-marked position” (Chomsky, 1986: 137).

(16) CRITÉRIO TEMÁTICO (CHOMSKY 1981)

Cada argumento carrega um, e apenas um, papel-θ, e cada papel-θ só pode ser atribuído a um, e apenas um, argumento.

(Chomsky, 1981: 36)31

(17) CONDIÇÃO DE CADEIA (CHOMSKY 1986)

Se C = (α1,...,αn) é uma CADEIA máxima, então αn ocupa sua única posição-θ e

α1 ocupa sua única posição de marcação de Caso.

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174 Nota-se que, na teoria de Chomsky, uma preocupação fundamental é garantir que o movimento de argumentos seja sempre para posições não temáticas (cf., por exemplo, discussão em Chomsky, 1981: 112–117). Mesmo dentro do Minimalismo de Chomsky, em que não se postula mais a existência de níveis como a Estrutura Profunda, o impedimento sobre movimento de argumentos para posições temáticas parece se manter — dessa vez, motivado por razões de economia do sistema, como o Last Resort Principle (‘Condição de Último Recurso’) e o princípio Greed (Rodrigues, 2004: 127–128; Chomsky, 1993). Em trabalho mais recente, Chomsky (2000: 103) assume o princípio de que posição temáticas não podem ser preenchidas por argumentos via movimento, mas apenas por argumentos via “puro Merge” (ou seja, o Merge que não faz parte de Move) (cf. Rodrigues, 2004: 135).34

Diante do quadro delineado, podemos dizer que há duas questões independentes, mas intimamente relacionadas, que já foram colocadas na literatura a respeito da atribuição de papel-θ: (i) a possibilidade de um argumento DP receber mais de um papel temático; e (ii) a possibilidade de um argumento se mover para uma posição temática. Aliado a essas questões está o fato de que papéis temáticos não são tratados como traços formais no quadro minimalista de Chomsky, mas em termos configuracionais (cf. Hale & Keyser, 1993, 2002; Chomsky, 1995). De fato, é esse pressuposto a respeito da natureza de um papel-θ que leva o autor a rejeitar a possibilidade enunciada em (ii): nessa visão, um movimento deve ser sempre motivado pela necessidade de se checar algum traço, o que se segue dos princípios Last Resort e Greed; portanto, um argumento não poderia se mover para uma posição temática, pois nesse lugar ele não checaria algum traço formal (Rodrigues, 2006: 128). Um exemplo concreto que se tem em mente nesse raciocínio é a agramaticalidade, em inglês, resultante da seguinte derivação (com a leitura pretendida ‘John bateu em si mesmo’):

(18) John [VP t’ [VP HIT t ] ]

(Rodrigues, 2004: 128)

Rodrigues explica que, no viés minimalista assumido por Chomsky, não poderia existir um verbo como HIT, que possui a mesma estrutura argumental que hit, ‘bater’, mas que não atribui/checa Caso. A derivação em (18) fracassaria porque John, depois de

34 O autor enuncia o referido princípio da seguinte maneira: “Pure Merge in θ-position is required of (and

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175 receber um papel-θ interno, não poderia se mover para [Spec, V] (ou para [Spec, v], em análises mais recentes) para receber um papel-θ externo, pois nessa posição ele não teria nenhum traço a checar, violando-se Greed (cf. Rodrigues, 2004: 128)).35

Neste trabalho, vamos optar por uma perspectiva teórica diferente daquela adotada por Chomsky no que diz respeito a papéis temáticos e a movimento para posições-θ. Na análise que tentaremos desenvolver aqui, vamos defender as duas possibilidades enunciadas em (i) e (ii) e assumir que papéis temáticos são traços formais (atribuídos/valorados sob Merge), divergindo, portanto, de Chomsky (1995, entre outros) nesses aspectos. Alguns trabalhos que defendem a possibilidade de movimento para posições-θ são os de Nunes (1995, 2001, 2004, entre outros), Hornstein (1999, 2001), Ferreira (2000, 2009), Bošković (1994), para citar alguns. Comentamos a seguir algumas razões que nos levam a também adotar esse posicionamento teórico.

Analisemos primeiramente o ponto mencionado em (i), que é a possibilidade de um argumento receber mais de um papel temático. Essa questão está ligada à formulação do Critério-Theta em (16), que, como dissemos, rejeita a ideia de que um único DP possa receber mais de um papel-θ. A esse respeito, observamos que outras propostas na literatura gerativa já buscaram reformular essa condição ou repensá-la de alguma maneira.36 Hornstein (2001), por exemplo, assume uma visão radical, argumentando que muito do módulo-theta pode ser até mesmo eliminado. Nesse sentido, o autor afirma que o Critério-Theta pode ser desmembrado em três partes, enunciadas a seguir:

(19) TRÊS PARTES DO CRITÉRIO-THETA

a. Todos os papéis-θ de um predicado devem ser atribuídos. b. Cada nominal deve ter um papel-θ.

c. Atribuição de papel-θ é uma relação de um-para-um, i.e., um nominal pode ter, no máximo, um papel-θ.

(Hornstein, 2001: 217)37

35 Como apontado por Rodrigues (2004: 129), Lasnik (1995) critica o sistema de Chomsky, afirmando que

ele é redundante e que Greed não é necessário para descartar uma derivação como (18) se considerarmos que um papel-θ é um traço do DP a ser checado. Remetemos o leitor a essas duas referências para mais detalhes.

36 Alguns autores propõem que a restrição não se dá sobre o DP, mas sobre o atribuidor de papel temático

(o predicado), assumindo que um argumento pode receber mais de um papel-θ, desde que cada papel seja atribuído por um predicado diferente. Schein (1995: 49), por exemplo, assume simplesmente que “A θ-role assigner α assigns a unique θ-role”; como se pode observar, adotar esse tipo de condição não restringe a quantidade de papéis que um argumento pode receber.

37 Os pontos enunciados foram retirados e traduzidos da seguinte passagem no original: “Consider the theta-

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176 O autor afirma que as duas primeiras partes do Critério ((19a) e (19b)) podem ser entendidas como instâncias do Princípio de Interpretação Plena, que enuncia a exigência de que todas as expressões tenham uma interpretação na interface C-I (Hornstein, 2001: 217). Dessa forma, o autor mostra que é possível traduzir essas partes do Critério simplesmente como condições de legibilidade, o que é, inclusive, conceitualmente desejável do ponto de vista minimalista. O problema, segundo o autor, reside na terceira parte, (19c): essa correspondência um-para-um não é uma condição de interface e não segue logicamente de nenhum princípio; trata-se de uma condição interna de um módulo da gramática, conceitualmente desnecessária se esse módulo for eliminado (Hornstein, 2001: 217). De uma perspectiva minimalista, portanto, não há nada que impeça um argumento de receber mais de um papel temático. Concordamos com Hornstein (2001) nesse aspecto.

Uma vez garantido que não há nenhuma condição de legibilidade proibindo um DP de receber mais de um papel-θ, precisamos nos certificar de que o movimento para posições-θ não é barrado por outras razões — o que nos leva a discutir a questão apontada em (ii). Como vimos anteriormente, o quadro minimalista delineado por Chomsky impede o movimento para posições temáticas ao entender que ele não seria fruto de Greed e que isso provocaria uma violação da Condição de Último Recurso. Como também foi dito, esse raciocínio é construído com base na hipótese de que papéis temáticos não são traços formais. Ora, mas os pressupostos minimalistas não exigem que essa hipótese seja necessariamente admitida. De fato, isso já foi notado na literatura gerativa: há autores que rejeitam essa suposição a respeito da natureza de papéis temáticos e assumem que papéis- θ são traços (cf. Bošković, 1994; Hornstein, 1999, 2001; Ferreira, 2000; entre outros). Como explica Hornstein (1999: 79; 2001: 79), tratar um papel-θ como um traço a ser checado permite que se respeite Greed, uma vez que um DP se moveria para uma posição- θ com o intuito de checar esse traço. Isso significa que, do ponto de vista teórico, portanto, não há nada que proíba o movimento para posições-θ.

Interessantemente, do ponto de vista empírico, essa restrição também não parece ter fundamento. A esse respeito, Ferreira (2000) mostra que uma teoria que permite o movimento para posições-θ é capaz de explicar os mesmos dados que aparentemente dão suporte empírico para uma teoria que defende a impossibilidade desse movimento. Vejamos a seguir alguns dos argumentos reunidos pelo autor. Em primeiro lugar,

is that every nominal must have a theta-role. The third is that theta-role assignment is one-to-one, i.e. a nominal can have at most one theta-role” (Hornstein, 2001: 217).

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177 retornemos ao caso do verbo hit (‘bater’), que atribui/checa Caso acusativo ao seu argumento interno. Ferreira (2000: 7–8) explica que é possível que alguém pense que uma sentença como (20a) é agramatical porque o argumento John, depois de receber um papel temático na posição de argumento interno do verbo, não poderia se mover para [Spec, v] para receber outro papel-θ, o que explicaria a inexistência da derivação em (20b):

(20) a. *John hit. ‘João bateu’.

b. [TP Johni [vP ti v [VP hit ti ] ] ]

(Ferreira, 2000: 7)

No entanto, o autor argumenta que essa suposição não é necessária para se descartar a derivação em (20b) e explicar a agramaticalidade de (20a). Como aponta o autor, a chave para explicar a má formação dessa construção reside na atribuição de Caso, não na atribuição de papel-θ: como o verbo hit atribui Caso acusativo, John teria seu traço de Caso eliminado ao se relacionar com a sonda v, estando impossibilitado de se mover posteriormente para [Spec, T] porque já estaria inativo nesse momento da derivação (Ferreira, 2000: 8). Dessa forma, a agramaticalidade da sentença em (20a) poderia ser explicada independentemente de se aceitar ou não a hipótese de movimento para posições-θ.

Agora retornemos ao caso exemplificado em (18), que apresenta um verbo HIT hipotético, que seria igual a hit em tudo, com a exceção de que HIT não atribui/checa Caso acusativo. Por ser incapaz de atribuir Caso, esse verbo deve permitir a derivação em (20b) (esquema semelhante ao apresentado em (18)), caso ele exista, como explica Ferreira. Segundo o autor, para aqueles que argumentam contra a possibilidade de movimento para posições-θ, um verbo como HIT não deve existir, uma vez que a proibição desse tipo de movimento seria a única razão para impedir essa derivação, que não poderia mais ser explicada em termos de Caso; em contrapartida, os defensores da possibilidade de movimento para posição-θ preveem que esse tipo de verbo pode existir sem problemas (Ferreira, 2000: 8–9).

De fato, a existência de verbos como HIT é atestada. Conforme explica Ferreira (2000: 9), verbos como wash (‘lavar’), shave (‘barbear’) e dress (‘vestir’) apresentam uma alternância interessante, de modo que permitem que seu complemento seja foneticamente realizado ou não (vide (21a) e (21b)). Segundo o autor, se admitirmos,

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178 seguindo Hornstein (1997), que esses verbos são atribuidores opcionais de Caso acusativo e que a derivação da variante em (21b) é a que se encontra em (21c) (igual a (20b)), então esse tipo de verbo traria a comprovação empírica de que um verbo como HIT existe, contrariando a hipótese daqueles que argumentam contrariamente à possibilidade de movimento para posições-θ e corroborando a expectativa daqueles que a defendem (cf. Ferreira, 2000: 9).

(21) a. John shaved himself. ‘João se barbeou’.

b. John shaved. ‘João barbeou’.

c. [TP Johni [vP ti v [VP shaved ti ] ] ]

(Ferreira, 2000: 9)

O segundo argumento com base em evidência empírica que é apresentado por Ferreira (2000) e que favorece a hipótese de que o movimento para posições-θ é possível advém do par de verbos believe (‘acreditar’) e BELIEVE. Como afirma o autor, o raciocínio por trás desses verbos é semelhante ao que foi utilizado para explicar o contraste entre hit e HIT. Ferreira (2000: 8) explica que a agramaticalidade da sentença em (22a) também pode ser entendida em termos de atribuição de Caso, como no caso de

hit: a derivação em (22b) seria impossível porque believe atribui Caso acusativo, de modo

que John teria seu traço de Caso apagado antes de poder chegar a [Spec, T]. Assim, vê- se que a explicação para a agramaticalidade de (22a) não depende de nenhuma suposição a respeito do movimento para posições-θ.

(22) a. *John believes to be intelligent. ‘João acredita ser inteligente’.

b. [TP Johni [vP ti v [VP believes [TP ti to be intelligent ] ] ] ]

(Ferreira, 2000: 7)

Com relação ao verbo hipotético BELIEVE, que seria igual a believe, mas sem poder atribuir Caso acusativo, Ferreira (2000: 9) afirma que sua existência não seria prevista por aqueles que defendem a impossibilidade do movimento para posições

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179 temáticas, pelo mesmo motivo que um verbo como HIT não é previsto de acordo com esse posicionamento. No entanto, novamente, para aqueles que defendem o movimento para posições-θ, um verbo como BELIEVE poderia existir tranquilamente (Ferreira, 2000: 9). Dito isso, o autor mostra que esse tipo de verbo existe, de fato: trata-se da classe de verbos de controle, como try (‘tentar’), exemplificado em (23a). Ferreira (2000: 10) explica que é possível conferir à construção em (23a) a derivação em (23b) (idêntica a (22b)), se admitirmos que try se comporta como BELIEVE e que o T da oração encaixada não atribui Caso. As sentenças com verbos de controle, portanto, forneceriam evidência adicional para aqueles que admitem movimento para posições-θ.

(23) a. John tries to be intelligent. ‘João tenta ser inteligente’.

b. [TP Johni [vP ti v [VP tries [TP ti to be intelligent ] ] ] ]

(Ferreira, 2000: 10)

Como observa Ferreira (2000: 10), a existência de construções com verbos de controle levou à postulação da categoria PRO, que é utilizada por aqueles que são contrários à hipótese de movimento para posições temáticas para explicar a gramaticalidade de uma sentença como (23a). Nesse caso, essa categoria nula seria o sujeito de um T não-finito encaixado, complemento dos verbos de controle. Dentro desse raciocínio, PRO seria necessário nessas estruturas por ser a única categoria capaz de checar o Caso nulo, atribuído por esse tipo específico de T não-finito (Ferreira, 2000: 10). No entanto, como demonstrado, é possível explicar adequadamente a sentença em (23a) sem a necessidade de se recorrer a PRO. Basta que se considere a possibilidade de movimento para posições-θ e que se aceite a hipótese de que T infinitivo não atribui Caso, o que gerará a derivação em (23b) (Ferreira, 2000: 10; Hornstein, 1999, 2001).

Assim, Ferreira mostra que aceitar a possibilidade de movimento para posições temáticas leva ainda a outra vantagem, que é a de dispensar essas duas estipulações que se mostram desnecessárias quando submetidas a uma análise minimalista: a existência de uma categoria especial PRO e o pressuposto de que apenas um tipo específico de T não- finito atribui Caso a essa categoria, que seria o Caso nulo (Ferreira, 2000: 10). A esse respeito, Hornstein (1999, 2001) mostra que é possível derivar as propriedades de estruturas de controle a partir de uma análise de movimento, demonstrando que a suposta categoria PRO se comporta como um vestígio (cópia) deixado pelo movimento-A do DP

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180 que o “controla”.38 A análise de Hornstein para as referidas construções de controle tem sido chamada de Movement Theory of Control (MTC). Em nossa proposta de análise,

faremos uso da MTC, na medida em que também entenderemos que as construções depictivas, tipicamente analisadas como estruturas de controle, podem ser derivadas por meio de movimento do DP — que é gerado no interior da small clause e se move para uma posição temática na oração matriz. Essa análise será detalhada na próxima seção. Como afirmam Marušič, Marvin & Žaucer (2003: 4), embora Hornstein não trate de predicações secundárias em seu trabalho, uma análise de construções depictivas em termos de movimento é uma extensão natural de sua proposta.

Diante do exposto nesta subseção, fica demonstrado que as questões apresentadas em (i) (possibilidade de um DP receber mais de um papel temático) e em (ii) (possibilidade de um DP se “mover” — ou seja, ocorrer Copy e Merge desse DP — para uma posição-θ) são compatíveis com o prisma minimalista, juntamente com a hipótese de que papéis temáticos são traços.39 Todas essas assunções são cruciais para a análise que buscaremos apresentar aqui. Assumiremos também que papéis-θ são “atribuídos” ao DP por meio de Merge do DP em uma posição temática. É importante destacar que esses pressupostos são coerentes com a hipótese, que também estamos assumindo, de que movimento se reduz a Copy + Merge: como explica Nunes (2009: 5), se papéis-θ são atribuídos durante o curso da derivação via Merge, e se movimento envolve Merge, a possibilidade de atribuição de papel-θ por meio de movimento surge naturalmente.